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4 METODOLOGIA

4.8 LIMITAÇÕES DA PESQUISA

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO MÉTODO DA PESQUISA

Desde o início da caracterização do método para a pesquisa, observou-se que os resultados encontrados serviriam para confrontar os conceitos e experiências relacionadas aos indícios de fenômenos que constituíam as Redes Empresariais de Negócios Estratégicas (RENE), a partir do Modelo Conceitual Teórico Preliminar.

A pesquisa de campo no problema proposto se iniciou a partir da observação de conjuntos de empresas articuladas e do processo de relativa integração por interesses comuns, que atuaram em determinado setor de negócios. Obteve-se, como conseqüência, o trato de muitas variáveis, em face da considerável diversidade e da complexidade dos atores que se relacionam. Em sua aplicação, procurou-se identificar a presença de possíveis fenômenos que decorrem por uma atuação conjunta de empresas independentes, para competirem. Esses fenômenos, também denominados “efeitos de rede”, e os principais elementos para entendimento do Modelo Conceitual Teórico Preliminar (seção 4.3), que é uma representação aproximada e genérica do problema de pesquisa, estão discorridos nas definições teóricas e operacionais dos conceitos (seção 2.3) e na diretriz teórica (seção 3.6).

Quanto aos procedimentos do método, foram utilizados os conceitos e definições científicas de Kerlinger (1980). O autor argumenta que no delineamento da pesquisa, conhecido como “plano e estrutura da pesquisa”, primeiramente, faz-se importante delimitar se ela será ou não “experimental”, tendo em vista que, se assim o for, uma ou mais variáveis independentes serão manipuladas. Do contrário, ou seja, se ela for uma pesquisa “não-experimental”, é também denominada “ex post facto”, o que se aplicou neste caso, uma vez que a coleta dos dados para a verificação dos efeitos de rede esteve limitada a detectar o que aconteceu, resultando em um controle, sem a manipulação de variáveis independentes, conforme descrevem Cooper e Schindler (1995), Gil (1999) e Kerlinger (1980).

Enfatiza-se que a denominação de pesquisa “experimental” e “não experimental” é utilizada neste ponto da tese para caracterizar a delimitação do método de investigação, ou seja, no sentido amplo (latu-sensu). Entretanto, o termo “experimental” também pode ser utilizado no sentido estrito, o que foi observado em estudos com técnicas de pesquisa em diversas áreas, mas nesse caso, de modo específico para determinar um modelo ou ferramenta metodológica, como por exemplo, na estatística, a Modelagem Experimental.

De volta à caracterização do método de investigação, Kerlinger (1980) destaca que a lógica básica entre a pesquisa experimental e a não-experimental é a mesma, uma vez que em ambas estabelecem-se inferências e tiram-se conclusões. Porém, no caso da pesquisa não- experimental, a conclusão não é empiricamente tão forte quanto na outra. Entretanto, para investigar um fenômeno social (como também é o caso das redes empresariais de negócios estratégicas), o autor afirma que a falha do menor controle sobre os efeitos das variáveis independentes e da situação da pesquisa é, às vezes, compensada pelo maior realismo e apresenta resultados que produzem efeitos mais fortes.

Também destaca que: [...] “Muitos problemas nas ciências comportamentais são problemas ex post facto e requerem pesquisa ex post facto simplesmente porque as variáveis independentes não são manipuláveis” (KERLINGER, 1980, p. 140-141). Tal afirmação atendeu ao propósito desta pesquisa, que tem enfoque na natureza dos efeitos das redes de negócios, com necessidade de confirmação “a posteriori” desses atributos. Na pesquisa da tese, o processo de investigação científica da temática a caracterizou como sendo “exploratória”.

A pesquisa foi realizada uma vez, e poderá ser repetida futuramente, o que a classifica como secionada (cross-section) ou transversal (COOPER; SCHINDLER,1995; MALHOTRA, 2001). Todas as características apresentadas qualificam o propósito metodológico principal para esse tipo de pesquisa, destacado por Gil (1999, p. 43): [...] “desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses para estudos posteriores”.

Para entender como os conjuntos empresariais foram selecionados para a pesquisa, faz-se necessário destacar algumas considerações discorridas a seguir.

