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5 ALGUNS PRESSUPOSTOS E CONSIDERAÇÕES SOBRE CURRÍCULO

5.3 Algumas considerações sobre as matrizes curriculares para o ensino médio

5.3.4 Língua portuguesa

OS PCN (BRASIL, 2000b, p. 52) concebem a língua como um patrimônio cultural coletivo, que nos apropriamos de maneira progressiva, com a mediação da família, amigos, etc. enfim, com as interações sociais. Parte também do pressuposto que a base elementar da língua foi construída durante o ensino fundamental e cabe ao ensino médio proporcionar aos estudantes seu aprofundamento nos seus aspectos letrados, principalmente no tocante à escrita e leitura de textos literários.

Segundo os PCN (BRASIL, 2000b, p. 52):

As competências e habilidades propostas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM) permitem inferir que o ensino de Língua Portuguesa, hoje, busca desenvolver no aluno seu potencial crítico, sua percepção das múltiplas possibilidades de expressão linguística, sua capacitação como leitor efetivo dos mais diversos textos representativos de nossa cultura. Para além da memorização mecânica de regras gramaticais ou das características de determinado movimento literário, o aluno deve ter meios para ampliar e articular conhecimentos e competências que possam ser mobilizados nas inúmeras situações de uso da língua com que se depara na família, entre amigos, na escola, no mundo do trabalho.

Segundo os PCN (BRASIL, 2000a, p. 95) as competências e habilidades que constituem a área, permitem ao educando:

• compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de: organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação;

• confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas;

• analisar, interpretar e aplicar os recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização e estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção;

• compreender e usar a Língua Portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização do mundo e da própria identidade;

• conhecer e usar língua(s) estrangeira(s) moderna(s) como instrumento de acesso a informações e a outras culturas e grupos sociais;

• entender os princípios das tecnologias da comunicação e da informação associá-las aos conhecimentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte e aos problemas que se propõem solucionar;

• entender a natureza das tecnologias da informação como integração de diferentes meios de comunicação, linguagens e códigos, bem como a função integradora que elas exercem na sua relação com as demais tecnologias;

• entender o impacto das tecnologias da comunicação e da informação na sua vida, nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social; • aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para sua vida.

Ainda segundo a proposta citada, os conceitos e competências gerais a serem desenvolvidos, são eles: 1 – Linguagens: verbal, não verbal e digital; 2 – Signo e símbolo; 3 – Denotação e conotação; 4 – Gramática; 5 – Texto; 6 – Interlocução, significação, dialogismo e 7 – Protagonismo.

Quadro 1 – Competências e habilidades

Competências e habilidades 1. Utilizar linguagens

nos três níveis de competência: interativa, gramatical e textual.

Ser falante e usuário de uma língua pressupõem:

• a utilização da linguagem na interação com pessoas e situações, envolvendo:

– desenvolvimento da argumentação oral por meio de gêneros como o debate regrado;

– domínio progressivo das situações de interlocução; por exemplo, a partir do gênero entrevista;

• o conhecimento das articulações que regem o sistema linguístico, em atividades de textualização:

– conexão; coesão nominal;

– coesão verbal; e mecanismos enunciativos.

• a leitura plena e produção de todos os significativos, implicando – caracterização dos diversos gêneros e seus mecanismos de articulação;

– leitura de imagens;

– percepção das sequências e dos tipos no interior dos gêneros; – paráfrase oral, com substituição de elementos coesivos, mantendo-se o sentido original do texto.

2. Ler e interpretar: Ser leitor, no sentido pleno da palavra, pressupõe uma série de domínios:

• do código (verbal ou não) e suas convenções;

• dos mecanismos de articulação que constituem o todo significativo;

• do contexto em que se insere esse todo. 3. Colocar-se como

protagonista na produção e recepção de textos

Ser produtor de textos, falados ou escritos, e atuar como interlocutor e leitor requer o desenvolvimento progressivo de diversas habilidades e competências. Entre tantas, a correspondência com os colegas e com membros da comunidade – por fax e correio eletrônico (e-mail, chat), por exemplo – é uma atividade que desenvolve essa competência. 4. Aplicar tecnologias da

comunicação e da

informação em situações relevantes

Quadro 2 – Investigação e Compreensão

Investigação e Compreensão

1. Correlação Os múltiplos gêneros, escritos e orais, apresentam pontos que os aproximam e que os distanciam...

2. Análise e síntese A correlação se amplia na medida em que se exercita a análise e, posteriormente, a síntese. A análise do contexto da época, que dá contorno à situação de produção e às escolhas efetivadas pelo autor de um texto, propicia o levantamento de elementos inter e intratextuais...

3. Identidade Espera-se que o aluno do ensino médio consiga reconhecer e saiba respeitar produtos culturais tão distintos quanto um soneto árcade ou um romance urbano contemporâneo... 4. Integração O reconhecimento de identidades – na língua, nos textos,

entre as diversas linguagens – pode propiciar a integração entre essas manifestações da cultura...

5. Classificação Discriminar categorias é uma tentativa de ordenar os saberes de forma clara e lógica, visando sua transmissão para outras pessoas, em outros tempos ou espaços. Sabe-se que toda classificação carrega em si uma tendência à simplificação e não é capaz de abarcar a complexidade dos fenômenos por inteiro. Ainda assim, a escola tende a utilizar esse procedimento, pois, por meio dele, pode-se atingir maior sistematização dos conhecimentos...

6. Informação versus redundância

Do ponto de vista da língua, é importante que o aluno domine estes dois conceitos não só para determinar a relevância de determinadas informações como também para proceder a análises críticas de textos escritos e orais... 7. Hipertexto O conceito refere-se à relação que une um texto B

(hipertexto) a um texto anterior (hipotexto)...

Fonte: PCN (BRASIL, 2000b).