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Relação entre composição corporal e densidade mineral óssea em idosas

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Academic year: 2017

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RELAÇÃO ENTRE COMPOSIÇÃO CORPORAL

E DENSIDADE MINERAL ÓSSEA

EM IDOSAS

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação “Stricto Sensu” em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, como requisito para obtenção do Título de Mestre em Educação Física.

Orientadora: Profª. Drª. Lucy Gomes Vianna.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela constante presença em todos os momentos.

Aos orientadores, Profª. Drª. Lucy Gomes Vianna e Prof. Dr. Ricardo Jacó de Oliveira, pela disponibilidade, competência, e estímulo frente aos desafios que foram vencidos durante o estudo.

Ao Prof. Dr. Martim Bottaro Marques, inspirador deste estudo, por sua paciência e disponibilidade em todos os momentos.

A Profª. Drª. Adriana Giavoni, por acompanhar o tratamento estatístico deste estudo, pela amizade e disposição em todos os momentos.

A Profª. Drª. Nanci M. de França e a Profª. Drª. Maria Fátima Glaner pelas palavras de conforto nas horas mais difíceis, amizade e carinho com que sempre fui recebida.

Ao Prof. Dr. Alberto Saturno Madureira, por seus ensinamentos, disponibilidade e amizade.

Aos técnicos do laboratório de Imagem, Prof. Renato André e Prof. Alexandre pela sensibilidade, dedicação, empenho e profissionalismo que trataram não somente o estudo mas os sujeitos da coleta de dados.

Aos participantes do Projeto Geração de Ouro, que em todos os momentos se fizeram presentes, principalmente a Profª. Msª. Gislane de Melo, o Prof. Carlos Kemper, o Prof. Bruno Rafael e as estagiárias Mara Juliana, Sinara Guedes, Gabriela e Gláucia.

A todas as senhoras que participaram voluntariamente deste estudo, pela responsabilidade e assiduidade, pois sem as quais este estudo não teria se realizado.

A secretária do Programa de Pós-Graduação Stricto-Sensu em Educação Física, Elen Soares, pela sensibilidade, responsabilidade e presteza na condução dos trabalhos.

À Universidade Católica de Brasília, por ceder suas instalações e auxiliar no custeio do estudo; a todos os professores do curso de mestrado, pela orientação e ensinos recebidos.

Aos meus pais, pelo apoio financeiro imprescindível à realização deste estudo, ao seu estímulo e carinho.

A minha irmã, pelo constante estímulo, amizade e carinho.

Ao meu marido, pelo incentivo e compreensão dispensados durante o tempo em que estive dedicada neste estudo.

Ao Caburé e a Felpuda pela companhia durante todos os momentos de estudo.

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RESUMO

O presente estudo precede da importância da massa corporal total (MCT), da massa magra (MM), e da massa gorda (MG) como determinantes da densidade mineral óssea (DMO) de mulheres idosas. Para HEGG (2001) a relação direta entre a redução da DMO e mudanças na MCT são principalmente apresentadas em mulheres de cor branca ou asiática, com história familiar, estatura baixa e magra. OBJETIVO: Determinar a relação da DMO com a MCT, MM e MG de mulheres idosas. MÉTODOS: Foram estudas 97 mulheres, com média de idade de 66,41 ± 4,82 anos, sem prática de exercícios físicos a mais de 4 meses. Todas as participantes não faziam uso de hormônios ou qualquer outro medicamento que pudesse afetar o metabolismo ósseo, não possuíam o hábito de fumar ou ingerir bebidas alcoólicas. A composição corporal e a DMO do colo femural e da coluna lombar foram medidas pela DXA, em um DPX-IQ lunar. As relações entre MCT, MM e MG com a DMO de colo femoral e da coluna lombar foram realizadas separadamente, através da análise de regressão linear. A análise de regressão múltipla foi utilizada para determinar a contribuição da MCT, MM e MG sobre a DMO de colo femural e de coluna lombar. RESULTADOS: A MCT foi correlacionada mais fortemente com a DMO do colo femoral e da coluna lombar (r = 0.54 e 0.37, respectivamente) do que MG (r = 0.30 e 0.19) e MM (r = 0.44 e 0.26). CONCLUSÃO: A MCT e a MM foram os componentes corporais mais significativos na relação da DMO do colo femural e da coluna lombar. A MG mostrou correlações mais fracas para a DMO do colo femural e da coluna lombar. Neste sentido, a MCT e a musculatura são as determinantes mais prováveis para as mudanças na composição corporal e DMO, em mulheres pós-menopáusicas.

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ABSTRACT

The present study previous study of the importance of total body mass (TBM) fat free mass (FFM) and Fat Mass (FFM) as a determinant of bone mineral density (BMD) of aged women. For HEGG (2001) the direct relation enters the reduction of the BMD and changes in the TBM mainly are presented in women of white or Asian color, with history family, stature low and lean. PURPOSE: To determinant the relation betweem of the BMD with the TBM, FFM and FM of aged women. METHODS: They had been you study 97 women, with mean age was 66.41 4.82 years, without practical of physical exercises more than the 4 months. All the participants did not make hormone use or any another medicine that could affect the bone metabolism, did not cigarette smoking and alcohol abuse. Total body composition (fat and lean tissue) and the BMD of the femur and the lumbar spine were measured by the DXA, in a lunar DPX-IQ. The relations between TBM, FFM and FM with the BMD of femur and the lumbar spine were first generated separately using linear regression. The analysis of multiple regression was used to determine the contribution of TBM, FFM and FM to the variance in BMD of femur and lumbar spine. RESULTS: The TBM was more strongly correlated with femur and lumbar spine BMD (r = 0.54 and 0.37, respectively) than FM (r = 0.30 and 0.19) and FFM (r = 0.44 and 0.26). CONCLUSION: Both fat and lean tissue mass are related to femur bone mass in post-menopausal women, however the relationship being strongest for body components. FM shows weaker correlations for both femur and lumbar BMD. In view of the direction and magnitude of changes in TBM and muscularity are more likely to be determinants the most probable ones for the changes in body composition and BMD, of postmenopausal women.

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SUMÁRIO

RESUMO ... 4

ABSTRACT... 5

CAPITULO 1 1. Introdução... 7

1.1. Objetivo Geral... 9

1.1.1 Objetivos Específicos... 9

1.2. Hipóteses... 9

1.3. Justificativa... 10

CAPITULO 2 2. Revisão de literatura ... 12

2.1. Envelhecimento Humano... 12

2.1.1. Envelhecimento e Osteoporose ... 15

2.2. Densidade Mineral Óssea... 17

2.2.1. Composição Corporal Óssea... 17

2.2.2. Remodelação Óssea... 19

2.2.2.1. Marcadores de Remodelação Óssea... 20

2.2.2.2. Metabolismo dos Minerais... 21

2.2.2.3. Fatores Hormonais... 23

2.2.3. Densidade Mineral Óssea... 25

2.2.3.1. Métodos de Mensuração da Massa Óssea... 28

2.2.3.1.1 Absorciometria de Raios X de Dupla Energia... 29

2.3. Composição Corporal... 30

2.3.2. Técnicas de Medidas da Composição Corporal... 35

2.3.2.1. Antropometria... 36

2.3.2.2. Absortometria de Raios X de Dupla Energia... 36

CAPITULO 3 3. Materiais e métodos... 38

3.1 Caracterização da Pesquisa... 38

3.2. Amostra... 38

3.3. Local... 39

3.4. Procedimentos Metodológicos... 39

3.4.1. Avaliações Antropométricas... 39

3.4.2. Avaliações da Densidade Mineral Óssea e da Composição Corporal... 40

3.5. Procedimentos da Análise Estatística... 41

CAPITULO 4 4. RESULTADOS... 42

CAPITULO 5 5. DISCUSSÃO ... 49

CONCLUSÃO ... 54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 56

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1. INTRODUÇÃO

A população idosa mundial vem aumentando expressivamente, especialmente no Brasil. Quando observamos quantitativamente esta crescente, os números são impactantes. No início do século XX, a expectativa de vida média dos brasileiros era de 38 anos, sendo hoje de 68 anos, tendo, portanto duplicado. No Brasil, atualmente a população com mais de 60 anos é de quase 15 milhões de habitantes, sendo que a região Centro-Oeste, quando comparada com as demais regiões do País, representa o segundo menor contingente de idosos acima de 60 anos (aproximadamente 800 mil habitantes) deixando para trás apenas a região Norte. Brasília reúne atualmente, cerca de 115 mil habitantes sexagenários (DATASUS, 2002 e IBGE, 2002). Esta explosão da população idosa requer avanços em todas as áreas do conhecimento e, neste sentido, há necessidade de entendermos os processos pelos quais envelhecemos.

