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4.1 - INTRODUÇÃO

Após um interessante e enriquecedor sistemático trabalho de campo foi elaborada a carta geológica, à escala 1:10000, apresentada no capítulo 3.

Deste trabalho foram também identificados e escolhidos alguns locais que no domínio das Ciências da Terra têm interesse didáctico, científico e patrimonial. A selecção teve em atenção também a possibilidade de articulação dos aspectos geológicos a observar com os conteúdos a serem leccionados nos diferentes programas das geociências a nível dos ensinos básico (3º ciclo) e secundário. Em cada uma das paragens são enumerados os aspectos geológicos que podem ser explorados, bem como a possível aplicação didáctica e o interesse geopatrimonial (figuras 4.1 e 4.2). São apresentadas para cada paragem as coordenadas Hayford-Gauss Militar referidas ao ponto fictício e a respectiva cota (X; Y; Z).

Figura 4.1 – Mapa da região em estudo com as paragens assinaladas (adaptado do Google Earth).

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Figura 4.2 – Excerto da Carta Militar, folha nº 145 (Nespereira), à escala 1:25 000, com localização das paragens.

Escala: 1: 25 000 1 2 3 4 9 5 7 6 8 11 10

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4.2 - DESCRIÇÃO DAS PARAGENS

1 - GRALHEIRA D’ ÁGUA (X - 192628,4; Y - 444333,7; Z - 632,358)

A observar: - a paisagem;

- o contacto do Super Grupo Dúrico-Beirão com os quartzitos da Formação Santa Justa;

- as dobras no Super Grupo Dúrico-Beirão;

- o quartzito da Formação Santa Justa e as suas características; - pormenores de bilobites em diversos locais;

- uma dobra nos quartzitos; - aspectos de erosão diferencial; - uma exploração aurífera romana;

- a exploração de ardósia e o impacte ambiental dela resultante; - a utilização de ardósia na construção das casas em Canelas.

PARAGEM 1 INTERESSE Aspectos a observar: GEOLÓGICO/ CIENTÍFICO DIDÁC- TICO GEOMOR- FOLÓGICO PAISASÍS- TICO GEOPATRI- MONIAL HISTÓ- RICO PALEONTO- LÓGICO OUTRO Paisagem × × × Contacto entre diferentes formações geológicas × × × × Dobras × × Quartzito da Formação de Santa Justa × × × × Bilobites × × × × Erosão diferencial × × × Exploração aurífera romana × × × × Exploração de ardósia e seu impacte ambiental × × × × × Utilização da ardósia × × ×

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Aproveitamento didáctico:

Este local, com 629 m de cota, oferece-nos a possibilidade de apreciar a vasta paisagem da região envolvente onde se destacam aspectos de natureza geomorfológica dominados por cristas quartzíticas do Ordovícico e declives acentuados que terminam em vales onde se inserem aldeias cujas habitações usam frequentemente a rocha extraída na pedreira (figuras 3.1, 4.2 e 4.3).

Figura 4.3 – Vista panorâmica a partir da Gralheira d’ Água. Observação em primeiro plano do alinhamento da crista quartzítica.

Ao observar os quartzitos da Formação Santa Justa os alunos, devidamente orientados pelo professor ou por conhecimentos adquiridos na sala de aula, podem estudar as suas características e procurar bilobites (figuras 4.4 e 4.5 A e B). Na descoberta de bilobites podem encontrar uma dobra de pequena dimensão (figura 4.6), onde é possível serem estudados alguns dos constituintes de uma deformação desta natureza (plano axial, charneira, flancos…).

Figura 4.4 – Bilobites observadas no local.

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Figura nº 4.5 – A e B – Bilobites que podem ser “descobertas” pelos alunos.

Ainda na mesma formação geológica pode ser vista uma exploração aurífera romana (figura 4.7) onde é possível entrar na abertura, que hoje se encontra preparada para ser visitada, e visualizar alguns vestígios deixados pela exploração. Estes indiciam a utilização do fogo no método de desmonte e marcas nas rochas onde seriam suspensos artefactos relacionados com a extracção do ouro. No exterior existem depressões nas rochas que seriam usadas na moagem do material retirado do subsolo.

Figura nº 4.6 – Dobra nos quartzitos.

