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O LADO MONETÁRIO DA ECONOMIA MOEDA

BALANÇO DE PAGAMENTOS

AULA 11 O LADO MONETÁRIO DA ECONOMIA MOEDA

Nas sociedades antigas o comércio era baseado no escambo, que era a troca de uma mercadoria diretamente por outra. Mas, o que acontecia se eu tivesse um boi e quisesse adquirir 10 quilos de trigo?

Ocorre que as civilizações passaram a utilizar uma mercadoria que fosse de aceitação geral na sociedade, para se usar como intermediária nas trocas. O gado, o sal e finalmente os metais (ferro, cobre, bronze) eram chamados de moedas-

mercadorias, podendo ser transportados e divididos. Ocorre que a abundância

desses materiais prejudicava a circulação dessas mercadorias. Para se solucionar esse problema começaram a ser utilizados os metais nobres (prata e ouro), que eram escassos o suficiente para conservar valor. Então as moedas passaram a ser

cunhadas em ouro e prata, para evitar as falsificações e facilitar a circulação num

determinado país.

Mas se um negócio tivesse quer ser feita a longas distâncias, havia ainda o problema dos transportes e assaltos, muito comuns na Idade Média. Surgiram então as casas de custódia, que guardavam as moedas dos cidadãos e forneciam um

certificado de depósito, que depois passaram a ser usados como moeda, dando

direito ao seu titular de retirar junto à casa de custódia a quantidade de ouro ou prata representada no papel. Esses certificados eram chamados de moeda-papel.

A partir do século XIX o governo assumiu a responsabilidade de emitir moeda. Essa moeda era lastreada (garantida) pela quantidade de metais preciosos que o país possuía. A moeda continuava a ser moeda-papel e a sua conversibilidade em ouro ou prata era garantida pelo Estado.

Porém, a quantidade de trocas foi crescendo de modo absurdo, mas a quantidade de metal precioso não acompanhou essa expansão. Passou-se a adotar a conversão parcial e depois a moeda se desmaterializou-se por completo. Hoje, não nenhum lastro de metais preciosos em relação a moeda e esta é totalmente

fiduciária, ou seja, baseada na confiança da sociedade e na produção de bens e

serviços. A moeda fiduciária, sem lastro, hoje é denominada de papel-moeda e é formada pelas moedas metálicas e notas que circulam livremente no país.

MOEDA ESCRITURAL:

A moeda escritural é representada pelos depósitos do público nos bancos comerciais e que são movimentados pelos seus titulares através de cheques e hoje em dia pelos cartões de débito. O depósito no banco é a moeda, mas o cheque

não! O cheque é apenas uma autorização de saque. Se o cheque fosse moeda todas

FUNÇÕES DA MOEDA:

Intermediária das trocas: É a sua função principal. Deve ter a confiança e

aceitação geral dos agentes econômicos.

Medida de valor: Os valores dos bens e serviços transacionados na economia são

expressos em quantidade de moeda, através dos preços.

Reserva de valor: Se não for gastar toda a sua renda com bens, ele pode guardar a

sobra em forma de moeda nos bancos. MEIOS DE PAGAMENTO:

É o volume da oferta de moeda em circulação na economia. São divididos em quatro grupos:

M1: papel-moeda em poder do público + depósitos à vista nos bancos;

M2: M1 + poupança + títulos privados (depósitos a prazo, letras cambiais, hipotecárias e imobliárias, CDB);

M3: M2 + fundos de renda fixa + operações compromissadas com títulos públicos baseados na SELIC e,

M4: M3 + títulos públicos federais, estaduais e municipais. DEMANDA POR MOEDA

É a quantidade de moeda que o setor não-bancário (público e empresas) retém. Em geral a moeda é retida para:

a) Demanda de moeda para transações: dia-a-dia, consumo, alimentação, etc... b) Demanda de moeda por precaução: público e empresa precisam de moeda

para realizar pagamentos imprevistos;

c) Demanda de moeda por especulação: a moeda é retida observando-se o comportamento da rentabilidade dos títulos. Embora não apresente rendimentos, tem a vantagem de ter liquidez imediata, viabilizando novas aplicações.

Os dois primeiros motivos dependem diretamente do nível de renda. Já a especulação é realizada de acordo com a taxa de juros: quando a taxa de juros está alta, o custo de reter moeda torna-se alto; as pessoas preferem desfazer-se dela, comprando outros ativos. Quando a taxa de juros está baixa, o custo de se reter moeda torna-se baixo e a rentabilidade dos ativos também fica baixa. As pessoas podem “especular”, retendo a moeda à espera de um possível aumento nos juros.

