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6 METODOLOGIA

6.2 Procedimentos metodológicos

6.2.3 Lista de princípios básicos para criar definições textuais

A criação dos critérios para a formulação das definições em linguagem natural foram selecionados com base na proposta de formulação de definições citados por Michael, Mejino Junior e Rosse (2001), Köhler et al. (2006), Smith et al. (2005), Soergel (2014).

Ao formular definições em linguagem natural, buscou-se obedecer aos princípios de não circularidade e tangibilidade sugeridos por Köhler et al. (2006). A fim de se prover definições que forneçam informações úteis para sua compreensão, evitando o uso de termo inerente ao próprio termo a ser definido, evitando linguagens figurativas ou obscuras: os termos foram definidos com linguagem clara e precisa. Quando necessário usar termo técnico, como por exemplo, na classe Acute leukemia with recurrent genetic abnormalities, eles foram escritos por extenso, conforme quadro 7 da revisão sobre leucemias.

As etapas da elaboração da definição textual para criar a metodologia da pesquisa foram baseadas em boas práticas identificadas na literatura propostas por Michael, Mejino Junior e Rosse (2001), Köhler et al. (2006), Smith et al. (2005), Soergel (2014), Seppälä e Ruttenberg (2013), Petrova et al. (2015), Tsatsaronis et al. (2013), Seppälä, Schreiber e Ruttenberg (2014). Essas etapas serão descritas a seguir:

1) Separar o termo;

2) Obter uma definição preliminar sobre o significado do termo em algum dicionário; 3) Estabelecer o genus superior no contexto de uso do termo;

4) Estabelecer a característica essencial, distinguindo o genus da espécie;

5) Formular a definição na forma: S = Def. um G o qual Ds, onde “G” (genus) é o

termo pai de “S” (espécies) é termo sob definição; S é a classe a ser definida da leucemia e G é a classe da leucemia mieloide aguda. D é a característica essencial, a differentia.

6) Verificar se a definição é uma declaração de condições necessárias e suficientes; 7) Verificar princípio da não circularidade;

8) Verificar herança múltipla.

A seguir descreve-se como aplicar cada item da lista de princípios básicos para criar definições textuais:

1) Separar o termo:

Listar o termo a ser definido de acordo com a ontologia em questão. Na área médica, para uma mesma doença, pode haver termos diferentes ou sinônimos.

2) Obter uma definição preliminar sobre o significado do termo em dicionário:

Buscar em fontes de informação da área específica do domínio em questão: definições e informações sobre os termos. As fontes de informação podem ser: livros, artigos, dicionários, enciclopédias, entre outras, que ainda podem ser textuais ou online: tesauros ou ontologias.

Nesta etapa, o conhecimento da profissão de Bibliotecária de fontes de informação é muito importante para a escolha da bibliografia, assim como o conhecimento para realizar a análise do assunto nos documentos, é útil para extrair as informações para formulação do

genus e differentia dos termos. Os fundamentos lecionados na CI sobre fontes de informação

e análise de assunto são necessários nesta etapa.

3) Estabelecer o genus superior no contexto de uso do termo:

Utilizar a abordagem do genus, a característica comum a todos os termos da hierarquia, definido pela relação <is-a>. Por exemplo: Acute myeloid leukemia <is-a>

hematopoietic neoplasm.

4) Estabelecer a característica essencial, distinguindo o genus da espécie:

Utilizar a abordagem aristotélica da differentia para definir a característica única e essencial que difere um termo do outro na hierarquia. Essa característica essencial, na maioria das vezes, é difícil de ser encontrada. Assim, neste momento, é necessário primeiramente estudar o domínio a ser definido e, se necessário recorrer a um especialista.

5) Formular a primeira versão da definição na forma: S = Def. um G o qual Ds, onde “G” (para: genus) é o termo pai de “S”; “S” (para: espécies) onde S é a classe da leucemia a ser definida, G é a classe mais geral e D é a differentia que caracteriza a instância de S da instância de D:

Neste momento, começa a formulação da definição. As informações dos passos 1,2,3 e 4, citados anteriormente, serão importantes. A formulação da definição começa pelo termo a ser definido, seguida do genus item 3 e differentia item 4. As relações são importantes para ligar as características e formular a definição. Assim, é necessário começar definindo o termo pela relação classe – classe: <is-a> (é-um). Em seguida, recomenda-se utilizar uma relação de caracterização para apresentar a essência.

A próxima etapa é corrigir a definição gramaticalmente, acrescentar ou retirar, se necessário, outras informações e apresentar a definição final em Def (5). Caso seja necessário, deve-se mudar palavras incomuns para termos mais usados. Ressaltando que devem ser eliminadas as palavras redundantes.

Cabe destacar que no passo 5, S é a classe da leucemia a ser definida, G é a classe mais geral e D é a differentia que caracteriza a instância de S da instância de D no contexto das leucemias.

Nesta etapa, são analisadas as condições necessárias e suficientes da definição. Assim prováveis erros aparecem e a definição pode ser reformulada. Pela verificação de condições necessárias e suficientes, é possível verificar se a essência foi alcançada, ou não, e reformular ou corrigir prováveis erros da definição. Neste momento é analisada qual a característica necessária para representar a doença e se essa mesma característica é suficiente para definir a doença. Também é importante analisar se há outras doenças com a mesma característica. Em caso positivo, a essência ainda não foi encontrada. Nesta etapa, a validação do especialista de domínio é importante para verificar se existem outras doenças com a mesma característica.

Recomenda-se usar a expressão: ser um A é condição necessária para ser um B, então cada B é um A. Ser um A é condição suficiente para ser um B, então cada A é um B; esta expressão significa que “A” representa a característica essencial da definição e “B” representa o termo definido.

7)Verificar princípio da não circularidade:

Nesta etapa verifica-se se a definição é circular, ou seja, utilizou o próprio termo para definir. Quando isso ocorre, a definição deve ser refeita. Quando não ocorre a circularidade, sugerimos citar a expressão: Não parece haver circularidade, mantemos a definição como em (5).

8)Verificar herança múltipla:

Antes de começar a definir o domínio, recomenda-se analisar primeiramente com o especialista do domínio em questão, a presença, ou não, de herança única. Esta é a última etapa a ser citada nos passos metodológicos, mas é a primeira a ser analisada para que se possa começar a definir o genus. Quando não ocorre a herança múltipla. Sugerimos citar a expressão: Segundo especialista apresenta herança única.