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Vários são os fatores de risco para o aparecimento da osteoporose, estando dentre eles: baixa massa corporal, raça branca, sexo feminino, idade avançada, hábito de fumar, baixa ingesta de cálcio, sedentarismo, menopausa precoce e história materna de fratura do colo femoral e/ou osteoporose (NATIONAL OSTEOPOROSIS FOUNDATION, 2002).

O risco da fratura de quadril em mulheres muito idosas decorre do fato de que a perda ponderal está relacionada com a diminuição da densidade mineral óssea (JENSEM, CHRISTIANSEN, TRANSBOL, 1982). A relação direta entre a redução da densidade mineral óssea e mudanças na massa corporal são principalmente apresentadas em mulheres de cor branca ou asiática, com história familiar, estatura baixa e magra (HEGG, 2001).

Estudo realizado por COIN, SERGI, BENINCÀ, LUPOLLI et al. (2000) com homens e mulheres idosos, de baixa massa corporal (<22 Kg/cm) avaliando a densidade mineral óssea de fêmur proximal, quadril total e corpo inteiro, por meio de DXA (absorciometria de raios x de dupla energia), constataram que a baixa massa corporal está associada com má nutrição, deficiência de proteínas e osteoporose. Além disso, o status mineral ósseo apresentou-se mais próximo da massa magra em homens do que em mulheres, estando associado com a composição corporal.

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a forte significância entre massa magra e massa gorda reflete não somente os efeitos do volume corporal, mas, também, a relação funcional entre músculos e ossos.

Corroborando com estes achados, LEWIN, GOUVEIA, MARONE, WEHBA et al.

(1997) ao observarem mulheres em diferentes décadas de vida, constataram que a massa corporal exerce importante influência tanto na aquisição quanto na perda da massa óssea. As mulheres mais pesadas atingiram o pico de massa óssea vertebral e femoral mais cedo do que as mais leves, além de atingirem maiores valores de densidade mineral óssea. Por outro lado, a massa corporal mais elevada minimizou a perda da massa esquelética, o que representa um fator protetor contra a diminuição da massa óssea decorrente da idade e da menopausa.

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1.1. OBJETIVO GERAL

Correlacionar a massa corporal total, a massa corporal magra, a massa corporal gorda com a densidade mineral óssea de mulheres idosas.

1.2. HIPÓTESES

H1 = Não haverá correlação significativa (p ≤ 0,05) entre massa corporal magra e densidade mineral óssea do colo femoral e da coluna lombar em idosas.

H2 = Não haverá correlação significativa (p ≤ 0,05) entre massa corporal gorda e densidade mineral óssea do colo femoral e da coluna lombar em idosas.

H3 = Não haverá correlação significativa (p ≤ 0,05) entre densidade mineral óssea do colo femoral e da coluna lombar com a massa corporal total em idosas.

1.3. JUSTIFICATIVA

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melhor ainda prevenidas, como as doenças crônico-degenerativas. Dentre elas, destacam-se as doenças cardiovasculares, os diferentes tipos de neoplasias malignas, a osteoporose, a síndrome de insulino-resistência e o diabetes (BANDEIRA, CARVALHO, THEODÓSIO, 2000).

A expectativa de vida aumentou proporcionalmente à diminuição da mortalidade infantil e das doenças infecciosas. No Canadá, as curvas de sobrevivência apontam para uma duração de vida de aproximadamente 85 anos. O adiamento de doenças crônicas tem aumentado o período de vigor adulto, e assim a vida continua física, emocional e intelectualmente ativa até pouco tempo antes do fim (SHARKEY, 1997).

A qualidade de vida é questão fundamental durante o envelhecimento. O conceito de qualidade de vida é diferente de pessoa para pessoa e tende a mudar ao longo da vida de cada um. Intuitivamente é fácil entender esse conceito, mas é difícil defini-lo de forma objetiva. Numa visão holística, NAHAS (2001) considera qualidade de vida como sendo a condição humana resultante de um conjunto de parâmetros individuais e sócio-ambientais, modificáveis ou não, que caracterizam as condições em que vive o ser humano. Para GILL, FEINSTEIN (1994) a qualidade de vida é uma percepção individual relativa às condições de saúde e a outros aspectos gerais da vida pessoal. Segundo o National Institute for Health Statístics, citado por NIEMAN (1999), 15% da vida média do americano, cerca de 12 anos, são comprometidos por incapacidades, lesões e/ou doenças. O processo de envelhecimento envolve alterações em todos os sistemas do organismo humano, havendo um declínio gradual em quase todas as funções. Porém este declínio depende de muitos fatores (genéticos, estilo de vida, doenças crônicas) que interagem entre si e determinam o modo como se alcança uma idade mais avançada (MAZZEO, CAVANAGH, EVANS, FIATARONE et al. 1998).

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diagnóstico, prognose e tratamento dos problemas de saúde. Os riscos para a saúde da população idosa não podem ser avaliados simplesmente em termos convencionais de gordura corporal ou da distribuição de gordura. A população idosa tem menos massa de músculo e de osso, volumes de fluídos extracelulares expandidos e redução da massa celular corporal, quando comparada com adultos jovens. Estes componentes livres de gordura da composição corporal assumem papéis críticos, influenciando o status funcional, cognitivo e físico, o status

nutricional e endócrino, a qualidade de vida e, por último, o bem-estar desta população (BAUMGARTNER, 1993; 2000).

QUIRINO, MODESTO FILHO, VASCONCELOS (2001) referem-se à gordura corporal e à massa magra em estudo realizado com 50 mulheres idosas, sendo a prevalência de osteoporose na coluna lombar de 24% e no triângulo de wards de 12%. A massa gorda apresentou correlação positiva significante com o colo femoral e o trocanter, e a massa magra apresentou correlação positiva significante com a coluna lombar, colo femoral e trocanter. A massa magra foi o componente corporal mais constante na influência da densidade mineral óssea nos sítios esqueléticos estudados.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Envelhecimento Humano

Na atualidade vários estudos sugerem definição para o início do processo de envelhecimento, embora exista um indicador cronológico convencional para determinar a que faixa etária pertence a pessoa idosa (WAGORN, THEBERGE, ORBAN, 1991; MATSUDO, MATSUDO, 1995; VERAS, 1999).

Neste contexto, existe a necessidade de distinguir a idade cronológica da idade biológica, e neste sentido, MOTTA (1999) conceitua a idade cronológica como o tempo transcorrido a partir de um ponto: a data de nascimento; porém, esta medida apesar de simples, tem um sentido apenas legal ou social, pois o tempo, em si, não produz efeitos biológicos. Os eventos biológicos posteriores ao nascimento acontecem em movimentos diversos e em ritmos diferentes em cada indivíduo. O processo de envelhecimento é influenciado pelo aparecimento de enfermidades, fatores sócio-econômicos e ambientais e, desta maneira, é influenciado não apenas pela idade, mas em grande parte pelo modo como o indivíduo vive.