A primeira delas é que um caminho para encontrar esses conjuntos de empresas iniciais (possíveis Redes Empresariais de Negócios Estratégicas) está na identificação de indícios dos efeitos e características que estão no modelo proposto e de alguma dinâmica decorrente de suas estratégias.

Conforme descrito nos pressupostos conceituais, corrobora-se com a idéia de que um conjunto como em RENE se constitui e/ou funciona por finalidade estratégica. Assim, a estratégia foi considerada importante para o alinhamento dos interesses nos negócios, quando as empresas desistem de concorrer de forma isolada e passam a atuar em rede, com o objetivo de aumentar o poder de competitividade.

Dessa maneira, a identificação da estratégia da rede de empresas se deu em evidências buscadas por um padrão de atuação das empresas que resultou no crescimento, ou participação diferenciada no setor ou, ainda, que produziu uma supremacia de oferta de produtos e/ou de preços em seu segmento de mercado, os quais são detectados pelos respondentes.

Conforme o Modelo Conceitual Teórico Preliminar, que foi elaborado a partir dos pressupostos conceituais na seção 2.4, os efeitos foram testados pelas hipóteses apresentadas (seção 2.2) na busca pelos objetivos (seção 2.1). Os enunciados das hipóteses e definições operacionais obedeceram ao critério da objetividade e orientações para testabilidade, apresentados por Kerlinger (1980, p. 38-50).

Segundo esse autor, além do desenvolvimento de constructos e de relacionamentos significantes, faz-se necessária uma mensuração que possibilite alto grau de validade e confiabilidade. Para dar validade e confiabilidade deverão ser considerados os pontos metodológicos que se referem à especificação dos constructos chaves, aos efeitos de agregação de dados, à escolha da unidade de análise e às técnicas de pesquisa apropriadas. Ao se analisar a relação entre custo e benefício de investigação, foram considerados dois ganhos para o propósito desta pesquisa: a) a utilização dos constructos que fossem gerados posteriormente (secundariamente) e pudessem auxiliar em uma generalização mais próxima da realidade, pois para a análise dos negócios partir-se-ia de várias origens; b) a redução do número de variáveis a serem sustentadas, com a perda da quantidade compensada por um composto de diversas variáveis inter-relacionadas.

Conforme o contexto das redes empresariais de negócios já exposto, pouco se sabe a respeito da situação-problema, sendo adequado iniciar com uma pesquisa exploratória. Além disso, as questões sobre o tema são relevantes, embora estejam em fase inicial de discussão no campo do conhecimento da Administração.

Então, a concepção metodológica adotada se justificou para responder a um problema que necessita do desenvolvimento de uma abordagem investigativa e da discussão seletiva, no alcance da identificação de aspectos relevantes. Ao mesmo tempo, tem um caráter menos rígido, conforme Malhotra (2001, p. 106), porque as informações fundamentais são definidas conforme a necessidade investigativa, o processo de pesquisa adotado é flexível, não necessariamente estruturado.

4.2 DEFINIÇÃO DO UNIVERSO E AMOSTRA

O universo, com base no conceito de população utilizado por Kerlinger (1980, p. 89-90), foi identificado após um ano de investigação pré-exploratória sobre conjuntos de empresas compatíveis com o Modelo Conceitual Teórico Preliminar, que está apresentado na seção 4.3. Para delimitá-lo buscaram-se informações que apontassem evidências do poder competitivo de conjuntos empresariais formados por organizações brasileiras.

Então, direcionou-se uma investigação sobre as suas histórias de constituição e/ou das informações de configuração e funcionalidade de conjuntos empresariais em destaque no cenário nacional. Depois, identificaram-se aqueles conjuntos que possuíam empresas independentes. Essa investigação inicial também se deu a partir de dados secundários encontrados em estudos e das fontes informais de pessoas ligadas a instituições nacionais de setores empresariais brasileiros.

Na busca de tais conjuntos, e quando se obteve sucesso nos contatos com as pessoas, entre as comunicações estabelecidas foram necessárias explicações apropriadas, na interação com o pesquisador sobre características relativas ao modelo proposto, inclusive com exemplificações. Aquelas foram comunicações importantes, com a preocupação de não ocorrerem falhas de interpretação ou entendimento do objeto de pesquisa, com a utilização de linguagem objetiva e mais precisa possível.

