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ITAN DE IKA MEJ

No documento Buzios(1).pdf (páginas 117-120)

(1) Ajinaku (o elefante), era antigamente um animal muito pequeno. Seu desejo era ver suas forças aumentadas e com esta intenção, foi procurar um adivinho chamado Sheke Sheke La Allo Ekuru (Sheke-Sheke: ruído que produzem, aos serem sacudidas, os pequenos caramujos “Ekuru”).

MERINDILOGUN

Durante a consulta, apresentou-se Ika Meji, que exigiu o seguinte sacrifício: Um cesto cheio de igbis, quatro cabaças e quatro pilões. Estas coisas deveriam ser entregues a Oduduwa.

Ajinaku seguiu a prescrição e apresentou-se diante do Orishá, portando os objetos pedidos.

Oduduwa ordenou-lhe então, que enfiasse os pés nos pilões, como se fossem sapatos e que os cobrisse com um grande pano. Durante oito dias consecutivos, o Orisha fez preces pelo Elefante.

No oitavo dia, Ajinaku retirou os panos e pode verificar que os quatro pilões haviam transformado em prolongamentos de suas pernas, ficando, a partir de então, alto e forte como o vemos hoje.

Ebó: Um cesto, dois igbi, duas cabaças, dois pilões de madeira pequena, de forma que caibam dentro das cabaças, um pano preto, um pano branco.

Abre-se as cabaças pelo meio, no sentido horizontal. Na primeira, pinta-se com pó de carvão, coloca-se dentro um dos pilões, puxa-se um igbi, coloca-se a carne e a casca dentro da cabaça, cobre-se tudo com pó de carvão, tapa-se a cabaça, envolve-se no pano preto e coloca-se dentro do cesto.

Adota-se procedimento idêntico em relação a segunda cabaça, apenas substituindo- se o carvão por efun e o pano preto pelo pano branco. O cesto com as duas cabaças, deve permanecer por oito dias diante do igba do Orishá, sendo levado depois, para o alto de um morro. (Quem não tiver Oduduwa, pode levar imediatamente e entregar no alto do morro).

Este ebó é indicado para obtenção de vitória e melhora em qualquer situação. (2) O rei Haussa (O Sarki), veio ao mundo sob o signo de Ika Meji.

Quando os Haussas resolveram eleger um rei, foram procurar um Bokonõ, para que os ajudassem a escolher alguém que pudesse reinar com coragem e mantendo a paz.

Feita a consulta, apareceu Ika Meji, que prescreveu o seguinte sacrifício: Dezesseis chifres de qualquer animal, dezesseis cestos, cada um com uma galinha, dezesseis ovelhas, dezesseis cestos, cada um com um pombo, dezesseis cestos com galinhas d’Angola e dezesseis sacos cheios de búzios.

Os Haussas prepararam o sacrificio e entregaram tudo ao Bokonõ, que preparou os dezesseis chifres para serem enviados a Ifá.

Pouco depois, os Haussas pediram ao sacerdote que se encarregasse da coroação, afirmando que Ifá já apontara um rei e devolvera os chifres ao Bokonõ. O adivinho então, pegou dois chifres e os colocou sobre a testa do novo rei. Imediatamente, Legba apareceu soprando sobre os cornos, que se fixaram à testa do rei, que ficou conhecido pelo nome “Usaxolu Ko u Zo” (O rei dos Haussas carrega chifres).

Devido a isto, ninguém mais respeitou o rei, tratavam-no de igual para igual, insultavam-no e chegavam mesmo a agredí-lo.

E como lembrança deste episódio, que os chapéus Haussas, tem uma ponta semelhante a um chifre.

Ebó: Um cesto, uma galinha, uma galinha d’Angola, um pombo, dezesseis búzios, um chifre de carneiro. Sacrificam-se os bichos a Elegbara, no igba, deixando um pouco do sangue de cada um correr sobre o chifre de carneiro e sobre os búzios; precede-se normalmente em relação aos animais sacrificados. De cada um, retira-se um pouco de penas que são colocadas dentro dos chifres junto com os búzios. O chifre fica por dezesseis dias, junto ao igba de Elegbara e depois, é entregue ao cliente, devendo ser levado para sua casa, onde ficará guardado como amuleto. A abertura do chifre deve ser lacrada com qualquer tipo de material, pra evitar que seu conteúdo se derrame.

Este ebó é indicado pra problemas relacionados a desmoralização pessoal, perda de prestígio, etc.

(3) A batata doce, (dukwin), fez um talismã para o inhame, quando este ainda era muito pequeno. Com isto, o inhame cresceu e tornou-se muito maior que a batata doce.

Diante disto, a batata doce disse espantada: “Eu te fiz um talismã para que crescesses e agora estás muito maior do que eu. Deves lembrar-te no entanto, que este talismã não é igual ao que possuo. O meu permites que eu cresça como crescestes, mas evita que minhas raízes sequem e morram durante a estiagem. Este jamais te darei”.

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Interpretação: O cliente ficará rico e terá muitos filhos, mas sua boa sorte poderá abandona-lo se não entregar, na floresta, o seguinte sacrifício;

Uma galinha, um galo, uma batata doce, um inhame e vinte caurí. Os animais são soltos com vida, depois que a batata e o inhame forem arriados com os búzios ao redor. Cânticos do Ebó:

Iku kati, kati ko ka mi, Aro kati, kati ko ka mi, Ofo kati, kati ko ka mi, Olan ka ti, ka ti ko ka mi, Ojo ka ti, ka ti ko ka mi, Janka awo yika akao! Tradução:

Morte conte, conte continuamente, mas nunca conte comigo. Fogo conte, conte continuamente, mas nunca conte comigo. Miséria, conte, conte continuamente, mas nunca conte comigo. Doença, conte, conte continuamente, mas nunca conte comigo. Tempo, conte, conte continuamente, mas nunca conte comigo. Esta é a fuligem que envolve as espigas de milho!.