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prolongamento saudável da vida, baseado numa nutrição adequada, atividade física regular, controle de doenças e várias outras características reveladoras do estilo de vida de cada um. Assim, ao contrário do envelhecimento cronológico que é facilmente mensurável, é difícil medir o envelhecimento biológico, uma vez que não se dispõe de um marcador universal que espelhe todas as mudanças biológicas associadas à idade sem se referir exclusivamente à passagem do tempo.

O envelhecimento biológico é multiforme e envolve diferentes órgãos e funções, produzindo-se de forma estrutural e funcional, e de maneira diferenciada nos níveis molecular, celular, tecidual e orgânico. Os mecanismos homeostáticos do idoso tornam-se lentos, diminuindo progressivamente sua sensibilidade e amplitude até o ponto de desestruturação completa. Assim, a redução da capacidade de adaptação diminui a flexibilidade dos mecanismos fisiológicos que regulam o equilíbrio necessário para manter constante o meio interno. Esta diminuição funcional aciona fenômenos compensadores, que asseguram a integridade do indivíduo idoso, mas as alterações próprias ao envelhecimento provocam a diminuição desta capacidade de reserva, comprometendo sua função. Quando há uma situação de estresse com o aumento da demanda fisiológica, como no exercício ou na doença, é necessário que os mecanismos reguladores entrem em funcionamento, para que se retorne à situação basal (MOTTA, 1999).

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progesterona), a fatores nutricionais (deficiência de vitamina D e de cálcio), e a imobilidade causada pelo estilo de vida sedentário e status da massa óssea na maturidade.

O declínio da atividade celular promove significativas alterações na estrutura e na função dos órgãos e, conseqüentemente, as atividades celulares ocorrem com mais dificuldades e de forma irregular, o que resulta numa redução do processo de multiplicação celular e numa taxa de morte e desnutrição provocada por processos degenerativos que acontecem no núcleo das células ativas (FURTADO, 1997; SAVIOLI NETO, GHORAYEB, LUIZ, 1999). Os mecanismos homeostáticos – responsáveis pela manutenção do equilíbrio do meio interno frente a modificações no meio externo, tornam-se lentos, diminuindo progressivamente sua sensibilidade e amplitude até o ponto de desestruturação completa. A redução da capacidade de adaptação diminui a flexibilidade dos mecanismos fisiológicos que regulam o equilíbrio necessário para manter constante o meio interno. Esta diminuição funcional aciona fenômenos compensadores, que asseguram a integridade do indivíduo idoso (MOTTA, 1999). O estado funcional ou a capacidade funcional é um fator determinante na análise dos efeitos do envelhecimento que, segundo MATSUDO (2001) mais do que a idade biológica reflete esse processo.

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saudáveis podem exibir um menor declínio nas funções em relação a outros indivíduos saudáveis de mesma idade cronológica.

Portanto, o processo de envelhecimento varia de indivíduo para indivíduo, sendo ocasionado segundo BARKER, MARTIN (1994) tanto por fatores genéticos como por fatores ambientais. Entre os principais fatores ambientais que influenciam no envelhecimento estão a nutrição, o estilo de vida e o exercício. A presença ou ausência de doenças também contribui para a variabilidade da capacidade funcional na população idosa, visto que estas podem limitar a capacidade de realização de muitos movimentos relacionados às atividades da vida diária.

2.1.1. Envelhecimento e Osteoporose

A osteoporose é um importante problema de saúde pública para os países em desenvolvimento. Principalmente por se tratar de uma doença, e como tal, deve ser considerada como passível de prevenção e tratamento, mesmo que precoce, antes que se manifeste uma fratura (KRUEGER, CHECOVICH, BINKLEY, 2001).

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generalizada, por ser muito freqüente a fratura em outros sítios, como o quadril, que é a mais temida, pois atinge uma em cada quatro mulheres e um em cada oito homens aos 90 anos (ARMSTRONG, WALLACE, 1994).

A osteoporose é reconhecida como uma causa importante de morbidade e mortalidade em mulheres idosas (KGUYEN, EISMAN, KELLY, SAMBROOK, 1996). Pacientes com fraturas, principalmente de quadril, ocupam ¼ de todos os leitos por problemas ortopédicos. Destes, 50% morrem no hospital devido às complicações relacionadas ao grande período no leito, que termina agravando outras doenças e órgãos enfraquecidos, 33% morrem depois de um ano e somente 2/3 conseguem retornar à sua vida própria em casa (ARMSTRONG, WALLACE, 1994).

Medidas preventivas consistem primariamente em se opor a um estilo de vida sedentário. Pesquisas têm demonstrado que a prevenção da osteoporose deve iniciar cedo, incorporando hábitos saudáveis e mantendo-os por toda vida. Durante a adolescência deve-se incorporar a prática de atividades físicas, a adequada ingesta de cálcio, evitar o uso de cafeína, álcool e fumo. Essas medidas serão muito úteis para auxiliar na otimização do pico de massa óssea e resistir à perda progressiva de 1 a 2% ao ano após os 50 anos de idade (SCOPELITIS, 1993; THORNGREN, 1994).

2.2. Composição Corporal Óssea

O osso é um tecido extremamente complexo, com funções bem diferentes como a de dar forma ao corpo, suportar seu peso, proteger os órgãos vitais e permitir os movimentos (CURIEL, 1993).

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mas, cessando essa força volta ao seu estado inicial, ao contrário dos corpos plásticos que, submetidos à ação de uma força se deformam e, cessada essa força, não voltam mais ao seu estado inicial (GONÇALVES, 2000).

Há dois tipos de ossos no esqueleto humano adulto: o cortical e o trabecular. O osso cortical é denso e compacto e compõe cerca de 80% do esqueleto. Constitui a parte externa de todas as estruturas esqueléticas, sendo sua principal função fornecer força mecânica e proteção, embora também possa participar de respostas metabólicas quando ocorre um déficit mineral severo e/ou prolongado. Já o osso trabecular é encontrado na porção interna dos ossos longos, corpos vertebrais e pelve. É mais ativo metabolicamente que o cortical e fornece suprimento inicial nos estados de deficiência mineral, sendo perdido mais rapidamente na osteoporose que o osso cortical (NÓBREGA, LIMA, 2000).

O osso se organiza internamente, desde o seu desenvolvimento no mesênquima, em células e em material intercelular calcificado, que é a matriz óssea. A matriz apresenta 50% de seu peso tecidual inorgânico. Os íons mais encontrados são fosfato e cálcio, havendo também bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato, em pequenas quantidades. O cálcio e o fósforo formam os cristais de hidroxipatita (GONÇALVES, 2000). Os principais componentes do osso são os cristais de cálcio e fosfato, depositados em uma matriz composta por fibras protéicas, fundamentalmente colágeno, e que dão ao osso sua flexibilidade relativa. Os cristais de cálcio fornecem ao osso dureza, força e rigidez (CURIEL, 1993).

De acordo com PAPALÉO NETO (2000), o osso é constituído de componentes celulares e acelulares. Os componentes celulares são:

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b)

c)

Osteoclastos – são células gigantes multinucleadas, globosas, gigantes, móveis, contendo de seis a cinqüenta núcleos ou mais, aparecendo nas superfícies ósseas quando ocorre reabsorção do tecido ósseo e que participam dos processos de remodelação dos ossos (GONÇALVES, 2000).

Osteócitos – são osteoblastos que mergulharam no interior da estrutura do osso, comunicando-se entre si e com os osteoblastos da superfície através de canalículos, podendo desempenhar algum papel na mobilização dos minerais ósseos.

Os componentes acelulares do osso incluem a matriz orgânica e a inorgânica. Numa base ponderal, a matriz orgânica corresponde a 30 a 35% da massa óssea, e a matriz orgânica a 60 a 65%, sendo o restante formado pelos componentes celulares. O colágeno do tipo I representa 90% da matriz orgânica do osso.

