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REALIZAÇÃO DE UMA SAÍDA DE CAMPO À REGIÃO DE CANELAS (AROUCA)

5.1 - INTRODUÇÃO

Em Geologia existem determinados conceitos e processos/fenómenos difíceis de explicar na sala de aula, tendo em conta a sua complexidade. O trabalho de campo é uma ferramenta que deve ser utilizada pelos professores de Geociências para tentar ultrapassar esta dificuldade. Muitos conteúdos geológicos tornam-se mais claros quando observados, explicados e experimentados no campo.

Há muito tempo é reconhecida a importância das saídas de campo como estratégia de aprendizagem não havendo, no entanto, o reflexo na prática das escolas. Os professores raramente realizam actividades outdoor como parte integrante das suas planificações.

A saída de campo que foi desenvolvida neste trabalho baseou-se no modelo organizativo proposto por Nir Orion (1993), que tem como objectivo a planificação e implementação de uma saída de campo em Geologia. Este investigador defende que as actividades desenvolvidas nas saídas de campo facilitam a construção de conceitos abstractos e favorecem uma aprendizagem mais efectiva e duradoura.

5.2 - SAÍDAS DE CAMPO

Marques et al (1997) referem que o trabalho de campo vem sendo esquecido, ou mesmo banido da prática lectiva, sendo realizado em situações esporádicas e excepcionais. Apontam como justificações os obstáculos institucionais e as dificuldades conceptuais e metodológicas dos professores.

Também, Rebelo e Marques (2000), realizaram um estudo relativo ao trabalho de campo e apontam várias dificuldades sentidas pelos professores na realização das saídas de campo:

- dificuldades de natureza geológica (falta de materiais que apoiem o professor na preparação e realização da saída);

- dificuldades de natureza financeira; - dificuldades de natureza curricular.

Tendo em conta que nos últimos anos tem crescido uma consciência colectiva para a protecção do ambiente, é também papel do professor, promover o desenvolvimento de atitudes responsáveis, a alfabetização científica, e a participação crítica e interventiva na resolução de problemas globais que afectam o planeta. Estas competências podem CAPÍTULO 5 – REALIZAÇÃO DE UMA SAÍDA DE CAMPO À REGIÃO DE CANELAS

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ser desenvolvidas no trabalho de campo. Além disso, o trabalho de campo encerra outras vantagens:

- facilita a aprendizagem da Geologia de forma mais prática; - mobiliza conceitos geológicos prévios;

- desenvolve o interesse e o respeito pelo meio ambiente; - suscita a problematização a partir de dúvidas e questões;

- proporciona aos alunos o contacto com experiências difíceis de realizar numa sala de aula;

- motiva os alunos para a aprendizagem dos conteúdos de Geologia; - estimula a curiosidade dos alunos;

- fomenta a melhoria das relações entre os alunos e entre estes e os professores.

Nir Orion lidera um grupo de investigação do Instituto Weizmann de Ciência de Israel. Este investigador propôs um modelo para o desenvolvimento e implementação de saídas de campo de raiz construtivista (Orion, 1993), para alunos de ensino básico e secundário que tem sido usado por alguns professores quando planificam actividades de campo.

Em 1989, Orion referia que as saídas de campo eram utilizadas, geralmente, para enriquecimento didáctico. Como tal, normalmente, aconteciam no final da disciplina como resumo ou para premiar os alunos. O investigador defende que esta actividade deve figurar como componente integral e indispensável do processo de ensino/aprendizagem. Defende ainda que a capacidade de aprender no campo é influenciada pelos conhecimentos anteriores, pela experiência de campo e pela novidade que a área acarreta para o aluno. Este autor introduz o conceito de “novelty space” (consciencialização para o novo / novidade), referindo que este condiciona a capacidade de aquisição de conhecimentos no campo. Alunos com pouca familiaridade com este tipo de actividade e a área a visitar terão dificuldades acrescidas na execução das tarefas a realizar nas diferentes paragens, pois o aluno tem primeiro que explorar o local e só depois se pode concentrar para começar a aprender. Para que este tipo de actividade seja o mais proveitoso possível este “novelty space” deve ser minimizado por uma unidade preparatória da saída, na sala de aula.

