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CAPÍTULO  1.   EAD: UMA NOVA MODALIDADE DE ENSINO 7

1.3   A Legislação que trata da EAD 19

Para retratar a Legislação sobre a EAD no Brasil faz-se necessário voltar ao tempo e lembrar de sua fundamental importância na disseminação dos cursos livres profissionalizantes e por correspondência na década de 40.

Cabia a EAD o desafio de ser bem-sucedida e eficiente à visão da sociedade educativa e romper com os preconceitos e paradigmas existentes sobre sua metodologia.

Atendendo a educadores situados a longa distância social e geográfica, sem um perfil muito claro, utilizando tecnologias pouco crediveis inicialmente, os nichos por ela encontrados foram os dos chamados cursos livres, na legislação brasileira. (GOMES, 2008. p.21)4

Durante o chamado Estado Novo no Brasil, surge a primeira LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de no. 4.024, de 20 de dezembro de 1961 – abrindo uma porta estreita

4Se refere a uma metáfora utilizada pelo autor onde compara com uma alusão discriminatória a Educação tradicional com um feudo e a EAD

para a efetivação desta modalidade de ensino com a permisão para a criação de cursos ou Escolas experimentais.

Em 1971, a Lei no. 5.692 de 15 de agosto do mesmo ano manteve o dispositivo anterior dispondo que os conselhos de educação pudessem autorizar regimes pedagógicos diversos em âmbito nacional. Vislumbrou ainda o uso de diversas mídias como a rádio, televisão e correspondência nos cursos supletivos para abranger um número maior de alunos.

Art. 25. § 1º Os cursos supletivos terão estrutura, duração e regime escolar que se ajustem às suas finalidades próprias e ao tipo especial de aluno a que se destinam. § 2º Os cursos supletivos serão ministrados em classes ou mediante a utilização de rádios, televisão, correspondência e outros meios de comunicação que permitam alcançar o maior número de alunos. (Lei no. 5.692 de 15 de agosto de 1971)

Então, a EAD se torna mais próxima da linha que a separa de um modelo educacional eficiente e formal num tempo onde vivia-se um clima de deslumbramento ante a ciência e as novas tecnologias. Lobo Neto diz que os equipamentos viabilizadores destas tecnologias sobrepunham os desafios do tempo e espaço. A integração de imagens e sons superou a radiofusão e o mídia escrita encantando cada vez mais pessoas

Assim é que, em 20 de dezembro de 1996, com a promulgação da Lei 9.394, a 2ª.LDB nacional a Educação a Distância passou a ser considerada alternativa regular – elevando o status desta modalidade de ensino – de prestação educacional aos brasileiros.

A educação a distância deixa de pertencer ao elenco de projetos sempre designados como "experimentais", ao sabor de momentâneas e autoritárias arbitrariedades, tanto a favor quanto contra, sem qualquer respeito a resultados educacionais concretos. (Lobo Neto, F.J.S. Informativo SENAC)

Sua regulamentação veio com mais de um ano de atraso pelo Decreto no. 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, onde se destaca os dispositivos que trata a EAD como um regime especial

de ensino, flexível, abrangente a todos os níveis e modalidades de ensino com a exceção de mestrados e doutorados; da presencialidade obrigatória das avaliações/exames de rendimento dos alunos dentre outros.

Vale lembrar que a ascensão legal da EAD no Brasil veio a aumentar as comparações e dúvidas decorrentes desta modalidade surgindo assim vários artigos e debates a cerca do tema. Nesta mesma época já existia a ABED que tem como objetivo desde sua criação o desenvolvimento e amparo técnico científico da educação a distância.

Surgiu em seguida o Decreto no. 5.622, de 19 de dezembro de 2005 revogando o Decreto de 1998, expandindo as regras de funcionamento da EAD, porém mantendo-a como “modalidade educacional na qual a mediação didática pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educacionais em lugares ou tempos diversos.”

Complementa a LDB no que se refere a presencialidade, agora não somente para as avaliações de estudantes mas também estágios, defesas de trabalhos, atividades laboratoriais e a obrigatoriedade de criação de polos no país e no exterior. Outro ponto relevante foi a prevalência dos exames sobre qualquer outra atividade avaliativa do processo, além de equiparar a EAD com a educação presencial quanto ao número de vagas dispostas nas Universidades e as mesmas regras dentro do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - o SINAES.

A portaria MEC no. 4.059, de 10 de dezembro de 2004, autorizou normas anteriores e instituiu a introdução optativa de 20% do currículo na modalidade a distância contemplando a semi-presencialidade nos cursos regulares de graduação. Medida bem recebida pelas IES (Instituições de Ensino Superior) devido à diminuição de custos que permite. Já aos alunos é uma forma de conviver e se atualizar com uma nova e atraente modalidade de ensino. É superar ainda mais a barreira do preconceito e da falta de conhecimentos sobre a educação a distância aproximando de um modelo que possa se adequar mais facilmente as condições de vida do aluno. Outro fator que contribuiu para o “boom” da EAD, desde então, é a utilização, cada vez maior, deste modelo de ensinar por parte das organizações privadas e públicas que

passaram a formar, treinar e capacitar seus funcionários, on line, em serviço, com uso de plataformas desenvolvidas especificamente para esta finalidade. O sucesso desta ferramenta aumentou também o número de empresas especializadas que oferecem este tipo de serviço desde a parte funcional até a acessória didática pedagógica.

É uma estratégia de formação contínua de qualidade que os textos oficiais e as normas legais passam a se preocupar

Mais recentemente foi criado o Decreto no. 5.800, de 8 de junho de 2006, que foi um marco para a EAD no Brasil, pois dispõem sobre a UAB - Sistema Universidade Aberta do Brasil - com o intuito de descentralizar as atividades pedagógicas e administrativas relativos a cursos e programas de graduação em parceria com Universidades Públicas devidamente autorizadas pelo MEC.

O próximo passo foi estabelecer diretrizes que assegure a continuidade e valorização desta modalidade de ensino através do incentivo financeiro a bolsistas/pesquisadores e a participantes da preparação e execução dos cursos dos programas de formação superior, inicial e continuada no âmbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), vinculado à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a serem pagas pelo FNDE a partir do exercício de 2009 previsto na Resolução CD/FNDE nº 26, de 5 de junho de 2009

Tendo em vista que a EAD aproxima distancias antes vista como barreira a globalização do conhecimento o MEC brasileiro dispõe noartigo 4º, da Resolução CES/CNE 01, que “os diplomas de conclusão de cursos de pós-graduação stricto sensu obtidos de instituições de ensino superior estrangeiras, para terem validade nacional, devem ser reconhecidos e registrados por universidades brasileiras que possuam cursos de pós-graduação reconhecidos e avaliados na mesma área de conhecimento e em nível equivalente ou superior ou em área afim.

Os cursos de pós-graduação stricto sensu oferecidos no Brasil por instituições estrangeiras, diretamente ou mediante convênio com instituições nacionais,

deverão imediatamente cessar o processo de admissão de novos alunos. (Resolução CES/CNE nº 2, de 3 de abril de 2001)