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MACROECONOMIA INTRODUÇÃO

Para podermos traçar cenários econômicos ou analisar séries econômicas do passado, é imprescindível o domínio da Macroeconomia, ou como já sabemos, o estudo dos grandes agregados. Este é o ramo da teoria econômica que trata da economia como um todo, analisando e determinando o comportamento da renda, produto nacional, investimento, poupança e consumo agregado, nível geral de preços, emprego e desemprego, estoque de moedas e taxas de juros, balanço de pagamentos e taxa de câmbio.

Na internet, nos jornais e nos noticiários econômicos, a macroeconomia é mais explorada que a micro. Você deve estar atento: a maioria dos temas de entrevistas, testes, dinâmicas de grupo e concursos vão abordar a macro.

A) METAS MACROECONÔMICAS:

As principais metas que a política macroeconômica visa atingir são as seguintes:

1 – ALTO NÍVEL DE EMPREGO = Essa foi uma questão que surgiu de maneira arrebatadora após a Grande Depressão de 1929. O emprego nos Estados Unidos na primeira metade da década de 1930 caiu 25% e o total de todas as suas riquezas 30%. John Maynard Keynes representou então um marco na história e teoria econômica ao elaborar sua obra (a principal da Macroeconomia) A teoria geral do emprego, do juro e da moeda, de 1936, iniciada com uma série de artigos após 1929. Desde então o pleno emprego do fator trabalho vêm sendo uma meta obsessiva da maioria dos governos.

2 – ESTABILIDADE DE PREÇOS = Veremos mais tarde um estudo aprofundado do fenômeno inflacionário. Define-se inflação como um aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços. A inflação é maligna porque distorce a distribuição de renda, as expectativas das empresas, o mercado de capitais e o Balanço de Pagamentos. A obtenção de um crescimento estável requer uma série de controles no que se refere a políticas inflacionárias. A maioria dos países não- desenvolvidos tem ou já tiveram problemas com a inflação (pergunte aos seus pais como era a vida na década de 1980!!!)

3 – DISTRIBUIÇÃO EQUITATIVA = De que adianta um país crescer tanto, como aconteceu no Brasil nos anos de 1970, na China e na Índia de hoje, se o bolo não for repartido de forma, ao menos justa? A concentração de renda é um dos

geográficas (sul e sudeste) quanto em classes sociais (A e B no Brasil, como nas castas indianas que você acompanhou na novela das 8 quando matava aula).

4 – CRESCIMENTO ECONÔMICO E DESENVOLVIMENTO ECONÕMICO = Nós acompanhamos no estudo da Curva de Possibilidades de Produção que há certo limite nas combinações e uso dos fatores de produção e tecnologia. A partir de certo ponto, ou se descobre novas fontes desses fatores ou o crescimento é paralisado. Então as teorias de crescimento econômico (crescimento, principalmente do Produto e Renda Nacional) pregam um aumento na quantidade e disponibilidade de mercadorias e serviços à disposição da sociedade. Isso é

Crescimento Econômico. Agora, com o crescimento econômico deve vir uma

melhor distribuição de renda e melhora nos níveis dos indicadores sociais, como pobreza, desemprego, meio ambiente, moradia, etc. Isso se chama Desenvolvimento

Econômico. Atualmente são dois termos muito retratados pelos economistas e

governantes. Não se deve confundir seu significado, mesmo, que o governo tende levar a essa situação por interesse próprio.

Então, por Crescimento Econômico devemos entender o crescimento do Produto da economia, no caso do Brasil o Produto Interno Bruto (PIB). Para ultrapassar a CPP e produzir mais bens e serviços deve-se modificar a quantidade e qualidade do capital e da mão-de-obra. Isso ocorrerá pelo aumento e melhoria da força de trabalho (investimentos em educação), aumento no estoque de capital e avanços tecnológicos. Estudos mostram que para que se possa aumentar o PIB brasileiro em mais 3%, o investimento em capital físico (FBKF) deve ser aumentado na ordem de 10% (relação capital-produto de 3).

Não podemos esquecer que crescimento econômico é o crescimento da economia (Produto e Renda). Por sua vez, quando falamos de melhoria na qualidade de vida da população (saltos em educação, melhoria de saúde, segurança pública, saneamento básico, ou seja, no bem estar) estamos falando de Desenvolvimento

Econômico. Repare que os dois conceitos são consequências e se entrelaçam, pois,

como vimos, só se melhora a mão-de-obra através de investimentos na educação, que leva à cidadania e ao desenvolvimento econômico e social.

Um crescimento econômico robusto se dá por altas taxas de poupança, que como já vimos é uma condição obrigatória para o investimento (acumulação de capital). Esse crescimento deverá se transformar no longo prazo em desenvolvimento econômico, desde que a renda não se concentre (como no caso brasileiro) e se respeite os limites da natureza do país.

B) INSTRUMENTOS

DE

POLÍTICA

MACROECONÔMICA

Depois que Keynes mostrou ao mundo que o governo deveria atuar de forma marcante na economia para corrigir as imperfeições do sistema (diferente dos economistas clássicos que acreditavam na Mão-Invisível, ou seja, que o próprio sistema corrigia as imperfeições e que a ação do Estado/Governo era indispensável), os governos de praticamente todas as economias capitalistas de mercado atuam sobre a capacidade produtiva (OFERTA AGREGADA) e nas despesas planejadas (DEMANDA AGREGADA).

OFERTA AGREGADA: quantidade de bens ou serviços que o conjunto dos ofertantes produz e oferece ao mercado, em determinado período de tempo e por determinado preço – soma das ofertas individuais.