Orion e Hofstein (1994), realizaram estudos para identificar os factores que influenciam a aprendizagem durante uma saída de campo em ambiente natural. Estes estudos sugerem que a aprendizagem efectiva decorrente das saídas de campo é controlada por dois factores principais: a qualidade pedagógica da saída de campo e o “novelty space” já referido. A qualidade pedagógica da saída é determinada pela sua

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estrutura, pelos materiais de apoio e métodos de ensino e pela capacidade de aprender directamente em interacção com o meio. O “novelty space” é, segundo estes autores, composto de três variáveis: cognitivas, psicológicas e geográficas. Os conhecimentos prévios condicionam a aprendizagem do aluno podendo dificultar ou impedir a realização das actividades propostas. Os efeitos negativos subsequentes de dificuldades cognitivas podem ser reduzidos, directamente, com várias actividades concretas, onde sejam abordados conceitos que vão ser trabalhados na saída de campo, como por exemplo, identificação de rochas, minerais, fósseis e amostras de solos, experiências laboratoriais que simulem fenómenos e processos geológicos, manuseamento de bússola e observação de lâminas delgadas ao microscópio petrográfico. Através destas actividades mais básicas os alunos podem familiarizar-se com os conhecimentos necessários para o trabalho de campo. As novidades decorrentes das variáveis geográficas, relacionadas com a familiaridade com o local em estudo podem ser reduzidas com diapositivos, fotografias e filmes da área e com o trabalho com mapas da região onde poderão, por exemplo, marcar o percurso, identificar as paragens e, no caso de alunos com idades mais avançadas, pode proceder-se à elaboração de perfis topográficos e até geológicos. As variáveis psicológicas relacionam-se com a componente emocional e afectiva da viagem e a motivação intrínseca dos alunos para a saída. A tensão e a insegurança devem ser reduzidas através de uma apresentação detalhada sobre a forma como irá decorrer a saída. O professor deve envolver o aluno na preparação da saída e fornecer elementos como: os objectivos, a duração da viagem, o número de paragens e a duração prevista para cada uma, os momentos de descanso, a metodologia de trabalho a utilizar, as condições meteorológicas esperadas, dificuldades expectáveis do percurso, entre outros. Se a frequência das saídas aumentar os efeitos negativos produzidos pelos factores psicológicos diminuem muito.

Uma preparação da saída que tenha em conta as três variáveis mencionadas minimiza o efeito do “novelty space” e facilita uma aprendizagem significativa durante a saída de campo. Alunos cujo “novelty space” foi minimizado antes da saída de campo adquiriram níveis de conhecimento e de atitudes mais elevados.

Orion (1993), refere que se deve dar preferência a saídas em que a aprendizagem resulta da interacção do aluno com o meio envolvente. O aluno construirá o conhecimento a partir das actividades de campo, em vez de receber a informação passivamente do professor (modelo de raiz construtivista). As tarefas a desenvolver devem levar o aluno a contactar directamente com actividades como: observar, tocar, identificar, medir, comparar. Seguem-se actividades de interpretação e conclusão que se devem basear nos processos básicos anteriores.

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O modelo apresentado por Orion em 1993 pressupõe, então, três fases que podem decorrer em ambientes distintos: unidade de preparação (sala de aula ou laboratório), saída de campo (natureza) e a unidade de síntese ou unidade pós-viagem (sala de aula). Cada fase é estruturada independentemente e serve de ponte para a unidade de aprendizagem seguinte (figura 5.1).

Figura 5.1 – Estrutura do modelo de saída de campo (adaptado de Orion, 1993).

A estratégia deve ter em atenção que os conceitos devem ser organizados hierarquicamente do concreto para o abstracto, num movimento em espiral e, neste sentido, a unidade de preparação deve basear-se em experiências concretas e simples.

A escolha da área a visitar deve estar de acordo com as potenciais paragens onde os conceitos podem ser ensinados, não esquecendo os critérios administrativos.