Figura nº 4.7 – Antiga exploração romana de ouro.

A B

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A NE, após o nível dos quartzitos, encontram-se os do Super Grupo Dúrico-Beirão, onde se encontram dobras muito ilustrativas, embora de difícil acesso (figura 4.8). Pode, no entanto, visualizar-se diferentes litologias e proceder à sua caracterização. A NW da exploração romana surgem xistos intercalados nos níveis de quartzitos, que permitem estudar a erosão diferencial in situ (figura 4.9). Os alunos podem observar e “tocar” as rochas e relacionar a resistência à erosão com o tipo de rocha presente. É possível medir a estratificação das camadas xistentas e quartzíticas e relacionar a posição actual com a posição original.

Figura 4.8 – Dobras no CXG (alternância de xistos e grauvaques).

Figura 4.9 – Alternância de níveis de quartzitos e xistos onde pode ser medida a estratificação e analisada a erosão diferencial.

A elevação da Gralheira d’ Água resulta da resistência dos quartzitos da Formação Santa Justa à erosão em oposição às rochas envolventes.

Existe no local um miradouro que permite observar a paisagem (figura 4.10) e relacionar o relevo com as diferentes litologias, podendo reconhecer e concluir que zonas mais elevadas correspondem a rochas mais resistentes (erosão diferencial). Também se observa a área da pedreira dos xistos ardosíferos, a frente de exploração, a área de transformação e armazenamento e instalações administrativas, assim como o grande impacte visual criado pelas escombreiras (figuras 4.11 e 4.12).

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Figura 4.10 – Vista geral sobre a Pedreira do Valério e instalações de apoio.

Figura 4.11 – Escombreiras resultantes da exploração dos xistos ardosíferos.

Figura 4.12 – Crista quartzítica da Gralheira d’ Água vista da entrada da pedreira.

Na louseira é ainda possível observar a implementação de medidas de natureza ambiental mitigadoras de impactes relacionados com a exploração ardosífera como a plantação de árvores, reaproveitamento de resíduos, entre outras.

Nesta paragem podem assim ser observados aspectos de interesse geológico, didáctico, geomorfológico, paisagístico, paleontológico, patrimonial e histórico.

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2 – ALTO DO CAMPELO (CERCA DE 200 m a W) (X - 192104,2; Y - 444101,4; Z - 634,582)

A observar:

- o conglomerado de base do Carbónico; - as falhas e planos de falha no conglomerado; - os clastos seccionados pelas falhas.

PARAGEM 2 INTERESSE Aspectos a observar: GEOLÓGICO/ CIENTÍFICO DIDÁC- TICO GEOMOR- FOLÓGICO PAISASÍS- TICO GEOPATRI- MONIAL HISTÓ- RICO PALEONTO- LÓGICO OUTRO (PALEOAM- BIENTAL) Conglomerado de base do Carbónico × × × × × × Falhas × × Aproveitamento didáctico:

Nesta paragem identifica-se o conglomerado de base do Carbónico, representado por um nível com espessura de 15 a 20 m (figura 4.13 A e B). Os alunos podem estudar a composição da rocha, o arredondamento e a dimensão dos clastos, entre outros conteúdos de sedimentologia. O conglomerado é cortado por falhas normais, que seccionam os clastos (figura 4.14). Também se observam estrias resultantes do desenvolvimento destas fracturas. Ao identificar a composição dos clastos, e concluindo que os clastos pertencem ao Super Grupo Dúrico-Beirão e ao Ordovícico podem atribuir uma idade mais recente a este nível conglomerático – datação relativa. Podem ainda interpretar as possíveis zonas de alimentação deste nível de conglomerados.

Este local reveste-se de particular importância didáctica, científica, geomorfológica, paisagística, geopatrimonial e paleambiental.

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Figura 4.13 – Aspecto geral do conglomerado de base do Carbónico.

Figura 4.14 – Plano de falha onde são visíveis os clastos seccionados.

3 – XISTOS NEGROS DO CARBÓNICO COM FÓSSEIS DE VEGETAIS (X - 192232,5; Y - 443993,5; Z - 615,544)

A observar: - a rocha presente; - os fósseis vegetais;

- as litologias que contactam com os xistos negros carboníferos.

