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LUGAR-MUNDO: A Dinâmica dos Lugares

Esquema 02: O lugar como protesto

Fonte: Elaboração de ARAÚJO, M. F. de, 2019 (trabalho de campo).

Para entender a constituição desse lugar é preciso considerar o contexto nacional. A pauta, manifestações, discursos, programa do governo federal eleito em 2018 já repercutiu em diversas manifestações e protestos dos movimentos e grupos sociais organizados ou não. No capítulo 7 será discutida a guerra da informação, a qual no Brasil teve como consequência à vitória do grupo de extrema direita95.

A despeito da chegada ao poder da extrema direita, o clima nacional ainda é da guerra da informação sobretudo pela disputa acirrada entre os grupos opositores ao governo. A guerra da informação é um contexto do período histórico atual, que no caso do Brasil ela eclodiu, de tal maneira, com o uso das mídias sociais pelos grupos de extrema direita e fascistas. Verdade que o presidente da república, eleito em 2018, além de não possuir a maioria do apoio dos brasileiros, também desenvolve um programa exibido em sua campanha, qual seja a perseguição às minorias e a possível sequência da agenda do golpe de 2016.

95 O que ocasiona o dualismo entre direita e esquerda vai muito mais além do que o efeito das eleições

e o sistema eleitoral, “[...] é o princípio de maioria, pelo qual, com respeito a qualquer tipo de decisão

Esses temas serão discutidos e exibidos nos próximos capítulos da segunda parte da tese.

Considera-se a educação como uma propriedade indelével e inalienável de igualdade social (SAVIANI, 2015). A luta para levar educação de qualidade à todos e, principalmente para a formação das crianças e dos jovens é um instrumento fundamental e básico de combate às desigualdades socioespaciais.

No esquema 02, quando se lê o mundo, deve-se considerar esse contexto das instituições, do governo federal e dos movimentos sociais nas escolas e universidades, um contexto de conflito mais explícito e acirrado do que qualquer governo em exercício anteriormente, desde o período da “abertura democrática”, vivenciou. Com a vitória do pleito por Jair Bolsonaro e, com as ideias que ele representa, constituiu-se um lugar como resistência à própria plataforma de governo em prática aglutinando diversos setores e movimentos sociais e das minorias.

A palavra mundo e espaço do Esquema 02 diz respeito ao movimento da totalidade, do espaço geográfico e como ele influencia na constituição dos lugares. Quando se menciona mundo intrínseco ao espaço geográfico é sobre a relação com a expansão do próprio meio técnico-científico-informacional, com a plenitude da urbanização, ao menos em algumas localidades da cidade, mas sua disseminação pela dispersão do meio técnico-científico-informacional. Mais adiante será discutido sobre as categorias externas que influenciam na constituição do mundo e do espaço geográfico e que se vivencia pelos lugares cotidianamente.

Continuando com a sintaxe do lugar pelo o esquema 02 o acontecer está ligado à manifestação em si. O lugar é esse movimento, é a prática do protesto, é o ato da manifestação. O lugar é sempre ação. O experimento que foi realizado no dia 13 de agosto de 2019 (Apêndice 4 na pág. 473) está metodologicamente demonstrando isso neste capítulo. Esse fracionamento se dá para a compreensão da constituição dos lugares, porque são sempre plurais. Na realidade não há a separação entre os termos espaço do acontecer solidário como foi apresentada para sua definição e entendimento e para a compreensão da constituição dos lugares pela sintaxe do lugar.

Vivenciou-se ao mesmo tempo nesse lugar constituído no experimento aqui analisado a adesão de milhares de pessoas pela indignação contra os cortes e reduções nos investimentos a educação. Essa adesão é o pacto que faz as pessoas saírem de suas casas e seus compromissos para viverem esse lugar, são solidárias com o acontecer. Esse é o vínculo, o pacto, a união.

Esse lugar foi constituído no dia 13 de agosto de 2019 e se finalizou ao término da manifestação, qual teve um trajeto, que percorreu a Avenida Paulista e a Rua da Consolação terminando na Praça da República. Esse lugar vivenciado e constituído na terça-feira 13, foi idealizado pelos movimentos estudantis e divulgado pelas mídias sociais, sobretudo, pelo Facebook. A chamada e divulgação pelas redes e mídias sociais é uma prática da atualidade conforme demonstra o Gráfico 15.

