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DL50 µg/mL 10 µg/mL 100 µg/mL 1000 µg/mL EHAGP 3,03 67,63 100 74,82 Dicromato de potássio 70 100 100 <1

Legenda: DL 50 = dose letal 50%; resultado obtido por regressão linear com médias das triplicatas, dicromato de potássio= controle positivo.

O extrato EHAGP apresentou DL50 de 74,82 µg/mL. Com base nos critérios estabelecidos por Meyer et al. (1982) as amostras com DL50 < 1000 µg/mL são ativas, enquanto aquelas que apresentarem DL50 > 1000 µg/mL são consideradas inativas e Dolabela (1997) considera o produto com DL50 ≤ 80 µg/mL altamente tóxico, DL50 entre 80 e 250 µg/mL moderadamente tóxico, e acima de 250 µg/mL atóxico ou levemente tóxico, conclui-se, portanto, que o EHAGP foi ativo.

Catanhede et al. (2007) e Catanhede (2008) demonstraram elevada citotoxicidade em amostras de geoprópolis oriundas do Cerrado e da Baixada maranhense, em ensaio com Artemia salina. Santos (2008) apresentou resultados semelhantes com geoprópolis da Baixada maranhense, verificando elevado efeito citotóxico em 13 das 14 amostras em estudo.

Velikova et al. (2000b), analisaram 21 amostras de própolis produzidas por diferentes espécies de meliponíneos, e verificaram que aquelas ricas em terpenos (diterpenos), apresentaram elevada citotoxidade frente à Artemia salina.

A demanda por produtos orgânicos e naturais cresce a cada ano, os consumidores exigem cada vez mais, produtos ausentes de resíduos tóxicos e medicamentosos, assim têm-se realizado inúmeros estudos na busca de informações sobre o uso dos recursos naturais que possam ser utilizados no combate a ectoparasitas, em especial ao carrapato bovino Rhipicephalus (Boophilus) microplus (ALBUQUERQUE; OLIVEIRA, 2007).

O EHAGP foi submetido ao teste de sensibilidade larvar, para verificação de sua efetividade no combate ao Rhipicephalus Boophilus microplus (espécie de carrapato bovino, que pode transmitir inúmeras doenças ao rebanho e causar perdas econômicas ao agropecuarista). O EHAGP não obteve efetividade frente às larvas do parasito testado, conforme descrito na tabela 5.

Tabela 5. Eficácia do teste de sensibilidade larvar em papel impregnado com extrato hidroalcoólico de geoprópolis de Melipona fasciculata (EHAGP)

AMOSTRA ENSAIO VIVO MORTO % MORT. %MORT TOT.

EHAGP (250 mg/mL) 1 166 4 2,35 1,87 2 156 2 1,27 3 214 5 2,28 4 185 3 1,60 Álcool 70% 1 130 0 0,00 1,13 2 129 2 1,53 3 100 0 0,00 4 130 4 2,99

Legenda: % Mort= percentual de mortalidade, %Mort tot.= percentual de mortalidade total

Pacheco et al. (2006), utilizando extrato hidroalcoólico de própolis (1; 1,5; 2,0; 2,5% ) não obteveram efetividade no controle de R. (Boophilus) microplus e consideraram baixas estas concentrações, sugerindo a realização de estudos com concentrações mais elevadas. Já Oliveira et al. (2004) utilizaram extrato de própolis contra o curuquerê-da-couve (Ascia monuste) e só obteveram resultado significativo a uma concentração de 25%.

Para o controle efetivo de fungos e bactérias é fundamental o conhecimento sobre a biologia dos patógenos, os seus mecanismos de virulência e os processos de interação com o hospedeiro. Além disso, o relato cada vez mais freqüente de linhagens resistentes aos antifúngicos e antibióticos disponíveis no mercado torna necessárias investigações sobre outras substâncias que atuem de maneira mais específica possível contra fungos e bactérias (FARNESI, 2007).

A atividade antifúngica do EHAGP frente aos microorganismos Candida albicans, Candida glabrata, Candida tropicalis e Candida parapsilosis, está demonstrada na Figura 10. O extrato não apresentou efetividade na inibição do crescimento fúngico.

Velikova et al. (2000b), em estudo com própolis e geoprópolis de meliponíneos verificaram fraca atividade dos extratos contra Candida albicans, e baixa ou nenhuma atividade contra E. coli. Farnesi (2007) observou efetividade do extrato hidroalcoólico geoprópolis de Melipona fasciculata contra o fungo Trichophyton rubrum, e inatividade frente ao Aspergilus nidulans.

Figura 10: Antifungigrama do extrato hidroalcoólico de geoprópolis (EHAGP)frente às espécies: A – Candida albicans; B- Candida glabrata, C- Candida tropicalis; D: Candida parapsilosis.

Legenda: 1=Tampão Fosfato 0,1M a 5% de etanol P.A; 2= EHAGP diluído1: 4; 3=EHAGP diluído 1:6; 4=

EHAGP diluído 1:8; 5= Fluconazol.

Processos oxidativos produzem radicais livres que causam muitos problemas para a saúde humana como câncer, doenças degenerativas do coração e são relatadas como causadoras de envelhecimento (SCHELLER et al., 1994; MORAES, 2007), diabetes, cataratas, imunodeficiência, rugas entre outros (DORMANDY, 1989; FULIANG et al., 2005; OGETURK et al., 2005).