PARAGEM 3 INTERESSE Aspectos a observar: GEOLÓGICO/ CIENTÍFICO DIDÁC- TICO GEOMOR- FOLÓGICO PAISASÍS- TICO GEOPATRI- MONIAL HISTÓ- RICO PALEONTO- LÓGICO OUTRO Xistos negros, grés e microconglomerados × × Fósseis vegetais × × × A B

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Aproveitamento didáctico:

Os xistos negros (figura 4.15) contêm fósseis vegetais (principalmente fetos) (figura 4.16), que são raros e de difícil observação, pois a xistosidade é perpendicular à estratificação. Contactam com estes xistos grés de granulometria grosseira que podem ser caracterizados pelos alunos levando-os à identificação das rochas.

Esta paragem tem interesse didáctico, científico, sedimentológico e paleontológico.

Figura 4.15 – Xistos negros do Carbónico.

Figura 4.16 – Fóssil de um feto.

4 – XISTOS FÍSSEIS DO SILÚRICO COM GRAPTÓLITOS - logo após a paragem anterior, seguindo o caminho na direcção E (X - 192232,5; Y - 443993,5; Z - 615,544)

A observar: - os xistos físseis; - os xistos carbonosos; - os fósseis de graptólitos;

- as “figuras-fantasma” resultantes da dissolução dos sulfuretos; - a xistosidade das rochas;

- as falhas nos xistos físseis.

_____________________________________________________________________________ PARAGEM 4 INTERESSE Aspectos a observar: GEOLÓGICO/ CIENTÍFICO DIDÁC- TICO GEOMOR- FOLÓGICO PAISASÍS- TICO GEOPATRI- MONIAL HISTÓ- RICO PALEONTO- LÓGICO OUTRO

Xistos físseis e xistos carbonosos × × Fósseis de Graptólitos × × × × “Figuras-fantasma” resultantes da dissolução dos sulfuretos × × Xistosidade × × Falhas × × Aproveitamento didáctico:

O local apresenta um afloramento de pequena dimensão e espessura de xistos físseis, finos e claros, de xistosidade bem marcada, onde surgem intercalados xistos carbonosos, negros (figura 4.17 A e B). Estas rochas apresentam orifícios, resultantes da dissolução de sulfuretos, e também fósseis de graptólitos. Os alunos podem analisar essas cavidades, observar a xistosidade bastante penetrativa, medir a estratificação, observar falhas nos xistos físseis e ainda, recolher amostras de fósseis de graptólitos (figuras 4.18, 4.19, 4.20 e 4.21). Estes aspectos conferem a esta paragem um interesse didáctico, científico, geopatrimonial e paleontológico.

Figura 4.17 – A – Xistos físseis e xistos carbonosos. B – Xistos físseis.

A B

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Figura 4.18 – Estratificação penetrativa dos xistos físseis.

Figura 4.19 – Falhas presentes nos xistos físseis.

Figura 4.20 – “Figuras-fantasma” resultantes da dissolução dos sulfuretos.

Figura 4.21 – Fósseis de graptólitos.

5 – MUSEU (X - 193067,7;Y - 443725;Z - 548,118), FÁBRICA E PEDREIRA (X - 193154;Y - 443819,9;Z - 541,768)

A observar:

- o Centro Interpretativo de Canelas; - os fósseis de diferentes organismos; - a pedreira de xistos ardosíferos;

- a zona de transformação e armazenamento dos xistos ardosíferos; - as diferentes aplicações dos xistos ardosíferos.

Falhas

_____________________________________________________________________________ PARAGEM 5 INTERESSE Aspectos a observar: GEOLÓGICO/ CIENTÍFICO DIDÁC- TICO GEOMOR- FOLÓGICO PAISASÍS- TICO GEOPATRI- MONIAL HISTÓ- RICO PALEONTO- LÓGICO OUTRO (ECONÓMICO) Centro Interpretativo de Canelas × × × × Fósseis × × × × Pedreira de xistos ardosíferos × × × Zona de transformação e armazenamento dos xistos ardosíferos × × Aplicações dos xistos ardosíferos × × Aproveitamento didáctico:

