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1) Arquivo Administrativo: Arquivo com predominância de documentos decorrentes do exercício das atividades-meio de uma instituição ou unidade

3.3 MÉTODO DA DIPLOMÁTICA

A partir da necessidade de se realizar a edição diplomática das fontes documentais, bem como o seu estudo e interpretação, foram utilizados conhecimentos da Crítica Textual que dizem respeito a atividades como,

a paleografia (deciframento dos sistemas de notação), a diplomática e a bibliografia (estudo das formas de apresentação de manuscritos e impressos), a editoração e a colação (identificação de erros e reconciliação de variantes),

7 Ver tabela contendo Níveis, Atividades e Tipos de agentes na indústria musical (Cf. SOTUYO BLANCO, idem, p. 6)

8 De acordo com a Diretora da referida instituição, não seria possível ter acesso ao acervo documental do Instituto, em virtude do mesmo estar em processo de microfilmagem em outra unidade daquela Universidade. Posteriormente em outras visitas a instituição, a mesma diretora, depois de solicitada para autorizar a pesquisa no Instituto relatou que não seria possível realizar qualquer tipo de pesquisa naquela instituição, porque atualmente dispunha de poucos funcionários.

a análise das técnicas de impressão e de fabricação de papel e outras ainda mais sofisticadas. (CASTAGNA, 2008, p. 19)

Para Castagna (2008) a edição musical é um campo muito importante da crítica textual, utilizado pela musicologia, porque reproduz as fontes possibilitando a comparação com o original, bem como ―o estudo da transmissão e das alterações produzidas nas obras com o passar do tempo‖. (CASTAGNA, 2008, p. 20)

Neste processo foi possível encontrar diversos tipos de edição documental, os quais, alguns destes poderão ser utilizados nesta investigação. Conforme Spina (2003), a edição textual pode ser,

Edição Crítica. Aquela em que se procura estabelecer, ou melhor,

restabelecer o texto original de um autor, cuja obra nos chegou adulterada por erros, omissões e interpolações.

Edição princeps (ou príncipe). É a primeira edição de um livro, tratando-se

especialmente de obras antigas.

Edição ne varietur. É a edição definitiva, isto é, que já não pode sofrer

variações.

Edição paleográfica. É aquela que reproduz um manuscrito antigo, tão

fielmente como se fora uma fotografia; cópia perfeita e completa do original, na grafia, nas abreviações, nas ligaduras, em todos os seus sinais e caracteres específicos, inclusive nos seus erros. Numa edição paleográfica, por exemplo a monumental edição do Cantar do Cid realizada por Ramón Menéndez Pidal, são utilizados certos processos químicos e físicos, á base de reativos e luzes especiais, para restaurar do manuscrito as passagens ilegíveis, corrompidas ou delidas, bem como para detectar certas particularidades do manuscrito, que a reprodução fac-similar não denuncia: redação primitiva, correções introduzidas por revisores subseqüentes, as tintas utilizadas, a sobreposição de duas escritas etc.

Edição ad usum Delphini. Edição feita para uso dos Delfins; trata-se das

célebres edições dos clássicos latinos mandadas preparar por Luís XIV para leitura do Delfim de França, portanto expurgadas de tudo quanto fosse considerado incompatível com a educação do jovem. Hoje usamos da expressão, com sentido irônico ou depreciativo, quando nos referimos a edições incompletas, mutiladas por preconceitos (como a edição d‘ Os

Lusíadas de Otoniel Mota ou a dos Maristas, FTD, que eliminam o episódio

da Ilha Enamorada) ou censuradas segundo critérios nem sempre esclarecidos ou imparciais.

Edição diplomática. É a reprodução fiel de um manuscrito antigo, que

apenas difere da paleográfica pelo fato de não utilizar reativos para a restauração do texto. A edição diplomática vem geralmente acompanhada dos fac-similes da obra.

Edição fac-similar. É a que reproduz fielmente o manuscrito ou texto de uma

edição original, inclusive quanto ao formato, tipos, papel, margens, ilustrações etc., valendo-se de meios de reprodução fotomecânica ou de tipografia. O fac-simile, entretanto, não reproduz obrigatoriamente a cor e o tamanho do original.

Edição modernizada. Trata-se da reprodução de um texto antigo segundo

padrões ortográficos e lingüísticos modernos. Para a crítica literária estas edições não têm valor algum. Difere de uma edição atualizada em que esta é via de regra obra científica ou de estudo, modificada de acordo com as mais recentes aquisições e progressos na matéria.

Edição anastática (ou impressão anastática). É a reprodução através de

transportes químicos, de uma edição ou gravura. O exemplar para cópias sofre um tratamento químico especial e depois é transportado, por decalque, no zinco, para tiragem tipográfica. Hoje há organizações editoriais especializadas nesse tipo de reprodução, como a Slatkine Reprints de Genebra, especializada na reimpressão de obras raras ou de difícil reedição com os recursos tipográficos de que dispomos.

Edição Variorum. Trata-se de edição de autor clássico, acompanhada das

notas de vários comentadores. A denominação é redução da expressão latina

cum notis variorum, isto é com notas de diversos autores. (SPINA, 2003, p.

29-31)

Neste sentido, a edição diplomática tem o objetivo de reproduzir um documento fielmente ao seu original, preservando todos os seus elementos, o que possibilitará a conservação do documento e posterior interpretação. Segundo Teixeira (2007),

Na edição diplomática, o editor faz uma transcrição conservadora do manuscrito, preservando todos os elementos, como, por exemplo, sinais de pontuação, paragrafação, translineação e separação vocabular, com o desejo de facilitar a leitura, dispensando o leitor da árdua tarefa de decifrar as formas gráficas da escrita do manuscrito original. (TEIXEIRA, 2007, p. 1)

Apesar de a edição diplomática conservar todos os elementos contidos no original, de acordo com Souza (1999), este processo já se mostra como uma interpretação primária, em virtude de alguém estar lendo e reproduzindo algo que tenha entendido de um documento original, ou seja, melhorando o texto original através da eliminação de dificuldades de natureza paleográfica.

De acordo com as definições acima, dos dez tipos de edições apresentadas apenas a Edição Diplomática, estando os originais de diversos documentos anexados no CD Rom.