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Desenvolvimento da Investigação Empírica

Parte II – Fase Metodológica

2. Desenvolvimento da Investigação Empírica

Tem como variável dependente a Representação Social, que vai ter uma acção directa na variável independente.

A variável independente, ou seja, aquela que vai ser manipuladas com a finalidade de estudar os seus efeitos na variável dependente, é a perspectiva dos doentes.

2.2. Selecção da População e da Amostra

A população deste estudo são os doentes internados no IPO Porto nos serviços de cirurgia, no período de Janeiro de 2011 e Junho de 2011.

A amostra é constituída por 181 doentes internados. Foi escolhido o número de 181 por se considerar uma amostra suficientemente grande para detectar diferenças estatísticas, considerando o tempo disponível para a realização deste estudo.

O método de amostragem escolhido foi o não probabilístico. A escolha deste método de amostragem deve-se ao facto da população alvo ser somente aquela que se encontra internada nos serviços de cirurgia do Ipo Porto.

A amostra é uma amostra de conveniência ou acidental, porque são escolhidos de entre a população de doentes, que estão internados nos serviços de cirurgia, ou seja, aqueles que são mais convenientes para o investigador. A forma de colher os dados consiste na entrega de um questionário a cada doente no período estipulado para a colheita de dados. Este procedimento continuará até que se complete o número de inquiridos necessários para formar a amostra deste estudo.

2.3. Instrumento de Recolha de Dados  

Na escolha do método de colheita de dados, o investigador deve ter em conta se a informação que vai colher corresponde aos objectivos do que se vai investigar. Neste estudo que é descritivo-correlacional, o objectivo é tentar recolher uma grande parte da informação com o objectivo estudar relações entre variáveis.

O questionário utilizado (Anexo 1) permite organizar, normalizar e controlar os dados, para que as informações procuradas sejam colhidas de forma rigorosa, evitando assim o desvio às questões efectuadas.

Como instrumento de colheita de dados, o questionário apresenta vantagens e desvantagens. As vantagens existentes e que neste estudo são válidas, são o facto de ser menos dispendioso que a entrevista e exigir menos apetências por parte de quem o põe em prática; é impessoal, apresentando-se de forma uniforme, com a mesma ordem de questões colocadas, facilitando a comparação entre os indivíduos; as pessoas sentem-se mais à vontade, exprimindo livremente as suas opiniões devido ao anonimato das respostas. Entre as desvantagens, podemos destacar o custo elevado e a superficialidade das respostas.

Para a colheita de dados optámos pelo questionário, com questões fechadas, onde figuram um conjunto estruturado de questões, as quais são respondidas na ausência do pesquisador.

O questionário utilizado neste estudo foi elaborado pelo investigador, tendo-se realizado um pré-teste, pois houve necessidade de verificar se todos os termos eram facilmente compreensíveis e desprovidos de equívocos (verificação de compreensão semântica).

O pré teste foi realizado na última semana de Dezembro de 2010 a 20 doentes da população.

O pré-teste tem por objecto principal avaliar a eficácia e a pertinência do questionário e verificar os seguintes elementos:

Se os termos utilizados são facilmente compreensíveis e desprovido de equívocos: é o teste da compreensão semântica;

 Se a forma das questões utilizadas permite colher as informações desejadas;

 Se o questionário não é muito longo e não provoca desinteresse ou irritação;

 Se as questões não apresentam ambiguidade.

O resultado do pré-teste revelou que havia necessidade de se efectuarem alterações na estrutura do questionário.

Foi necessário aumentar o tempo médio de resposta ao questionário de 10 para 20 minutos, uma vez que grande parte dos doentes demorava cerca de 20 minutos a responder ao mesmo.

Foi necessário agrupar a pergunta “Durante a sua hospitalização que tipo de experiência (s) positiva (s) vivenciou?” e “Durante a sua hospitalização que tipo de experiência (s) negativa (s) vivenciou?”, uma vez que a maioria dos doentes referia não ter vivenciados experiências negativas.

Retiramos a pergunta “Quando se fala de Profissionais de Saúde quais as palavras que lhe surgem”, uma vez que não obtivemos quase nenhuma resposta à mesma questão.

Na pergunta “Considera que os profissionais de saúde referidos anteriormente trabalham em equipa?” pedimos aos inquiridos para justificar a resposta negativa, dos inquiridos que a seleccionaram não obtivemos qualquer justificação, por isso optamos por retirar a mesma de forma a não condicionar as respostas dos inquiridos.

Devido à dificuldade na interpretação de algumas foi necessário alterara o vocabulário de algumas questões, nomeadamente a questão “Tendo em conta o desempenho dos diferentes profissionais de saúde, identifique qual (ais) considera importante (s):

Readaptação funcional”;” profissionais anteriormente referidos, quais os que considera autónomos”.

2.4. Tratamento dos Dados

Para tornar possível o tratamento dos dados foi necessário transformar em unidades de medida toda a informação recolhida, ou seja, operacionalizar as variáveis, isto significa definir as variáveis de maneira a que possam ser medidas, significa também atribuir um significado às variáveis, especificando as operações necessárias para as medir.

Segundo Ribeiro (1999, p.105) a investigação científica depende de quão bem os conceitos se possam medir, da possibilidade dos resultados de uma qualquer variável se distribuírem por categorias ou valores. Torna-se assim necessário atribuir números a objectos ou acontecimentos, de forma a que os dados colhidos possam ser medidos.

As escalas de medida nominais reflectem diferenças qualitativas em vez de diferenças quantitativas, assim as palavras podem ser substituídas por números.

Para Fortin (1999, p. 222), a escala de medida nominal representa o grau mais elementar das escalas de medida. O investigador com este tipo de escala está limitado no que diz respeito à utilização das estatísticas, porque os números utilizados na escala nominal não podem ser tratados de forma aritmética. A escala nominal permite a utilização de estatísticas descritivas.

Segundo Ribeiro (1999, p.106) dois critérios se impõem à utilização deste tipo de escalas e são eles os critérios de mútua exclusividade e da exaustibilidade, que foram objecto de atenção aquando da sua utilização.

Com o intuito de se alcançar não apenas a estrutura mas os elementos que constituem o núcleo central e periférico das representações sociais optei por aplicar a técnica do

“Quadro das Quatro Casas, criados Vergés (1992). Este quadro é indicado para analisar evocações, considerando a frequência e a ordem em que estas foram produzidas. Para este autor, os termos que atendam simultaneamente aos critérios aos critérios de evocação com maior frequência e nos primeiros lugares, teriam maior importância no esquema cognitivo do sujeito. Estes seriam então o núcleo central da representação.

Combinam-se assim 2 critérios a frequência e a ordem.

O trabalho de análise estatística que se apresenta foi realizado com recurso ao software SPSS 17.0. Ao longo de todo o estudo apenas se considerou as respostas válidas. Tendo em consideração a exactidão que o estudo exige optou-se por definir, para todas as análises inferenciais, um nível de significância de 0,05, ou seja, que se admite um erro de 5%.

Para a consecução dos objectivos recorreu-se a análise e interpretação de frequências e respectivas percentagens e, atendendo ao tipo de variáveis, à aplicação dos testes não paramétricos, nomeadamente o teste de Mann-Whitney e o teste de Kruskal Wallis. Neste último, para analisar as diferenças entre as categorias de cada variável procedeu-se à comparação múltipla de médias das ordens ao método LSD de Fisher, como recomenda Maroco (2007).

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