Aproximadamente a 9 km para NE de Arouca, fica situada a exploração de ardósia pertença da Empresa Valério e Figueiredo, Lda., bem como o museu e Centro Interpretativo de Canelas, criado por Manuel Valério, um dos proprietários da pedreira. Estes xistos começaram a ser explorados artesanalmente há cerca de duzentos anos, tendo a exploração parado durante vinte anos, com início por volta dos anos 70 do século passado. Este interregno deveu-se à substituição do uso da ardósia pela telha na cobertura das casas, incrementado pelo desenvolvimento da rede viária. A actividade extractiva reiniciou no início dos anos 90 com a criação da actual empresa (figuras 4.22, 4.23 e 4.24 A e B), com a ajuda de fundos comunitários. São diversos os produtos resultantes do tratamento da ardósia, sendo a única empresa a produzir chapas irregulares para os telhados. Os produtos obtidos com o tratamento dos xistos ardosíferos incluem ladrilhos, mosaicos, peças decorativas, revestimento de casas, entre outros, sendo grande parte (cerca de 50%) destinada à exportação.

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Figura 4.22 - Vista geral da frente da pedreira. Figura 4.23 - Abertura manual dos xistos de acordo com os planos de xistosidade.

Figura 4.24 – A – Armazéns da empresa e zona de transformação. B – Escritórios da empresa e edifício de transformação.

A extracção tem-se desenvolvido muito próximo da superfície, não sendo possível a obtenção de grandes blocos.

Cerca de 90% do material extraído constitui resíduos que são acumulados em escombreiras de grande impacte visual, facto que preocupa o proprietário, Manuel Valério de Figueiredo. Segundo ele, as reservas de ardósia do local permitem a extracção, ao ritmo actual, nos próximos duzentos anos.

Na pedreira podem ser explorados muitos conteúdos geológicos, de acordo com o nível de ensino dos alunos participantes. Pode ser feita a observação e caracterização da rocha explorada, a observação de falhas (figura 4.25 A e B) e medição da sua atitude bem como da estratificação, a recolha de amostras de fósseis de diferentes seres vivos, a comparação das escombreiras actuais com parte das antigas escombreiras ainda preservadas, resultantes das técnicas artesanais, e ainda a observação da técnica de extracção dos xistos ardosíferos.

A B

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Figura 4.25 – A – Falha nos xistos ardosíferos e antigas escombreiras. B – Exemplo de um plano de uma falha visível nestes xistos.

No local onde os xistos são trabalhados, os alunos podem observar várias técnicas (mecânicas e manuais) de transformação, observar diversos produtos finais e perceber a utilização posterior destes materiais.

Nas imediações da pedreira foram construídos dois edifícios que albergam o Centro Interpretativo / Museu de Canelas (figura 4.26), onde se podem visualizar diversos fósseis que são encontrados nos xistos ardosíferos e nas rochas vizinhas. Os alunos podem reconhecer a importância da preservação do património geológico num local de muito bom gosto e elevado rigor científico, onde os fósseis representam os diferentes períodos, épocas, andares e séries do tempo geológico, que surgem na região.

Figura 4.26 – Centro Interpretativo de Canelas (vista frontal).

Neste local são muitos os aspectos geológicos que podem ser abordados e estudados, bem como a geomorfologia, a litologia, a paleontologia, a história da região e pode ser observada a exploração dos xistos ardosíferos. Este ponto, que pode e deve ser dividido em várias estações, revela grande importância didáctica, científica, económica, histórica, patrimonial e paleontológica.

Escombreiras como resultado da extracção manual

Falha

Plano de falha

A B

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6 – FALHA (na estrada em frente ao caminho de acesso à entrada da pedreira) (X - 193218,1; Y - 443700,5; Z - 543,75)

A observar:

- os xistos ardosíferos;

- a superfície de falha com direcção N30E; - os indicadores cinemáticos;

- o rejecto dos quartzitos da Formação Santa Justa.

PARAGEM 6 INTERESSE Aspectos a observar: GEOLÓGICO/ CIENTÍFICO DIDÁC- TICO GEOMOR- FOLÓGICO PAISASÍS- TICO GEOPATRI- MONIAL HISTÓ- RICO PALEONTO- LÓGICO OUTRO Xistos ardosíferos × × Falha, indicadores cinemáticos e rejecto dos quartzitos × × Aproveitamento didáctico:

No caminho que fica em frente do caminho de acesso à pedreira, observam-se xistos ardosíferos, onde existe uma superfície de falha com direcção N30E.

