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Legislações municipais

No documento Luiz André de Carvalho (páginas 59-62)

de Área Verde - IAV de 12 m2 (doze metros quadrados) por habitante por meio de projetos de plantio de árvores, enfatizando a mitigação da formação de ilhas de calor e da poluição sonora, além da conservação da biodiversidade.

Outra medida é a criação do Sistema Viário de Interesse Metropolitano – SIVIM (Decreto nº 50.684/2006), que, dentre os seus objetivos, inclui medidas de controle da poluição sonora no conjunto de vias principais e respectivas áreas de influência, utilizados pelos serviços metropolitanos de transporte coletivo urbano de passageiros sobre pneus.

De modo semelhante, a Política de Desenvolvimento do Ecoturismo e do Turismo Sustentável (Lei 10.892/2001, Art. 5°) deve contemplar a preservação das características da paisagem, prevenindo a poluição sonora, visual e atmosférica na localidade.

3.5 Legislações municipais.

No município de São Paulo, observa-se a Lei n° 8.106/74 que, embora revogada, lembra a evolução (ou involução) legislativa a respeito do tema. O Art. 1° prescrevia: “é proibido perturbar o sossego e bem-estar públicos e da vizinhança com sons de qualquer natureza que ultrapassem os limites previstos para as diferentes zonas de uso e horários, na presente lei e seus regulamentos”. A partir disso, observa-se que o legislador contemplava tanto o sossego público como o de vizinhança, algo raramente contemplado na legislação atual.

Os distintos níveis eram adequados por zonas, conforme os critérios de uso e de ocupação do solo, e certas atividades, como obras de construção e serviços públicos, tudo devia adequar-se a certos limites, segundo o período em que se desenvolvia: diurno (7h às 16h e16h às 19h) ou noturno (19h às 7h).

Além de impor restrições às obras de construção civil e púbicas, abordava nos artigos 8° a 11 sobre os “sons produzidos por fontes móveis e automotoras”, remetendo ao CONTRAN a fixação dos níveis máximos. No perímetro urbano, por exemplo, era proibido o uso de buzina a ar comprimido ou formas similares (Art. 10) e transitar com veículo sem o dispositivo silencioso de escapamento, conforme fornecido pelo fabricante (Art. 11).

39 Segundo as áreas de zoneamento, alguns dos limites de pressão sonora eram: estritamente industriais 79dB(A); predominantemente industriais 75dB(A); mista de alta densidade 71dB(A); mista de baixa densidade 67dB(A); predominantemente residenciais e especiais, variavam de 63dB(A) a 59dB(A); e estritamente residenciais 55dB(A).

Os estabelecimentos comerciais, industriais, institucionais, de prestação de serviços e as residências tinham que se adaptar aos níveis de som do Quadro IV da lei, conforme os horários. Apenas como exemplificação, um estabelecimento comercial em zona predominantemente residencial tinha como limite 59dB(A) no período diurno e 50dB(A) no período noturno. Em zona mista de alta densidade resultava 71dB(A) no período diurno e 59dB(A) no período noturno.

Essa norma foi revogada em parte, no que lhe era contrária, pela Lei n° 11.501/94 (em vigor) e, totalmente, pela Lei n° 11.804/95.

A Lei nº 11.501/94 é uma das normas aplicadas à poluição sonora hoje em dia. A citada norma, de forma semelhante à da capital fluminense, trata da emissão de ruídos decorrentes de quaisquer atividades sociais ou recreativas, em ambientes confinados, que obedecerão aos padrões, critérios e diretrizes estabelecidas na própria lei, sem prejuízo da legislação federal e estadual aplicável. Nesse caso, valerá a que seja mais restritiva (Art. 1°).

A modificação inserida pela Lei n° 11.986/1996 expandiu o conceito de espaços confinados, antes restritos aos espaços cobertos, para abranger como espaços confinados aqueles “cobertos ou não”.