DEMANDA AGREGADA: quantidade de bens e serviços que a totalidade dos consumidores deseja e está disposta a adquirir em determinado período de tempo por determinado preço – e a soma de todas as demandas individuais desse produto.

São estes os instrumentos de Política Macroeconômica:

1 – POLÍTICA FISCAL = Todos os instrumentos de que o governo dispõe para a arrecadação de tributos (política tributária) e controle de suas despesas (política de gastos).

Mas, o que acontece quando o governo gasta mais dinheiro do que arrecada? A resposta é simples: a mesma coisa de quando você gasta mais do que ganha, ou seja, dívida. Para se endividar o governo emite títulos públicos, que qualquer um, pessoas, bancos ou empresas podem comprar. Quando esses agentes compram os títulos do governo e o pagam em dinheiro, o governo usa esse dinheiro para tapar seus gastos acima do orçamento. O nome dessa venda e também compra de títulos é

open market.

Mas existem outras hipóteses. Se o objetivo da política fiscal for a redução da inflação, por exemplo, o governo tentará diminuir os seus gastos públicos e aumentar a carga tributária para diminuir o consumo das famílias e o investimento das empresas. Essa será a política fiscal contracionista ou restritiva.

Se objetivo for o contrário, isto é, maior crescimento e maior emprego, o governo faria como recentemente fez: diminuiria os impostos (IPI para os carros) e aumentaria os seus gastos, para que a economia pudesse alavancar e crescer mais. Essa será a política fiscal expansionista.

determinar ele sempre lidará com diferentes desejos de dois grupos, os

produtores/consumidores (pessoas que desejam consumir e empresas que desejam

emprestar dinheiro para investir na produção) ou os especuladores (agentes que desejam ganhar dinheiro sem nada produzir, sempre almejando juros maiores para multiplicar seu dinheiro).

A política monetária tem como um dos principais objetivos controlar a liquidez da economia, ou seja, a quantidade de moeda disponível, que pode ser gasta de imediato. Para isso o governo possui um verdadeiro arsenal de instrumentos. São eles:

a) emissões de moeda: o governo pode injetar mais moeda na economia, se decidir.

É bom lembrar que a emissão de moeda sem lastro (garantia) na produção de bens e serviços, pode causar inflação de demanda.

b) as reservas compulsórias: é o dinheiro dos bancos comerciais retidos pelo

governo. Trata-se de uma parte, principalmente dos depósitos feitos à vista pelo público nos bancos, que fica retida numa conta vinculada ao governo. Se os bancos emprestassem tudo que entra de depósitos em seu caixa o efeito multiplicador da moeda seria grande, também podendo causar inflação.

c) open market: compra e venda de títulos públicos. Quando o governo quer

diminui a liquidez da economia, vende os seus títulos e retira dinheiro do público; quando quer aumentar, recompra os títulos. Vai depender se a política monetária do momento for restritiva ou expansionista.

d) o redesconto: empréstimos do governo aos bancos comerciais. Quando os bancos

comerciais não conseguem fechar seu caixa, optam por uma linha de crédito do governo. O aumento ou diminuição dessa taxa, dependendo do interesse da política monetária, fará com que os bancos emprestem menos dinheiro.

e) o controle sobre o crédito e taxas de juros. Juros é o preço da moeda. Quanto

maior for a taxa de juros da economia, mais difícil será para as pessoas e empresas tomarem dinheiro emprestado; melhor será a vida dos especuladores. A taxa de juros utilizada pelo governo é a famosa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia. Essa taxa determina a taxa que os bancos cobrarão das pessoas físicas e jurídicas.

3 – POLÍTICA CAMBIAL E COMERCIAL = Atuam sobre as variáveis relacionadas ao setor externo da economia, ou seja, a relação comercial com outros países. Trata-se da taxas de câmbio (fixo ou flutuante), incentivo às exportações ou desestímulos às importações, etc. Será tratado em aula separada.

4 – POLÍTICA DE RENDAS (CONTROLE DE PREÇOS, SALÁRIOS, ALUGUÉIS) = Normalmente utilizados no controle da inflação, agindo diretamente sobre as rendas (salários, lucros, juros e aluguel). Também pode estar condicionada a programas de cunho social, de forma a manter a demanda agregada.

EXERCÍCIOS

1 – Quando o Governo estoura seu orçamento, ele: a) Emite dinheiro;

b) Emite obrigações; c) Emite títulos públicos; d) Emite orçamento;

e) Nenhuma das anteriores.

2 – São instrumentos de Política Monetária: a) Redesconto, over night, compulsório; b) Compulsório, taxa de desconto, juros; c) Taxa de juros, redesconto, compulsório; d) Tributos, câmbio desvalorizado, redesconto. e) Nenhuma das anteriores.

3 - Qual é a sua opinião sobre os programas sociais de renda, como o Bolsa Família? 4 – Se o PIB brasileiro crescer 10% em 2011, ocorreu crescimento econômico ou desenvolvimento econômico?

5 – Por que o Brasil não é um país desenvolvido como a Suécia ou Noruega? Cite os 5 principais motivos para essa situação.

6 – Você é o Ministro da Fazenda de um país onde a grande liquidez fez com que as pessoas tivessem muito mais acesso às mercadorias e ao crédito. De tanta demanda a inflação promete disparar. Quais medidas de política monetária você deveria tomar? 7 – Cite uma medida de política fiscal que pode ser adotada em meio de uma grande recessão econômica.

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