Nesta estação, os alunos de níveis escolares mais avançados podem medir a estratificação nos xistos ardosíferos ao longo do caminho e inferir que a variação observada (arrepiamento variável dos estratos) se deve a uma falha com desligamento direito, de direcção N30E (figura 4.27). Este desligamento direito, com cerca de 150m pode ser observado no rejecto da expressão geomorfológica dos quartzitos da Formação Santa Justa (figuras 4.28 e 4.29). No local, os alunos podem desenvolver actividades relacionadas com a identificação e interpretação de indicadores cinemáticos, e daí a importância didáctica que se pode atribuir a esta paragem.

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Figura 4.27 – Falha com direcção N30E, que rejecta os quartzitos. Na figura representa-se um esquema do arrepiamento dos estratos do bloco oriental rejectado que são visíveis no local.

Figura 4.28 – Quartzitos da Formação Santa Justa da Gralheira d’Água, cuja direcção e descontinuidade estrutural podem ser comparadas com a dos quartzitos próximos da falha.

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Figura 4.29 – Rejecto de cerca de 150 m nos quartzitos da Formação Santa Justa.

7 – REJECTO DOS QUARTZITOS DA FORMAÇÃO SOBRIDO (X - 192944,9;Y - 443644,4; Z - 544,197)

A observar:

- os quartzitos da Formação Sobrido; - o rejecto nos quartzitos;

- o contacto dos quartzitos da Formação Sobrido com os xistos ardosíferos da Formação Valongo. PARAGEM 7 INTERESSE Aspectos a observar: GEOLÓGICO/ CIENTÍFICO DIDÁC- TICO GEOMOR- FOLÓGICO PAISASÍS- TICO GEOPATRI- MONIAL HISTÓ- RICO PALEONTO- LÓGICO OUTRO Quartzitos da Formação Sobrido × × Rejecto nos quartzitos × × ×

Contacto dos com os xistos ardosíferos

× × ×

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Aproveitamento didáctico:

Neste local é possível observar as diferentes litologias presentes (quartzitos da Formação Sobrido e xistos ardosíferos da Formação Valongo) bem como o contacto entre elas.

O rejecto no quartzito é resultante de uma falha de direcção aproximada de N30E, visível no terreno pois o quartzito não se encontra do lado E da estrada, como seria de esperar. Na carta geológica à escala 1:10000 pode ser observado o rejecto de cerca de 150 m nos quartzitos do Caradociano.

Esta paragem revela interesse didáctico, científico e geomorfológico.

8 – CONGLOMERADO DE MEALHA (X - 193543,9; Y - 442732,4; Z - 361,12)

A observar:

- o conglomerado de base do Carbónico; - a composição do conglomerado; - as características dos clastos;

- as falhas que afectam o conglomerado.

PARAGEM 8 INTERESSE Aspectos a observar: GEOLÓGICO/ CIENTÍFICO DIDÁC- TICO GEOMOR- FOLÓGICO PAISASÍS- TICO GEOPATRI- MONIAL HISTÓ- RICO PALEONTO- LÓGICO OUTRO (PALEOAM- BIENTAL) Conglomerado de base do Carbónico × × × × Características dos clastos × ×

Falhas que afectam o conglomerado

× ×

Aproveitamento didáctico:

Nesta paragem observa-se um conglomerado, com clastos de dimensões decimétricas, provenientes do Super Grupo Dúrico-Beirão e do Ordovícico. Este conglomerado representa a base ou um dos sectores marginais (o NE actual) da bacia intramontanha de deposição dos materiais carbónicos. Pelas dimensões dos seus clastos e pela geometria dos depósitos e distribuição espacial crê-se que representam cones de dejecção, onde se estabelecia a ligação com as fontes de alimentação. Os alunos podem observar e analisar um clasto com cerca de 2 m de diâmetro (figura CAPÍTULO 4 – LOCAIS COM INTERESSE DIDÁCTICO E PATRIMONIAL

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4.30). O local permite o estudo dos constituintes do conglomerado, da sua estrutura, a análise do seccionamento dos clastos e a extrapolação do ambiente paleogeográfico e geológico enquadrantes.