As estações devem ser seleccionadas também tendo em atenção os seguintes factores:

- os fenómenos no local são claros, elucidativos, facilmente localizáveis e de fácil acesso;

- deve haver espaço suficiente para todos os alunos desenvolverem as tarefas; - a segurança deve ser tida em conta;

- o microclima da região não deve impedir o trabalho.

Abstracto

Concreto Unidade pós-viagem

Saída de campo

Unidade preparatória

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As paragens seleccionadas devem demonstrar / ilustrar os conteúdos curriculares em estudo. O mesmo conceito pode ser abordado em vários momentos ao longo da viagem.

Após o estudo da área e a selecção das paragens o professor deve organizar um roteiro, atendendo a que:

Ø A distância entre paragens não deve ser superior a 15 minutos a pé ou 30 minutos de carro;

Ø O número de paragens para uma saída de um dia não deve ser superior a 6/8 paragens e, as actividades em cada uma delas não deve ultrapassar uma hora; Ø Deve ser possível fazer todo o percurso no(s) transporte(s) escolhido(s) com

facilidade;

Ø A complexidade dos conceitos geológicos deve aumentar à medida que o percurso avança;

Ø Deve haver uma ligação lógica didáctica entre as paragens; Ø A beleza dos locais não deve impedir a aprendizagem;

Ø O percurso deve ser fácil de executar, do ponto de vista físico;

Ø Devem ser consideradas as condições meteorológicas, como a exposição solar directa ou alterações da temperatura.

Na preparação da saída de campo o professor deve elaborar materiais auxiliares ao processo de ensino / aprendizagem:

- guia de campo para o aluno que orienta o trabalho em todas as paragens e o conduz através das paragens com instruções, tarefas e espaço para respostas e conclusões. Orion (1989) refere que podem existir dois tipos de questões: algumas que levem o aluno a investigar o exposto, utilizando competências como a observação, identificação e desenho; questões mais abstractas que requerem dos alunos explicações das observações efectuadas;

- guia do professor para a unidade preparatória e para a saída de campo;

- mini posters para ilustrar / clarificar as observações de campo. Os mini posters podem conter fases da história geológica da região e cortes geológicos. Estes auxiliares de ensino devem ser feitos em material resistente às condições meteorológicas adversas. Numa face estará um desenho colorido e, na outra, instruções para o professor, como o significado geológico do desenho e sugestões didácticas e indicações de como e quando o usar (Orion, 1989).

A saída de campo surge como a unidade central deste modelo. Serve de laboratório natural onde os alunos podem tocar as rochas, observar e investigar os fenómenos geológicos e descobrir princípios e conceitos geológicos. Há uma interacção constante entre os alunos e o meio.

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Deve ser planificada como parte integrante do currículo e não como uma actividade isolada. As actividades devem iniciar-se com trabalho individual ou em pequenos grupos, com atitudes de partilha e respeito pelos outros, após o qual a discussão em grupo deve ser mediada pelo professor. Este deve enfatizar o confronto de ideias e a importância do erro. As tarefas de cada paragem terminam com uma questão aberta para posterior reflexão e discussão. Estas questões são colocadas no campo mas serão discutidas na sala de aula, na unidade pós-viagem (Orion, 1989).

A unidade pós-viagem decorre na sala de aula. Nesta fase os alunos contactam com os conceitos mais complexos e difíceis do currículo, que exigem um nível mais elevado de abstracção e de concentração por parte dos alunos. Por exemplo, a unidade de síntese de uma saída de campo em níveis básicos de Geologia tratará o tempo e as dimensões espaciais, assim como os processos físicos e químicos que ocorrem na crusta terrestre. Supõe-se que o conhecimento e a experiência adquiridos no campo, na saída, ajudem a ultrapassar as dificuldades inerentes a esta fase de ensino. Devem ser retomadas as questões abertas, que foram colocadas durante a saída. Nesta fase a discussão e a confrontação com as observações realizadas durante a visita vão permitir que os alunos compreendam a estrutura geológica da região. O professor funcionará como mediador neste processo de aprendizagem, na constante aquisição de conhecimentos.

