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CAPÍTULO III – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.2 Método

Esta pesquisa caracteriza-se como um estudo de vários casos, visando analisar e comparar as diferenças e semelhanças de práticas e experiências de diferentes realidades. Para Lüdke (1986) deve-se optar por este método de estudo quando se deseja analisar algo singular, que tenha valor por si só, mesmo que, posteriormente, identifiquem-se semelhanças com outros casos.

Ao estudar a evolução das atividades de aprendizagem organizacional em organizações que implantaram UC a partir dos setores de T&D pretende-se conhecer os principais fatores que contribuem ou prejudicam esta evolução. Serão analisadas várias realidades organizacionais, o dia-a-dia e as dificuldades encontradas, comparando-se a teoria convencionar sobre o tema com as práticas intra-organizacionais desenvolvidas. Esta pesquisa procura responder à seguinte questão: quais são as semelhanças e diferenças entre as duas modalidades – T&D e UC e, como se caracteriza a passagem de uma modalidade para a outra e, como pode ser avaliada esta evolução.

Bruyne (1982) salienta que, ao utilizar o método de estudo de caso, o pesquisador procura demonstrar as dimensões presentes em uma situação, enfatizando sua complexidade natural e a inter-relação de seus componentes, o que caracteriza sua natureza como descrita, identificando características de um determinado fenômeno que, no caso do presente estudo, refere-se ao ensino à distância em uma universidade pública. Assim, esta pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso do tipo exploratório, já que tem como objetivo, descobrir problemáticas novas, renovar perspectivas existentes e/ou sugerir hipóteses preparando caminho para pesquisas ulteriores.

Trata-se de uma investigação que procura oferecer uma visão mais aproximada sobre o tema, cujo conhecimento não permite uma hipótese precisa. Seu caráter descritivo, visto que explora aspectos relevantes de cada organização estudada,por certo, deverá contribuir para melhorar a compreensão e a interpretação da realidade, abrangendo duas fases, na sua abordagem: a descrição e a interpretação da realidade.

Minayo (1994) apresenta a pesquisa qualitativa em um composto de três etapas:

• Fase Exploratória: como a elaboração do projeto de pesquisa ou definição do design da pesquisa, esta etapa tem como objetivo definir o objeto, os pressupostos, a orientação filosófica, as teorias pertinentes, o método apropriado e as questões operacionais para levar a cabo o trabalho de campo.

• Fase de Trabalho de Campo: também conhecido como coleta de dados, este é o momento em que o pesquisador irá realizar as entrevistas, observações, levantamentos de material e outros.

• Tratamento do Material: também denominada de análise e interpretação dos dados, esta etapa tem como objetivo a ordenação, classificação e análise propriamente dita dos dados coletados, culminando na elaboração do relatório final.

É importante ressaltar que as etapas não são necessariamente seqüenciais, e apresentam uma estreita relação entre si. O tratamento do material representa o momento do trabalho de campo, em que devem estar centrado em sua pergunta de pesquisa, seus objetivos, sua orientação filosófica e nas teorias de base. È fundamental uma perfeita harmonia e integração entre as etapas de investigação que resultarão na coerência da pesquisa como um todo (MINAYO, 1993).

Para realizar esta pesquisa foi composta uma amostra intencional de empresas que implementaram sistemas educacionais corporativos pautados pelos princípios e práticas de Universidades Corporativas, utilizando os seguintes critérios:

• Empresas de grande porte do setor público ou privado, sendo uma de médio porte, selecionada pelo setor de atividade de prestação de serviços de tecnologia da informação.

• Empresas já terem sido citadas em matéria de revistas conceituadas no mercado: Você S.A, Exame, HSM Management, T&D Desenvolvendo Pessoas (publicação oficial da ASTD no Brasil).

• Empresas selecionadas em pesquisa da FEA/USP realizada com 21 organizações com Universidades Corporativas já consolidadas e em diferentes fases de gestão.

Na primeira etapa foram identificados dados sobre as empresas a serem pesquisadas por meio da internet, revistas e jornais, com o objetivo de caracterizar o

perfil destas organizações. Ainda nesta etapa foi enviado e.mail para concordância e aceitação em participar da pesquisa explicitando o objetivo da mesma ,com perguntas iniciais sobre características da empresa. Após o aceite por parte da empresa, fez-se contato telefônico direto com o informante-chave realizando uma pré-entrevista para posterior agendamento da entrevista. Foram encaminhados previamente aos informantes-chave das organizações pesquisadas o roteiro de entrevista, com perguntas abertas, a serem formuladas por ocasião da entrevista para a consecução dos objetivos da pesquisa. Para a realização da segunda etapa da pesquisa foi necessário o deslocamento para as cidades de Brasília-DF, São Paulo-SP, Curitiba-PR e Joinville-SC, onde ficam as respectivas universidades corporativas.

Na segunda etapa, foi realizada a pesquisa de campo, adotando-se como instrumento de coleta de dados, a entrevista semi-estruturada, organizada em categorias de análise e obedecendo a uma ordem lógica e crescente de abrangência do tema. A entrevista foi realizada junto a executivos das universidades corporativas destas empresas, com o intuito de obter informações sobre as mesmas. O instrumento de coleta de dados permitiu uma efetiva interação entre a pesquisadora e o informante, embora tenha-se optado pela entrevista padronizada ,contudo, não houve rigidez no roteiro. Outra fonte na coleta de dados foi a observação, realizada pela pesquisadora quando em visita nas sedes das respectivas empresas.

O tratamento do material e dos dados compreendeu varias atividades, entre as quais a gravação com o consentimento dos pesquisados da entrevistas, a transcrição das fitas, leitura e análise das respostas apresentadas pelos informantes- chave, que neste estudo são os Executivos de organizações que vivenciam em seu cotidiano a realidade das Universidades Corporativas. Os argumentos apresentados pelos entrevistados foram reunidos em quatro categorias de análise conforma já mencionados: 1) Visão Geral de Universidade Corporativa; 2) descrição e trajetória de T & D para UC, 3) Gestão de Pessoas; 4) Criação de Novas Universidades Corporativas.

Algumas limitações são relevantes para adequada análise dos resultados deste estudo e merecem ser destacadas.

A limitação bibliográfica sobre universidade corporativa e educação corporativa, e diferentes abordagens principalmente sobre experiências brasileiras, assim como o acesso a determinadas informações junto a empresas, tais como

dados anteriores e posteriores a implantação das universidades corporativas em termos numéricos, acrescentariam ao presente estudo um adicional importante de informação.