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Análise de custos da produção leiteira na propriedade Mallmann

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Academic year: 2021

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DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis,

Econômicas e da Comunicação

Curso de Administração

CARINE MALLMANN

Orientadora: CLEIDE MARISA RIGON

ANÁLISE DE CUSTOS DA PRODUÇÃO LEITEIRA NA

PROPRIEDADE MALLMANN

Documento Sistematizador do TCC

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CARINE MALLMANN CLEIDE MARISA RIGON

ANÁLISE DE CUSTOS DA PRODUÇÃO LEITEIRA NA

PROPRIEDADE MALLMANN

Documento Sistematizador do TCC

Trabalho de Conclusão do Curso de

Administração da Regional do Noroeste do Rio

Grande do Rio Grande do Sul – UNIJUI, como

requisito parcial Conclusão de Curso e

conseqüente obtenção de título de Bacharel em Administração.

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Dedico este trabalho ao meu marido,

aos meus pais, irmãos, amigos,

e a todos que acreditaram e acreditam

na minha capacidade, pois são eles que me

dão forças e me auxiliaram a

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"Vá firme na direção da sua meta... Porque o pensamento cria... o desejo atrai, e a fé realiza." Leandro Costa

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por sua presença e proteção constante em minha vida, me proporcionou energia, orientação e sabedoria suficientes para concretização de mais este sonho.

Ao meu amado marido Paulo e eterno namorado, por toda paciência, e apoio e insistência nas horas de dificuldade.

A minha família que teve a paciência de me ajudar e responder os questionamentos sobre a propriedade.

A meus pais Angemiro e Janete que me deram à vida e ensinaram a viver, e me apoiaram sempre nessa conquista.

Aos meus irmãos Carla e Cleiton pelo carinho e apoio nesta caminhada.

À universidade, funcionários e professores... em especial ao minha orientadora, Cleide Marisa Rigon pela sua dedicação e atenção ao longo de todo trabalho.

Aos amigos que contribuíram de alguma forma para a realização deste trabalho, especialmente ao meu colega e amigo Tiago Hermes

que sempre esteve disposto a me ajudar.

A todos os que direta ou indiretamente contribuíram para a realização desta graduação. Recebam de coração o meu sincero agradecimento.

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RESUMO EXPANDIDO Introdução

As organizações estão inseridas num ambiente, onde as mudanças, as evoluções e as variações de mercado acontecem de uma forma muito rápida. A constante evolução da tecnologia e a busca por adquirir produtos de qualidade, fazem com que o produtor rural necessite desenvolver novas técnicas tanto na área de produção como também no gerenciamento de custos e controle financeiro de sua propriedade.

O setor da pecuária de leite apresenta grande importância na economia do Brasil, visto que o setor tem revelado contínuos aumentos de produtividade, fruto de uma evolução tecnológica e gerencial, permitindo melhorar a qualidade dos produtos, tornando o trabalho diário mais simples, prático, propriedades rurais modernizadas e bem sucedidas funcionando como uma verdadeira empresa; principalmente na região sul, onde o leite é uma das principais fontes de renda mensal de inúmeras famílias (WITTER, 2012).

A análise de custos fornece informações que permitam o planejamento, o controle e a tomada de decisão, transformando as propriedades rurais em empresas com capacidade para acompanhar a evolução do setor, principalmente no que tange aos objetivos e atribuições da administração financeira, da contabilidade e análise de resultados. Reconhecer os custos, as despesas e as receitas de uma propriedade rural permite ao produtor executar um planejamento para saber quais as decisões a serem tomadas para um melhor desenvolvimento da atividade, bem como os investimentos a serem feitos com novas tecnologias e melhorias necessárias, almejando crescimento econômico da organização. Em meio a um ambiente com tantas incertezas, variáveis, como o clima que condiciona maior parte da atividade leiteira e gera riscos para a agricultura, e um mercado cada vez mais competitivo, é indispensável que o produtor rural planeje seu negócio com ênfase na rentabilidade e viabilidade da atividade.

A administração rural, na visão de Crepaldi (2005 p.25) é portanto o “conjunto de atividades que facilita aos produtores rurais a tomada de decisão ao nível de sua unidade de produção, a empresa agrícola, com o fim de obter resultado econômico, mantendo a produtividade da terra”. Ainda conforme Crepaldi (2005) cabem ao administrador as seguintes tarefas: tomar decisões sobre o que produzir, quanto e como, controlar a ação após iniciar a atividade e por ultimo avaliar os resultados alcançados e compará-los com os previstos inicialmente.

Levando em consideração estes fatores o presente estudo foi realizado em uma propriedade rural focando a atividade leiteira, visando analisar e diagnosticar a rentabilidade e viabilidade da mesma, propondo alternativas de melhoria e desenvolver um sistema de controle de custos que possibilite a análise do custo da produção e dos resultados da atividade leiteira da propriedade A organização na qual realiza-se o presente trabalho é uma propriedade rural denominada como “Propriedade Mallmann” localizada na Linha São Miguel no interior do município de Cândido Godói Estado do Rio Grande do Sul

Um fator relevante e comum de encontrar nas organizações rurais é a confusão entre os gastos da propriedade e as despesas da família, pelo fato de não existir uma separação clara, o que acaba afetando o desempenho do agronegócio. Diante do exposto chega-se ao seguinte problema: Qual o custo de produção de

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leite em uma propriedade rural em Cândido Godói visando analisar a viabilidade da atividade?

O objetivo geral do presente trabalho é analisar o custo de produção de leite em uma propriedade rural em Cândido Godói visando analisar a viabilidade da atividade. Os objetivos específicos deste estudo são de fundamental importância para o desenvolvimento do trabalho. Foram assim definidos: Identificar os custos fixos e variáveis de produção leiteira; Estruturar um sistema de controle de custos adequado à atividade e aplicá-lo; Analisar a viabilidade da atividade para a propriedade.

Metodologia

Com relação à abordagem, a pesquisa se classifica como quantiqualitativa, uma vez que a coleta de informações se deu tanto de forma quantitativa como qualitativa. Para Oliveira (1999) pesquisa quantitativa significa quantificar opiniões, dados, nas formas de coleta de informações, assim como também com o emprego de recursos e técnicas estatísticas. E qualitativamente, onde os pesquisados foram ouvidos, como forma de se realizar a coleta dos dados por meios subjetivos, onde se validaram as suas opiniões.

Quanto aos objetivos, Vergara (2004) classifica as pesquisas quanto aos fins de investigação e quanto aos meios utilizados. Quanto aos fins, a presente pesquisa é classificada como exploratória, têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Classifica-se como uma pesquisa documental por que foram utilizados materiais documentos descritivos da organização objeto de estudo (VERGARA 2004).

As entrevistas foram realizadas no decorrer dos meses de agosto/setembro com os gestores da propriedade Angemiro, Janete e Cleiton, membros da família. Buscando explorar os dados desejados com mais magnitude, sem seguir um roteiro com perguntas abertas e podem ser respondidas de uma conversação informal. Os dados coletados e informações receberam um tratamento quantitativo/qualitativo, por basear-se em opiniões dos sujeitos entrevistados. Conforme Gil (1999), a análise dos dados objetiva organizar os dados de tal forma que permita o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação. A interpretação dos dados tem como objetivo procurar o sentido mais amplo das respostas, realizado mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos.

Resultados

O Rio Grande do Sul foi o Estado que mais cresceu em produção de leite entre 2012 e 2013, crescimento de 10,3%. No período, saiu de 11 milhões para 12,3 milhões de litros/dia, conforme dados obtidos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Já no ano de 2014 a região Região Sul foi à região com maior produção do país, foi responsável por 34,7% da produção nacional, seguido da região Sudeste que produziu 34,6% do total. (CÓSSIO, IBGE, 2015).