A avaliação da visita como actividade de aprendizagem ocorre nesta fase, com recurso a questionários relativos à importância do trabalho de campo, à atitude dos alunos perante a saída e perante a Geologia.

Rebelo e Marques (2000) procederam a um estudo, em que utilizaram um questionário para recolha de dados, administrado a 132 professores de Geociências de diferentes níveis de ensino. A finalidade do questionário era diagnosticar as concepções dos professores sobre o trabalho de campo. São aqui apontadas as principais conclusões do estudo:

- os professores consideram o trabalho de campo importante, mas realizam um número muito reduzido de saídas;

- as actividades propostas aos alunos são, maioritariamente, de rotina (colheita de amostras, recolha de fotografias,…), sendo reduzidos os espaços para a interrogação e problematização; é fraca a utilização de interpretação de fenómenos / factos / situações, não é promovida a interacção com o meio nem a discussão intra e intergrupos;

- é diminuta a percentagem de professores que diz integrar a organização da saída no currículo que se encontram a leccionar;

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- a grande maioria dos professores considera que a principal finalidade da saída de campo é motivar ao alunos para os conhecimentos a adquirir mas não colocam questões relevantes nem retomam a discussão dos conceitos abordados na saída nas aulas seguintes;

- os professores apontam como principais entraves à realização de saídas de campo as dificuldades de natureza científica, de natureza financeira e também, mas em menor número, de natureza curricular;

- na avaliação das saídas é utilizado o relatório, pela maioria dos professores, mas as dimensões da aprendizagem que pretendem avaliar não têm um papel efectivo na recolha de dados relativos ao desempenho dos alunos.

Os professores reconhecem que a maioria do trabalho de campo utilizado nas escolas é insatisfatória e sentem dificuldades de natureza geológica que gostariam de colmatar.

A apresentação deste estudo serve apenas para demonstrar a necessidade da elaboração / produção de materiais que possam facilitar e promover a planificação de saídas de campo. Nos últimos anos são vários os trabalhos de investigação que desenvolvem esta temática e que deixam propostas e sugestões de saídas a realizar na área da Geologia. Esta tese surge como mais um recurso para o desenvolvimento de saídas de campo na região de Canelas (Arouca) e também para experimentar um ensaio com saídas de campo para alunos de diferentes níveis de ensino no sentido de averiguar o impacto na sua formação na área da Geologia.

5.3 - O QUE FAZER PARA PREPARAR UMA VISITA DE ESTUDO (SAÍDA DE CAMPO, NESTE CASO)

A realização de uma visita de estudo implica, necessariamente, a conjugação de um conjunto de actividades logísticas preliminares, que abaixo se particularizam, e tem como objectivo garantir o sucesso, a rentabilidade e a eficácia pedagógicas, bem como a segurança dos alunos.

Assim, dever-se-á:

- Propor em reunião de Grupo ou de Departamento a visita de estudo, para ser aprovada na Reunião do Conselho Pedagógico. A visita deverá fazer parte do Plano Anual de Actividades no início do ano lectivo.

- Seleccionar o(s) local(ais) a visitar, considerando os seguintes aspectos: > enquadramento com o programa da disciplina;

> nível etário e cognitivo dos alunos; > segurança dos intervenientes;

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> distância à escola.

- Estabelecer contacto com o local a visitar, com os seguintes objectivos:

> recolha de informações relativas à visita (existência de conteúdos didáctico- pedagógicos que possam ser enquadrados no(s) programa(s) da(s) disciplina(s), duração, preço, nº de alunos por visita, …);

> verificar a necessidade de contactar terceiros que possam participar ou colaborar na realização da visita;

> selecção de uma data;

> esclarecimento do tipo de visita pretendido. - Contactar uma empresa de transporte.

- Contactar professores do Conselho de Turma para acompanhar os alunos. - Informar os alunos da visita que irão realizar (objectivos, local, data,…).

