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Anexo I Sistema De Valorização Da Qualidade Como Os Valores De Gordura

3.5 MÉTODOS DE CUSTEIO

O método de custeio é a maneira de identificar e definir como será possível a apuração do custo unitário dos produtos e serviços finais do processo, (PADOVEZE, 2003). Os métodos de custeio podem ser classificados em sistema de custeio por absorção, custeio por absorção, método ABC, custeio Reichskuratorium für Wirtschaftlichkeit (RKW), e custeio variável ou direto.

Custeio por absorção que conforme Leone (2000) e Martins (2003) as principais características, deste método são: engloba os custos totais: fixos, variáveis, diretos e indiretos; em primeiro lugar alocamos os custos indiretos nos centros de custos (auxiliares e produtivos); em segundo lugar alocamos centros de custos para os produtos; os custos indiretos fixos (CIF) acabam sendo transferidos, contabilmente, para a conta de estoque de produtos acabados; é útil nas empresas que têm processo pouco flexível e poucos produtos; os resultados apresentados sofrem influência direta do volume de produção.

Para Martins (2003) o custeio por absorção consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos.

De acordo com Maher (2001 p. 360) custeio por absorção é “o sistema de contabilização de custos no qual tanto os custos fixos como os custos variáveis de produção são considerados custo do produto.”

Segundo Leone (2000, p. 242), o critério Custeio por Absorção é “aquele que faz debitar ao custo dos produtos todos os custos da área de fabricação, sejam eles custos definidos como custos diretos ou indiretos, fixos ou variáveis de estrutura ou operacionais”.

No Custeio por Absorção, a depreciação dos equipamentos e outros imobilizados amortizáveis utilizados na produção deve ser redistribuída aos produtos elaborados; portanto vai para o ativo na forma de produtos, e só vira despesa quando da venda dos bens (MARTINS, 2003).

No ponto de vista de Crepaldi (2005), o Custeio por Absorção ou Custeio Pleno consiste na apropriação de todos os custos (sejam eles fixos ou variáveis) à produção agropecuária do período. Os gastos não produtivos (despesas) são excluídos. A distinção principal no custeio por absorção é entre custo e despesa. A separação é importante porque as despesas são jogadas imediatamente contra o resultado do período, enquanto somente os custos relativos aos produtos vendidos terão idêntico tratamento. Os custos relativos aos rebanhos que não tenham sido vendidos estarão ativados nos estoques.

Leone (2000 p.405) salienta que as “técnicas do custeamento por absorção fazem imputação ao custo dos produtos ou serviços de todos os gastos, inclusive dos custos fixos que são rateados w distribuídos mediante critério de apropriados.” Ainda conforme o autor, ele resume-se no critério em que se apropriam todos os custos de produção, quer fixos, variáveis, diretos, indiretos e tão somente os custos de produção aos produtos elaborados.

Conforme Crepaldi (2005), o Custeio por Absorção os passos seguintes: separação dos gastos do período em custos e despesas; classificação dos custos em diretos e indiretos; apropriação dos custos diretos aos produtos agropecuários; apropriação, através de rateio, dos custos indiretos de produção.

Um de custeamento que não indaga do comportamento dos custos diante do volume do parâmetro escolhido como base, como faz seu contrario: o custeamento direto ou variável. O sistema por absorção atende às preocupações dos empresários e do conceito de que, a longo prazo, todos os custos da empresa deverão ser repassados para consumidores.

Crepaldi (2005 p.233) apresenta as criticas e os pontos positivos atribuídos ao custeio de absorção:

Pontos positivos: - Fixação de preço de venda mais reais, pois engloba todos os curtos da empresa agropecuária nos custos unitários dos produtos; - Baseia-se nos princípios fundamentais da contabilidade; - Demonstra índices de liquidez mais reais; - No Brasil, aceito pelo Fisco. Criticas: - Os custos dos produtos agropecuários não podem der comparados em base unitária quando houver alterações no volume de produção; - A forma de atribuição de custos indiretos é feita através de rateios, o que complica e aumenta o trabalho administrativo, além de conferir um grau de subjetividade a essa atribuição; - Não oferece informações suficientes para a tomada de decisão, já que muitas das decisões se baseiam em analisar o tipo Custo/Volume/Lucro; - Dificulta o controle orçamentário e determinação de padrões.