Fonte96: Pesquisa da autora, 2019. (Trabalho de Campo).

O sujeito desse lugar foi o movimento estudantil. Os lugares sempre possuem sujeitos.

96 Questionário Experimento 3: Lugar como Protesto – Pergunta 01: Por qual canal teve acesso a essa

A realização desse lugar estava planejada para às 15hs do dia 13. Na fotografia 02 começa o monitoramento da constituição desse lugar, na Av. Paulista por volta das 12hs 50mim registrando, através da paisagem fotografada, a dinâmica dos lugares.

A Avenida Paulista enquanto forma, enquanto local, vivencia seu cotidiano banal como pode ser visto nas fotografias 04, 05 e 06, a seguir.

Fotografia 03: Avenida Paulista com a Rua da Consolação na Cidade de São Paulo-SP.

Fotografia 04: Avenida Paulista com a Rua Augusta, conjunto Nacional na Cidade de São Paulo-SP.

Foto: ARAÚJO, M. F. de, às 12hs e 51min. em 13 de ago. de 2019.

Fotografia 05: Avenida Paulista na Cidade de São Paulo-SP.

Foto: ARAÚJO, M. F. de, às 13hs e 44min. em 13 de ago. de 2019.

São por volta das 14h e a fotografia 06 mostra a pequena concentração dos sujeitos desse lugar se constituindo em plena Avenida Paulista, no chamado

vão do museu. Curioso notar que o MASP, o Museu de Arte Moderna da cidade de São Paulo é um ponto de encontro de muitas manifestações, sobretudo, de movimentos da chamada esquerda97, mas também de celebrações como campeonatos de futebol e resultado de eleições, por exemplo. Registro de uma curiosidade: o movimento de arte moderna foi um movimento, liderado por paulistas e cariocas, de ruptura com a arte e sociedade conservadora tradicionais, no início do século XX, em São Paulo a chamada semana de 1922.

Fotografia 06: Avenida Paulista proximidade vão do MASP – São Paulo-SP.

Foto: ARAÚJO, M. F. de, às 13hs e 51min. em 13 de ago. de 2019.

Os objetos possuem essa atividade, são ativos e magnetizam ações. Nesse caso citado sobre o MASP pode-se aludir às chamadas rugosidades por Santos (1985).

97 Inicialmente, “[...] ‘esquerda’ e ‘direita’ não indicam apenas ideologias. Reduzi-las a pura expressão do pensamento ideológico seria uma indevida simplificação. ‘Esquerda’ e ‘direita’ indicam programas contrapostos com relação a diversos problemas cuja solução pertence à ação política. Contrastes não só de idéias [sic] mas também de interesses e de valorações (valutazioni) a respeito da direção a ser seguida pela sociedade”. (BOBBIO, 1995: p. 33). [Aspas no original]

Comentar-se-á mais sobre o caráter ativo dos objetos no decorrer do trabalho. Eles são ativos não apenas pelas intencionalidades, mas pela própria técnica e signos que representam.

Na fotografia 07 aproximamos as lentes do microscópio geográfico (as paisagens e o trabalho de campo) e pode-se verificar o pequeno grupo que começa a tomar conta do vão do MASP, em torno das 15hs.

Fotografia 07: Vão do MASP na Cidade de São Paulo-SP.

Foto: ARAÚJO, M. F. de, às 14hs e 37min. em 13 de ago. de 2019.

Um dado interessante da constituição desses lugares é justamente a pluralidade e diversidade. O sujeito líder da constituição desse lugar foi o movimento estudantil, mas outros indivíduos constituem outros lugares dentro dos lugares em evidência. Vejam o vendedor ambulante de pipocas ou salgadinhos industrializados na fotografia 07, no canto inferior esquerdo. Ele constitui um lugar na manifestação, a partir de outra intencionalidade; ele não está ali para o protesto, mas com intuito de ganhar dinheiro para sobreviver.

Por isso na realidade concreta, os lugares são sempre plurais. Dentro desses lugares de manifestação, por exemplo, a disputa pelos lugares como

sobrevivência é notória. Sempre há vendedores ambulantes nesses grandes lugares.

Tentou-se abordar um menino muito jovem, que não deve nem ser maior de idade, ou seja, ter 18 anos, para conversar um pouco sobre as vendas, ele desviou e evitou ser entrevistado. Não se estava aplicando o questionário, era uma abordagem consultiva que fora frustrada.