Figura 4.30 – Clasto com cerca de 2 m de diâmetro, proveniente do conglomerado intraformacional do CXG.

São visíveis falhas, de direcção N20E e N80W, que podem ser estudadas pelos discentes, medindo a sua direcção, e a orientação preferencial dos clastos (figuras 4.31 A e B e 4.32). Pode ainda avaliar-se a capacidade de transporte dos agentes fluviais comparativamente com o que se passa em outros pontos onde este conglomerado é visível.

Esta estação revela uma grande importância didáctica, científica, geopatrimonial e paleoambiental.

Figura 4.31 - A – Conglomerado de Mealha, onde se observa uma superfície de falha. B – Aspecto geral do conglomerado, com superfície de falha bem visível.

A B

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Figura 4.32 – Nesta figura é possível observar o arredondamento dos clastos.

9 – NIVEIS DE CARVÃO (X - 192512,2;Y - 443561,1; Z - 509,026)

A observar:

- a cavidade resultante da prospecção de carvão; - as escombreiras com antracite;

- as dobras. PARAGEM 9 INTERESSE Aspectos a observar: GEOLÓGICO/ CIENTÍFICO DIDÁC- TICO GEOMOR- FOLÓGICO PAISASÍS- TICO GEOPATRI- MONIAL (MINEIRO) HISTÓ- RICO PALEONTO- LÓGICO OUTRO Cavidade resultante da prospecção de carvão × × × × Escombreiras com antracite × × × × Dobras × × Aproveitamento didáctico:

Surgem ao longo da Faixa Carbonífera Dúrico-Beirã vários locais onde o carvão foi explorado. Também na região estudada foram realizados trabalhos de prospecção de carvão para possível exploração. Neste local é visível uma galeria com cerca de 1,5 a 2 m de altura, no exterior da qual existe uma escombreira de material negro, onde são reconhecidos fragmentos de antracite. Existe nas redondezas outra cavidade resultante do mesmo tipo de trabalhos.

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Esta paragem enquadra importantes aspectos que podem ser explorados no âmbito de visitas de estudo, nomeadamente a observação de galerias de prospecção mineira e o facto de constituir um local que possibilita a procura, identificação e classificação de fragmentos de carvão nas escombreiras (figuras 4.33 A e B). Este local representa uma importância didáctica, histórica e patrimonial geomineira.

Figura 4.33 – A – Galeria resultante da prospecção de carvão. B – Escombreiras resultantes da prospecção de carvão.

Muito próximo deste local, no caminho de acesso, existem muitas dobras em xistos negros ou filitos carbonosos, que testemunham o movimento ao longo do contacto entre o Super Grupo Dúrico-Beirão e o Carbónico (figura 4.34). A análise destas dobras permite o estudo deste tipo de deformação e de todos os seus componentes.

Figura 4.34 – Dobras de pequena amplitude nos filitos carbonosos.

A B

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10 – DOLERITO (INTRUSÃO BÁSICA) (X - 192102,2; Y - 443471,1; Z - 618,375)

A observar:

- a intrusão dolerítica nos xistos e grauvaques do Super Grupo Dúrico-Beirão; - a xistosidade dos materiais do Super Grupo Dúrico-Beirão;

- a alteração do dolerito; - a direcção do filão dolerítico;

- a idade relativa entre o filão e a rocha encaixante.

PARAGEM 10 INTERESSE Aspectos a observar: GEOLÓGICO/ CIENTÍFICO DIDÁC- TICO GEOMOR- FOLÓGICO PAISASÍS- TICO GEOPATRI- MONIAL HISTÓ- RICO PALEONTO- LÓGICO OUTRO Intrusão dolerítica nos xistos e grauvaques do CXG × × Xistosidade dos materiais do CXG × × Alteração do dolerito × × Direcção do filão × × Idade relativa × × Aproveitamento didáctico:

Nesta paragem podem ser observadas e estudadas rochas do antigo CXG (xistos e grauvaques), medindo a sua xistosidade e caracterizando as rochas aflorantes. A cortar a xistosidade dos materiais ante-ordovícicos surge um filão dolerítico, com cerca de 8 m de possança, de cor ocre, que pode ser usado no estudo de rochas filonianas,