2.2.1. Densidade Mineral Óssea

O pico de massa óssea é alcançado até o final da segunda década de vida, estando associado à velocidade de perda óssea, que vai determinar a massa óssea encontrada em cada idade. A massa óssea permanece relativamente estável até a menopausa, sendo que durante este período agressões ao esqueleto, tais como amenorréias e imobilizações prolongadas, podem provocar perda óssea irreversível. Após a privação de estrogênio na menopausa, cerca de 10 a 15% da massa óssea média da mulher são perdidas durante os 5 a 7 anos seguintes (BORELLI, 2000; KRUGER, CHECOVICH, BINKLEY, 2001).

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densidade óssea aumenta acentuadamente durante a puberdade em resposta aos esteróides, atingindo, no adulto jovem valores que correspondem a quase o dobro daqueles observados em crianças. As mulheres apresentam menor densidade óssea máxima do que os homens e passam por um período de rápida perda óssea na época da menopausa, atingindo assim o limiar para fraturas mais cedo do que os homens. Os negros possuem uma densidade óssea mais alta do que os brancos. Homens com história de puberdade tardia por razões constitucionais apresentam menor densidade óssea máxima, fato que pode ser importante na patogenia da osteoporose no sexo masculino (ANDREOLI, 1998).

A massa óssea na época da perimenopausa, a insuficiência ovariana perimenopausal e pós-menopausal e a idade dos 50 anos são os principais fatores responsáveis pela insuficiência de 30% de osteoporose nas mulheres pós-menopausa. A perda óssea pode ser impedida ou mesmo revertida antes de atingir o nível de osteoporose na eventualidade dos fatores responsáveis serem tratáveis. Para que isto ocorra, é necessário averiguar a presença dos fatores de risco.

Segundo o Consenso Brasileiro de Osteoporose (CBO, 2002) os fatores de risco são classificados em:

a) Maiores - sexo feminino, baixa massa óssea, fratura prévia, raça asiática ou caucásica, idade avançada em ambos os sexos, história materna de fratura do colo femoral e/ou osteoporose, menopausa precoce não tratada (antes dos 40 anos) e tratamento com corticóides.

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Visando a prevenção primária da perda de massa óssea, deve-se atuar durante a juventude no sentido de aumentar o pico de massa óssea, diminuir a intensidade de seu declínio na maturidade através de medidas higieno-dietéticas adequadas, e também corrigir a insuficiência ovariana na perimenopausa. No caso da prevenção secundária, quando já há osteoporose, existe a necessidade de diminuir a reabsorção óssea e estimular a deposição óssea através de medicamentos e medidas higieno-dietéticas. Na prevenção terciária, quando ocorrem fraturas, recomenda-se alteração no estilo de vida, e instituição de tratamento farmacológico para prevenir a perda e aumentar a massa óssea (HALBE, 1999).

A medida da massa óssea é recomendada segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) para definir categorias, comparando a massa óssea obtida com dados de adultos jovens médios. Esses parâmetros consideram: normal o indivíduo que estiver com densidade mineral óssea (DMO) não superior a -1 desvio padrão abaixo do valor médio do adulto jovem; massa óssea baixa ou osteopenia, quando o indivíduo apresentar DMO entre -1,1 a -2,5 desvios padrões abaixo do valor médio do adulto jovem; osteoporose quando os valores ultrapassarem -2,5 desvios padrões; com valores abaixo de -2,5 desvios padrões e presença de fraturas por fragilidade considera-se que o indivíduo está com osteoporose grave.

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foram classificadas de osteoporóticas de acordo com a DMO de coluna, e 73% entre os casos clínicos típicos com sintomatologia de fratura vertebral.

Durante os primeiros 5 a 10 anos após a menopausa, o osso trabecular é perdido mais rapidamente que o osso cortical, com taxas aproximadas de 2 a 4% e 1 a 2% por ano, respectivamente. Uma mulher pode perder 10 a 15% do osso cortical e 25 a 30% do osso trabecular durante este período, sendo esta perda previnível com a terapia de reposição estrogênica (ANDREOLI, 1998 e CALLAHUE, OZMUN, 2001).

Uma vez terminado o período da rápida perda óssea pós-menopáusicas, a perda de osso prossegue numa velocidade mais gradual durante o resto da vida. A osteoporose que resulta do envelhecimento normal, afetando ambos os sexos, é denominada de osteoporose tipo II ou senil.

A osteoporose senil, que surge como evolução natural da osteoporose pós-menopáusica em torno dos 65 aos 75 anos, é conseqüente a fatores que se somam agravando a perda óssea. Dentre eles, destacam-se a dificuldade de ingerir a quantidade adequada de cálcio e de absorvê-lo, tanto devido à alta prevalência da atrofia da mucosa gástrica e aumento do pH, como à incapacidade hepática e renal de hidroxilar os metabólicos da vitamina D. Tais eventos podem gerar baixo nível de cálcio sérico, aumentando a secreção do PTH que estimula a produção, maturação e ativação dos osteoclastos, células responsáveis pela reabsorção óssea (FRISOLI-JUNIOR, SZENJFELD, DINIZ, SANTOS et al. 1997).

2.2.1.1. Remodelação Óssea

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(2000), o ciclo de remodelação consiste em três fases: reabsorção, reversão e formação, sendo que essas fases são estreitamente acopladas e, dessa forma, a massa óssea não se altera.

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2.2.1.2. Metabolismo dos Minerais

O cálcio corporal total em adultos atinge cerca de 1 a 2Kg. Da mesma forma, 99% do cálcio do corpo é encontrado no osso, sendo que a grande maioria (99%) encontra-se sob forma de cristais na fase mineral, e uma pequena parte (1%) na fase lábil, em constante troca com o meio exterior ao osso. O osso é constituído por uma matriz de colágeno, na qual são depositados cálcio e fosfato sob a forma de hidroxipatita (NÓBREGA, LIMA, 2000; PAPALÉO NETO, 2000).

O cálcio extracelular circula no plasma sob três formas: cálcio ionizado, cálcio ligado às proteínas e cálcio na forma de complexos, principalmente com bicarbonato, citrato e fosfato. A albumina representa a maior parte da proteína de ligação do cálcio, enquanto o restante é constituído de globulinas. O nível de cálcio ionizado no líquido extracelular é mantido homeostaticamente por um equilíbrio eficaz entre formação e destruição do osso, como na absorção e excreção de cálcio. O osso, o rim e o trato gastrointestinal constituem os principais locais dessa regulação e são controlados pelo PTH e outros fatores. A concentração intracelular de cálcio é cerca de 10.000 vezes menor que a extracelular, o cálcio entra na célula por canais de cálcio dependentes de despolarização ou estímulo em receptores, mas também há reservas de cálcio em microssomas e mitocôndrias intracelulares, que também podem ser liberados sob estímulos (NÓBREGA, LIMA, 2000; PAPALÉO NETO, 2000).

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como componentes de diversas estruturas: fosfolipídios, ácidos nucléicos, enzimas e outros (PAPALÉO NETO, 2000).

Metade do magnésio do corpo está no osso e a outra metade em músculos e tecidos moles. No osso, 50% encontram-se na fase mineral e 50% na fase lábil, em troca constante com o meio extra-ósseo. Do magnésio sérico, 55% estão na forma livre, 1/3 ligado a proteínas e 15% a fosfato e outros ânions. No meio intracelular, atua como co-fator em diversos processos que estabilizam macromoléculas, sendo fundamental para o metabolismo energético e a manutenção da estabilidade intracelular (NÓBREGA, LIMA, 2000).

A função da célula óssea é regulada por mecanismos sistêmicos e locais. Os principais reguladores sistêmicos são os hormônios reguladores do metabolismo do cálcio: o PTH e vitamina D, além da calcitonina, com menor importância. Outros hormônios sistêmicos também interferem no funcionamento dos ossos, particularmente o hormônio do crescimento, glicocorticóides, hormônios tiroidianos e hormônios sexuais.