(4) Um certo adivinho, consultou Ifá para três personagens: Dekpa (madeira para a sustentação de telhados), Jokú (espécie de lentilha utilizado pelos Mina, num tipo de Jogo), e Azigokwin (feijão pintado conhecido como ekpaboro pelos yoruba).

Por ocasião de sua chegada ao mundo, estes três personagens foram juntos consultar Ifá, para para saberem qual seria seu destino sobre à terra. Ifá lhes recomendou sacrificios, que sómente os dois primeiros ofereceram.

Foi por não haver cumprido com esta obrigação, que azegokwin é hoje posto no fogo, cozido e comido. Os outros têm uma importância muito maior: um permite que se construam casas e o outro que se ganhe dinheiro. Sem o terceiro, no entanto pode-se passar muito bem.

Ebó: Duas cabaças pequenas cortadas ao meio, lentilhas, feijão pintado, um cabo de enchada, dois pombos, dois obi, osun e efun.

Abertas as cabaças, coloca-se dentro da primeira as lentilhas cruas e um obi. Na segunda cabaça, coloca-se o feijão (crú) e o outro obi. Sacrifica-se o primeiro pombo na cabaça com as lentilhas e arruma-se dentro, cobre-se com pó de osun e tapa-se com a parte de cima, embrulha-se em pano vermelho e deixa-se de lado. Na segunda cabaça, com o feijão pintado e o outro obi, sacrifica-se o segundo eiyele, cobre-se com pó de efun e embrulha-se em pano branco.

As duas cabaças são amarradas, uma em cada ponta do cabo da enxada, ficando diante de Legba de um dia para o outro. Na manhã do dia seguinte, leva-se tudo e despacha-se nas águas de um rio.

Este ebó é indicado para pessoas que estejam sendo desprezadas ou que estejam perdendo prestigios em qualquer situação.

(5) Naquele tempo, Orunmila erá muito pobre e não tinha sequer uma casa para morar. Resolveu então, consultar seu Kpoli, para saber o que deveria ser feito para melhorar sua vida e na consulta, surgiu Ika Meji.

No dia seguinte, Orunmilá ofereceu o sacrifico e logo as coisas começaram a mudar em sua vida.

Certo dia, quando caminhava por uma estrada, Orunmila encontrou Egun, que ameaçava levá-lo para Ló e Orunmilá, para apaziguá-lo ofereceu-lhe uma tijela cheia de leite de cabra e Egun, agradecendo, colocou seu Ashé a disposição de Orunmilá.

No outro dia, foi Orishá que se interpôs no caminho de Orunmila e este também ofereceu-lhe Eku defumado, conseguindo depois de apazigua-lo, obter a força de seu Ashé.

No terceiro dia, Orunmila foi novamente interceptado, desta vez por Ajé, que furiozo ameaçava destruí-lo e Orunmila, depois de espetar no solo um talo de palmeira, ofereceu-

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lhe Akire (*) defumado, conseguindo desta forma, que Ajé se afastasse para muito longe dali.

(*) Akire = Rã.

Ebó: (Indicado para obter simpatia das pessoas, para sorte na vida e nos negócios). Leite de cabra, um talo de qualquer tipo de palmeira, ekú defumado, Akire defumado, acassa, uma panela de barro. Torra-se o talo de palmeira e moe-se para fazer pó. Faz-se o mesmo com o eku e o Akire defumado. Coloca-se os pós obtidos numa panela de barro, misturado com leite de cabra e deixa-se ferver. Depois de frio, prepara-se um acaçá de leite com esta mistura.

Pega-se o sabão da costa e mistura-se um pouco de cada um dos três pós (uma quantidade suficiente para sete banhos), coloca-se o sabão numa panelinha de barro e imprime-se a marca de Ika Meji sobre ele.

O Acassa é oferecido a Elegbara, devendo permanecer diante de seu igba, por sete dias. Neste periodo, retira-se uma pequena porção do sabão preparado e toma-se banho com ele.

Antes de cada banho, acende-se uma vela no chão do banheiro e recita-se o seguinte oração:

Akinlogun n’lo si ilu Ilodun,

Akinicgun n’lo si ilu Ilomu Apaasa. Ope-Yekete n lo silomu Alagunu. Ara Ilem Alagunnu,

Ero Ilomu Apãasha

Eda lo ni kee dã temi ni rere! Ohun rere lakere fi i pojo, Ohun rere takere e fi i pojo N’mi Olodumare o gba a mu! Eni o muu ri,

E shããnu mi! Eni o m mu ri!

Ayami benikan o múmú ri! Eni o mumu ri!

E shanuu mi! Eni o mumu ri!

Tradução: Akinlodun esta indo para a cidade de Ilodun.

Akinlodun está indo para a cidade de Ilomu Apaashá. Ope-Yekete está indo para a cidade de Ilomu Alagunnu Habitantes de Ilomu Alagunnu,

Habitantes de Ilomu Apaashá,

E Eda que diz para que as nossas coisas sejam de sorte. É com boa voz que a rã chama a chuva.

Com aquela que Oludumare aceita.

Pessoa que ja mamou, tenha simpatia por mim. Pessoa que já mamou,

A não ser que nunca tenha mamadado,

Pessoas que ja mamaram, Tenha simpatia por mim. Pessoas que já mamaram,

Indicado para obter simpatia das pessoas, para sorte na vida e nos negócios.

No documento Buzios(1).pdf (páginas 117-120)