De acordo com o site Milknet (2015) região da Grande Santa Rosa é a maior bacia leiteira do Rio Grande do Sul, com uma produção aproximada de 500 mil litros/dia, um crescimento médio anual de 10%. Grande parte desta produção incide de pequenas propriedades de até 30 hectares, em sistema de pastoreio e mão-de-obra familiar. Outros fatores marcantes do setor na região é a constante busca por maior qualidade do produto e por inovações tecnológicas, além da crescente migração da produção de grãos para a leiteira.

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Dentro deste novo cenário, a propriedade rural precisa ser encarada como uma empresa, onde os agricultores passam a ser empresários, visando lucros, controlando custos, planejando e gerenciando a sua atividade e, principalmente, criando novas alternativas para maximizar sua receita e racionalizar a utilização dos recursos (capital, terra e trabalho).

O estudo foi realizado em uma propriedade rural de pequeno porte, situada na Linha São Miguel no interior do município de Cândido Godói, Rio grande do Sul, propriedade da família Mallmann. A propriedade é formada por 62 hectares, destes, 26 hectares são utilizados para o plantio de pastagens de inverno e verão; 1,0 hectares com benfeitorias e 7,5 hectares destinadas para potreiros; e 50 hectares para as culturas de inverno e de verão, como soja, milho e trigo, além disso, os proprietários arrendam aproximadamente 52 hectares destinados também as culturas de inverno e de verão, como soja, milho e trigo. A propriedade possui como principal fonte de renda a atividade leiteira. O rebanho composto por 32 vacas, média mensal de 30 em lactação, 22 novilhas (destas 10prenhas), 1 touro, 09 bezerras e 02 bezerros totalizando em 66 cabeças de gado no total. Em média, a produção diária é de 452 litros de leite in natura o qual é obtido durante duas tiradas, sendo que o mesmo é vendido para a empresa Nestlé. O recolhimento é feito por um caminhão a granel a cada dia. A propriedade está enquadrada em um programa de Sistema de Valorização da Qualidade da empresa Nestlé, proporcionando maior lucratividade.

O processo de ordenha é diário, realizado duas vezes ao dia, uma pela parte da manhã, ordenha matinal, que inicia-se às 7 horas, e outra no final da tarde, ordenha vespertina, iniciada às 17h30min horas. O tempo de duração para cada ordenha e realização da limpeza e higienização da sala de ordenha é de aproximadamente 1h 30min á 2 h este manejo exige no mínimo 2 pessoas para a realização dos procedimentos.

O cuidado com o bem-estar e a saúde animal sempre são relevantes para isso a propriedade adotou algumas medidas como o simples modo de pensar e agir com os animais, respeito e alguns conhecimentos biológicos dos animais é possível aumentar a eficiência do sistema, boas instalações, melhorar a qualidade do leite e facilitar a ordenha, reduzindo o estresse animal, aumentando da segurança dos proprietários e o bem-estar animal, tais mudanças trouxeram inúmeros resultados positivos para os animais, e para a propriedade num todo, melhorou a produtividade e a lucratividade da propriedade.

A seleção de novilhas já acontece a partir da escolha do sêmen, porte físico, bem como gerações anteriores. O ciclo de vida de uma fêmea bovina leiteira na Propriedade Mallmann se resume em: nascimento, desmame (de bezerra passa a ser denominada novilha), cio, monta natural, gestação de 9 meses, primeiro parto (passando de novilha para matriz), inicio da lactação, cio, inseminação para a segunda parição, secagem ou encerramento da lactação, segundo parto, inicio da segunda lactação e assim sucessivamente durante o máximo 5 lactações ou 8 anos. O valor atual do patrimônio estimado pelos gestores, incluindo estrutura, máquinas, implementos e equipamentos é R$ 630.670,00. Destaca-se que o valor total da depreciação anual das máquinas e da estrutura é R$ 29.201,91, uma vez que o valor mensal é R$ 2.433,49. Entretanto, apenas 35% do valor está vinculada diretamente a atividade leiteira, ou seja, R$ 10.220,67 por ano e R$ 851,72 por mês.

A alimentação diária do gado é composta de ração, silagem de milho, milho, pastagem como aveia de verão, sorgo, aveia de inverno, azevém, braquiária, grama tifton, inclui-se também como o sal e sal mineral.

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O custo da silagem é oriundo do plantio de 6 hectares por anos, obtendo-se um custo total de R$ 5.685,00 ao ano e R$ 473,75 por mês a mesma é consumida em média 30 matrizes, nesta ótica o custo por animal é R$ 15,80 ao mês. Os maiores custos da produção da silagem foram com os fertilizantes, adubo com 34% seguidos de uréia, com 21%. O custo da pastagem de verão é proveniente do plantio de 5 hectares por semestre (outubro à março), obtendo-se um custo total semestral de R$ 6.360,00 e logo o custo mensal é R$ 1.060,00 fazem uso da pastagem 32 matrizes, obtém-se o custo por animal é R$ 35,33 ao mês (outubro até março). O custo da pastagem de inverno é procedente do plantio de 15 hectares por semestre (abril a setembro), obtendo-se um custo total semestral de R$ 11.310,00 e custo mensal é R$ 1.885,00, faz uso da pastagem em média 30 matrizes, portanto o custo por animal é R$ 62,83 ao mês (abril até setembro). A ração faz parte da alimentação diária, cada cabeça de gado recebe aproximadamente 2,75 kg na parte na manhã e 2,75 kg no turno da noite, a mesma é servida sobre a silagem nos cochos após a ordenha. O modo de usar segundo o fornecedor da ração à propriedade, Comercial Agropecuária Dourado do município de Erechim-RS, é: fornecer 1kg do produto para cada 3 litros de leite produzidos diariamente.O custo mensal total por bovino leiteiro é de R$ 186,04 (base mês 30dias). A média do valor do quilograma de ração é R$ 0,97, tendo em vista que a propriedade compra 5.731,55 quilos de ração, média mensal.

Conforme Aires (2004) atualmente as propriedades rurais vem enfrentando dificuldades para manterem-se na atividade, em vista do elevado custo de produção, motivado especialmente pela necessidade de insumos não produzidos na propriedade, sobre os quais embasa-se a alimentação dos animais, justificando assim a crescente ocorrência de abandono de atividades.

Em média, a produção diária da propriedade Mallmann é de 452 litros de leite

in natura o qual é obtido durante duas tiradas, uma na parte da manhã e outra a

noite, sendo que o mesmo é vendido para a empresa Nestlé. O recolhimento é feito por um caminhão a granel cada dia na parte da manhã. A propriedade está enquadrada no Sistema de Valorização da Qualidade, programa de valorização ao cliente da empresa Nestlé, proporcionando maior lucratividade a propriedade. Já a média de matrizes em lactação é 30 vacas levando em consideração que o número de matrizes em lactação por mês. Assim, chega-se a uma média de produção por bovino leiteiro de 15 litros de leite por dia, totalizando na média de 13.594 litros/mês.

O preço do litro de leite pago pela organização Nestlé é proporcional ao Sistema de Valorização do Leite-SVL, que busca valorizar o produtor que produz leite com qualidade, remunerando melhor o leite com baixa contagem bacteriana total-CBT, baixa contagem de células somáticas-CCS e altos teores de proteína, gordura, bem como adicional por volume, adicional de mercado e adicional de distancia. O preço base pago pela empresa Nestlé é R$ 0,50/litro. a média de valores recebíveis mensal é R$ 13.470,25, e média diária R$ 447,82, já a média do valor pago por litro é R$ 0,99, segundo os proprietários é um valor plausível, pois dentre as organizações de laticínio de uma forma geral é a que melhor paga.

O custo fixo aglomera a maior parte dos custos da propriedade correspondendo à média mensal de R$ 8.565,94 equivalente a 64%, isto é, R$ 0,63 do valor total recebido por litro (R$0,99). A ração seguida da pastagem corresponde respectivamente à maior incidência de custos fixos. Os impostos correspondentes a atividade leiteira apresentam uma média mensal R$ 584,44, somando um total anual de R$ 6.428,83, o valor que correspondente ao litro vendido é R$ 0,0473. Os custos variáveis apresentam uma média mensal de R$ 872,40 percentual de 7,49% do

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custo total do leite ou ainda R$ 0,0642 por litro de leite. Enfatiza-se ainda que lucro por litro de leite é R$ 0,08, porém se somado ao pró labore que é R$ 0,17, tem se uma sobra de R$ ou 25% por litro vendido.