Isso também aconteceu com dois sindicalistas da educação que se recusaram a responder o questionário.

São estratégias de defesa dos sujeitos que constituem seus lugares como sobrevivência. Há uma desconfiança em segmentos de poder, no caso os pesquisadores de universidades ou mesmo de órgãos do governo, que podem ser considerados como inimigos.

Ainda sim, são desconfianças. No caso dos sindicalistas a desconfiança pode ser devido aos ataques aos movimentos sindicais, mas deveria se ter estratégias defensivas sem hostilidade ao trabalho do pesquisador. Porque, um grande estímulo ao crescimento do país vem indiscutivelmente da ciência.

Esse debate sobre desconfianças ou reações de isolamento ainda será retomado, pois a constituição dos lugares revela que pode haver um fechamento, um isolamento às mudanças. A hostilidade dos dois sindicalistas na abordagem, ou o desprezo em ser indiferente, ou relutância às mudanças, ou desconhecimento que pode acarretar erro de estratégia para lutas pelo futuro, ou até mesmo uma clara estratégia em omissão ou isolamento.

Qual o temor em esconder-se das pesquisas uma vez que foram declarados os seus propósitos para uma tese em geografia?

Bem verdade que ninguém é obrigado a participar de pesquisa alguma, mas o modo ou a maneira da recusa revela muito sobre os porquês dela. Não se entrará no debate sobre os sindicatos, pois não é objetivo deste trabalho. Mas pode-se supor que parte de sua militância pode estar relacionada a uma redução do foco de luta, como a questão salarial. A única entrevistada da categoria dos professores deixou escapar essa mentalidade ainda que se referisse à importância do aumento do número de professores.

O que é possível observar é que a intencionalidade que motiva a constituição dos lugares é também motor da grande disputa entre eles. Essa disputa ocasiona uma verdadeira guerra dos lugares, conforme se abordará na segunda parte da tese. O jogo de interesses e intencionalidades é o front de batalha. Levanta-se a hipótese de que o Movimento do Passe Livre – MPL foi engolido por outro movimento que usou a pressão exercida pelas manifestações de 2013, sufocando o MPL e sua pauta, ou seja, anulando aquele lugar constituído e fazendo surgir outro lugar que colaborou com a execução do que se considera um golpe em 2016, ou melhor, um novo pacto territorial. Argumentar- se-á sobre esse assunto na próxima parte desta tese. Traz-se esse exemplo para elucidar a guerra dos lugares a partir das suas dinâmicas de constituições.

Destaca-se a solicitude das mulheres em responder os questionários e a coragem e disposição dos jovens estudantes em participar. A categoria dos estudantes é muito solícita, bem como a juventude de maneira geral. Mostrar-se- á, oportunamente, os dados da pesquisa de campo que comprovam isso.

Voltando ao movimento ou trajetória do lugar de protesto a favor da educação, na fotografia 08 constata-se que a Avenida Paulista na sua faixa esquerda começa a se constituir esse lugar de protesto.

Fotografia 08: Avenida Paulista vão do MASP (à esquerda) e TRIANON (à direita).

Foto: ARAÚJO, M. F. de, às 15hs e 53min. em 13 de ago. de 2019.

São quase 16hs da tarde de 13 de agosto de 2019, o lugar ainda não está constituído para a marcha pela Av. Paulista, o que talvez se deveu às condições meteorológicas, pois nesse dia fazia muito frio e garoava, o que pode ter atrapalhado a concentração dos manifestantes no horário agendado (às 15h).

Dando um zoom na lente do microscópio geográfico observa-se a Avenida que começa a ser tomada como mostra a fotografia 09, a seguir.

Fotografia 09: Avenida Paulista vão do MASP concentração da manifestação pela educação.

Foto: ARAÚJO, M. F. de, às 15hs e 57min. em 13 de ago. de 2019.

Na fotografia 10, as mídias tradicionais televisivas se posicionam para suas notícias. Em outro momento desse lugar (da manifestação em seu movimento, em sua ação) os helicópteros anunciavam que a grande mídia tradicional estava de olho e reportando sobre esse lugar. Sinal de que a constituição desse lugar como protesto estava conseguindo pressionar.

Fotografia 10: Avenida Paulista vão do MASP e a notícia do lugar de protesto.

Foto: ARAÚJO, M. F. de, às 15hs e 57min. em 13 de ago. de 2019.

