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No Brasil, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recur- sos Naturais Renováveis (IBAMA) é o órgão responsável pelo licencia- mento ambiental de empreendimentos e atividades de competência da União. O IBAMA é uma autarquia federal criado pela Lei nº 7.735/1989 e vinculada administrativamente ao Ministério do Meio Ambiente.

Entre as principais atribuições do IBAMA estão o exercício do poder de polícia ambiental, execução de ações das políticas nacionais de meio ambiente, referentes às atribuições federais, relativas ao licencia- mento ambiental, ao controle da qualidade ambiental, à autorização de uso dos recursos naturais e à fiscalização, monitoramento e controle am- biental (BRASIL, 1989).

Conforme regimento interno definido pela Portaria MMA nº 341/2011, o IBAMA é administrado por um presidente e por cinco dire- tores, sendo sua estrutura composta por: Presidência; Diretoria de Plane- jamento, Administração e Logística; Diretoria de Qualidade Ambiental; Diretoria de Licenciamento Ambiental; Diretoria de Proteção Ambien- tal; Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas; Audito- ria; Corregedoria; Procuradoria Federal Especializada; Superintendênci- as Estaduais; Gerências Executivas; Escritórios Regionais; e Centros Es- pecializados (IBAMA, 2016). O organograma abaixo ilustra a estrutura atual da instituição.

Figura 1: Organograma do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recur- sos Naturais Renováveis (IBAMA).

Fonte: IBAMA, 2016

A Instrução Normativa nº 11, de 22 de novembro de 2010 criou a Comissão de Avaliação e Aprovação de Licenças Ambientais, com o objetivo de analisar e assessorar o Presidente na concessão das licenças de competência do IBAMA. Esta Comissão é composta pelos responsá- veis pela Diretoria de Licenciamento Ambiental, Diretoria de Qualidade Ambiental, Diretoria de Proteção Ambiental, Diretoria de Uso Sustentá- vel da Biodiversidade e Florestas e o Procurador-chefe Nacional da Pro- curadoria Federal Especializada (IBAMA, 2010).

Conforme a referida IN a Comissão se reunirá por convocação do Presidente do IBAMA, que presidirá as reuniões, cuja ata deverá ser in- serida no processo de licenciamento ambiental. Por solicitação da Dire- toria de Licenciamento, o Presidente poderá emitir licenças ad referen- dum (IBAMA, 2010).

Por sua vez, a Lei nº 11.516/2007, estabeleceu que a responsabili- dade técnica, administrativa e judicial sobre o conteúdo de parecer técni- co conclusivo visando à emissão de licença ambiental prévia por parte do IBAMA será exclusiva de órgão colegiado do referido Instituto (BRASIL, 2007).

À Diretoria de Licenciamento Ambiental (DILIC) compete, por sua vez, entre outras hipóteses, coordenar, controlar, supervisionar, nor- matizar, monitorar, executar e orientar a execução das ações referentes ao licenciamento ambiental, nos casos de competência federal; articular, coordenar e supervisionar ações desconcentradas junto às áreas de licen-

ciamento ambiental nas unidades descentralizadas do IBAMA nos Esta- dos, visando garantir a execução do processo de Licenciamento Ambien- tal Federal; desenvolver normas e procedimentos referentes ao licencia- mento; e gerenciar demandas, recursos e infraestrutura e sistematizar in- formações e conhecimento na forma de banco de dados, a gestão dos ca- nais de comunicação e o atendimento aos atores internos e externos. (BRASIL, 2011).

Atualmente compõem a Diretoria de Licenciamento, três coorde- nações gerais: Coordenação-Geral de Infraestrutura de Energia Elétrica- CGENE; Coordenação-Geral de Transporte, Mineração e Obras Civis - CGTMO; Coordenação-Geral de Petróleo e Gás – CGPEG. As subcoor- denações são mostradas abaixo no organograma da DILIC.

Figura 2: Organograma da Diretoria de Licenciamento Ambiental.

Fonte: IBAMA, 2016.

Destaca-se aqui a Coordenação-geral Geral de Energia Elétrica, cuja coordenação de Energia Elétrica, Nuclear e Dutos é responsável pela execução das análises e avaliações dos estudos ambientais, bem com dos demais procedimentos técnicos relativos ao Licenciamento Ambiental Federal de dutos, linhas de transmissão de energia, energia termoelétrica, nuclear, eólica e outras fontes.

Ainda, a DILIC possui Núcleos de Licenciamento Ambiental (NLA) nas Superintendências Estaduais, os quais conduzem o licencia- mento ambiental das mais diversas tipologias de empreendimentos, cu- jos processos são desconcentrados a critério da Diretoria de Licencia- mento Ambiental.

Conforme a Lei nº 10.410/2002 que criou a carreira de Especia- lista em Meio Ambiental, destacam-se entre as atribuições do cargo de Analista Ambiental o planejamento ambiental, organizacional e estraté- gico afetos à execução das políticas nacionais de meio ambiente formu- ladas no âmbito da União, em especial as que se relacionem com as se- guintes atividades: regulação, controle, fiscalização, licenciamento e au- ditoria ambiental (art. 4, inciso I). Desta forma, as análises técnicas am-

bientais par fins de instrução de processos de licenciamento são de com- petência dos ocupantes do cargo efetivo de Analista Ambiental (BRA- SIL, 2002).

Os analistas ambientais analisam os estudos e são os responsáveis pela elaboração dos Pareceres Técnicos.

A lei também criou e previu as atribuições de outros cargos, tais como os gestores ambientais e administrativos, analistas e técnicos ad- ministrativos e dos técnicos ambientais, sendo que a atribuição para atu- ação no licenciamento ambiental permaneceu restrita ao cargo de Ana- lista Ambiental (BRASIL, 2002).

Nos concursos públicos para provimento de cargo efetivo promo- vidos pelo IBAMA foram disponibilizadas vagas para Analista Ambien- tal, Analista Administrativo e Técnico Administrativo.

No caso deste trabalho, os Pareceres Técnicos elaborados pelos analistas ambientais – Pareceres que subsidiaram a tomada de decisão sobre a emissão ou não das licenças prévias nos processos de licencia- mento ambiental – é que foram objeto de análise e levantamento dos cri- térios utilizados.

Após a edição da Lei 13.026/2014 o IBAMA não promoveu ne- nhum concurso para provimento de cargos de Analista Ambiental. Cabe destacar que assim como o primeiro concurso, ocorrido em 2002, os de- mais, realizados em 2005 e em 2012 exigiram apenas o diploma de gra- duação em nível superior ou habilitação legal equivalente, sem exigên- cia de formação específica.

Além disso, a Lei 13.026/2014 incluiu a possibilidade de reali- zação de concurso por etapas, incluindo, se for o caso, curso de forma- ção (art. 11, § 1º) e a possibilidade de se exigir formação específica para o ingresso no cargo de Analista Ambiental (art. 11 § 3º).

Assim, conforme previsto pela legislação brasileira, são os analis- tas ambientais os responsáveis pela análise técnica no âmbito do licenci- amento ambiental federal (BRASIL, 2002).

3.4. ETAPAS DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL FEDERAL

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