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Métodos de Análise da Composição Corporal

2.3. Composição Corporal

2.3.3. Métodos de Análise da Composição Corporal

Atualmente, estão disponíveis várias técnicas e variados métodos para análise da composição corporal. Cada um desses modelos apresenta características conceituais e procedimentos metodológicos que conferem maior ou menor validade e facilidade de utilização, tornando-os, portanto, mais ou menos aceitáveis em razão da precisão desejável e das finalidades a que se propõem (COSTA, 2001). No estudo da composição corporal, o peso corporal na sua totalidade é subdividido em dois ou mais compartimentos, utilizando-se modelos químicos, anatômicos ou fluido-metabólicos. Normalmente, esses modelos químicos e de corpo total são amplamente utilizados na pesquisa de composição corporal. Os componentes que podem causar maiores variações no peso corporal são os músculos, os ossos, as gorduras e a água.

Para a análise destes componentes há modelos compostos por cinco níveis - nível atômico, nível molecular, nível celular, sistemas teciduais e corpo inteiro, e também os modelos compostos por dois componentes – componente de gordura e componente isento de gordura. O modelo de cinco níveis oferece estrutura conceitual em que as várias abordagens da composição corporal podem ser estabelecidas de maneira clara e precisa, evitando qualquer sobreposição com outros constituintes (WANG, PIERSON, HEYMSFIELD, 1992). No modelo de dois componentes, o componente isento de gordura refere-se à parte do peso corporal que permanece após a gordura ser removida, sendo portanto, formado pelos tecidos muscular e esquelético, pele, órgãos e por todos os outros tecidos não-gordurosos. O fundamental na análise da composição corporal, mediante este sistema, é a determinação da quantidade de gordura, admitindo-se que ao se comparar com a porção isenta de gordura esse componente é bem mais acessível (GUEDES, GUEDES, 1998).

O componente isento de gordura e o percentual de gordura são os valores mais freqüentemente relatados a partir da avaliação da composição corporal. Várias técnicas são utilizadas para avaliar a composição corporal, devendo o professor ou técnico especializado ter atenção a detalhes e experiência com as técnicas empregadas, a fim de se tornar eficiente na estimação da referida composição (GUEDES, GUEDES, 1998).

No estudo da composição corporal, além de se usar um dos modelos já citados, pode ser realizado de duas maneiras, direta e indiretamente, de acordo com a classificação feita por McARDLE et al. (1998), havendo ainda uma terceira classificação que é a duplamente indireta (GUEDES, GUEDES, 1998; COSTA 2001). O método direto é feito através da dissecação de cadáveres, sendo que, apesar da elevada precisão, implica em incisões no corpo, o que limita sua utilização a laboratórios e a cadáveres. O método direto forma a base para os procedimentos indiretos, e estes permitem estimar os componentes corporais das pessoas vivas. O método indireto é obtido quanto a variações de domínio físico e químico, e posteriormente lançando mão de pressupostos biológicos. Já nos procedimentos duplamente indiretos são envolvidas equações de regressão, a fim de predizer variáveis associadas aos procedimentos indiretos que, por sua vez, na seqüência, deverão estimar parâmetros da composição corporal.

2.3.3.1. Técnicas de Medidas da Composição Corporal

Atualmente os recursos indiretos mais utilizados são: antropometria, absorciometria radiológica de dupla energia (DXA), medidas de dobras cutâneas, pesagem hidrostática e impedância bioelétrica (BIA), entre outros. Mantendo a proposta do estudo, serão detalhados os dois primeiros métodos citados.

2.3.3.1.1. Antropometria

É recurso de assessoramento para análise completa de um indivíduo, pois oferece informações ligadas ao crescimento, desenvolvimento e envelhecimento através de instrumentos simples como: balança, estadiômetro, paquímetro e fita métrica. As equações de predição antropométricas estimam a densidade corporal, o percentual de gordura ou a massa magra, a partir das combinações do peso, altura, diâmetros dos ossos e medidas de circunferências corporais. As medidas de circunferência têm demonstrado fragilidade como variável preditora da gordura corporal, em razão dos valores incluírem outros tecidos e órgãos, além do tecido adiposo (GUEDES, GUEDES, 1998; COSTA, 2001).

Estudos realizados por WANG, THORNTON, KOLESNIK, PIERSON (2000) indicam que o sexo, a idade, a etnia e o local influenciam no prognóstico, sendo que as confiabilidades das predições são mais consistentes para grupos étnicos brancos do que para outras etnias. Estes mesmos autores sustentam que a confiabilidade do antropometrista depende do padrão, do local da medida adotado e da habilidade de medição do mesmo.

2.3.3.1.2. Absorciometria de Raios X de Dupla Energia (DXA)

É considerada uma técnica avançada para medir a densidade do osso e avaliar a composição corporal. Este procedimento vem sendo utilizado para quantificar massa magra e massa gorda em segmentos isolados e de corpo total.

O princípio básico da DXA é a utilização de uma fonte de raios-X, com um filtro que converte um feixe de raios-X em picos fotoelétricos de baixa e alta energia que atravessam o corpo do avaliado. A obtenção da composição corporal é feita pela medida de atenuação dos picos fotoelétricos no corpo. O rastreamento para corpo total requer aproximadamente 5 a 10

minutos e a exposição à radiação é de 0,05 a 1,5 mrem, dependendo do instrumento. A medida é feita com o indivíduo em decúbito dorsal, por uma série de varreduras transversas a partir da cabeça até os pés, para se obter o rastreamento. A nomenclatura aplicada à técnica inclui: conteúdo ósseo mineral (BMC), densidade mineral óssea total (BMDT), massa magra sem tecido ósseo (LEAN), massa gorda (FAT), partes moles (LEAN + FAT) e partes moles sem gordura (LEAN + BMC) (COSTA, 2001).

Algumas suposições devem ser adotadas para a obtenção da composição corporal, sendo uma delas o efeito da variação da água do corpo total, e a outra, a espessura do indivíduo examinado. Em relação à espessura do corpo, quando esta excede a 20-25 cm tanto de massa gorda como de massa magra, apresentam valores superestimados, observando-se erro e imprecisão aumentados quando comparados a indivíduos com espessura menor que 20 cm (LOHMAN, 1996).

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