O Art. 3° estabelece a obrigatoriedade do tratamento acústico com a finalidade de delimitar a passagem de som para o exterior de “estabelecimentos, instalações ou espaços, inclusive aqueles destinados ao lazer, cultura e hospedagem, e institucionais de toda espécie”, que utilizem de fontes sonoras com transmissão ao vivo ou qualquer sistema de amplificação.

Quando da solicitação dos respectivos alvarás de funcionamento para locais de reunião ou da licença de localização e funcionamento, deverá ser fornecido um laudo técnico 139 que comprove o tratamento acústico (Art. 4°), dentre outros documentos, como exigência admitida pelo Decreto n° 49.969/2008, Art. 38.

O laudo será preparado por empresa idônea com a assinatura de todos os profissionais devidamente identificados, incluindo habilitação, “layout” do imóvel,

40 descrição detalhada do projeto acústico, perda de transmissão ou isolamento sonoro das partições. Preferencialmente, em bandas de frequência de 1/3 (um terço) de oitava; com comprovação técnica da implantação acústica efetuada; levantamento sonoro em áreas possivelmente impactadas e apresentação dos resultados obtidos contendo as normas legais seguidas, croquis com os pontos de edição e conclusões (Art. 5°).

A validade do alvará de funcionamento para locais de reunião terá validade de 1(um) ano, e a licença de localização e funcionamento de 2 (dois) anos, podendo ser invalidados em qualquer tempo, caso haja qualquer alteração física do imóvel ou reformas que impliquem na alteração da proteção acústica (Art. 6°).

Em 1995, surgiu a Lei 11.804, ainda em vigor, para cuidar da aceitabilidade de ruídos na cidade de São Paulo, visando-se o conforto da comunidade. A referida lei veio revogar a Lei n° 8.106/74 e o seu decreto regulamentar por considerar como prejudiciais à saúde e ao sossego público emissões de ruídos em níveis superiores aos estabelecidos pela NBR 10.151 da ABNT (Art. 2°).

No parágrafo único da lei supracitada estabelece-se que o método a ser utilizado para a medição será o da própria NBR 10.151. Contudo, fixa-se o período diurno a partir das 6h, quando segundo a NBR 10.151 deve começar às 7h (Art. 2°, II). Mais adiante, o Projeto de Lei PL n°319/07 almejou alterar o início do período diurno para as 8h, mas após sofrer o veto total por parte do executivo municipal, confirmado pela Câmara, foi arquivado em 22/09/2009.

Os níveis máximos de emissão de ruído foram definidos pela Portaria Intersecretarial n° 01 do SEMAB/SAR/SEHAB/SMT/GCM/96, seguindo-se determinação do Art. 10 do Decreto n° 34.741/1994, que tomou por base a NBR 10.151, aumentando em 5dB os níveis noturnos para as áreas industriais e mista, e estipulando os horários diurno e noturno em função do zoneamento municipal.

A Lei nº 12.879/99, conhecida popularmente como “Lei da 1 hora”, também contribui indiretamente com a redução dos níveis de ruído durante o período noturno. Isso porque o referido dispositivo legal proíbe o funcionamento dos bares de portas abertas entre 1h e 5h da manhã. A proibição não se aplica a bares que possuem isolamento acústico, estacionamento, funcionários destinados à segurança e não atrapalham o sossego público.

41 Hoje em dia, a Lei n° 13.885/2004, legislação específica de zoneamento que incorporou os níveis de ruído para cada zona, sendo necessário conferir individualmente cada uma delas para verificar o nível máximo permitido de pressão sonora.

O Decreto n°45.817/2005 regulamenta a classificação dos usos em categorias, subcategorias, tipologias residenciais, bem como em grupos de atividades e atividades não residenciais para fins da legislação de uso e ocupação do solo.

O Art. 29, na Seção V, “Da instalação dos usos não residenciais”, estabelece que as mesmas devam atender também aos parâmetros de incomodidade definidos quanto à emissão de ruído por zona de uso entre os Quadros nº 02/a e nº02/g anexos.

No documento Luiz André de Carvalho (páginas 59-62)