Por esses motivos, a pesquisa se restringiu pela dificuldade de se encontrar e especialmente reconhecer empresas assim arranjadas, em concordância com os motivos expostos por Zaccarelli et al. (2008) no arcabouço teórico, ou seja, de que as empresas ou pessoas, mesmo quando participantes, não conseguem identificar que estão em uma rede de negócios.

Depois dessa primeira fase de busca, listaram-se possíveis conjuntos empresariais e, então, ao longo de 6 (seis) meses, procuraram-se contatos diretos com dirigentes ou executivos-chave, onde se conseguiu estabelecer a comunicação e relativo avanço em 5 (cinco) conjuntos, os quais tinham atuação principal nas seguintes atividades econômicas: agronegócios; comércio varejista; serviços de entrega de origem-destino nacional-internacional, conhecido no exterior pela denominação “dor to dor”; serviços de hotelaria e hospedagem; construção civil.

Desses, dois foram descartados pelo fato de que não se conseguiu dar continuidade e obter autorização para investigação nas empresas. Outro foi também desqualificado pelo pesquisador porque, após entrevista com um diretor de Marketing e Comunicação, verificaram-se características do grupo que não se enquadraram na proposta do Modelo Conceitual Teórico Preliminar. Nesse caso, em particular, as empresas não tinham gestão independente. Para o mercado em que atuava esse grupo empresarial, apresentara-se como uma rede de empresas, mas na prática funcionava como unidades de negócios em rede dirigidas por uma corporação hierárquica.

Então, dois conjuntos de empresas com atividades econômicas distintas foram selecionados: um no segmento do comércio de alimentos, identificado pela Rede Smart®26, e outro, no de

agronegócios, representado pelo que os seus atores denominaram Sistema Café do Cerrado, que possui a marca Café do Cerrado®27. Enfatiza-se que cada qual apresentou, inicialmente, indícios de atuação na estratégia empresarial com algumas ações e/ou atividades entre empresas ou negócios e diferenciação no poder competitivo.

Após o pré-teste, por meio do instrumento de coleta de dados (questionário), aplicou-se o processo metodológico adotado que consistiu, principalmente, em codificação dos dados e reordenação dos mesmos, conforme os elementos do método de pólos inferiores e superiores, e construir uma tabela contingencial de hipóteses por questões com a geração de fatores de impacto. Todo esse processo fez parte das técnicas estatísticas adotadas e está descrito com detalhes nas seções seguintes deste capítulo. Com isto, foram construídos resultados gráficos, os quais apontaram alguns resultados das entrevistas relativos às hipóteses, que significaram indícios de alguns efeitos.

Isso serviu, ao mesmo tempo, para testar o questionário em aspectos de aplicabilidade e compreensão desse instrumento junto aos respondentes e para a sua adequação ao Modelo Conceitual Teórico Preliminar, além de verificar indícios dos fenômenos (efeitos propostos) de competitividade específicos de uma RENE, conforme o modelo. Apesar desses resultados do pré-teste não terem poder de inferência estatística, tais indícios deram mais segurança para delimitar o universo, no que diz se o mesmo estava aceitável, além de também permitir o teste

26 Rede Smart é uma marca registrada no INPI da empresa Martins Comércio e Serviços de Distribuição S.A.,

utilizada para atuação no setor varejista (INPI, 2008).

27 Café do Cerrado é uma marca, registrada no INPI do Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado,

das ferramentas estatísticas que foram adotadas, que serviram de referência em aplicação metodológica inovadora na temática. Portanto, atendeu-se ao primeiro objetivo proposto para a pesquisa, do item “a” da seção 2.1.

O universo foi, então, delimitado pelo total dos atores relacionados em cada conjunto, ou seja, por empresários ou dirigentes de empresas, representantes de instituições envolvidas e agentes, dentre outros. Para determinar isso consideraram-se os principais segmentos e de negócios em cada conjunto, e seus totais de atores com as características já mencionadas. Dessa maneira, o universo de atores é um total que está em função desses segmentos e não do total desses atores nos dois conjuntos.