O lucro operacional anual resultou em R$ 16.674,44 e uma media média mensal de R$ 1.515,86. A lucratividade anual da atividade leiteira é de 11,23%, ou seja, a cada R$100,00 sobra um montante de R$11,23 enfatizo que é um percentual baixo consideração o elevado valor do investimento da propriedade que atualmente é estimado pelos gestores, incluindo estrutura, máquinas, implementos e equipamentos no total de R$ 630.670,00. A taxa de atratividade esperada pelos gestores é 25%.

A média da margem de contribuição da atividade é 87,59% por litro vendido, isto é a cada um R$ 100,00 reais propriedade obtém uma sobre de R$ 87,59 reais. Já o ponto de equilíbrio anual da propriedade 69,15%, momento em que o negócio atinge o seu equilíbrio, isto é, consegue pagar seus custos. Em outras palavras, a partir da produção de em média 9349,39 litros de leite a propriedade começa a obter lucro, lembrando que a média do volume produzido pela propriedade é 13594 litros/mês.

Os objetivos futuros para os processo da atividade leiteira da Propriedade Mallmann segundo os gestores são dobrar o número de matrizes, aquisição de botijão de sêmen próprio, construção de área pós ordenha com canzil, implantar processos de irrigação em parte da pastagem.

Conclusão

Constatou-se que em determinados meses a lucratividade ficou abaixo do esperado, trabalhando com uma produção que somente paga os custos e as despesas da propriedade. Fatores que contribuíram para tais resultados são os elevados custos fixos e a baixa produção do volume do leite, além do resultado da análise dos CCS - Contagem de Células Somáticas, fazendo com que propriedade se enquadrasse na faixa de penalização de preço. A lucratividade anual da atividade leiteira é de 11,23%, ou seja, a cada R$100,00 sobra um montante de R$11,23 saliento que é um percentual baixo consideração o elevado valor do investimento da propriedade que atualmente é estimado pelos gestores, incluindo estrutura, máquinas, implementos e equipamentos no total de R$ 630.670,00. A taxa de atratividade esperada pelos gestores é 25%.

Ponderando os resultados supra apresentados pode-se evidenciar que o negócio atualmente não esta apresentando a rentabilidade esperada pelos gestores, entretanto o resultado provém da escolha dos próprios proprietários, visto que a atual composição do rebanho leiteiro da propriedade não dispõe de uma genética propícia para um melhor desempenho. Entretanto, os produtores já prevêem a solução da condição atual, para o início do ano de 2016, levando em consideração que a propriedade possui 22 novinhas, destas 10 prenhas, previstas para parir entre os meses de janeiro e fevereiro de 2016.

De modo geral, percebe-se que os altos custos variáveis e fixos e a baixa produção do período, contribuíram para os resultados negativos e pouco satisfatórios, mas que os mesmos podem ser compensados com a qualidade do produto vendido e preço do litro de leite.

Assim, conclui-se finalmente, que atividade leiteira aponta lucro, porém não apresenta a rentabilidade esperada pelos gestores enfatiza-se que quanto maior a produção maior será a rentabilidade da propriedade e sem considerar o preço pago, tendo em vista que nos meses analisados ele apresentou-se estável e plausível.

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Palavras-chave: produção leiteira, gerenciamento, agronegócio, gestão de custos. REFERÊNCIAS

AIRES, José Luiz Ferraz. Identificação e avaliação de sistemas de produção de

leite em pastagens cultivadas nas regiões do planalto do Rio Grande do Sul.

2004. 76 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Zootecnia) Universidade Federal do rio Grande do Sul, Porto Alegre (RS), 2004.

CÓSSIO, Daniel. Modernização Administrativa. 18/12/2015 às 17:56. RS foi o

Estado que mais cresceu em produção de leite entre 2012 e 2013, aponta IBGE.

Edição: Redação Secom. Disponível em: http://www.rs.gov.br/conteudo/208774/rs-foi-o-estado-que-mais-cresceu-em-producao-de-leite-entre-2012-e-2013-aponta-ibge Acesso em: 20 mar.2015.

CORREIO DO POVO/RS Produção De Leite De Santa Rosa Cresce 10%,

04/07/2015 Disponível em:

<http://www.milknet.com.br/?pg=noticia&id=1491&buscador=04-07-RS-PRODUCAO-DE-LEITE-DE-SANTA-ROSA-CRESCE-10-PORCENTO-&local=1> Acesso em: data de 06 de setembro de 2015

CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Rural: uma abordagem decisorial / Silvio Aparecido Crepaldi. – 3. Ed. Revista, atualizada e ampliada – São Paulo: Atlas, 2005. 338 p.

GIL, Antonio Carlos. Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999. 206 p.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Excelência na Administração

Estratégica. Editora Atlas S.A., 4° edição, São Paulo, 1999.

VERGARA, Sylvia, Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em

administração. 5.ed. São Paulo, Atlas, 2004.

WITTER, Roberto. Produção de leite cresce mais de 60% em oito anos. 10/05/2012.

Pecuária leiteira também apresenta ampliação no Estado, graças ao aumento

no numero de indústrias. ZH Economia. Disponível

em:http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/economia/noticia/2012/05/ producao-de-leite-cresce-mais-de-60-em-oito-anos-3754287.html. Acesso em: 20 mar.2015.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES Lista de Figuras

Figura 01- Área Destinada ao Gado Bovino Leiteiro da Propriedade Mallmann ... 83

Figura 02- Localização Potreiro 03 ... 84

Figura 03- Fluxograma do Processo da Produção Leiteira ... 87

Figura 04- Site Simulador de Preços ... 110

Figura 05- Login site Nestlé... 111

Figura 06- Passo a Passo Portal Parceiro Nestlé ... 111

Lista de Quadros Quadro 01 - Estimativa de Depreciação ... 54

Quadro 02 - Custeamento Variável x Custeamento por Absorção ... 61

Quadro 03 - Distribuição do Gado ... 88

Quadro 04 - Ciclo de Vida de Uma Fêmea Bovina Leiteira ... 90

Quadro 05 - Instalações da Propriedade ... 91

Quadro 06 - Máquinas e Equipamentos da Propriedade Mallmann ... 93

Quadro 07 - Custo da Silagem de Milho ... 95

Quadro 08 - Custo Pastagem de Verão ... 97

Quadro 09 - Custo Pastagem de Inverno ... 97

Quadro 10 - Custo da Ração ... 99

Quadro 11 - Volume de Litros de Leite por Dia ... 101

Quadro 12 - Nível da Qualidade do Leite da Propriedade Mallmann ... 106

Quadro 13 - Controle de Preços ... 112

Quadro 14 - Custos Fixos e Deduções ... 113

Quadro 15 - Custos Variáveis ... 114

Quadro 16 - Demonstração do Resultado do Exercício – DRE ... 115

Quadro 17- Fluxo de Caixa ... 118

Quadro 18 - Margem de Contribuição e Ponto de Equilíbrio ... 119

Lista de Gráficos Gráfico 01- Custos com Silagem ... 96

Gráfico 02- Custo Pastagem de Inverno e Verão ... 98

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Gráfico 04- Gordura ... 106

Gráfico 05- Contagem Bacteriana Total ... 107

Gráfico 06- Extrato Seco Desengordurado... 107

Gráfico 07- Proteína ... 108

Gráfico 08- Controle de Células Somáticas ... 108

Gráfico 09- Extrato Seco Total ... 109

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LISTA DE ANEXOS

Anexo A – Curral De Espera E Galpão De Alimentação ... 135

Anexo B - Sala De Ordenha ... 135

Anexo C – Tanque A Granel – Sala De Armazenamento De Leite ... 136

Anexo D – Processo De Inseminação E Kit Botijão – Altagenetics ... ... 136

Anexo E - Histórico De Coleta De Leite ... 137

Anexo F - Requisitos Mínimos Para O Fornecimento De Leite Fresco À Nestlé .... 138