2.2.1.3. Fatores Hormonais

(26)

concentração de cálcio não regula apenas a secreção do PTH, mas também sua síntese, assim como a concentração de vitamina D, que inibe a produção do PTH quando elevada. Isto tem importância, pois o PTH armazenado só consegue manter a secreção por apenas um minuto e meio, sendo sua síntese necessária para manter um platô de secreção em distúrbios hipocalcêmicos.(CURIEL, 1993; NÓBREGA, LIMA, 2000).

A calcitonina é um peptídeo de 32 aminoácidos secretados pelas células parafoliculares C da glândula tireóide. Sua secreção é regulada de modo agudo pela concentração sérica de cálcio (quando o nível sangüíneo de cálcio aumenta, a secreção de calcitonina também aumenta). O principal efeito biológico da calcitonina é inibir a reabsorção óssea osteoclástica. Ocorrem calciúria, fosfatúria e analgesia em concentrações suprafisiológicas (PAPALÉO NETO, 2000).

Quanto à importância do papel da calcitonina na regulação do metabolismo do cálcio em humanos há controvérsias entre os autores. Para PAPALÉO NETO (2000) a secreção da calcitonina é regulada de modo crônico pelo gênero e talvez pela idade, sendo que as mulheres tendem a apresentar níveis de calcitonina mais baixos do que os homens, ainda podendo ocorrer um declínio progressivo nesses níveis com a idade. Para NÓBREGA, LIMA (2000) é improvável que a calcitonina seja importante na regulação do cálcio, pois a tiroidectomia e a conseqüente redução da calcitonina não produzem qualquer distúrbio metabólico, do mesmo modo que o carcinoma medular de tireóide, que cursa com aumento da secreção de calcitonina. Porém, ambos autores concordam com a importância clínica da calcitonina como marcador tumoral para detecção do carcinoma medular de tireóide.

(27)

pelo PTH, para manter os níveis do cálcio ionizado no líquido extracelular através de suas ações no intestino, osso e, em menor grau, no rim. O principal órgão-alvo da ação da vitamina D é o intestino, onde ela aumenta a absorção do cálcio, especialmente no jejuno e no íleo. No osso, estimula a síntese de osteocalcina e exerce efeitos bidirecionais na síntese de colágeno tipo I e fosfatase alcalina pelos osteoblastos e, sobre os osteoclastos, aumenta a sua maturação, como também estimula a atividade dos osteoclastos já diferenciados. No rim, a vitamina D regula o transporte de íons, estimulando a reabsorção de fosfato no túbulo proximal e mantendo a reabsorção de cálcio normal (CURIEL, 1993; NÓBREGA, LIMA, 2000; PAPALÉO NETO, 2000).

2.2.1.4. Métodos de Mensuração da Massa Óssea

Para FERNANDES (2001) a aferição da DMO tem-se mostrado apropriada tanto para o diagnóstico da osteopenia quanto da osteoporose, assim como para o acompanhamento de pacientes submetidas a intervenções terapêuticas farmacológicas ou não. Medir e tratar a perda óssea antes de aparecer fratura constitui a melhor alternativa. Esta mensuração permite predizer o risco de fratura, quantificar a severidade da doença e a resposta ao tratamento (GIL-ANTUÑANO, CEÑO, 1993). Para isto, há equipamentos seguros e precisos que determinam a massa óssea, tais como: radiografia convencional, ultra-sonometria óssea, tomografia computadorizada, absorciometria de raios X de dupla energia, sendo que esta última, por estar envolvida diretamente neste estudo, será mais detalhada.

(28)

esqueleto total, constituindo-se em parâmetro fundamental na estimativa de fraturas futuras e seguimento do tratamento instituído. O diagnóstico da osteoporose é realizado pela avaliação da coluna lombar, em posição antero-posterior, do fêmur total e de antebraço. Os resultados podem ser afetados por variações morfológicas das vértebras e por calcificações extra-ósseas ou dos osteócitos, sendo apresentados em valores absolutos utilizados para monitorar as mudanças da DMO ao longo do tempo (GIL-ANTUÑANO, CEÑO, 1993; FERNANDES, 2001). O T-score é dado em desvios-padrão (DP), tomando como referência a DMO média do pico de massa óssea em adultos jovens. O Z-score também é dado em desvios-padrão, tomando como referência a DMO média esperada para indivíduos da mesma idade, etnia e sexo do paciente (CBO, 2002).

O exame de densitometria óssea reflete a situação momentânea do paciente, sendo uma medida estática e não indicando ganho ou perda de massa óssea. Para definir o intervalo necessário entre exames comparativos, devem ser levados em consideração a idade dos pacientes, sexo, doenças de base, precisão da tecnologia empregada, sítio escolhido e erro de precisão do serviço (CBO, 2002).

(29)

massa corporal baixo (menor que 19 Kg/m2), portadores de doenças ou uso de medicações associadas à perda de massa óssea e, monitoramento de mudanças de massa óssea decorrentes de evolução da doença e dos diferentes tratamentos disponíveis.

2.3. Composição Corporal

A composição corporal é considerada um dos componentes da aptidão física relacionada à saúde, em razão das relações existentes entre a quantidade e a distribuição da

gordura corporal, com alterações no nível de aptidão física e no estado de saúde das pessoas. Composição corporal refere-se às percentagens relativas de tecidos de gordura e sem gordura

no corpo, as quantidades dos diferentes componentes corporais sofrem alterações durante toda a vida dos indivíduos, o que torna a composição corporal uma característica extremamente dinâmica, que sofre influência de aspectos fisiológicos, como estado nutricional e nível de atividade física. O principal interesse nos aspectos da composição corporal está relacionado à possibilidade de se estimar a quantidade de gordura corporal e sua possível relação com os efeitos deletérios no estado de saúde e, as alterações no estilo de vida induzidas pela redução do trabalho laboral e o aumento do tempo livre para o lazer têm conduzido a uma diminuição da atividade física habitual, sendo as conseqüências manifestadas em maior proporção a partir da meia-idade (COSTA, 2001).

2.3.1. Massa Corporal

(30)

existem mudanças principalmente na estatura, no peso e na composição corporal. Apesar do alto componente genético no peso e na estatura dos indivíduos, fatores como a dieta, a atividade física, estado psico-social e doenças, dentre outros, estão envolvidos nas alterações destes dois componentes durante o envelhecimento. Com o passar dos anos, devido à compressão vertebral há uma diminuição da estatura, um estreitamento dos discos e uma alteração na coluna cervical, a cifose, que tem maior prevalência nas mulheres devido à osteoporose pós-menopáusica. O incremento do peso corporal geralmente começa em torno dos 45 a 50 anos e se estabiliza aos 70 anos, quando começa a declinar até os 80 anos. Esta perda de peso é multifatorial, envolvendo mudanças nos neurotransmissores e nos fatores hormonais que controlam a fome e a saciedade, a dependência funcional nas atividades da vida diária relacionadas com a nutrição, o uso excessivo de medicamentos, a depressão e o isolamento, o estresse financeiro, as alterações na dentição, o alcoolismo, o sedentarismo extremo, a atrofia muscular e o catabolismo associado a doenças agudas e a certas doenças crônicas (MATSUDO, MATSUDO, BARROS NETO, 2000).

(31)

2.3.1. Massa Gorda

Durante o envelhecimento, o aumento do tecido adiposo está distribuído na região abdominal central, enquanto a gordura subcutânea tende a ser perdida nos membros superiores e inferiores. Este ganho no peso corporal é seguido por uma diminuição modesta após a idade dos 50 anos e, se estiver relacionado ao declínio na massa magra (MM) diminuirá também o peso gordo. Um determinado nível de gordura é necessário para a função normal, pois a gordura é uma fonte da energia, um local de armazenamento para algumas vitaminas, sendo necessária para a integridade da membrana celular. A gordura acumulada na medula dos ossos, coração, pulmões, fígado, baço, rins, intestinos, músculos e sistema nervoso central é necessária para um bom funcionamento fisiológico, sendo considerada gordura essencial. Esta gordura nas mulheres inclui ainda a chamada gordura específica ou característica do sexo. Outra função conhecida da gordura é a de isolamento para o corpo, em situação de frios extremos (SPIRDUSO, 1995; McARDLE, KATCH, KATCH, 1998).