SISTEMA FINANCEIRO

Para a captação de poupanças e, portanto, a realização de investimentos, o sistema financeiro de um país deve ser forte, consolidado e inspirar confiança. É essa confiança que garante a intermediação financeira entre os poupadores (agentes econômicos superavitários) e investidores (agentes econômicos deficitários).

O sistema financeiro é dividido em cinco grandes mercados:

A - Mercado Monetário: são as operações de curtíssimo prazo, visando suprir as necessidades de caixa dos agentes econômicos, entre eles as instituições financeiras. Estão incluídas as operações de open Market, hot-money, CDIs (certificados de depósitos interbancários;

b – Mercado de Crédito: atende a demanda de crédito para aquisição de bens de consumo duráveis e do capital de giro das empresas. Esse mercado é determinado principalmente pelas instituições bancárias, embora o governo também atue através da Caixa Econômica e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social);

c - Mercado de Capitais (Mercado de Valores Mobiliários): supre as exigências de recursos de médio e longo prazos, principalmente com a realização de investimentos de bens de capital pelas empresas. Nesse mercado são negociados na maioria das vezes os títulos de médio e longo prazo (debêntures e ações). Também são negociados títulos que se derivam do valor de outros títulos (derivativos) como opções e mercado futuro.

d – Mercado Cambial: nesse mercado são realizados a compra e venda de moeda estrangeira, visando necessidades como importação, exportação e viagens. Todas as operações no mercado cambial devem ser realizadas por instituições financeiras. e – Mercado de Seguros, Capitalização e Previdência Privada: nesse mercado são captados recursos para a proteção a riscos (seguro), capitalização, aposentadoria, e pensões (previdência privada).

INFLAÇÃO

A inflação pode ser definida como sendo uma alta persistente e generalizada dos preços numa economia.

Essa alta deve ser geral, ou seja, todos os produtos devem sofrer acréscimos em seus preços. Como o Nível Geral de Preços reflete as flutuações de todos os bens e serviços realizados pela economia, a inflação também pode ser definida como sendo uma elevação persistente no nível geral de preços ao longo do tempo. No Brasil, o índice oficial de preços é o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor

Amplo), um índice do IBGE, computado pelas famílias que ganham de 1 a 40 salários mínimos. Ele é medido entre o 1º e o 30º dia do mês

As fontes de inflação costumam ser as seguintes:

a – tipos de estrutura de mercado (monopólios, oligopólios, concorrência monopolística), que traduz a capacidade dos setores em repassar aumentos de custos aos preços dos produtos e serviços;

b – grau de abertura da economia ao comércio exterior: quanto mais aberta a economia à competição externa, maior a concorrência e menores os preços dos produtos;

c – organização trabalhista: quanto maior o poder de barganha dos sindicatos, maior a capacidade de obter ajustes de salários acima dos índices de produtividade, pressionando assim os preços.

Alguns problemas ocasionados pela inflação são a perda do poder aquisitivo dos salários, a indexação dos salários (correção com base na inflação, que tende a perpetuá-la), perda da confiança do público, desorganização dos mercados de capitais e do setor público.

Existem dois tipos de inflação: a inflação de demanda e a inflação de custos.

Inflação de demanda: é a inflação causada pelo aumento da Demanda Agregada.

Pode ocorrer pelo aumento de investimentos, aumento dos gastos do governo, aumento das exportações, redução dos impostos, redução das importações e aumento da oferta de moeda.

Inflação de Custos: é a inflação causada pela diminuição da Oferta Agregada. Pode

ocorrer pelo aumento dos salários acima do aumento da produtividade (sindicatos fortes), aumento de preços agrícolas (desgraças naturais), e elevação dos preços de produtos importados.

A inflação brasileira ocorrida nos anos de 1970-80 foi tida como um tipo especial, denominado inflação inercial. As causas para esse tipo de inflação englobam muito outros fatores de ordem conjuntural e estrutural, como a existência dos monopólios, oligopólios e choques internacionais.

EXERCÍCIOS

1 – Faça uma síntese a respeito do surgimento da moeda. 2 – Quais são as funções da moeda?

5 – Explique a demanda de moeda para especulação.

6 – No seu entendimento, a inflação brasileira existente até 1994 era uma inflação de custos ou de demanda?

7 – Qual é o índice oficial de preços no Brasil?

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