Anexo G – Adicional Por Volume – Litros Por Dia ... 139

Anexo H- Sistema De Valorização Da Qualidade - Como Os Valores De Proteína Interferem No Preço Ao Produtor ... 140

Anexo I - Sistema De Valorização Da Qualidade - Como Os Valores De Gordura Interferem No Preço Ao Produtor ... 141

Anexo J - Sistema De Valorização Da Qualidade - Como Os Valores De Css Interferem No Preço Ao Produtor ... 142

Anexo K - Sistema De Valorização Da Qualidade - Como Os Valores De Contagem Bacteriana Total-Cbt Interferem No Preço Ao Produtor. ... 142

Anexo L - Adicional De Distância ... 143

Anexo M – Recebimento De Ração/ Coleta De Leite ... 143

Anexo N – Guia De Trânsito Animal- Gta ... 144

Anexo O - Ficha Individual Para Terneiras / Novilhas E Ficha De Controle Individual ... 145

Anexo P- Demonstração Do Resultado Do Exercício – Dre- Mensal ... 147

Anexo Q - Software Testado A3pecuaria ... 148

Anexo R - Software Testado Gisleite Da Embrapa ... 148

Anexo S - Software Testado Brasil Foods-Brf “Pro Leite” ... 149

Anexo T - Software Testado e Adquirido Sgfleite ... 149

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABC - Activity Based Costing BRF- Antiga Brasil Foods S.A CBT - Contagem Bacteriana Total

CCGL - Cooperativa Central Gaúcha Ltda CCS - Controle de Células Somáticas CF – Custo Fixo

CFu – Custo Fixo Unitário

CLT - Consolidação das Leis do Trabalho COOPERMIL - Cooperativa Mista São Luiz CPC - Planejamento Controle da Produção CV – Custo Variável

CVu - Custo variável unitário. DPA - Dairy Partners Americas

DRE - Demonstração do resultado do exercício DVu - Despesa variável unitária.

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária ESD - Extrato Seco Desengordurado

EST – Extrato Seco Total

FUNRURAL - Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural GTA - Guia de Trânsito Animal

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas ITR – Imposto Territorial Rural

KG – Kilograma

MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MB - Mercedes-Benz

MC - Margem de Contribuição

MCu - Margem de contribuição unitária MF - Massey Ferguson

PE - Ponto de Equilíbrio

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PEF – Ponto de Equilíbrio Financeiro PEO – Ponto de Equilíbrio Operacional

PNCEBT - Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose PC – Puro por Cruzamento

PO – Puro de Origem PV – Preço de Venda

PVu - Preço de venda unitário. Q - Quantidade

RKW - Reichskuratorium für Wirtschaftlichkeit

SGFLEITE - Sistema Gerenciador de Fazenda de Leite SVL - Sistema de Valorização do Leite

USDA - Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (United States Department of Agriculture

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 19 2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 21 2.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ... 21 2.2 PROBLEMA ... 24 2.3 OBJETIVOS ... 25 2.3.1 Objetivo Geral ... 25 2.3.2 Objetivos Específicos ... 25 2.4 JUSTIFICATIVA ... 25 3 REFERENCIAL TEÓRICO ... 30

3.1 AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL ... 30

3.2 ATIVIDADE LEITEIRA ... 33

3.3 EMPRESAS RURAIS E SUA ADMINISTRAÇÃO ... 38

3.4 GESTÃO FINANCEIRA E CUSTOS ... 41

3.4.1 Classificação dos Custos ... 47

3.5 MÉTODOS DE CUSTEIO ... 55

3.6 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ... 62

3.7 PONTO DE EQUILÍBRIO ... 63

3.8 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ... 68

3.9 ADMINISTRAÇÃO E SISTEMA DE PRODUÇÃO ... 71

4 METODOLOGIA ... 75

4.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 75

4.2 SUJEITOS DA PESQUISA ... 78

4.3 COLETA DE DADOS ... 79

4.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ... 80

5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ... 82

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ... 82

5.2 PROCESSO DA ATIVIDADE LEITEIRA ... 84

5.2.1 Processo de Produção ... 85 5.2.2 Composição do Rebanho ... 88 5.2.3 Estrutura da Propriedade ... 91 5.2.4 Alimentação ... 94 5.2.5 Volume da Produção ... 100 5.2.6 Qualidade do produto ... 102 5.3 PREÇO DO LEITE ... 109

5.4 IDENTIFICAÇÃO DOS CUSTOS FIXOS ... 113

5.5 IDENTIFICAÇÃO DOS CUSTOS VARIÁVEIS ... 114

5.6 ANÁLISE DA VIABILIDADE DA PRODUÇÃO LEITEIRA DA PROPRIEDADE MALLMANN ... 115

5.6.1 Demonstração do resultado do exercício – DRE ... 115

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5.6.3 Margem de Contribuição e Ponto de Equilíbrio ... 118 5.7 SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES ... 119 5.7.1 Software... 121 6 CONCLUSÃO ... 123 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 126 APÊNDICE ... 131 ANEXOS ... 136

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1 INTRODUÇÃO

As organizações estão inseridas num ambiente onde as mudanças, as evoluções e as variações de mercado acontecem de uma forma muito rápida. A constante evolução da tecnologia e a busca por adquirir produtos de qualidade fazem com que o produtor rural necessite desenvolver novas técnicas tanto na área de produção como também no gerenciamento de custos e controle financeiro de sua propriedade.

A análise de custos fornece informações que permitam o planejamento, o controle e a tomada de decisão, transformando as propriedades rurais em empresas com capacidade para acompanhar a evolução do setor, principalmente no que tange aos objetivos e atribuições da administração financeira, da contabilidade e análise de resultados. Reconhecer os custos, as despesas e as receitas de uma propriedade rural permite ao produtor executar um planejamento para saber quais as decisões a serem tomadas para um melhor desenvolvimento da atividade, bem como os investimentos a serem feitos com novas tecnologias e melhorias necessárias, almejando crescimento econômico da organização.

Em meio a um ambiente com tantas incertezas, variáveis como o clima condiciona maior parte da atividade leiteira e gera riscos para a agricultura, tem de ser um mercado cada vez mais competitivo, isso toma indispensável que o produtor rural planeje e profissionalize seu negócio com ênfase na rentabilidade e viabilidade da atividade.

Levando em consideração estes fatores o presente estudo foi realizado em uma propriedade rural focando a atividade leiteira, visando analisar e diagnosticar a rentabilidade e viabilidade da mesma, propondo alternativas de melhoria. A propriedade em estudo não possui um sistema gerenciamento e controle de custos para auxiliar a sua gestão e tomada de decisão, sendo importante salientar que a implementação de um bom sistema de custo nesta propriedade auxiliará o produtor a conhecer a real situação da atividade e dos seus resultados.

A organização na qual realiza-se o presente trabalho é uma propriedade rural denominada como “Propriedade Mallmann” localizada na Linha São Miguel no interior do município de Cândido Godói, Estado do Rio Grande do Sul.

Para atender a este objetivo o presente trabalho está estruturado da seguinte forma: inicia com a contextualização do estudo em que apresenta o tema e o

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problema. Após, são relacionados os objetivos gerais e específicos, além da justificativa onde é destacada a importância deste estudo. Em seguida apresenta-se o referencial teórico em que são abordados estudos realizados sobre o tema com base em diferentes autores.

Já o quarto capítulo ocupa-se dos procedimentos metodológicos utilizados, apresentando a classificação da pesquisa, quanto à natureza, quanto à abordagem, quanto aos objetivos, sujeitos da pesquisa e o detalhamento da coleta de dados, análise e interpretação de dados. O quinto eixo apresenta a análise e a interpretação dos resultados, diagnóstico com sustentação teórica e as sugestões e recomendações na atividade leiteira visando o aumento da rentabilidade do negócio.