A atividade antioxidante do extrato hidroalcoólico EHAGP, foi analisada através do método fotocolorimétrico in vitro de seqüestro de radical livre DPPH (2,2-difenil-1-picrilidrazil), que apresentou atividade antioxidante em todas as concentrações testadas, cujos valores variaram de 9,7 a 55,73%, conforme dados da tabela 6.

A B C D 2 1 4 3 5 1 2 3 4 5 3 1 2 5 2 3 4 1 5

Tabela 6. Atividade antioxidante (%)* do extrato hidroalcólico da geopropólis de Melipona fasciculata (EHAGP), pelo método de sequestro do radical livre estável DPPH.

Legenda *(% inibição) para cada uma das concentrações após a média de três análises ± desvio padrão,

**Controle positivo: soluções padronizadas de rutina nas mesmas concentrações que os extratos.

Os polifenóis são reportados como os mais abundantes e efetivos antioxidantes em amostras de própolis (SCHELLER et al., 1990; KUMAZAWA et al., 2004). Vários autores têm relacionado à atividade antioxidante dos extratos hidroalcóolicos de própolis ao seu elevado teor de flavonóides (BASKOTA et al., 1998; BANKOVA; POPOVA, 2007).

Própolis e geoprópolis contêm substâncias de alta atividade antioxidante como flavonóides e outros compostos fenólicos (BURDA; ORLESZEK, 2001; MOREIRA et al., 2008; AZEVEDO, 2009).

Da Silva et al. (2006) relacionaram atividade antioxidante de própolis de Apis mellifera de diferentes regiões brasileiras, com os teores de flavonóides, sugerindo que os flavonóides desempenham um importante papel na atividade antioxidante das própolis brasileiras.

Segundo Kumazawa et al. (2004) os fenólicos totais são considerados os principais responsáveis pela atividade antioxidante em própolis.

Estudos realizados por Moreira et al. (2008), demonstraram que os extratos de própolis de Apis mellifera que apresentavam maiores concentrações de fenólicos totais, apresentavam também maior atividade antioxidante pelo método de seqüestro de radical livre DPPH (2,2-difenil-1-picrilidrazil).

Azevedo (2009) demonstrou relação entre atividade antioxidante de extratos hidroalcoólicos de geoprópolis de M. fasciculata e seus constituintes fenólicos. Os extratos com maior concentração de compostos fenólicos apresentaram também maior atividade antioxidante. Cunha e Ribeiro (2009) verificaram elevada atividade antioxidante, bem como elevados teores de polifenóis em geoprópolis da Baixada maranhense.

Sawaya et al. (2009) em estudos com própolis oriundos de abelhas sem ferrão do gênero Scaptotrigona, verificaram baixa atividade antioxidante quando comparadas às atividade antioxidantes de própolis produzidas por Apis mellifera no Brasil.

AMOSTRA 10µg/mL 25µg/mL 50µg/mL 100µg/mL

EHAGP 9,70± 0,99 20,92 ±1,27 29,53 ±1,08 55,73 ±3,44

Os teores de flavonóides e fenólicos totais encontrados no extrato EHAGP foram respectivamente 1,84 e 14, 92% (Tabela 7). Estes valores são considerados elevados (acima de 0,25% e 0,50% respectivamente) segundo a legislação brasileira para a caracterização de qualidade e identidade de extrato hidroalcoólico de própolis de Apis mellifera (BRASIL, 2001). Ressalta-se a falta de legislação brasileira para produtos de abelhas sem ferrão.

Tabela 7. Valores percentuais de ácidos fenólicos, flavonóides e fenólicos totais do extrato hidroalcoólico de geoprópolis de Melipona fasciculata (EHAGP).

Legenda: a Resultados representam médias ± desvio padrão (n = 3), b Expressos como equivalente de quercetina

cExpressos como equivalente de ácido gálico.

Azevedo (2009) obteve em extratos hidroalcoólicos de geopropólis de M. fasciculata, da Baixada maranhense, variações dos teores de fenólicos totais entre 11,28 e 40,18%, para os ácidos fenólicos os valores variaram de 9,26 a 38,43%. Abreu et al. (2006) e Abreu (2008), em análises de geoprópolis de Melipona fasciculata Smith (tiúba) do Cerrrado maranhense, demonstraram teores de flavonóides variando de 0,17 a 2,67%, e os teores de polifenóis totais variando de 14,14 a 67,46%, já Cunha e Ribeiro (2009) obtiveram teores de flavonóides que variaram de 0,04 a 1,85% e de polifenóis de 7,36 a 36,95%, em extratos hidroalcoólicos obtidos por processo de maceração em geoprópolis da Baixada maranhense.

Nogueira (2008) observou variação de 0,37 a 0,65% dos teores de flavonóides nos extratos hidroalcoólicos de própolis de Scaptotrigona aff postica (abelha sem ferrão, conhecida popularmente como tubi), e cujo própolis foi coletado em meliponário no município de Barra do Corda – MA.

Tabela 8. Valores dos conteúdos de fenólicos totais, flavonóides, ácidos fenólicos e atividade antioxidante do extrato hidroalcólico de geoprópolis de Melipona fasciculata (EHAGP).

Legenda: *(% inibição) para cada uma das concentrações após a média de três análises ± desvio padrão

a Resultados representam médias ± desvio padrão (n = 3) , b Expressos como equivalente de quercetina,

cExpressos como equivalente de ácido gálico.

EXTRATO FLAVONÓIDES TOTAIS(%)a,b FENÓLICOS TOTAIS(%)a,b ÁCIDOS

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