É importante avaliar a composição corporal devido aos riscos à saúde associados com a gordura corporal, particularmente nas doenças coronarianas. Três dos quatro fatores de risco das doenças coronarianas são, hipertensão, hiperlipidemia e inatividade física, que têm relacionamento direto com outros fatores de risco, como o diabetes mellitus e a obesidade. Mesmo se a massa magra for mantida na idade avançada, a massa gorda aumenta significativamente logo após os 40 anos de idade (BEMBEN, MASSEY, BEMBEN, BOLLEAU et al. 1998).

(32)

no peso corporal, seguidos por uma diminuição modesta após a idade dos 50 anos, estando mais atribuídos a um declínio da massa magra do que a uma diminuição do peso de gordura corporal (BEMBEN et al. 1998). Corroborando estes autores, MOTT, WANG, THORNTON, ALLISON et al. (1999) demonstraram que a gordura corporal aumenta no adulto jovem até a meia-idade, mas a relação entre a idade e a gordura corporal em indivíduos mais velhos não está clara.

2.3.2. Massa Magra

(33)

2.3.3. Métodos de Análise da Composição Corporal

Atualmente, estão disponíveis várias técnicas e variados métodos para análise da composição corporal. Cada um desses modelos apresenta características conceituais e procedimentos metodológicos que conferem maior ou menor validade e facilidade de utilização, tornando-os, portanto, mais ou menos aceitáveis em razão da precisão desejável e das finalidades a que se propõem (COSTA, 2001). No estudo da composição corporal, o peso corporal na sua totalidade é subdividido em dois ou mais compartimentos, utilizando-se modelos químicos, anatômicos ou fluido-metabólicos. Normalmente, esses modelos químicos e de corpo total são amplamente utilizados na pesquisa de composição corporal. Os componentes que podem causar maiores variações no peso corporal são os músculos, os ossos, as gorduras e a água.

(34)

O componente isento de gordura e o percentual de gordura são os valores mais freqüentemente relatados a partir da avaliação da composição corporal. Várias técnicas são utilizadas para avaliar a composição corporal, devendo o professor ou técnico especializado ter atenção a detalhes e experiência com as técnicas empregadas, a fim de se tornar eficiente na estimação da referida composição (GUEDES, GUEDES, 1998).

No estudo da composição corporal, além de se usar um dos modelos já citados, pode ser realizado de duas maneiras, direta e indiretamente, de acordo com a classificação feita por McARDLE et al. (1998), havendo ainda uma terceira classificação que é a duplamente indireta (GUEDES, GUEDES, 1998; COSTA 2001). O método direto é feito através da dissecação de cadáveres, sendo que, apesar da elevada precisão, implica em incisões no corpo, o que limita sua utilização a laboratórios e a cadáveres. O método direto forma a base para os procedimentos indiretos, e estes permitem estimar os componentes corporais das pessoas vivas. O método indireto é obtido quanto a variações de domínio físico e químico, e posteriormente lançando mão de pressupostos biológicos. Já nos procedimentos duplamente indiretos são envolvidas equações de regressão, a fim de predizer variáveis associadas aos procedimentos indiretos que, por sua vez, na seqüência, deverão estimar parâmetros da composição corporal.

2.3.3.1. Técnicas de Medidas da Composição Corporal

(35)

2.3.3.1.1. Antropometria

É recurso de assessoramento para análise completa de um indivíduo, pois oferece informações ligadas ao crescimento, desenvolvimento e envelhecimento através de instrumentos simples como: balança, estadiômetro, paquímetro e fita métrica. As equações de predição antropométricas estimam a densidade corporal, o percentual de gordura ou a massa magra, a partir das combinações do peso, altura, diâmetros dos ossos e medidas de circunferências corporais. As medidas de circunferência têm demonstrado fragilidade como variável preditora da gordura corporal, em razão dos valores incluírem outros tecidos e órgãos, além do tecido adiposo (GUEDES, GUEDES, 1998; COSTA, 2001).

Estudos realizados por WANG, THORNTON, KOLESNIK, PIERSON (2000) indicam que o sexo, a idade, a etnia e o local influenciam no prognóstico, sendo que as confiabilidades das predições são mais consistentes para grupos étnicos brancos do que para outras etnias. Estes mesmos autores sustentam que a confiabilidade do antropometrista depende do padrão, do local da medida adotado e da habilidade de medição do mesmo.

2.3.3.1.2. Absorciometria de Raios X de Dupla Energia (DXA)

É considerada uma técnica avançada para medir a densidade do osso e avaliar a composição corporal. Este procedimento vem sendo utilizado para quantificar massa magra e massa gorda em segmentos isolados e de corpo total.

(36)

minutos e a exposição à radiação é de 0,05 a 1,5 mrem, dependendo do instrumento. A medida é feita com o indivíduo em decúbito dorsal, por uma série de varreduras transversas a partir da cabeça até os pés, para se obter o rastreamento. A nomenclatura aplicada à técnica inclui: conteúdo ósseo mineral (BMC), densidade mineral óssea total (BMDT), massa magra sem tecido ósseo (LEAN), massa gorda (FAT), partes moles (LEAN + FAT) e partes moles sem gordura (LEAN + BMC) (COSTA, 2001).

(37)

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Essa é uma pesquisa do tipo analítica transversal (crosssectional) e, caracterizou-se como correlacional, pois relacionou composição corporal e densidade mineral óssea, por meio de amostragem de mulheres idosas (FARIA JÚNIOR, 1992).

3.2. AMOSTRA

Foram estudados 100 indivíduos, do sexo feminino, com faixa etária média de 66,41 anos (DP = 4,82). Todos os indivíduos que participaram deste estudo possuem um estilo de vida aparentemente pouco ativo, pois não encontravam-se em prática regular de exercícios físicos, foram voluntários, residentes no Distrito Federal, nas cidades satélites de Taguatinga Norte e Sul, Ceilândia, Areal, Riacho Fundo e Núcleo Bandeirantes.

(38)

a)

b)

Para a seleção dos indivíduos amostrais definiu-se que estes deveriam ter faixa etária mínima de 60 anos e máxima de 79 anos, estarem sem prática regular de exercícios físicos a mais de quatro meses, serem do sexo feminino, e não apresentarem queixas clínicas como: fraturas prévias principalmente na coluna vertebral e/ou fêmur ou quadril, dores torocolombares agudas ou crônicas, perda de estatura (maior que 2,5 cm) ou hipercifose torácica, deformidades torácicas, enfermidades crônicas do fígado e passado de gastrectomia, doenças renais e endócrinas; não fizerem uso de medicação que pudesse modificar o metabolismo ósseo como: glicocorticóides, bifosfonato, cálcio, anticonvulsivantes, antineoplásticos, reposição hormonal e calcitonina; não estiveram de repouso no leito por período prolongado (mais de três meses); não possuíam o hábito de fumar; não ingeriam bebida alcoólica diariamente.

Após a seleção da amostra, segundo os critérios estabelecidos, do total de indivíduos que participaram dos testes (n = 100), destes 03 foram excluídas, pois apresentavam um volume corporal aumentado, além de sobrepeso corporal. Desta forma a amostra foi composta por 97 mulheres.

Os participantes foram informados dos objetivos, dos procedimentos, dos possíveis desconfortos, riscos e benefícios do estudo, antes de assinarem o Termo de Consentimento (Anexo A). O termo está em conformidade com a Resolução número 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

3.3. LOCAL

(39)

da Universidade Católica de Brasília (UCB), localizada no Campus I, Taguatinga Sul, Brasília, DF.