Novamente, também pela fotografia 10 se demonstra lugares dentro do lugar maior, que era a manifestação e protesto em defesa da educação. O sujeito desse lugar foi o movimento estudantil que chamou e constituiu com outros indivíduos, ou sujeitos, outros lugares, como a reportagem sendo gravada ou transmitida ao vivo por uma empresa da mídia televisiva.

As fotografias 11 e 12 a seguir mostram respectivamente a concentração dos manifestantes, ou seja, e a dimensão do lugar se avolumando e agindo, pois, lugar é ação. Esse experimento, ao qual se está exibindo o monitoramento da dinâmica dos lugares, revela o movimento e trajetória desse lugar de protesto. Outro lugar também se constituiu junto a ele como o recardo das hegemonias pela intimidação para a “manutenção da ordem”.

Fotografia 11: Avenida Paulista Via do vão do MASP tomada pelo lugar de protesto dos estudantes.

Foto: ARAÚJO, M. F. de, às 16hs 00min. em 13 de ago. de 2019.

Fotografia 12: Avenida Paulista Via do TRIANON com concentração dos estudantes e presença da PM.

Vê-se a composição da ação de intimidação da Polícia Militar – PM e sua tropa de choque na fotografia 12, acima.

A dinâmica dos lugares revela os diversos lugares que se constituem e disputam os usos do território. Neste caso exemplificado pelo monitoramento da constituição de um lugar como protesto de rua, observa-se inicialmente pela ação do seu sujeito principal, ou sujeito líder da ação, ou seja, líder do lugar em questão. Esse outro lugar observado dentro desse lugar maior ao qual se analisa, é a constituição do lugar como coerção.

São vários lugares, sempre, aqui se remonta a explicação sobre a pluralidade e diversidade dos lugares, o que fez Souza (2008) elaborar o método da dinâmica dos lugares. Na realidade concreta sempre acontecem vários lugares que disputam os usos do território.

Os policiais que constituem o lugar da coerção nesse lugar maior, o qual o sujeito é o movimento estudantil, devem ser considerados com muita atenção. Seus movimentos e trajetórias precisam ser acompanhados com perspicácia pelo lugar constituído como protesto, porque aqueles lugares de coerção são lugares direcionados pelas hegemonias e estavam presentes na Avenida Paulista naquele horário, no mínimo, para intimidar.

A sensação de opressão pela presença intimidadora da PM não desanimou e nem inibiu os estudantes sobretudo os secundaristas. A pesquisa de campo, com o experimento exposto no Apêndice 4, conseguiu entrevistar 7 pessoas. Dentre elas uma funcionária diretora de escola aposentada e os demais foram estudantes, quer sejam do ensino secundário e do ensino superior. O Gráfico 16 mostra a faixa etária dos abordados pela pesquisa.

Fonte: Pesquisa da autora, 2019. (Trabalho de Campo).

Apenas um homem aceitou participar dessa etapa da pesquisa de campo, as demais entrevistadas foram mulheres (Rever Gráfico 06 sobre o sexo das pessoas entrevistadas na pág. 123).

A expansão da constituição do lugar como protesto pode ser observada pelas paisagens congeladas nas fotografias 13 e 14.

Fotografia 13: Avenida Paulista Via do MASP tomada e interditada.

Foto: ARAÚJO, M. F. de, às 16hs 07min. em 13 de ago. de 2019.

Fotografia 14: Movimento e trajetória do lugar de coerção e estratégia da PM.

A Tabela 01 e Gráfico 17 são sobre as solidariedades que levaram os sujeitos a participarem e constituírem esse lugar de protesto no dia 13. Como as emoções são muito ativas pela influência que a política, ação pura, sendo vivenciada provoca, que as pessoas constituem e vivem os lugares apaixonada e calorosamente, nesses contextos. Sendo assim, as respostas são muito induzidas. Estavam num lugar, vivendo um lugar sobre protesto, indignadas e acaloradas.

Tabela 01 – Motivações para constituição dos lugares como protesto

Pressionar o governo federal Impedir ou barrar os retrocessos na educação Assegurar a democracia Salário

Por que é importante participar desse evento: manifestação

1 5 0 1

Elogio à tortura Difamação da ciência

Falta de projetos progressistas

Falta de compromisso O que mais lhe causa

indignação dos discursos de poder nas mídias atualmente

4 1 1 1

Fonte: Pesquisa da autora, 2019. (Trabalho de Campo).