Entende-se assim que o custeio por absorção consiste na apropriação dos custos tanto diretos ou indiretos, fixos ou variáveis, apenas para a produção de bens elaborada, sendo que as despesas referentes ao esforço de fabricação são redistribuídas entre todos os produtos realizados.

Crepaldi (2005), apresenta também o custeio baseado em atividade, conhecido como ABC (Activity Based Costing), é uma metodologia que surge dos Estados Unidos na década de 80, foi desenvolvida para ser aplicada aos custos diretos, principalmente à mão-de-obra direta.

Já Padoveze (2000) o custeamento denominado Custo Baseado em Atividades (Custeio ABC) do inglês Activity Based Cost, procura apropriar o custeio dos produtos, através de mensurações corretas dos custos fixos indiretos, em cima da atividade geradora de custos, para acumulação diferenciada ao custo dos diversos produtos da empresa rural.

O Custeio Baseado em Atividade (ABC – Activity Based Costing) utiliza-se do pressuposto de que os recursos de uma empresa são consumidos por suas atividades e não pelos produtos que ela fabrica. O custo de uma atividade compreende todos os sacrifícios necessários para desempenhá-la (MARTINS, 2003).

Crepaldi (2005 p.308) o custeio ABC é:

Sistema de custeio para fins gerenciais que disponibiliza informações econômicas para a tomada de decisões operacionais e estratégicas. Trata-

se de uma das mais poderosas estratégias empresariais dos últimos anos, através da qual as companhias cortam desperdícios, melhoram serviços, avaliam iniciativas de qualidade, impulsionam para o melhoramento contínuo e calculam, com adequada precisão, os custos dos produtos.

Na visão de Padoveze (2000 p.262) podemos definir custeio ABC como “um método de custeamento que identifica um conjunto de custos para cada evento ou transação (atividade) na organização que age como um direcionador de custos”. Esses métodos busca identificar as atividades relevantes que geram os custos necessários para os produtos.

Segundo Crepaldi (2005 p. 313) “o Activity Based Costing permite uma análise de custos através das atividades da empresa. Cada atividade descreve o que a empresa faz e quanto de recurso ela utiliza para produzir seu produto.” Identifica as atividades desenvolvidas em uma empresa e determina seu custo e desempenho.

Esse método atribui primeiro os “custos para as atividades, e depois aos produtos, baseado no uso das atividades de cada produto. O custeamento baseado em atividades é fundamentado no conceito: produtos consomem atividade, atividades consomem recursos” (PADOVEZE, 2000, p.263). Já Crepaldi (2005) o método demonstra relação entre os recursos consumidos (já foi gasto: água, luz, salários...), atividades executadas (onde foi gasto: produção, informática, vendas) e os objetos de custo/produtos ou serviços (para que foi gasto: produto A, produto B, atividade X). Ambos os autores evidencia da seguinte maneira: Recursos => Atividades => Produtos de Custo, ou Outros Objetos.

Os objetivos do custeio ABC de acordo com Martins (2003) são: Rastrear as atividades mais relevantes, identificando-se as mais variadas rotas de consumo dos recursos da empresa. Busca-se através da análise das atividades, planejar e realizar o uso eficiente e eficaz dos recursos da empresa de modo a otimizar o lucro dos investidores e a criação de valor para os clientes. O objetivo final do processo de custeio é a alocação dos recursos consumidos pela empresa, aos produtos e serviços.