3.4. PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS

3.4.1. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

Para a medida da massa corporal, foi utilizada balança de marca Filizola, modelo Personal Line 150, com resolução de 100g e capacidade máxima de 150,0 Kg e mínima de 2,5 Kg, com freqüência de 50/60 Hz. O indivíduo avaliado foi colocado em pé, de frente para a escala da balança, com afastamento lateral dos pés, ereto e com o olhar fixo à frente, estando vestido adequadamente, isto é, estava descalço, usando camiseta e bermuda. Para a medida de estatura foi utilizado estadiômetro da marca Cardiomed, modelo WCS, com precisão de 115/220 cm. Para esta medida, o indivíduo avaliado, sendo colocado na posição ortostática com os pés unidos, procurando pôr em contato com o instrumento de medida as superfícies posteriores do calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular e região occipital. A medida foi realizada com o cursor em ângulo de 90° em relação à escala, com o avaliado em apnéia inspiratória e com a cabeça orientada paralela ao solo.

3.4.2. AVALIAÇÃO DA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA (DMO) e da

COMPOSIÇÃO CORPORAL

(40)

Foram analisadas as vértebras da coluna lombar (L2 – L4) e o colo do fêmur, sendo estas regiões identificadas e analisadas por um software 4.X, versão da documentação 10/98 B, parte número 6740. O controle de qualidade do sistema de medição foi realizado diariamente, fornecendo um coeficiente de variação (erro de precisão in vitro) sempre < 0,5%.

Neste exame, o raio passa por um filtro, sendo dividido em dois feixes com níveis diferentes de energia, atravessando a área do corpo a ser analisada, e captados por um detector que, ligado a um circuito eletrônico, fornece imagem e medida da massa óssea em g/cm2. As diferenças entre os níveis emitidos e captados pelo detector permitem o cálculo da massa óssea. A interpretação é baseada na comparação do resultado do indivíduo estudado com grupo padrão de adultos jovens normais com idade entre 20-45 anos, e com outro grupo com idade, peso e etnia iguais às do indivíduo estudado. Durante a realização da medida do colo femural, o avaliado estava em decúbito dorsal, com os braços próximos ao peito e as pernas afastadas. Para a medida da coluna vertebral lombar, o avaliado permaneceu em decúbito dorsal, com as pernas apoiadas em um suporte específico, e flexionadas em ângulo de 90°, estando os braços apoiados ao peito. Para a medida da composição corporal no corpo inteiro, o avaliado manteve a posição em decúbito dorsal, com as pernas estendidas e unidas, e os braços estendidos ao longo do corpo. Durante os procedimentos de avaliação, o indivíduo não apresentava em sua vestimenta qualquer tipo de metal que pudesse interferir no resultado do teste.

A previsão de duração dos três testes descritos foi de aproximadamente 5, 10 e 20 minutos, respectivamente.

3.5. PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE ESTATÍSTICA

(41)

padrão. As relações entre as variáveis independentes (“massa corporal total, massa magra e massa gorda”) e as variáveis dependentes (“DMO de colo femoral” e “coluna vertebral entre L2-L4”) foram realizadas, separadamente, através da análise de regressão linear simples. A análise de regressão múltipla foi utilizada para determinar a contribuição de cada variável independente, entre si, e sobre a DMO de colo femural e de coluna vertebral lombar, com nível de significância de p ≤ 0,05. Para análise estatística foi utilizado o programa “Statistical Package for the Social Scienses” (SPSS, 10.0).

3.6. COMITÊ DE ETICA

(42)

4. RESULTADOS

Foi realizada inicialmente uma análise exploratória dos dados. Não foram observados casos faltosos (missing cases) na amostra e as variáveis estudadas não apresentavam desvios de normalidade.

A tabela 1 apresenta as características descritivas da amostra das variáveis massa corporal total (MCT), massa gorda (MG) e massa magra (MM) entre a densidade mineral óssea (DMO) de colo femural e a DMO de coluna vertebral lombar:

Tabela 1 - Características descritivas da amostra em 97 idosas.

Variável Média ± DP Amplitude

IDADE (anos) 66,41 ± 4,82 60 – 79

ESTATURA (cm) 151,19 ± 5,27 138 – 162

MCT (Kg) 64,81 ± 11,21 43 – 97

MG (Kg) 25,30 ± 8,19 10,09 – 61,55

MM (Kg) 38,71 ± 4,77 29,22 – 52,96

DMO colo (g/cm²) 0,86 ± 0,13 0,59 – 1,16

DMO lombar (g/cm²) 0,98 ± 0,17 0,64 – 1,69

Onde: DP = desvio padrão; DMO = densidade mineral óssea; MCT = massa corporal total; MG =

massa gorda; MM = massa magra.

(43)

Tabela 2 – Regressão linear simples dos dados relativos a MCT, MG e MM em relação a

DMO (colo) e DMO (lombar) em 97 idosas.

Variável MCT (kg) MG (kg) MM (kg)

DMO colo (g/cm²) 0,536* 0,305* 0,437*

DMO lombar (g/cm²) 0,370* 0,193 0,255**

Onde: * p ≤ 0,01; ** p ≤ 0,05; DMO = densidade mineral óssea; MCT = massa corporal total; MG =

massa gorda; MM = massa magra.

Os dados obtidos na análise de regressão linear simples seguem descritos abaixo:

a)

Massa Corporal Total:

(44)

² r² = 0,1371 r² = ,1371 r 0 MCT 100 90 80 70 60 50 40

DMO do COLO

1,2 1,1 1,0 ,9 ,8 ,7 ,6 ,5

r² = 0,29 p = 0,01

Figura 1 - Relação entre a massa corporal total (kg) e a densidade mineral óssea do colo femoral

(g/cm²). MCT 100 90 80 70 60 50 40

DMO da COLUNA

1,8 1,6 1,4 1,2 1,0 ,8 ,6

r² = 0,1371 p = 0,01

Figura 2 - Relação entre a massa corporal total (kg) e a densidade mineral óssea da coluna vertebral

(45)

b)

Massa Gorda:

A relação da variável independente massa gorda com a variável dependente DMO do colo femoral apresentou uma correlação positiva (Figura 3) e estatisticamente significativa (r = 0,305; p = 0,01), com 9% de variação na DMO deste sítio. Em relação à DMO da coluna vertebral lombar a correlação foi positiva, como mostra a figura 4. Mas nenhuma correlação estatisticamente significativa foi constatada (r = 0,193; p = 0,058), sendo que, a correlação apresentou-se bastante fraca, explicando apenas 4% de variação neste sítio.

R²r² = 0,0928

MG

70 60

50 40

30 20

10 0

DMO do COLO

1,2

1,1

1,0

,9

,8

,7

,6

,5

r² = 0,092 p = 0,01

(46)

MG

70 60

50 40

30 20

10 0

DMO da COLUNA

1,8

1,6

1,4

1,2

1,0

,8

,6

r² = 0,037 p = 0,058

Figura 4 - Relação entre a massa gorda (kg) e a densidade mineral óssea da coluna vertebral lombar

(g/cm²).

c)

Massa Magra:

(47)

MM 60 50 40 30 20

DMO do COLO

1,2 1,1 1,0 ,9 ,8 ,7 ,6 ,5

r² = 0,191 p = 0,01

Figura 5 - Relação entre a massa magra (kg) e a densidade mineral óssea de colo femoral (g/cm²).

MM 60 50 40 30 20

DMO da COLUNA

1,8 1,6 1,4 1,2 1,0 ,8 ,6

r² = 0,065 p = 0,05

Figura 6 - Relação entre a massa magra (kg) e a densidade mineral óssea de coluna vertebral lombar

(48)

De acordo com a tabela 3 a combinação dos componentes da composição corporal, massa corporal total, massa gorda e a massa magra, explicaram 33% da variação da DMO no colo femural e 18% da DMO da coluna vertebral lombar.