Os estudantes, que foram a maioria na constituição desse lugar como protesto, eram bem politizados, falaram sobre desigualdades sociais e tinham disponibilidade em participar. O problema é quando crescem e podem se alienar pela ação que advém pelo funcionamento do meio técnico-científico- informacional. A Tabela 01 também mostra que o interesse dos membros dos sindicatos ou dos adultos é a questão salarial.

Então, o Gráfico 17 mostra que o bem coletivo foi o foco das ações do lugar se constituindo como protesto contra os cortes de verbas da educação pelo governo federal, naquele momento. A educação é considerada, nesse caso, como um bem coletivo.

Fonte98: Pesquisa da autora, 2019. (Trabalho de Campo).

Vejam as fotografias 15 e 16, em seguida, que registraram a marcha dos estudantes que se concentraram no início da Av. Paulista com a Rua da Consolação e foram ao encontro dos demais estudantes no vão do MASP. Esse é o movimento do lugar se constituindo como protesto, ou seja, sua trajetória.

98 Questionário Experimento 3: Lugar como Protesto – Pergunta 12: Suas ações são praticadas levando

Fotografia 15: Movimento da concentração dos estudantes das Universidades em encontro ao MASP.

Foto: ARAÚJO, M. F. de, às 16hs 32min. em 13 de ago. de 2019.

Fotografia 16: Marcha dos estudantes das Universidades fechando a segunda via a Av. Paulista.

As fotografias 17, 18, 19 e 20 mostram o movimento na Av. Paulista tornada um lugar como protesto. O momento de exposição da faixa “Todos pela Educação” foi caloroso e emocionante. Havia alguns curiosos e transeuntes, mas o objetivo da manifestação foi alcançado. Uma vez tomada a Av. Paulista a trajetória do lugar imaginado pelo seu sujeito principal seguiu seu roteiro.

Fotografia 17: As duas vias da Av. Paulista fechada na altura do MASP.

Fotografia 18: Encontro das concentrações dos estudantes no vão do MASP.

Foto: ARAÚJO, M. F. de, às 16hs 39min. em 13 de ago. de 2019.

Fotografia 19: Lugar constituído em sua plenitude na concentração no vão do MASP.

Fotografia 20: Metade da Av. Paulista tomada e fechada.

Foto: ARAÚJO, M. F. de, às 17hs 29min. em 13 de ago. de 2019.

Sintaticamente, o lugar é o verbo da geografia. Lugar é ação, é a ação geográfica. É a palavra da geografia para lidar com o movimento da realidade segundo provocava George ([1970?]) sobre a ação humana. As outras ciências possuem suas dimensões do real-concreto, como classes sociais nas ciências sociais e políticas. A palavra que designa o cotidiano, a ação dos grupos, a vivência das pessoas são os lugares.

Inspira-se também em Santos (1985), que exercita uma sintaxe sobre o espaço geográfico e seu movimento faz-se o seguinte exercício: o sujeito desse lugar monitorado, a constituição a partir do protesto de rua, foi o movimento estudantil; o verbo a realização do lugar em si, a ação; e como complemento do verbo, cita-se a educação, e que motivou a ação. A educação, nessa sintaxe, é complemento do verbo, o objeto do verbo.

As fotografias 21, 22 e 23, mostram a observação de outro lugar constituído como protesto na Av. Paulista, pelo horário noturno, no dia 08 de março de 2019.

No Dia internacional das Mulheres essa manifestação levou milhares à Av. Paulista.

Observe-se que na campanha eleitoral à presidência da república brasileira houve uma manifestação maciça das mulheres, mostrada na fotografia 27 na página 238 na segunda parte desta tese. O movimento de resistência às ideologias do governo eleito em 2018 prossegue, seja pela manifestação das mulheres em março, conforme exibem as fotografias que seguem, ou várias outras manifestações de protesto, como o lugar que se exibiu pelas paisagens e que foi constituído no dia 13 de agosto de 2019.

Fotografia 21: Av. Paulista com a R. Augusta, ao fundo o conjunto Nacional, manifestação das mulheres.

Fotografia 22: Manifestação das mulheres contra o governo Bolsonaro no dia internacional da Mulher.

Foto: ARAÚJO, M. F. de, às 19hs 28min. em 08 de mar. de 2019.

Fotografia 23: Outros lugares dentro dos lugares de protesto.

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