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O método WebML [Brambilla 07] visa especificar a estrutura do conteúdo de uma aplicação Web e a organização e apresentação deste conteúdo em hipertextos.

2.6.1 Descrição da Abordagem

O método WebML define as seguintes etapas para o desenvolvimento de aplicações Web:

Análise de Requisitos, Modelagem Conceitual, e Implementação.

Análise de Requisitos

A etapa de Análise de Requisitos enfatiza a coleta de informações sobre o domínio da aplicação e funções esperadas, e na especificação dessas informações através de descrições de fácil entendimento. A entrada para esta atividade é o conjunto de requisitos de negócio que motivam o desenvolvimento da aplicação. Os principais resultados desta etapa são:

(1) A identificação de grupos de usuários da aplicação, onde cada grupo representa usuários que possuem as mesmas características ou desempenham o mesmo papel no processo de negócio, ou seja, realizam as mesmas atividades com o mesmo direito de acesso sobre os mesmos objetos.

(2) A especificação dos requisitos funcionais, que dão suporte às funções que serão fornecidas aos usuários. Para cada grupo de usuários, as atividades relevantes a serem realizadas são identificadas e especificadas.

(3) A identificação do núcleo de objetos de informação que corresponde às principais informações a serem acessadas, trocadas, e/ou manipuladas pelos usuários.

(4) A decomposição de aplicações Web em visões que correspondem a diferentes hipertextos projetados para agrupar um conjunto bem definido de requisitos funcionais e de usuários. Para cada grupo de usuários será fornecida pelo menos uma visão que dará suporte às funções identificadas para o grupo.

Modelagem Conceitual

A etapa de Modelagem Conceitual consiste na definição de esquemas que expressam a organização da aplicação em um alto nível de abstração, independentemente de detalhes de

implementação. Na abordagem WebML a modelagem conceitual consiste basicamente do projeto de dados e do projeto hipertexto.

O projeto de dados corresponde a organizar o núcleo de objetos de informação previamente identificado durante a análise de requisitos em um esquema de dados coerente e compreensivo. O resultado desta atividade é a criação do Modelo de Dados.

O projeto de hipertexto produz o esquema de visões que expressa a composição do conteúdo e serviços dentro das páginas hipertexto, bem como a navegação e a interconexão de componentes. O resultado desta atividade é a criação do Modelo Hipertexto que possibilita a definição da apresentação da interface, ou seja, do que é exibido para o usuário no navegador.

O Modelo Hipertexto possibilita a definição de páginas e sua organização interna em termos de componentes (unidades de conteúdo) para apresentação do conteúdo. Este modelo também define os links entre as páginas e as unidades de conteúdo que dão suporte a buscas e localização de informações. As unidades de conteúdo podem também especificar operações (unidades de operação), tais como, gerenciamento de conteúdo e operações de login/logout.

A estrutura modular da apresentação de uma aplicação é definida em termos de visões, áreas, páginas, e unidade de conteúdo. Uma visão é um hipertexto particular, projetado para atender um conjunto de requisitos específico. A visão consiste de áreas, que são as principais seções do hipertexto, e engloba recursivamente outras subáreas ou páginas. Finalmente, as páginas são os contêineres das informações (unidades de conteúdo) apresentadas aos usuários.

Implementação

A etapa de Implementação é automatizada por um ambiente de desenvolvimento chamado WebRatio [Arcebis 07]. Basicamente, este ambiente possibilita a construção (desenho) dos esquemas conceituais de dados e hipertexto, armazenados como documentos XML, para serem usados como entrada para geração de código fonte.

A ferramenta WebRatio visa dar suporte à metodologia e à linguagem de modelagem definida na WebML. A versão 5 (mais recente) desta ferramenta foi desenvolvida como um conjunto de plug-ins para o IDE Eclipse com o intuito de (1) as atividades de projeto e implementação serem realizadas em um mesmo ambiente de desenvolvimento; (2) os itens de projeto serem armazenados em uma mesma área de trabalho, o que possibilita controle de versão; e (3) reusar os widgets existentes no Eclipse.

2.6.2 Considerações sobre os critérios para Comparação

A seguir são apresentadas as considerações, para o contexto do método WebML, sobre os critérios utilizados para comparação entre os trabalhos relacionados e o método WE4UIV.

a) Utilização de UML: o método WebML não utiliza UML para representar os artefatos propostos. O Modelo de Dados criado na atividade de projeto de dados é representado pelo diagrama de entidade-relacionamento. O Modelo Hipertexto produzido na atividade de projeto de hipertexto é descrito por primitivas e notações próprias do método WebML.

b) Interação com a Visão Funcional: o método WebML não define interação explícita entre elementos de navegação/interface com os usuários e elementos funcionais.

c) Utilização de Componentes: o artefato de projeto Modelo Hipertexto, proposto pelo método WebML, descreve os elementos que integram as páginas Web, porém, não faz referência a componentes concretos pertencentes a bibliotecas.

d) Utilização de Técnicas relacionadas à Usabilidade: o método WebML não define etapa para o tratamento do aspecto de usabilidade das interfaces com o usuário.

e) Especificação de Grupos de Usuários: um dos objetivos da etapa de Análise de

Requisitos do método WebML é a especificação de grupos de usuários que possuem as

mesmas características e que devem possuir os mesmos privilégios de acesso ao sistema.

f) Forma de Transformação de Modelos: o método WebML especifica meios de criação de um modelo de implementação a partir dos modelos de projeto, com auxílio de uma ferramenta de desenvolvimento.

g) Tratamento de Aspectos Hipermídia/Hipertexto: o método WebML define a atividade

Projeto de Hipertexto com o propósito de tratar a porção hipermídia/hipertexto do

sistema.

h) Suporte por Ferramenta de Desenvolvimento: o processo de desenvolvimento definido no método WebML é apoiado por uma ferramenta chamada WebRatio.