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Os dados de qualidade da água necessários para o cálculo do ICE foram obtidos a partir de um levantamento dos pontos de monitoramento presentes na bacia do PCJ e mantidos pela CETESB.

Este levantamento teve como base os laudos disponíveis na página eletrônica da CETESB (http://www.cetesb.sp.gov.br/) e também os dados de qualidade da água da base do SSD-PCJ.

O resultado final do levantamento encontra-se no ANEXO A, são tabelas que contêm as variáveis consideradas no cálculo do ICE para cada ponto de monitoramento pertencente à CETESB, o enquadramento de valor legal para o trecho do rio, bem como a série de dados disponível para cada variável de qualidade da água.

Observa-se que as variáveis de qualidade da água citadas nas respectivas tabelas são apenas aquelas que possuem padrões de qualidade estipulados na Resolução CONAMA n. 357, uma vez que a CETESB monitora um número maior de variáveis de qualidade da água.

10 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os ICEs foram calculados segundo os procedimentos explicados na seção anterior e os produtos resultantes foram gráficos que permitem a visualização da evolução temporal dos índices de conformidade para os diversos pontos de monitoramento presentes na bacia.

Os gráficos permitem avaliar a situação do rio em relação à classe de enquadramento e a verificar os pontos da bacia que precisam de maior controle para atender aos padrões estabelecidos. A numeração adotada para os pontos está no sentido da nascente para a foz.

As variáveis e o número de dados de qualidade da água, considerados no cálculo do índice, não foram os mesmos para todos os pontos e anos de monitoramento, pois as informações foram baseadas nos resultados das medições de qualidade da água feitas pela CETESB, pelos motivos já citados na página 66 da seção 8.4. As informações a respeito dos dados de qualidade da água utilizados no cálculo podem ser obtidas no ANEXO A.

O cálculo foi feito utilizando todas as variáveis de qualidade da água monitoradas pela CETESB e que possuem os padrões de qualidade estabelecidos pela Resolução CONAMA n.357.

Os corpos hídricos considerados no cálculo do ICE foram:

• bacia do rio Piracicaba: rios Piracicaba, Atibaia, Camanducaia, Corumbataí e Jaguari;

• bacia do rio Capivari: rio Capivari;

• bacia do rio Jundiaí: rios Jundiaí, Jundiaí-Mirim e ribeirão Piraí.

Os resultados estão separados para cada corpo hídrico, inicialmente com a apresentação dos aspectos gerais como uso do solo e da água, bem como um mapa com a localizações dos pontos de monitoramento utilizados no cálculo do ICE, vale lembrar que a numeração crescente adotada para os pontos está no sentido da nascente para a foz.

Em seguida, para cada ponto de monitoramento presente nos diversos trechos é feita uma caracterização geral com a localização e classe de enquadramento proposta.

As tabelas das parciais permitem uma visualização mais detalhada do cálculo, é possível o conhecimento dos valores de cada parcela que influenciam no cálculo do índice, por exemplo o número de variáveis utilizadas no cálculo para cada ano, bem como aquelas que não atenderam aos padrões de qualidade da água. Os significados de cada parcela são explicados na seção 8.4.1 (página 69).

As variáveis de qualidade da água utilizadas no cálculo do ICE para cada rio são apresentadas no ANEXO A, nas páginas 218 a 224.

As curvas que descrevem os valores do ICE apresentam a evolução temporal e indicam a tendência a que os valores do índice estão alcançando, isto é, o seu comportamento em relação ao enquadramento no decorrer dos anos. Os gráficos tipo Box Plot possibilitam a comparação dos resultados obtidos para o ICE com os valores das variáveis de qualidade da água. Dentre estas variáveis foram eleitas: coliformes termotolerantes, DBO, pH e OD.

A escolha preferencial das variáveis DBO e coliformes termotolerantes para a construção dos gráficos Box Plot, deveu-se porque estas mostraram representativas do comportamento temporal do índice, sobretudo nos casos em que a presença de outliers, principalmente aqueles mais afastados, influenciou consideravelmente no resultado final.

A opção pela DBO em vez do oxigênio dissolvido para a maioria dos pontos, foi porque a DBO, além de representar o potencial de matéria orgânica (biodegradável) nas águas poluídas por esgotos sanitários e efluentes industriais (principais fontes poluidoras da bacia em estudo), é uma variável fundamental para o controle da poluição das águas por este tipos de poluentes, bem como da eficiência das estações de tratamento de esgotos existentes (PIVELI; KATO, 2005), constituindo, portanto, em um auxílio na tomada de decisões quanto a investimentos neste setor.

Nos casos em que os corpos hídricos são enquadrados na classe 4 foram utilizadas as variáveis pH e OD no lugar dos valores de coliformes termotolerantes e DBO, pois estas não possuem limites de classe na Resolução CONAMA n.357.

Os outliers não foram excluídos do cálculo, pois são ocorrências que não podem ser descartadas, principalmente aquelas extremamente afastadas das medições habituais, uma vez sendo ocorrências isoladas, mas de características extraordinárias podem acontecer novamente. A permanência destes outliers ocasionais no cálculo, gera valores baixos do índice, servindo assim de alerta aos

tomadores de decisões aplicarem medidas de recuperação do corpo hídrico para evitar no futuro o comprometimento do uso da água.

O comportamento espacial do ICE é conseguido por meio dos mapas colocados ao final dos resultados de cada rio. Estes mapas contêm os pontos utilizados nos cálculos e as curvas do ICE obtidos, possibilitando, além do acompanhamento temporal, a relação do índice com a localização dos pontos estudados e por decorrência as prováveis fontes de poluição da bacia.

Antes da apresentação dos resultados propriamente ditos, será feita uma breve justificativa do procedimento de elaboração das faixas de classificação do índice.