Por fim, é apresentada a conclusão do estudo, as referências bibliográficas que são o alicerce para a fundamentação teórica para o referido estudo, o apêndice e os anexos.

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2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Este capítulo apresenta a contextualização do estudo, onde aborda o tema de estudo, a caracterização da propriedade, o problema, os objetivos gerais e específicos a serem alcançados e a justificativa do estudo.

2.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

O setor da pecuária de leite apresenta grande importância na economia do Brasil, visto que o setor tem revelado contínuos aumentos de produtividade, fruto de uma evolução tecnológica e gerencial, permitindo melhorar a qualidade dos produtos, tornando o trabalho diário mais simples, pratico, barato, propriedades rurais modernizadas e bem sucedidas funcionando como uma verdadeira empresa; principalmente na região sul, onde o leite é uma das principais fontes de renda mensal de inúmeras famílias. A atividade leiteira é muito desenvolvida por mulheres, filhos, isto é envolve a família inteira (WITTER, 2012).

Marion (2006, p.25) define pecuária como “a arte de criar e tratar gado”. Gados “são animais geralmente criados no campo, para serviços de lavoura, para consumo doméstico ou para fins industriais e comerciais”.

Nos últimos anos o Brasil vem passando por um processo industrialização, resultando em um aumento da população das cidades e uma redução da população rural. Apesar disso, a agricultura continua desempenhando papel fundamental no desenvolvimento do país como os principais produtos são oriundos da agricultura, (soja, leite, café, açúcar, milho, trigo) que são fundamentais para a base econômica, dessa maneira a agricultura teve que qualificar e profissionalizar os produtores de leite, para assim aumentar a produção e melhorar a renda dos produtores de leite e consequentemente melhorarem a qualidade do leite e de seus derivados.

Souza (2007 apud WANDERLEY, 1999), observa que no Brasil a agricultura familiar passa por uma série de dificuldades e lutas constantes para conseguir seu espaço próprio na sociedade e na economia, a fim de superar essa realidade adoraram estratégias, tendo como principal a econômica que implicou no acesso a atividade rentáveis e estáveis. Os agricultores passam a ser articular em dois níveis

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complementares: a atividade mercantil e o autoconsumo. Para a agricultura familiar produtora de leite não é diferente, o fato da produção de leite ser uma fonte importante de alimento da família e ao mesmo tempo permitir que a comercialização do excedente forneça uma renda mensal de grande importância para a manutenção da mesma.

Segundo dados apresentados Kirchof (2015), produção leiteira tem um significativo potencial de crescimento no Rio Grande do Sul pelo seu clima temperado, fertilidade do solo, boa disponibilidade de água, produção predominantemente à base de pasto em pequenas propriedades com mão de obra familiar e baixo custo de produção. Neste sentido a produção de leite é uma excelente alternativa a população gaúcha.

Conforme Crepaldi (2005), a agricultura representa toda a atividade de exploração de terra, seja ela o cultivo de lavouras e florestas ou a criação de animais, com vista à obtenção de produtos que venham a satisfazer às necessidades humanas.

Ainda segundo Hoffmann et al (1984), no atual estágio de desenvolvimento da agricultura, o custo da produção é bastante elevado, dessa forma intensifica-se cada vez mais a mecanização da lavoura e produção leiteira, resultando em melhorias, adequações que refletem diretamente na qualidade e agilidade nas práticas agrícolas e leiteiras, porém torna necessário o desembolso de quantidades vultosas para sua compra, conservação e serviço.

Conforme Aires (2004) atualmente as propriedades rurais vem enfrentando dificuldades para manterem-se na atividade, em vista do elevado custo de produção, motivado especialmente pela necessidade de insumos não produzidos na propriedade, sobre os quais embasa-se a alimentação dos animais, justificando assim a crescente ocorrência de abandono de atividades.

Neste contexto, vê-se a importância para qualquer empreendimento, inclusive o rural, administrar de forma correta, efetuando o acompanhamento dos custos de produção e a análise econômica e financeira da atividade que se desenvolve em sua propriedade, empresa rural.

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Pereira (1999) define como análise financeira de uma empresa num exame minucioso dos dados financeiros disponíveis sobre a empresa, bem como das condições endógenas e exógenas, que afetam financeiramente a empresa.

Segundo Marion (1998 p.24) “contabilidade é um instrumento que fornece o máximo de informações uteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa”.

A contabilidade está muito relacionada com a análise financeira. As demonstrações financeiras fornecidas pela contabilidade constituem importante grupo de informações que serão examinadas pelas finanças. (Pereira 1999).

Conforme Gitman (2010) as finanças refere-se à forma de administrar o dinheiro. Descreve as várias tarefas do administrador financeiro, tais como orçamentos, previsões financeiras, administração do caixa, administração do crédito análise de investimentos e captação de fundos.

A administração rural, na visão de Crepaldi (2005 p.25) é portanto o “conjunto de atividades que facilita aos produtores rurais a tomada de decisão ao nível de sua unidade de produção, a empresa agrícola, com o fim de obter resultado econômico, mantendo a produtividade da terra”. Ainda conforme Crepaldi (2005) cabem ao administrador as seguintes tarefas: tomar decisões sobre o que produzir, quanto e como, controlar a ação após iniciar a atividade e por ultimo avaliar os resultados alcançados e compará-los com os previstos inicialmente.

Além dos processos de produção e das técnicas de gerenciamento, cabe ao administrador rural estabelecer estratégias de comercialização, conhecer mercados, canais de distribuição, as tendências futuras como as oportunidades do mercado (BATALHA 1997).

Marion (2006 p. 24) define “empresas rurais como aquelas que exploram a capacidade produtiva do solo por meio do cultivo da terra, da criação de animais e da transformação de determinados produtos agrícolas”.

Na visão de Crepaldi (2005 p.25) “empresa rural é a unidade de produção em que são exercidas atividades que diz respeito à cultura agrícola, criação de gado ou culturas florestais, com a finalidade de obtenção de renda”.

De acordo com Aires (2004 apud BRESSAN et al 2000; VILELA, 2002) as propriedades rurais, deparam-se com a necessidade de adequar-se as novas

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exigências mercadológicas, decorrentes da competitividade com produtos lácteos. Em vista disso, são impostas aos produtores exigências de aumento de produção e formação de cotas em épocas desfavoráveis, visando reduzir os custos com a captação do produto, direcionando assim o setor leiteiro a buscar modelos alternativos de produção, que lhe proporcionem maior sustentabilidade, baseada especialmente na redução de custos de produção e no aumento da qualidade dos produtos.

Como o Brasil ostenta um dos maiores rebanhos do mundo e sua pecuária representa uma atividade econômica de grande relevância, principalmente no Estado do Rio Grande do Sul o presente estudo se propõe apurar e avaliar o custo da atividade pecuária, isto é, produção leiteira de uma propriedade rural e ponderar os resultados do ano de 2015.

2.2 PROBLEMA

Com a evolução da tecnologia e a busca por adquirir produtos de melhores qualidades e um preço diferenciado, o produtor rural necessita desenvolver cada vez mais técnicas na produção e também no gerenciamento financeiro de sua propriedade. Dessa forma, saber quais são os custos da produção é de fundamental importância, tanto na pecuária leiteira quanto em qualquer outra atividade, pois é uma informação essencial para a tomada de decisões.

A análise de custos fornece informações que permitam o planejamento, o controle e a tomada de decisão, transformando as propriedades rurais em empresas com capacidade para acompanhar a evolução do setor, principalmente no que tange aos objetivos e atribuições da administração financeira, da contabilidade e análise de resultados. Conhecer os gastos possibilita decisões de investimentos a serem feitos em novas tecnologias, melhorias necessárias na propriedade, bem como nortear o empresário rural em relação aos programas de ação que devem ser seguidos para alcançar os objetivos ou resultados da empresa.