A massa corporal total foi a variável que mais se manteve constante entre os dois sítios da DMO estudados, com uma correlação estatisticamente significativa (p ≤ 0,01; p ≤ 0,05). Esta variável apresentou uma forte correlação com a massa magra e a massa gorda (r = 0,717; p ≤ 0,01; r = 0,820; p ≤ 0,01; respectivamente) na DMO do colo femural, como também, à DMO da coluna vertebral lombar. A relação entre massa magra e massa gorda foi moderada, com uma correlação estatisticamente significativa (r = 0,470; p ≤ 0,01).

Tabela 3 - Resultados da regressão múltipla entre DMO (colo) e DMO (lombar) em relação

MCT, MG e MM em 97 idosas.

Variável Constante MCT (kg) MG (kg) MM (kg) R²

DMO colo (g/cm²)

0,864** 0,008* -0,002 -0,001 0,33 DMO lombar (g/cm²)

0,051 0,012** -0,004 -0,011 0,18

Onde: * p ≤ 0,01; ** p ≤ 0,05; MCT = massa corporal total; MG = massa gorada; MM = massa

(49)

5. DISCUSSÃO

A análise dos dados apresentados na tabela 2 demonstra que quanto maior a massa corporal maior será a DMO nos sítios do colo femoral e coluna vertebral lombar. Entretanto, houve uma correlação positiva e significativa entre os dois sítios da DMO, sendo que a DMO do colo femoral foi maior que a DMO da coluna lombar (L2-L4) em 29%, isto é, uma alta massa corporal é mais benéfica para a DMO do colo femural do que para a DMO da coluna vertebral lombar.

Estes resultados vão ao encontro dos estudos realizados por GILLETTE-GUYONNET et al. (2000) que, ao estudarem a composição corporal de mulheres idosas osteoporóticas, encontraram correlações significativas na relação entre massa corporal total e DMO do colo femoral. COIN et al. (2000) ao estudarem mulheres e homens idosos com baixa massa corporal e indivíduos com massa corporal normal, constataram que as mulheres com baixa massa corporal apresentavam um alto risco para fraturas além de reduções significativas da DMO levando à osteoporose.

(50)

que à deficiência estrogênica, enquanto que o osso trabecular é muito mais sensível à falta dos esteróides sexuais. O maior decréscimo da DMO do colo femoral de acordo com NORDIN, NEED, CHATTERTON, HOROWITZ et al. (1990) pode ser explicado pela perda óssea relacionada à menopausa, porém autolimitante, com uma duração aproximada de dez anos.

Os dados apresentados na correlação entre massa gorda e DMO de colo femural demonstram que houve uma correlação significativa somente na DMO de colo femoral, com 9% de variação neste sítio. A correlação com a DMO de coluna vertebral lombar e massa gorda explicou apenas 4%, demonstrando que a massa gorda é melhor para a DMO do colo femural do que para a DMO da coluna vertebral lombar.

Os resultados do presente estudo também foram similares aos resultados dos estudos de REID, AMES, EVANS et al. (1994) e GILLETTE-GUYONNET et al. (2000) que, ao estudarem mulheres idosas osteoporóticas, observaram uma correlação significativa entre massa gorda e DMO. A massa gorda explicou mais a variação da composição corporal e da DMO do colo femoral do que a massa magra, evidenciando que a massa gorda exerce efeito protetor na DMO do colo femoral. Os estudos realizados por REID, AMES, EVANS et al.

(1992) e GOULDING & TAYLOR (1998) indicam que a massa gorda é a mais importante indicadora da DMO do colo femoral em mulheres pós-menopáusicas.

(51)

Estes resultados indicam que em mulheres idosas a massa gorda está associada ao decréscimo da massa óssea, principalmente na região da coluna vertebral lombar, podendo levar ao desenvolvimento da osteoporose. Esta associação negativa entre massa gorda e DMO da coluna lombar pode ser atribuída a diferentes fatores como: estilo de vida, sedentarismo, hábitos alimentares e ainda a combinação destes fatores.

De acordo com as figuras 5 e 6, quanto maior a massa magra maior será a DMO nos sítios de colo femoral e coluna vertebral L2-L4. Entretanto, houve uma correlação estatisticamente significativa na DMO dos dois sítios estudados, sendo que na DMO de colo femoral apresentou uma variação melhor, de 19%, evidenciando uma diferença superior de 10% em relação à massa gorda.

No estudo de BINDER, KOHRT (2000) com 402 mulheres pós-menopáusicas e 160 homens, com idade entre 55 e 95 anos, a massa magra foi fortemente correlata com a DMO do colo femoral, sugerindo que a correlação forte entre massa magra e a massa óssea reflete não somente os efeitos do volume corporal, mas também a relação funcional entre músculo e osso. Estes autores acrescentam ainda que, com o aumento da massa magra há uma diminuição da massa gorda, o que contribui para altos níveis de DMO.

(52)

VISSER, PAHOR, TYLAVSKY et al. (2003) e REID, AMES, EVANS et al. (1994) ao estudarem homens e mulheres idosas, observaram que após dois anos houve um declínio na massa magra em mulheres de 0,6%, e as mudanças na massa magra foram positivamente relacionadas a DMO de colo femoral.

De acordo com a análise da regressão múltipla, no presente estudo foi possível observar uma correlação entre as variáveis massa corporal total, massa gorda e massa magra estatisticamente significativa (p ≤ 0,01), principalmente no sítio da DMO do colo femural. O coeficiente de determinação múltiplo indica que os componentes da composição corporal explicam mais a correlação (33%) existente entre a DMO do colo femural do que o coeficiente encontrado na DMO da coluna vertebral lombar (18%), podendo-se dizer que a massa corporal total é a preditora da DMO nos dois sítios estudados, pois a mesma apresentou uma correlação estatisticamente significativa (p ≤ 0,01; p ≤ 0,05) tanto para a DMO do colo femural como para a DMO da coluna vertebral lombar.

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6. CONCLUSÕES

Correlações significativas foram observadas, principalmente entre a DMO do colo femoral para todas as variáveis independentes, demonstrando que o declínio da DMO está mais associada ao envelhecimento ósseo do que a fatores hormonais, como já sugeriram alguns dos estudos apresentados.

No presente estudo, a massa corporal total foi a variável que melhor relacionou-se com a DMO dos sítios estudados, principalmente com a DMO de colo femoral, mostrando ser mais benéfica à massa óssea deste sítio especificamente, predizendo os níveis da DMO e desempenhando a função de proteção para a DMO do colo femoral . A relação entre DMO do colo femoral, massa corporal total e massa magra, mostrou-se mais significativa. Estas relações significativas com a massa corporal total e a massa magra determinam que, quanto menor forem os valores destes componentes, menos massa óssea será encontrada no colo femoral, aumentando o risco para osteoporose e consequentemente das fraturas.

A DMO da coluna vertebral lombar apresentou correlação estatisticamente significativa, porém fraca, com todos os componentes da composição corporal, de acordo com as hipóteses apresentadas neste estudo. Porém, quando relacionada com a massa corporal total, observamos melhores níveis de DMO na coluna vertebral lombar, sugerindo um efeito protetor da DMO neste sítio especificamente. Principalmente porque nesta região, a massa corporal total reflete o efeito da adiposidade central, encontrada na maioria das mulheres estudadas.

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corporal e a musculatura são as determinantes mais prováveis para as mudanças na composição corporal e densidade mineral óssea, em mulheres pós-menopáusicas.

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7. REFERÊNCIAS

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Tabela 1 - Características descritivas da amostra em 97 idosas.
Tabela 2 – Regressão linear simples dos dados relativos a MCT, MG e MM em relação a  DMO (colo) e DMO (lombar) em 97 idosas
Figura 1 - Relação entre a massa corporal total (kg) e a densidade mineral óssea do colo femoral  (g/cm²)
Figura 3 - Relação entre a massa gorda (kg) e a densidade mineral óssea de colo femoral (g/cm²)
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