No caso do Café do Cerrado foi composto de 184 dirigentes e co-dirigentes diretos de empresas, organizações e instituições que estiveram na cadeia entre produtores até o ponto- de-venda. Na Rede Smart foi composto de 97 dirigentes e co-dirigentes diretos de empresas que participaram da rede ou que foram parceiros dessa, além da organização que coordena sua associação, selecionados dos segmentos entre produtores-fornecedores até varejistas de dois pólos regionais, nos estados de São Paulo e Minas Gerais.

A amostra total foi de 42 (quarenta e dois) dos principais atores do conjunto no universo encontrado para obedecer às necessidades do método estatístico discorrido na seção 4.4. Foi aplicado o princípio da intencionalidade, com a seleção daqueles que puderam ser pesquisados para alcançar os objetivos da pesquisa, evidenciados como atores importantes identificados por participantes do conjunto.

Dessa forma, a amostra foi considerada determinística ou não-probabilística, em razão da necessidade de os elementos sofrerem um julgamento, visto serem típicos da população (BARBETTA, 1999; MALHOTRA, 2001). Então, procuraram-se os atores mais relevantes do papel da tomada de decisões nas empresas e organizações, que foram identificadas como relevantes para os conjuntos e possuíssem as características determinantes das redes em estudo.

A amostra do conjunto Smart foi formada por 15 (quinze) dirigentes, sendo 10 (dez) empresários de supermercados de pequeno e médio porte, segundo classificação do SEBRAE, de tamanho por número de funcionário (SEBRAE-MG, 2008), sendo que os demais foram executivos e gerentes da organização que constituiu e coordenou seus pólos empresariais no Brasil, da empresas do grupo atacadista. No caso do conjunto do Café do Cerrado, a amostra

foi composta de 27 (vinte e sete) respondentes, sendo 2 (dois) dirigentes e 1 (um) profissional de direção da organização que institucionalizou um conselho de associações e cooperativas, 1 (um) representante de instituição de pesquisa e desenvolvimento para a excelência do Café do Cerrado, 2 (dois) executivos de empresa que fez a comercialização do mercado nacional para o internacional, especialmente o Japão; e demais entrevistados distribuídos de maneira equitativa nos seguintes elos representados: produtores rurais; dirigentes de cooperativas, sendo uma delas exportadora; dirigentes de associações; empresários de torrefadoras nacionais e importadoras, sendo uma exportadora.

A caracterização desses conjuntos empresariais está no capítulo 5. No que se refere às dificuldades para a seleção e coleta de dados, destacam-se, principalmente, a conciliação das agendas dos dirigentes selecionados e a distância entre as localidades onde os mesmos se encontravam.

4.3 MODELO CONCEITUAL TEÓRICO PRELIMINAR

O modelo que se segue foi um ponto de partida conceitual, com base no arcabouço teórico que se discutiu, para que a pesquisa fosse realizada. Esse modelo não foi considerado como definitivo, sendo que, ao final da pesquisa, foi reavaliado.

A partir da investigação e da discussão apresentada, admitiu-se que, na gênese de uma rede empresarial de negócios, os empresários, gestores ou executivos de empresas, que são os líderes pioneiros, buscam uma aproximação baseada nas necessidades ou interesses de negócios em comum. Esses elementos funcionam como “atratores” para que as empresas se unam e se mantenham integradas em rede, formando uma dimensão da configuração dessa rede.

Dessa maneira, essas redes se iniciam com ações informais, ou seja, não-explícitas, mas já apresentam interesses por negócios que irão originar a futura governança supra-empresas. Com essa composição de interesses voluntários entre empresas, os seus relacionamentos se estreitam em um maior envolvimento entre parceiros, iniciando-se uma espécie de fidelização que irá provocar um acréscimo na especialização das operações entre fornecedor-fornecido. Esse “elo” entre os negócios é o intercâmbio pela parceria, cuja finalidade implícita ou

explícita é buscar o aumento da competitividade para alcançar benefícios e qualificações mútuas.