- Informar os Encarregados de Educação (EE) via caderneta ou comunicado, com todas as informações pertinentes e requerer a autorização para a participação dos educandos na mesma. Pode ser realizada uma reunião com os EE para esclarecimento de todos os pormenores da visita ou, aquando de uma reunião do Director de Turma com os EE, o professor organizador da visita pode estar presente e informar os mesmos da referida visita.

- Recolher as autorizações dos EE e o dinheiro de cada aluno.

- Fazer uma preparação da saída de campo durante uma ou mais aulas (o professor deverá usar o tempo que achar necessário e que tiver disponível). Esta deverá incluir:

> explicação sobre o que vão observar; > cuidados a ter durante a visita; > teste diagnóstico pré-visita; > …

5.4 - ENQUADRAMENTO CURRICULAR DO ITINERÁRIO

O itinerário seleccionado que foi realizado com os alunos (vd. anexo nº 1) enquadra-se nos conteúdos programáticos da disciplina de Ciências Naturais do 7º ano, no tema “Terra em transformação”. O programa desta disciplina e as orientações curriculares definidas pelo Ministério da Educação no documento “Orientações Curriculares – Ensino Básico (3º ciclo)” para Ciências Físicas e Naturais (http:www.dgidc.min- edu.pt/básico/Paginas/Programas_OrientacesCurriculares_3CFN.aspx (21 de Janeiro de 2006), mencionam diversas estratégias para o ensino das Ciências da Terra. Naquele documento, registam-se sugestões e propostas de realização de actividades CAPÍTULO 5 – REALIZAÇÃO DE UMA SAÍDA DE CAMPO À REGIÃO DE CANELAS

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de campo como introdução aos temas ou como revisão e consolidação de conteúdos no final do capítulo. A opção adoptada neste trabalho foi realizar a saída de campo após a leccionação dos conteúdos, para facilitar a compreensão das estruturas e fenómenos que iriam ser observados.

5.5 - ALUNOS ENVOLVIDOS – CARACTERIZAÇÃO

A saída de campo realizou-se no ano lectivo de 2006/2007, ano em que a autora deste estudo se encontrava a leccionar na Escola EB 2/3 de Castelo de Paiva, tendo participado na mesma as quatro turmas do 7º ano que lhe foram distribuídas.

Desde cedo os alunos demonstraram muito interesse e entusiasmo em participar na saída de campo. Os alunos envolvidos estão inseridos numa região com muitas dificuldades socio-económicas, onde o desemprego é frequente e grande parte dos habitantes do sexo masculino procura trabalho fora do concelho, nomeadamente em Espanha, ficando fora toda a semana. A maioria dos pais possui entre o 4º e 6º anos de escolaridade, e nem sempre acompanha o percurso escolar dos filhos.

Em geral, os alunos apresentam grandes dificuldades de aprendizagem, de expressão oral e escrita, de interpretação de textos, gráficos e esquemas, na organização de ideias e baixas ambições profissionais.

Para este tipo de alunos a possibilidade de sair, de conhecer novos locais, conviver com colegas e professores e aprender de forma mais prática é ainda mais importante. É uma oportunidade invulgar.

5.6 - PREPARAÇÃO DA SAÍDA DE CAMPO

5.6.1 - Introdução

No início do ano lectivo, a planificação das actividades pedagógicas incluiu a saída de campo a Canelas, aprovada em Conselho Pedagógico. Na devida altura, foi contactada, por telefone e via fax, a Empresa Valério e Figueiredo, Lda., proprietária dos terrenos e instalações onde iria decorrer parte da visita. No início do mês de Março, foram enviadas aos pais e Encarregados de Educação as autorizações para participação na saída, com todas as informações necessárias.

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A escolha da data da saída de campo atendeu à conjugação de vários critérios:

- o objectivo da saída de campo era consolidar conhecimentos leccionados na sala de aula;

- todos os conteúdos essenciais à compreensão da saída de campo teriam de estar leccionados antes da realização da mesma;

- a escola, por norma, não permite a realização de visitas de estudo no 3º período; - a data escolhida deveria apresentar condições climáticas favoráveis a este tipo de actividade.

A área escolhida preencheu todos os requisitos enumerados por Nir Orion (1993), para