Os objetos do custeio ABC de acordo Crepaldi (2005 p. 312):

É reduzir o custo por meio da eliminação dos desperdícios, por meio do corte nos geradores de custos que não agreguem valor, ou seja, naqueles fatores causadores do consumo de atividades evitáveis ou desnecessárias. Essa é uma forma eficaz de compressão dos custos, que difere da maneira tradicional de cortes aleatórios dos recursos. (...) O sistema de custos

baseado em atividades – ABC busca: diminuir o desperdício e aumentar a

queda na produção; implementar o programa de qualidade total sem impacto na linha operacional; implementar um sistema de pagamento por desempenho e elaborar um orçamento baseado no desempenho.

O uso do ABC é extraordinário em termos de identificar o custo das atividades e dos processos e de permitir uma visão muito mais adequada para a análise da relação custo/benefício de cada uma dessas atividades e desses processos. Permite o levantamento do quanto se gasta em determinadas atividades, tarefas e processos onde não se agrega valor ao produto (manufaturado, na forma de serviços, etc.), mesmo que com a devida cautela em função da sempre permanente presença de algum nível de erro e mesmo de arbitrariedade nesses rateios (MARTINS 2003).

O custeio Reichskuratorium für Wirtschaftlichkeit (RKW), desenvolvido na Alemanha, consiste não só do rateio dos custos de produção, como também de todas as despesas da organização (MARTINS, 2003).

Padoveze (2003 p. 149) RKW “consiste no rateio não só dos custos de produção, mas também de todas as despesas da empresa, inclusive financeiras, a todos os produtos.” Esse método segundo Martins (2003 p.220) é “conhecido como Custeio Pleno ou Integral, pois todos os custos e despesas de uma entidade são levados aos objetos de custeio, normalmente unidades de produção e/ou ordens de serviço”.

O sistema Reichskuratorium für Wirtschaftlichkeit (RKW) na visão de Martins (2003) consiste no rateio não só dos custos de produção como também de todas as despesas da empresa, inclusive financeiras, a todos os produtos, tendo como base a alocação dos custos e despesas aos diversos departamentos da empresa para depois proceder as varias séries de rateio de forma que ao final todos os custos e despesas estejam recaindo exclusivamente sob os produtos.

O método RKW que apropria todos os gastos aos produtos sejam eles de natureza, é o único que no modelo de apresentação evidencia que a análise da margem unitária e da margem total é a mesma (PADOVEZE 2003).

De acordo com Martins (2003) as etapas do processo de custeamento RKW são: a separação entre custos e despesas; apropriação dos custos identificados aos produtos; apropriação dos custos indiretos aos objetos de custeio, utilizando os critérios de rateio; apuração dos custos dos produtos acabados; adição da margem de lucro esperada; apuração do preço de venda, custo dos produtos vendidos e resultado.

O Custeio ainda pode ser classificado como variável ou direto conforme

Leone (2000) e Martins (2003) e as principais aplicações, deste método são: aplicação do custeio variável (direto); uma vez que os custos variáveis são inevitáveis, sua dedução da receita identifica a Margem de Contribuição do produto, sem nenhuma interferência de manipulação devido aos critérios de rateio dos custos fixos; identificação da quantidade a ser vendida para que um projeto seja viabilizado; fornecimento de informações gerenciais devido relação entre lucro e volume de produção.

De acordo com Maher (2001 p.360) custeio variável é “o sistema de contabilização de custos em que apenas os custos variáveis de produção são atribuídos aos produtos.”

Para Leone (2000, p.492) custeamento direto ou variável “é o sistema de custeamento que somente ativa, capitaliza ou inventaria os custos diretos e variáveis, isto é aqueles que são evitáveis, quando há mudança nos parâmetros básicos e quantitativos que os regem que os comandam,”

Segundo Padoveze (2003 p. 78) o custeio variável é:

Essa metodologia de apuração de custo unitário dos produtos e serviços considera tão-somente os custos e despesas variáveis de cada produto oi serviço, sejam eles diretos ou indiretos Esse método busca um custo unitário do produto ou serviço sem nenhuma duvida em termos de mensuração monetária, já que, ao utilizar apenas elementos variáveis e, portanto, com o valor unitário para cada unidade de produto perfeitamente definido, não usa nenhum conceito de cálculo médio. Essa característica torna esse método o cientificamente recomendável para todos os propósitos de previsão e tomada de decisão.

