• Nenhum resultado encontrado

1 INTRODUÇÃO

2.2 MÉTODOS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

Para Casarotto e Kopittke (2010), a análise de investimentos é geralmente disposta de uma gama de técnicas que condicionam matematicamente a viabilidade do ponto de vista econômico e financeiro, a partir de uma Taxa Mínima de Atratividade (TMA).

Esta análise proporciona ao investidor identificar, dentre as várias alternativas de alocação de capital, aquela que possui o melhor desempenho. Ou seja, que apresenta o relacionamento ótimo entre o retorno excedente esperado e o risco inerente (BODIE; KANE; MARCUS, 2010).

Sanvicente (2008) acrescenta que um investimento consiste num conjunto de decisões a serem analisadas para que os objetivos do negócio sejam atingidos. A decisão de se fazer investimento é parte de um processo que envolve a geração e a avaliação das diversas alternativas disponíveis. Deve-se avaliar as alternativas viáveis tecnicamente para, posteriormente analisar quais são atrativas financeiramente (CLEMENTE; SOUZA, 2009).

Para a análise de investimentos, um fator que merece destaque é a compreensão das variáveis dinheiro e tempo. Identificadas e compreendidas essas variáveis, é possível identificar os métodos e procedimentos mais adequados para cada operação (BRUNI, 2008).

Neste contexto, emprega-se o diagrama do Fluxo de Caixa (FC) para facilitar a representação das operações financeiras e identificação das variáveis relevantes. É uma representação gráfica das entradas e saídas de caixa (BRUNI, 2008). O FC resume as entradas e saídas efetivas de dinheiro em um período de tempo, o que possibilita conhecer a rentabilidade e a viabilidade econômica de um projeto (SAMANEZ, 2009).

Ribeiro (2009) comenta que a análise de viabilidade é tradicionalmente feita através de métodos que utilizam os valores financeiros do fluxo de caixa para o cálculo dos indicadores de rentabilidade de um projeto. Estes métodos usados para análise de investimentos podem ser exatos e não exatos (RIBEIRO, 2009).

Casarotto Filho e Kopittke (2010) citam, dentre os métodos exatos, o Método do Valor Presente Líquido (VPL) e o Método da Taxa Interna de Retorno (TIR). E como métodos não exatos, o Payback Time e o Payback Descontado. Dentre estes, foram utilizados na presente pesquisa, o Valor Presente Líquido e a Taxa Interna de Retorno.

2.2.1 Valor Presente Líquido

De acordo com Famá e Bruni (2012), o Valor Presente Líquido, do inglês Net Present Value (NPV), representa o somatório, na data zero, dos fluxos de caixa futuro. Rocha e Calôba (2013) complementam que, o VPL pode ser definido como a soma algébrica de todas as entradas e saídas no horizonte do fluxo de caixa a ele associado, descontadas para a data do investimento a uma Taxa Mínima de Atratividade (TMA).

No entendimento de Samanez (2010), o método tem por finalidade calcular, em termos de valor presente, o impacto dos eventos futuros associados a uma alternativa de investimento, para encontrar alternativas que tenham mais lucros do que despesas. Deve-se buscar alternativas que tenham VPL positivos.

As variáveis utilizadas para o cálculo do VPL podem ser verificadas na Equação 1. ( (1) Onde: I = o investimento inicial;

∑ = somatório, indica que deve ser realizada a soma da data 1 até a data n nos fluxos de caixa descontados ao período inicial;

FC = fluxo de caixa no t-ésimo período; K = custo do capital.

O fluxo de caixa, elemento base para o cálculo do VPL, conforme se observa na Equação 1, é um resumo das entradas e as saídas efetivas de dinheiro em uma empresa ao longo do tempo. Portanto, permite conhecer a rentabilidade e a viabilidade econômica de um projeto (SAMANEZ, 2009).

Na comparação entre diferentes projetos de investimento, a escolha se baseia na alternativa que apresentar o maior VPL, ou seja, o maior valor algébrico da soma de todos os valores presentes (HIRSCHFELD, 2011). Somente se o VPL for maior ou igual a zero, o projeto é considerado viável, pois supera ou se iguala ao investimento inicial. Se seu valor for menor do que zero, é considerado inviável (ALBUQUERQUE et al., 2016).

Samanez (2010) esclarece que, no VPL os fluxos de caixa futuro são descontados ao valor presente, ou seja, ajustados por meio de uma taxa de desconto (custo do capital). Este processo converte os fluxos de caixa futuros em valores presentes, pois os fluxos de épocas diferentes não podem ser comparados nem agregados enquanto não forem convertidos para valores de uma mesma época (SAMANEZ, 2010).

Damodaran (2012) salienta que o valor intrínseco de um ativo é obtido em função do fluxo de caixa esperado e da incerteza do recebimento desse fluxo durante a vida do projeto. Portanto, para se valorar um ativo, é preciso obter seu fluxo de caixa e avaliá-lo.

Uma das ferramentas para essa avaliação é o Fluxo de Caixa Descontado (FCD), no qual o valor intrínseco do ativo é obtido através do VPL, com o fluxo de caixa e a taxa de desconto ajustados para refletir seu risco (DAMODARAN, 2012).

2.2.2 Taxa Interna de Retorno

A Taxa Interna de Retorno (TIR) é o método que determina o retorno financeiro do fluxo de caixa em comparação a uma Taxa Mínima de Atratividade (TMA) ao investidor. A TMA admite o retorno do investimento de um fluxo de caixa, que deve estar em conformidade com a realidade do mercado imobiliário. Portanto, para o cálculo da TIR convenciona-se estipular que o VPL seja nulo (HIRSCHFELD, 2011).

Na concepção de Gitman e Madura (2003), a TIR é a taxa de desconto que iguala o valor presente das entradas de caixa de um projeto ao investimento inicial. O critério de decisão com base na TIR é aceitar o projeto quando sua TIR for maior ou igual ao custo de oportunidade do capital (taxa mínima de atratividade). O cálculo da TIR pode ser efetuado através da Equação 2: ( (2) Onde:

n = duração do projeto (número de períodos);

t = momento no tempo em que ocorrem os fluxos de caixa; FCt = fluxo de caixa no momento t;

Fco = investimento inicial; TIR = taxa interna de retorno.

Hoji (2006) complementa explicando que a Taxa Interna de Retorno é a taxa de juros que iguala, em determinado momento do tempo, o valor presente das entradas com o das saídas previstas de caixa. Esta taxa avalia se o empreendimento está sendo viável para a taxa de retorno esperado, em um período de tempo determinado pelo investidor.

Documentos relacionados