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2. LETRAMENTO: CONTEXTUALIZAÇÃO DOS LETRAMENTOS DIGITAIS

2.3. Letramento em Informação

Seja em qualquer segmento da sociedade, o indivíduo estará sempre a procura ou necessitado de informação, pois esta impulsiona o conhecimento. E, por muito tempo, esta informação, em sua maioria, ficava restrita à fonte impressa, e nos casos das informações específicas, como a científica e tecnológica, eram disponibilizadas em locais especializados.

Hoje em dia, em sua grande maioria, as fontes de informações estão presentes na internet, através deste espaço cibernético – um espaço de capacidade de interação humana, de forma síncrona e assíncrona, até então uma realidade de inúmeros benefícios aos interesses da humanidade. Entretanto, em meio a grande número de

4 A árvore é filiação, mas o rizoma é aliança, unicamente aliança. A árvore impõe o verbo "ser", mas o rizoma

informações disponíveis na web, e ainda com as ferramentas de busca existente, encontra-se dificuldade de recuperar informações específicas e fidedignas.

Esta dificuldade se dá pela facilidade das pessoas (usuários) em disponibilizar informações na rede de maneira dinâmica, uma característica da internet. O problema não está na disponibilização das informações e sim na qualidade delas. Um fato relevante é que cada vez mais a internet tem sido fonte de informação frequente de estudantes, professores, profissionais da educação e demais profissionais. De acordo DUDENEY, NICKY E MARK (2016, p.39, apud NOVEMBER, 2010, p.8) “Caso os estudantes não tenham o letramento digital básico, eles poderão ser manipulados por usuários que entendem de letramento”.

Com a crescente demanda de publicações online, há poucos profissionais como bibliotecários, redatores, editores e professores vistoriando a web toda (ibidem), até porque seria um trabalho árduo e demorado. Cabe, assim, ao professor contribuir, orientando os alunos a serem reflexivos e críticos com as informações disponibilizadas na internet. Os alunos precisam, pois, do letramento em informação.

Repensando as informações oriundas da internet, Tomaél e et al (2000) dizem que o tratamento e uso tem que ser diferenciados, precisam passar por avaliação que sinaliza a qualidade da fonte de informação. Assim sendo, sugerem em seu trabalho cientifico um formulário composto de alguns critérios, apresentados a seguir:

 Informações Cadastrais – identificação do responsável (podendo ser tanto uma pessoa ou uma instituição): nome, endereço eletrônico (URL, e-mail), títulos e objetivo da fonte e outras mais.

 Consistência das Informações – trata dos detalhes e completeza das informações: cobertura da fonte, validade do conteúdo, informações complementares, coerência no sumário do conteúdo e verifica se ele apresenta dados específicos.

 Confiabilidade das Informações – verifica por intermédio das informações da autoria, isto é, informações detalhadas do responsável (pessoa, instituição). Julga se for necessário verificar especificidade do autor em relação ao tema da informação.

 Adequação da Fonte – observa a linguagem utilizada, e sua coerência com os objetivos sugeridos pelo tema da informação, bem como a qual público alvo quer atingir, podendo se expandir para o site. Observa-se se há coerência daquela informação que está localizada no site.

 Links – examina, de acordo com suas funções e tipos, podendo o link ser interno ou externo, verificando a funcionalidade e a coerência, já que poderá ser direcionado a um documento externo ao site e ser responsável pela navegação no próprio site.

 Facilidade de Uso – verifica a simplicidade da navegação no site que contém a informação, procura observar as facilidades oferecidas como links estruturais, índices, busca no próprio site, glossários, mapas, listas, ajuda e etc.

 Mídias Utilizadas – identifica as mídias utilizadas como áudio, vídeo, imagens e se há coerência entre as mídias, assim como a qualidade de reprodução do áudio e vídeo, e a nitidez das imagens.

 Restrições Percebidas – observa a existência de restrição ao uso e até mesmo navegação no site, tais como: permissão de acesso, downloads e etc.

 Suporte ao Usuário – verifica a disponibilidade de contato com o autor através e-mail, interface de contato como deixe seus comentários ou sugestão.

Em uma demanda simples de avaliação de um site, facilmente se utilizam os critérios sugeridos em sua totalidade ou os principais, e uma frequência maior de utilização trará uma maior eficiência na aplicação dos critérios e quais critérios. Outra sugestão vem da Biblioteca Universitária da Universidade de Málaga exemplificada no Quadro2.

Quadro 2 – Parâmetros de avaliação de qualidade das fontes de informação

(Livros eletrônicos, páginas na web, sites, periódicos eletrônicos)

Parâmetros Pontos a considerar

Autoria A pessoa responsável, seja uma pessoa ou uma instituição, deve estar bem identificada para dar credibilidade ao conteúdo. A autoria do recurso está bem determinada? O autor pertence a alguma instituição, órgão ou entidade educacional credenciada? Há informações na página sobre a instituição? Existe a possibilidade de entrar em contato com o autor ou a instituição? É possível enviar comentários, retificações ou reclamações ao autor? O autor é uma autoridade sobre o assunto?

Conteúdo É importante avaliar qual nível de profundidade (em uma escala que passaria de geral para especializada) o recurso possui. Seu valor depende da capacidade intelectual do usuário. O assunto ou especialidade do recurso abrange todos os aspectos? Você o cobre com profundidade? Você oferece mais de uma perspectiva? Você adiciona informações valiosas? Existe evidência de que os fatos foram comprovados? Você cita bibliografia sobre o assunto? As informações são atualizadas? O recurso tem data de criação ou data de atualização? Navegação e

recuperação: acesso à informação

É crucial que o recurso tenha um sistema de navegação em ordem para que as informações possam ser facilmente recuperadas. Existe uma navegação estrutural? Você coleta o conteúdo de maneira organizada e hierárquica em um mapa da web? Existe a possibilidade de um sistema de busca de informações? Eles incluem índices de conteúdo temático? As notas ou citações estão vinculadas no contexto? Você oferece a possibilidade de imprimir? Existe uma "Ajuda" para o usuário?

Ergonomia: conforto e facilidade de uso

A quantidade de informações obriga a gastar muito tempo na frente da tela. O recurso mantém uma uniformidade no design, formato, cor, ...? As imagens completam a informação ou a impedem?

Interface/display São necessários programas adicionais específicos para ler, imprimir ou ouvir recursos? Esses programas estão prontamente disponíveis ou devem ser comprados?

Luminosidade: presença e qualidade de links externos

Existem links externos? Eles estão atualizados?

Visibilidade: número de links que você recebe de outros recursos

Título da Web na barra do navegador; Conteúdo dos recursos nos primeiros parágrafos; Links de outras páginas; Presença de meta tags. Fonte: Site da Universidade de Málaga - https://www.uma.es/ficha.php?id=78348

Quanto aos critérios de avaliação de fonte de informação, Tomaél (2008, p.4-8) diz que, como qualquer outro serviço quando avaliado, a ótica da avaliação de fontes de informação tem que estar na perspectiva do usuário final. Ainda sobre os critérios, ele afirma que não existe um único e perfeito critério (indicador) que alega que a informação é de qualidade, mas sim que a qualidade da informação é indicada por vários aspectos. Usar critérios para avaliação da informação é uma atividade

essencial em prol do internauta. Muito mais quando há a necessidade de indicar fontes de informação para uma atividade de pesquisa (Webquest), é imprescindível avaliar a qualidade das informações que disponibiliza, principalmente se tratando de um ambiente escolar.

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