De acordo com Crepaldi (2005 p. 234) os pontos positivos e as criticas do custeio variável são as seguintes:

Pontos Positivos: - Os custos dos produtos agropecuários podem ser comparados em bases unitárias, independentemente do volume de produção; - Facilitar o tempo e o trabalho despendido tornando mais pratica a apuração e apresentação de informações; - Melhor controle dos custos fixos, por se apresentarem separadamente nas demonstrações; - Facilitar a elaboração e controle de orçamentos e determinação e controle de padrões; - Fornece mais instrumentos de controle gerencial. As criticas: - Fere o conceito contábil da confrontação das receitas com os custos que contribuem para a sua obtenção; - Pode prejudicar a análise por parte dos credores no que se refere aos índices de liquides e capital circulante liquido; - Não considera os custos fixos na determinação do preço de venda; Os custos fixos não são completamente fixos e tampouco os variáveis são completamente variáveis (separação de categoria); No Brasil, Não é aceito pelo Fisco.

“O custo direto ou variável é um método de custos que carrega os produtos somente com os custos que variam diretamente com o volume” (LEONE, 2000, p. 405)

Quadro 02: Custeamento Variável x Custeamento por Absorção

Custeamento Variável (direto) Custeamento por Absorção

Classifica os custos fixos e variáveis Não há preocupação por essa classificação

Classifica os custos em diretos em indiretos Também classifica os custos em diretos e indiretos

Debita o segmento, cujo custo está sendo apurados, apenas os custos que são diretos ao segmento e variáveis em relação ao parâmetro escolhido como base.

Debita o segmento cujo custo está sendo apurado os seus custos diretos e também os custos indiretos através de uma taxa de absorção.

Os resultados apresentados sofrem influência direta do volume de vendas.

Os resultados apresentados sofrem influência direta do volume de produção.

É um critério administrativo, gerencial e interno É um critério legal, fiscal e externo.

Aparentemente sua filosofia básica contraria os geralmente aceitos na contabilidade, principalmente os fundamentos do “regime de competência”.

Aparentemente, sua filosofia básica alia-se aos preceitos contábeis geralmente aceitos, principalmente aos fundamentos do “regime de competência”.

Apresenta a Contribuição Marginal – diferença entre as receitas e os custos diretos e variáveis do segmento estudado.

Apresenta a Margem Operacional – diferenças entre

as receitas e os custos diretos e indiretos do segmento estudado.

O Custeamento variável destina-se a auxiliar, sobretudo, a gerência no processo de planejamento e de tomada de decisão.

O custeamento por absorção destina-se a auxiliar a

gerência no processo de determinação da

rentabilidade e de avaliação patrimonial. Como o custeamento variável trata dos custos diretos

e indiretos de determinado segmento, o controle da absorção dos custos da capacidade ociosa não é bem explorado.

Como o custeamento por absorção trata dos custos diretos e indiretos de determinados segmentos, sem cogitar de perquirir se os custos são variáveis ou fixos, apresenta melhor visão para controle da absorção dos custos da capacidade ociosa.

Fonte: Leone (2000, p. 406-407).

Leone (2000) ainda afirma que as técnicas de custeamento seguem o principio de não ratear e não distribuir ao custo dos produtos ou dos serviços as parcelas de custos fixos (Quadro2). O método significa que a apropriação de todos os custos variáveis, diretos, indiretos ficando os fixos separados e considerados como despesas do período, indo direto p o resultado.

Este método de custeio consiste em considerar como custo de produção, apenas os custos variáveis, já os custos fixos mesmo existindo sem que haja produção, são considerados como despesa. No entanto, esse tipo de custeio não

atende no Brasil as necessidades e exigências do Fisco, sendo usado somente para previsão e tomada de decisão, já que o mesmo por utilizar apenas o valor unitário de cada unidade de produto (CREPALDI, 2005).