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PROPHYLAXIA INDIVIDUAL

Um individuo considerado isoladamente pôde ter que se protoger contra os germens typhicos em duas circumstancias : 1.° Em contagio directo, quando por exemplo se approxima ou trata de um typhoso. 2." Em contagio indirecto muito mais generalisado e mais de temer.

Para o contagio directo exporemos as regras seguintes: Desinfecção das fezes, e de tudo o que seja sujo por ellas.

Para este primeiro fim empregaremos o leite de cal e as soluções de sulfato de cobre.

0 leite de cal actua melhor do que a cal e mais rapidamente, comtanto que seja empre- gado de fresco ; para o que se prepara da forma seguinte (Richard et Chantemeuse):

Queima-se a cal, com uma porção de agua egual a metade do seu peso, burrifando-a pouco a pouco. Quando a operação estiver acabada,

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recolhe-se o pó era um frasco bem tapado, e põe-se em logar bem secco. Quando se queira utilisar o leite de cal; dissolve-se uma porção de cal já assim preparada, no seu duplo volume de agua, obtendo-se assim o leite de cal a 20 %•

Porém o seu manejo não é dos mais fáceis, e hoje está substituído pelo sulfato de cobre.

Este ultimo emprega-se em solução forte de 5 %, á qual se junta um por cento de acido sulfúrico.

Para desinfectar as fezes, recobre-se o fundo do vazo de um pouco de solução e depois de re- cebidas as fezes recobrem-se deitando mais so- lução, e deixa-se assim estar durante uma ou duas horas, passadas as quaes se deitam nas fossas.

Todos os objectos que servem ao doente de- vem ser submttidos á desinfecção.

As roupas, os colchões, os travesseiros e as roupas de cama, devem ser desinfectados pelo vapor húmido debaixo de pressão, á tempera- tura prolongada de 100°. Os lençoes podem ser também desinfectados de um modo mais sim- ples, lançando-os n'uma cuva cheia de agua a ferver, ou de solução de sublimado, durante meia hora.

Depois d'esta desinfecção é que se devem mandar lavar as roupas.

Terminada a doença deve-se mandar fazer a desinfecção dos moveis, e do quarto onde esteve

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o doente. Para isso lava-se tudo com soluções

de sublimado corrosivo a 1 0/"°-

E' bom mandar branquear, com leite de cal as paredes. Póde-se ainda desinfectar os quar- tos, fazendo arder 60 grammas de enxofre por metro cubico da capacidade, e fechando herme- ticamente durante 24 horas, fazendo depois uma larga arejaeão.

Todas as pessoas que se approximarem do typhoso, devem ter o grande cuidado em lavar as mãos, primeiro com uma escova e sabão, e depois com solução de sublimado, tendo o maior cuidado com a limpeza das unhas.

2." Para se defender do contagio indirecto o primeiro meio que temos é mandar esterilisar a agua. Ha dois meios de a esterilisar: a filtração, por meio de filtros (Chamberland, Pasteur, etc ), ou pela ebulição.

O processo da ebullição é o mais simples, mais económico, e mais seguro.

A agua suspeita deve ser banida de todos os usos domésticos, porque não só pelas vias di- gestivas o micróbio penetra. Não se devendo es- quecer também que muitas vezes os legumes e hortaliças são regados com aguas typhogeneas, e por isso não se devem usar crus, isto é, em saladas, mas sim muito bem cosidos.

C A P I T U L O I I

PROPHYLAXIA URBANA

O medico, logo que reconheça um caso de febre typhoïde, deve logo avisar os poderes pú- blicos para que se imponha a isolação ao doen- te, e se por acaso achar mais casos, para que os meios prophylaticos sejam postos em acção.

0 principal de todos os meios, e aos quaes nos devemos dirigir, são o conservar a pureza

das aguas, e depois ao systema de evacuação das matérias fecaes.

De todas as aguas, nós devemos preferir em primeiro logar as das fontes que brotem das ro- chas, e que sejam conduzidas até ao logar da fonte por canalisações bem vedadas. As aguas das fontes não tendo esta origem devem ser ba- nidas. Em segundo logar as dos rios, e em ulti- mo a dos poços.

Com o systema agora adoptado na maior par- te das cidades, isto é, alimentadas quasi exclu-

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sivamente por agua dos rios, deve-se quanto hu- manamente for possível, fazer recorrer á sua purificação. Esta purificação pode ser feita por filtração mechanica, como em Berlin; por filtros d'areia, ou por filtros chimicos.

As fossas devem ser bem vedadas, ou como agora se usa em communicação com os canos de esgoto centraes. Além d'isso todas as fossas distantes das fontes ou dos poços a menos de mil metros deverão ser desinfectadas e atulha- das, sendo ainda mais necessário, se o seu fun- do estiver em plano superior ao fundo dos po- ços. O melhor meio séria mandar fazer fossas moveis, nos logares onde não houvesse systema de canalisação de esgotos. Impedir-se-ha tam- bém que os canos de ventilação das fossas es- tejam em communicação com o interior das ca- sas.

Protecção de logares restrictos. — N'este caso

temos melhores meios para obter a purificação das aguas, por meio de batterias de filtros e por apparelhos estérilisados, que nos dão a agua á temperatura de 129° e debaixo de pressão, por isso isempta de micróbios.

Emfim em toda a prophylaxia nós teremos em vista a destruição do gérmen, bem como o impedir que a agua contendo-os seja ingerida.

PROPOSIÇÕES

Anatomia.—A rotula é um osso semoideo. Physiología. —O pulmão é uma glândula. Materia medica.—Como diurético prefiro o leite. Anatomia pathologica.—O bacillo de Eberth é especifico da febre typhoïde.

Pathologia interna.—O apparecimento das manchas róseas lenticulares ao fim de 7 a 8 dias de doença indicam a febre typhoide.

Pathologia externa.—Na arthrite tuberculosa coxo-femerol sempre que o pus se apresenta em abcessos circumscriptos, opto pela expectação.

Operações.- Nas amputações prefiro o methodo circular. Partos.--A primiparidade é a causa mais importante da albuminuria gravidica ordinária.

Hygiene.—A boa hygiene é meia cura e ás vezes única da febre typhoide.

Pathologia geral.—As diflerenças de melo fazem variar a mortalidade nas epidemias.

Visrn. Pode ia piímir se,

Dr. Souto. W. de Lima.

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