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Outro fator relevante e comum de encontrar nas organizações rurais é a confusão entre os gastos da propriedade e as despesas da família, pelo fato de não existir uma separação clara, o que acaba afetando o desempenho do agronegócio. Diante do exposto chega-se ao seguinte problema: Qual o custo de produção de

leite em uma propriedade rural em Cândido Godói visando analisar a viabilidade da atividade?

2.3 OBJETIVOS

2.3.1 Objetivo Geral

Analisar o custo de produção de leite em uma propriedade rural em Cândido Godói visando analisar a viabilidade da atividade.

2.3.2 Objetivos Específicos

 Identificar os custos fixos e variáveis de produção leiteira;

 Estruturar um sistema de controle de custos adequado à atividade e aplicá-lo;  Analisar a viabilidade da atividade para a propriedade.

2.4 JUSTIFICATIVA

A relevância do estudo, segundo Vergara (2004), é a resposta que o autor dá a indagação do leitor: “em que o estudo é importante para área na qual esta atuando, ou para a área na qual busca formação acadêmica ou para a sociedade em geral?”

O setor agropecuário brasileiro para Fauth (2008) é composto atualmente de grupos de produtores que diferem muito entre si, principalmente no que diz respeito às posses, tanto de terras como de capital, à mão de obra empregada e ao destino da produção.

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O termo agricultura familiar abrange grupos com uma ampla diversidade de recursos físicos, financeiros, humanos e sociais, que podem mudar em cada país ou região. “A agricultura familiar vem se mostrando como uma das melhores formas de ocupação do espaço rural, podendo favorecer o cumprimento das exigências sociais, como a geração de emprego e renda, e ambientais, como a conservação da biodiversidade” (FAUTH, 2008, p. 51).

Fauth (2008), salienta que o meio rural brasileiro deve se preocupar com mudanças econômicas nacionais e internacionais, com objetivo de acompanhar e evoluir com tais mudanças. No entanto, para isso é necessário à organização acompanhar os processos administrativos, contábeis, financeiros bem como efetuar a análise de custos internos às propriedades. Considerando essas mudanças econômicas, faz-se necessário ao produtor rural desenvolver uma visão administrativa, financeira especializada com enfoque gerencial para organizar e administrar o seu sistema de produção. Diante disso, a capacitação relacionada à administração rural tornou-se ferramenta capaz de oferecer aos produtores rurais subsídios administrativos para adoção ou planejamento de implantação de novas tecnologias

Ainda conforme Fauth (2008), menciona que a fortificação da agricultura familiar foi considerada uma forma de desenvolvimento sustentável, visto que contribuiu para a criação de atividades agrícolas e não agrícolas, e através disto, contribui para que as famílias mantenham-se ou se fixem no meio rural

De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (United States Department of Agriculture - USDA), o Brasil ocupou a quinta posição no ranking mundial de produção de leite em 2014, atrás da União Europeia, Índia, Estados Unidos e China. Em 2014, a produção de leite foi de 35,17 bilhões de litros, representando um aumento de 2,7% em relação à registrada no ano anterior (IBGE 2015).

Na categoria de vacas ordenhadas, o efetivo total de bovinos em 2014, 10,9% corresponde a vacas ordenhadas, um aumento de 0,5% comparado ao ano anterior, com as Regiões Sudeste e Nordeste apresentando as maiores participações: respectivamente, 34,4% e 20,6% do total nacional. Quanto às Unidades da Federação, Minas Gerais, Goiás e Bahia apresentaram os maiores rebanhos, com, respectivamente, 25,2%, 11,5% e 9,0% do total de vacas ordenhadas. O Brasil ocupou, em 2014, a segunda posição mundial em relação ao efetivo de vacas

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ordenhadas, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (United States Department of Agriculture - USDA), ficando atrás apenas da Índia, que possui o maior rebanho de bovinos do mundo (IBGE 2015).

O Rio Grande do Sul foi o Estado que mais cresceu em produção de leite entre 2012 e 2013, crescimento de 10,3%. No período, saiu de 11 milhões para 12,3 milhões de litros/dia, conforme dados obtidos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Já no ano de 2014 a região Sul foi à região com maior produção do país, foi responsável por 34,7% da produção nacional, seguido da região Sudeste que produziu 34,6% do total. (CÓSSIO, IBGE, 2015).

Witter (2012), salienta que a produção de leite cresceu mais de 60% nos últimos oito anos. A chegada de grandes indústrias leiteiras ao Estado na última década despertou o ímpeto das cooperativas, que até então não tinham concorrentes. O resultado foi o aumento na produção, que passou de 2,36 bilhões de litros em 2004 para 3,93 bilhões no ano passado, crescimento de 66,5% na produção em oito anos. A expansão da pecuária de leite também é constante. Há 30 anos, a bacia leiteira estava concentrada no sul do Estado e na Região Metropolitana. Hoje, apenas 90 municípios gaúchos não investem na atividade. Outros dois fatores contribuem para que a região produza 70% do leite do Estado. O primeiro é o tamanho das propriedades. Sem grandes áreas, é preciso diversificar, e o leite é uma fonte de renda mensal. Além disso, há a organização das famílias. As estações bem definidas são outro aliado. Com menos estresse climático do que no restante do país, as vacas criadas no Estado têm a segunda maior média produtiva anual, só perdendo para Santa Catarina. Em 2010, segundo o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat), cada animal produzia, em

média, 2,43 mil litros de leite por ano.

Isso despertou a atenção de gigantes como a Nestlé, que se instalou em Palmeira das Missões, e a BR Foods, que assumiu o comando da Elegê. Para não perder a briga, cooperativas se reorganizaram, ganharam força e colaboraram para o aquecimento do mercado. Hoje são produzdos quase 4 bilhões de litros de leite e ter-se-ia capacidade para chegar a 12 bilhões de litros só investindo na melhoria do manejo.

De acordo com o site Milknet (2015), região da Grande Santa Rosa é a maior bacia leiteira do Rio Grande do Sul, com uma produção aproximada de 500 mil litros/dia, um crescimento médio anual de 10%. Grande parte desta produção incide

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de pequenas propriedades de até 30 hectares, em sistema de pastoreio e mão-de-obra familiar. Outros fatores marcantes do setor na região é a constante busca por maior qualidade do produto e por inovações tecnológicas, além da crescente migração da produção de grãos para a leiteira.

Dentro deste novo cenário, a propriedade rural precisa ser encarada como uma empresa, na qual os agricultores passam a ser empresários, visando lucros, controlando custos, planejando e gerenciando a sua atividade e, principalmente, criando novas alternativas para maximizar sua receita e racionalizar a utilização dos recursos (capital, terra e trabalho).

Portanto presente estudo almeja desenvolver um sistema de controle de custos que possibilite a análise do custo da produção e dos resultados da atividade leiteira da propriedade, auxiliando os proprietários em um melhor gerenciamento. Com isto saberão quais as decisões a serem tomadas para um melhor desenvolvimento da propriedade, bem como os investimentos a serem feitos em novas tecnologias a ser aplicadas, e melhorias necessárias, nortear o empresário rural em relação aos programas de ação que devem ser seguidos para alcançar os objetivos ou resultados da empresa. Neste contexto vê-se a extrema importância para qualquer empreendimento, inclusive o rural, administrar de forma correta, efetuar o acompanhamento dos custos de produção e a análise econômica e financeira da atividade que se desenvolve em sua propriedade, empresa rural.

Justificou-se também para acadêmica, devido a sua importância para a construção de uma base sólida de conhecimentos já adquiridos em sala de aula, agora sendo vistos na prática. Para a empresa, foi de fundamental importância, pela contribuição que se espera dar para a mesma, visto que é o primeiro estudo realizado na organização, propriedade rural. A escolha deste tema para elaboração do estudo deu-se pelo fato do proponente identificar-se e possuir envolvimento com esta área, sendo filho de agricultores.