Assim, a rede de negócios tem uma natureza própria que gerará efeitos, podendo ser entendida com base na proposta de Zaccarelli (2004) e Zaccarelli et al. (2008), de racionalidade lógica ou estratégica. Considerando-a como uma resultante da estratégia para obter maior poder competitivo, primeiramente foram verificados os cinco efeitos destacados pelos autores como fundamentos de desempenho e que podem ser encontrados em uma RENE bem desenvolvida, em configuração plena. Tais efeitos podem ser viabilizados de forma precária no conjunto, por um fenômeno a que os autores denominaram “auto-organização da rede”, ou seja, organização sem governança, que são: 1) A fidelização como orientação nas transações entre empresas da rede; 2) A compra de insumos ou de serviços diretamente dos produtores/prestadores, sem intermediários puros (que não agregam valor), com o objetivo de eliminar membros do canal de distribuição; 3) A especialização das empresas; 4) A abrangência de negócios com a inclusão de negócios relevantes ou significativos para o principal produto da rede; 5) A agilidade na substituição de empresas da rede sem gestão adequada.

É importante enfatizar que na proposta dos autores, para que uma rede de negócios chegue a uma configuração plena, há que se considerar o aspecto temporal. Isso quer dizer que as redes têm uma qualidade de movimento dinâmico que, no caso, é uma evolução ao longo do tempo que leva à sua configuração plena.

Os outros efeitos propostos por Zaccarelli et al. (2008) serão tratados na seqüência, visto se relacionarem com a governança. Nesse caso, eles constituirão os motivos da existência de uma governança supra-empresarial e, desse modo, também compõem dimensões da configuração.

No processo da pesquisa estabeleceu-se que uma rede de negócios fosse reconhecida com base nos seus efeitos. A possibilidade de uma governança supra-empresas (entidade supra- empresarial) foi observada em uma linha do tempo, assim como o estágio evolutivo da rede. Dessa maneira, elaborou-se uma apresentação preliminar para o reconhecimento de uma Rede Estratégica de Negócios, que serviu de referência para a pesquisa, conforme Ilustração 6.

Para a elaboração do Modelo Conceitual Teórico Preliminar foram utilizados os efeitos que ocorrem na rede apresentados anteriormente neste capítulo, integrantes de um conjunto que proporciona maior competitividade entre empresas e parceiros da rede de negócios.

Zaccarelli et al. (2008) apresentaram os motivos para esta situação da governança de entidade supra-empresas em rede de empresas estratégica. Segundo os autores, essa governança poderia contribuir para a evolução dos cinco primeiros fundamentos, apesar de os mesmos poderem existir sem ela. Entretanto, no caso dos outros fundamentos restantes, tal governança influenciaria diretamente.

Em outros termos, os autores destacaram que esses fundamentos (nesta pesquisa, considerados “efeitos”), são possíveis somente por meio do exercício da governança. São eles: 1) A homogeneização da intensidade do fluxo de produtos/serviços, com a integração dos procedimentos informalmente instituídos entre as empresas; 2) A introdução de inovações para o alinhamento entre os negócios da rede; 3) A introdução de novas tecnologias nas empresas da rede para a competitividade; 4) O compartilhamento de investimentos, riscos e lucros; 5) A existência da estratégia da rede para competir com outras redes de negócios ou empresas.

Considerando-se que os efeitos esperados no ambiente da Rede Empresarial de Negócios Estratégica (RENE) podem ser gerados a partir do exercício da governança supra-empresas, mas também que essa última pode ter sido originada nos primeiros, então, observou-se um particular fenômeno.

Dessa maneira, foram considerados tais efeitos do poder competitivo e estabeleceram-se as seguintes ações de governança: a) homogeneizar a intensidade do fluxo de produtos/serviços com a integração dos procedimentos informalmente instituídos entre as empresas; b) fidelizar as empresas e negócios do conjunto; c) introduzir inovações para o alinhamento dos negócios; d) introduzir novas tecnologias nas empresas da rede; e) atuar no compartilhamento de investimentos, riscos e lucros; f) estabelecer a estratégia para competir como rede.

Na elaboração do Modelo Conceitual Teórico Preliminar da Pesquisa, assumiu-se como premissa que o poder competitivo da Rede Empresarial de Negócios Estratégica decorre da interação e integração entre as empresas, que somam forças e competências distintas e complementares. Do mesmo modo, devido à especialidade de cada empresa agregada à rede,

é possível esperar que a produtividade e a velocidade de produção aumentem com a experiência e expansão da sua cobertura ou âmbito de atuação, pela adesão de novas empresas