No sentido de auxiliar o produtor rural, o estudo propõe o desenvolvimento de um sistema de custos, o qual é uma ferramenta útil para o gerenciamento da produção leiteira, possibilitando a verificação dos resultados obtidos mês a mês, sendo que isso serviu de subsídio para a análise, auxiliando assim a melhor tomada de decisão, tendo em vista que a mesma não possuía nenhum tipo de controle da propriedade e vem sentindo a necessidade deste parâmetro nos momentos de

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tomada de decisão. Portanto, o sistema de custos poderá auxiliar no gerenciamento da propriedade, possibilitando assim um resultado com mais rentabilidade.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

A finalidade deste capítulo é desenvolver um referencial teórico que forneça subsídios para o alcance do objetivo do estudo, servindo de alicerce na análise e interpretação dos resultados. Para tanto, buscou-se de uma maneira geral, apresentar os principais conceitos relacionados à agricultura familiar, atividade leiteira, empresas rurais e sua administração, finanças, gestão de custos, planejamento, sistema de produção.

3.1 AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL

A agricultura brasileira foi dominada por aproximadamente dois séculos pela agricultura patronal, que era formada por grandes fazendas e trabalho assalariado (FAUTH, 2006). É um tipo de agricultura caracterizado por grandes latifúndios que atualmente, com o avanço tecnológico no campo, emprega um número muito baixo de trabalhadores, ocasionando, uma concentração de renda e uma exclusão social. Segundo Fauth (2006), o desenvolvimento rural brasileiro baseado nas grandes fazendas acarretou nos conhecidos fluxos migratórios campo-cidade das décadas de sessenta e setenta do século XX.

No Brasil, quando se fala em rural e agricultura, “o que vêm à cabeça das pessoas são as imagens da televisão que reproduz cenas de grandes máquinas colhendo enormes lavouras de soja, cana de açúcar, pecuária, atividade leiteira ou, pelo contrário, contingentes de trabalhadores protestando em nome da reforma agrária”(SCHNEIDER, 2006, p. 217).

Lima (2005), traz uma classificação de unidades de produção no Brasil que consta o latifúndio, a empresa agrícola capitalista, a pequena propriedade, a unidade familiar camponesa, e as unidades neocamponesas.

O latifúndio é caracterizado por um baixo nível de capital de exploração; tem sistemas de produção predominantemente extensivos, produz para o mercado e consome a produção provinda dos parceiros; desenvolve poucas linhas de produção; tem grandes extensões de terra, equivalente a vários módulos.

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A empresa agrícola capitalista se caracteriza pelo elevado nível de capital de exploração; por desenvolver um sistema de produção intensivo em capital. Normalmente é especializado em uma ou algumas linhas de produção. Realiza o trabalho a partir da mão de obra assalariada, comercializando toda a produção.

A pequena propriedade como unidade familiar se caracteriza pelo alto nível de capital de exploração. A força do trabalho é familiar e não remunerada. A produção em sua maior parte se destina a um mercado consumidor. Desenvolve sistemas de produção intensivos e com poucas linhas de produção. Normalmente, em quantidade de terras a unidade familiar tem igual ou superior ao módulo regional;

A unidade familiar camponesa tem baixo nível de capital de exploração. Realiza a produção somente com a força de trabalho familiar. Tem baixo nível de comercialização, já que a escala de produção é pequena, de subsistência, apesar de haver a comercialização do excedente do consumo da família. A grande diversificação de produtos requer mão-de-obra. A quantidade em extensão de terra é inferior ao módulo rural.

As Unidades neocamponesas são as que estão tecnificadas, utilizando-se a relação custo/benefício, são submetidas a esquemas financeiros realizados através de grandes cooperativas, agroindústrias dentre outros. A renda que é gerada na propriedade é suficiente para assegurar a sobrevivência dos produtores e de seus familiares. O excedente é transferido ao capital comercial e industrial.

Schneider (2006) evidencia que o desconhecimento do senso comum é ainda maior quando se trata dos agricultores familiares, também chamados de pequenos agricultores ou até mesmo produtores de subsistência.

Conforme Crepaldi (2005) a agricultura representa toda a atividade de exploração de terra, seja ela o cultivo de lavouras e florestas ou a criação de animais, com vista à obtenção de produtos que venham a satisfazer às necessidades humanas.

Batalha et al (1997 p.25) conceitua agribusiness como sendo “a soma das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção nas unidades agrícolas, do armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens a partir deles.”

Zylbersztajn et al (2000 p. 05) define o conceito de agribusiness como:

Um sistema de commodities engloba todos os autores envolvidos com a produção, processamento e distribuição de um produto. Tal sistema inclui o mercado de insumos agrícolas, a produção agrícola, operações de

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estocagem, processamento, atacado e varejo, demarcando um fluxo que vai dos insumos ate o consumidor final. O conceito engloba todas as instituições que afetam a coordenação dos estágios sucessivos do fluxo de produção, tais como as instituições governamentais, mercados futuros e associações de comercio.

As características e os princípios que devem ser estudados na economia de um estabelecimento agrícola segundo os autores Hoffmann et al (1984) são a terra, o clima, a produção associada, os produtos perecíveis e o risco.

A terra, como fator de produção para a indústria, é o meio de que se desenvolve um processo biológico de crescimento.

O clima e as estações do ano que condicionam todas as atividades da agropecuária. Juntamente com o solo e a localização em relação aos mercados, o clima determina as explorações dentre as quais o agricultor deve escolher seu tipo de agricultura. A sucessão das estações assinala épocas mais ou menos precisas nas quais o produtor deve realizar quase todos os seus trabalhos. Este fato deve ser lembrado ao se planejar o uso da mão-de-obra e da maquinaria e tem grande importância no financiamento da produção agrícola.

A produção associada determina que na agricultura não existe nenhum produto que possa ser produzido sozinho, isto é não há produção de leite ou ovos sem a simultânea produção de carne e esterco. Este fato é importante, primeiro porque não se pode pensar em produtos isolados de modo a poder limitar a oferta de um único produto e, segundo, porque não se pode calcular custos unitários a não ser fazendo suposições de caráter arbitrário. A necessidade da manutenção da fertilidade da terra implica em sacrificar parte dos lucros atuais em benefícios futuros.

Como produtos perecíveis muitos dos produtos agrícolas são de difícil conservação e exigem movimento rápido entre a sua colheita e de seu consumo bem como a produção e o recolhimento.

A agricultura está exposta a riscos, e a grandes perdas imprevisíveis por efeitos de calamidade meteorológica (secas, inundações, granizo, temporais...) como também biológicas (pragas e doenças). A repercussão que estes fenômenos têm nas atividades agrícolas, principalmente para os pequenos e médios produtores, faz com que se considere que o seguro agrícola pode chegar a ser tão importante quanto o credito agrícola.

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O setor agropecuário brasileiro é composto atualmente de grupos de produtores que diferem muito entre si, principalmente no que diz respeito às posses, tanto de terras como de capital, à mão de obra empregada e ao destino da produção. O termo agricultura familiar abrange grupos com uma ampla diversidade de recursos físicos, financeiros, humanos e sociais, que podem mudar em cada país ou região. “A agricultura familiar vem se mostrando como uma das melhores formas de ocupação do espaço rural, podendo favorecer o cumprimento das exigências sociais, como a geração de emprego e renda, e ambientais, como a conservação da biodiversidade” (FAUTH, 2008, p. 51).

O meio rural brasileiro tem que se preocupar com mudanças econômicas nacionais e internacionais, com objetivo de acompanhar e evoluir com tais mudanças, no entanto, para isso é necessário à organização acompanhar os processos administrativos, contábeis, financeiros bem como efetuar a análise de custos internos às propriedades. Considerando essas mudanças econômicas, faz-se necessário ao produtor rural desenvolver uma visão administrativa, financeira especializada com enfoque gerencial para organizar e administrar o seu sistema de produção. Diante disso, a capacitação relacionada à administração rural tornou-se ferramenta capaz de oferecer aos produtores rurais subsídios administrativos para adoção ou planejamento de implantação de novas tecnologias (FAUTH, 2008)

Fauth (2008), menciona que a fortificação da agricultura familiar foi considerada uma forma de desenvolvimento sustentável, visto que contribuiu para a criação de atividades agrícolas e não agrícolas, e através disto, contribui para que as famílias mantenham-se ou se fixem no meio rural

3.2 ATIVIDADE LEITEIRA

O Brasil ostenta um grande número de rebanhos bovinos e sua pecuária representa uma atividade econômica de grande relevância, a seguir estarão elencados os principais conceitos que englobam a atividade pecuária.

Marion (2006, p.25) define pecuária como “a arte de criar e tratar gado”. Gados “são animais geralmente criados no campo, para serviços de lavoura, para consumo doméstico ou para fins industriais e comerciais”.

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Gado reprodutor é constituído de touros puros de origem, puros de cruza, vacas puras de cruza, vacas puras de origem e o plantel destinado a inseminação artificial. Gado de renda: representa bovinos, suínos, ovinos e eqüinos que a empresa explora para a produção de bens que constituem objeto de suas atividades. Animais de trabalho:compreendendo eqüinos, bovinos, muares e asinos destinados a trabalhos agrícolas, sela e transporte(CREPALDI 2005).

A classificação do gado segundo Marion (1996) incide da seguinte maneira:

Bezerro: gado recém-nascido da vaca denomina-se bezerro(a), a esta classificação

normalmente até o desmame. O desmame é uma operação de manejo que tem a finalidade de beneficiar a matriz procura-se não prejudicar o bezerro (desmamar precocemente). Por ocasião do desmame, geralmente o ate então bezerro passa a ser denominado novilho, e a bezerra, novilha. Após a primeira parição a novilha passa a categoria de vaca (fêmea adulta já parida) ou matriz. Assim, a novilha em experimentação, se apresentar bom desempenho, passará à categoria de matriz. Novilho estágio do desmame ao abate. O abate deve ocorrer quando o ganho de peso não for mais compensatório em relação ao custo de manutenção do novilho.

Boi, bovino adulto, castrado e manso, pode ser empregado nos serviços agrícolas. Garrote ou tourinho, macho interior, não castrado, desde a desmama até a entrada

na reprodução. Touro a idade do inicio do trabalho de reprodução, a idade varia dentre dois a três anos, começando a declinar no seu desempenho a partir dos cinco anos. O touro descartado do rebanho passa a ser castrado e engordado, para ser aproveitado para consumo, nesse caso passam a ser denominados marruco ou

touruno.

Marion (1996) relaciona a seguir algumas instalações comuns às atividades pecuárias:

- Curral: lugar onde se junta e recolhe o gado para trabalhos de rotina, tais como castração, vacina, aplicação de vermífugo, desmama, marcação, separação de acordo com idade, sexo, utilização funcional (reprodutores, matrizes, garrotes etc.).

- Curraletes: divisão interna do curral em secções. No curral ainda se

encontra o brete, que é um corredor por onde os animais passam, um a um, permitindo o exame individual ou os trabalhos de vacinação e marcação, além da apartação, momento da saída, para o Curraletes determinado.

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-Galpão ou sala para ordenha: é comum nessa atividade o aproveitamento de

certa quantidade de leite das vacas de cria (matrizes). Para isso existe o galpão/sala de ordenha, que é um corredor elevado (+-70cm) do nível do solo, com divisões internas, que permite a ordenhar diversas vacas ao mesmo tempo. Podendo este galpão ser substituído pelo próprio curral ou estábulo.

-Estábulo: lugar coberto onde se recolhe o gado. Mais utilizado para ordenha,

embora sem as mesmas condições higiênicas apresentadas pelo galpão/sala de ordenha.

-Mangueira: grande curral de gado, de pedra ou madeira (denominação mais utilizada no Rio Grande Do Sul).

-Galpões: Além de abrigarem os amimais são utilizados para o arraçoamento

em regime de engorda confinada, para guardar e preparo da ração, para guardar equipamentos diversos, tais como maquinas agrícolas, tratores, implementos agrícolas, arados, recadeiras, ferramentas, motores, bombas hidráulicas etc.

-Cerca: as cercas devem ser funcionais e econômicas. Os tipos de cerca mais

comuns são: cerca de arame liso e cercas de arame farpado. Na elaboração do planejamento de uma propriedade é interessante dividir os pastos, para que sejam mais bem aproveitados (sistema de rodízio), utilizando-se a cerca elétrica.

-Cocho de sal: composto geralmente de duas repartições, para facilitar a

distribuição de sal mineral.

A alimentação do gado é pasto, (pastejo direto), através do pastoreio continuo ou rotativo, forragens (feno, silagem).O conceito de pastagem na visão de Marion (2006 p.74):

é o lugar onde pasta (come ervas não ceifada) ou pode pastar o gado. É uma das partes mais importantes do planejamento agropecuário, um vez que a boa pastagem contribui, em conjunto, para melhoria da qualidade do gado, para o alto rendimento do projeto.

A pastagem natural é também denominada como pasto nativo é constituída de ares não cultivadas, utilizada para pastagem, das quais se aproveita o potencial natural (campos, cerrados, capins naturais), são áreas de boa cobertura vegetal, que não apresentam grandes problemas de erosão (MARION 2006).

Outro tipo de pastagem segundo Marion (1996) é a pastagem artificial que é formada por pastos cultivados. Geralmente exige preparo adequado do solo, através de deslocamento, de arações, adubação, gradagem e plantação ou semeadura.

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Atualmente o pasto é considerado uma cultura, recebendo os devidos cuidados, como o preparo do solo, terraceamento, drenagem, adubação, plantio, corretivos. Mesmo que haja um pastoreio em rodízio, em determinado momento interrompe-se para manter o pasto em repouso por certo tempo, nenhuma pastagem tem duração ilimitada, em um momento será necessário reformá-la totalmente, replantando as forrageiras ou recuperando-as para que o pasto volte a ser produtivo (MARION 2006).

Aires (2004) afirma que a produção leiteira em pastagem vem gradativamente conquistando a simpatia de produtores e técnicos, graças a sua capacidade em proporcionar condições satisfatórias de produção quando combinada a utilização de animais de bom potencial genético.

Neste contexto, as regiões Sul e Sudeste do Brasil apresentam especial aptidão segundo Aires (2004 apud BRESSAN e VILELA, 1999):

permitindo o manejo dos animais de forma que os mesmos sejam alimentados de pastagens de qualidade ofertadas ao longo do ano, como principal fonte de alimento. No entanto, no Rio Grande do Sul (RS), apesar das condições edafo-climáticas favoráveis ao desenvolvimento e aproveitamento de forrageiras de clima subtropical e também de espécies forrageiras de clima tropical, o desenvolvimento deste sistema depara-se com a insuficiência de informações necessárias à proposição nutritiva de programas de forrageamento, que permitam o atendimento das exigências nutricionais dos rebanhos leiteiros explorados nas diferentes Regiões Fisiográficas do Estado.

Forragens conforme Crepaldi (2005 p. 212) “a conservação de forragens nas formas de feno ou silagem garante a manutenção dos sistemas de produção de carne ou leite. A ensilagem é o melhor meio para a conservar forragens verdes, em estado úmido, fazendo-as fermentar”.

Marion (1996 p. 24) define silagem da seguinte forma:

Constitui o método clássico de armazenamento e conservação de excesso de forragens obtido no período das águas e em culturas apropriadas. Os silos são de alvenaria (mais despendiosos) ou tipo trincheira (escavações no sentido do declive do terreno com bordos rampados). Neste ultimo, a forragem é bem comprimida para a eliminação do ar, utilizando-se da técnica adequada.

A principal vantagem de ensilagem é permitir ao produtor/empresário colher e armazenar a forragem de milho em um estágio de alto valor nutritivo, além de manter e conservar a forragem independente das condições climáticas em qualquer época do ano, assim podendo liberar a área agrícola para novas culturas. A silagem exige baixo investimento em instalações, podendo ser obtida a custos inferiores, barateando a produção, ela poderá ser dada ao rebanho durante todo ano, alem de

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