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5 SISTEMAS ESPECIALISTAS

5.6 Aquisição do Conhecimento

5.6.1 Métodos de Aquisição do Conhecimento

Devido às características dos métodos utilizados para aquisição do conhecimento, eles serão classificados entre quatro tipos básicos: intermediário, semi-intermediário, semidireto, e direto supervisionado.

5.6.1.1 Intermediário

No método intermediário o engenheiro do conhecimento é o intermediário entre o conhecimento do especialista e a base de conhecimento. O engenheiro do conhecimento atua de forma integral para a formação da base de conhecimento. Este método é realizado através de entrevistas com o(s) especialista(s), estudo do problema e/ou pesquisas. A partir do conhecimento adquirido, o engenheiro do conhecimento codifica este conhecimento para a base de conhecimento do sistema.

Consiste na observação do especialista durante o seu trabalho, de forma a se obter uma visão realista de como ele trabalha. No entanto, esta tarefa nem sempre é possível [67]. Esta técnica apesar de mostrar os procedimentos reais realizados, é demorada; a quantidade de informação adquirida é relativamente pequena quando realizada como primeira abordagem de aquisição de conhecimento, além de poder vir com “ruído”, ou seja, captura de conhecimento proveniente de “técnica personalizada” do especialista, o que pode, em caso de não tratamento dessa informação, “personalizar” a ferramenta, podendo tornar difícil a sua utilização.

Esta técnica é recomendada após a aquisição de um conhecimento sobre o assunto, tornando esta tarefa como um “aparador de dúvidas” referente à parte prática.

5.6.1.1.2 Estudo

Consiste em estudar o problema por meio de revisão bibliográfica – livros, artigos, sites, e outros materiais didáticos –, e também, se for possível, um estudo de casos. Esta técnica é recomendada a ser a primeira, já que a maior parte do conhecimento será proveniente desta técnica, além de permitir que as técnicas de entrevista e observação sejam mais produtivas.

5.6.1.1.3 Entrevista

Esta técnica consiste em um diálogo direto entre o especialista e o engenheiro do conhecimento. O especialista do domínio deve ser capaz não somente de demonstrar perícia, mas também de descrevê-la [66]. Deve ser abordada após um certo conhecimento sobre o assunto, conhecimento este através de um estudo prévio. Como toda entrevista, ela deve ser marcada e planejada de forma que possa aproveitá-la ao máximo, já que, dependendo da especialidade a ser modelada, nem sempre o especialista no assunto está disponível. Um grande exemplo disso são os médicos que, em sua maioria, possuem um tempo limitado para esta tarefa.

É fundamental que o entrevistador anote todo a entrevista, ou pelo menos os seus pontos importantes, seja com bloco de notas ou até mesmo com o uso de gravador. Este processo também pode ser realizado por ferramentas de comunicação via Internet, no entanto, a entrevista presencial é na maioria das vezes mais produtiva.

5.6.1.1.4 Análise de Protocolo

Nesta técnica, o engenheiro do conhecimento descreve um problema e pede ao especialista para viver a situação e solucionar o problema, necessitando que o especialista verbalize o seu raciocínio [66,67].

5.6.1.2 Semi-intermediário

Neste método, o engenheiro do conhecimento é auxiliado por ferramentas computacionais para a aquisição de conhecimento de forma a auxiliá-lo neste processo.

necessários de forma mais eficiente e/ou efetiva [66].

5.6.1.3 Semidireto

No método semidireto, parte do trabalho do engenheiro do conhecimento é agora realizada de forma automática através de ferramentas utilizadas pelo(s) especialista(s), sendo que estas ferramentas interagem com o especialista para aquisição de conhecimento para a base.

Tais ferramentas requerem treinamento dos especialistas não somente para a sua utilização, mas também no processo de aquisição de conhecimento [66].

5.6.1.4 Direto Supervisionado

No método direto supervisionado, a aquisição do conhecimento é realizada de forma automatizada através de ferramentas que interagem com o especialista, sem a necessidade de participação do engenheiro do conhecimento ajudar na codificação de conhecimento para a base. No entanto, tal método precisa ser supervisionado pelo engenheiro de conhecimento para a validação do conhecimento adquirido.

Estes sistemas podem utilizar técnicas heurísticas com utilização de redes neurais para este processo.

Exemplos de sistemas que podem adquirir conhecimento de forma automática são os sistemas que através da análise de casos, como diagnósticos realizados pelos médicos de uma mesma área, e avaliações técnicas, conseguem identificar padrões, e que futuros casos inseridos no sistema possam ser avaliados com a utilização desses padrões.

5.7 Representação do Conhecimento

O sucesso dos sistemas especialistas depende não somente do conhecimento adquirido, mas também da forma como este é representado na base de conhecimento. A representação do conhecimento consiste nos métodos utilizados para modelar os conhecimentos de especialistas de um determinado domínio, eficazmente, e deixando-os prontos para serem acessados pelo usuário de um sistema inteligente [68]. A representação do conhecimento permite posteriormente recuperá-lo, raciocinar com ele, e adquirir mais conhecimento [48].

No entanto, para a representação do conhecimento apresentar algum interesse, são necessárias também funções capazes de efetuar o mapeamento entre a representação e o mundo real e vice-versa [48]. Tais funções também não são muito simples de serem elaboradas, já que a representação do conhecimento não pode apresentar ambigüidades, para que este conhecimento seja genuíno à máquina.

As regras de produção são uma das formas de representação do conhecimento mais comum e uma das mais utilizadas em sistemas especialistas. Isto se deve ao fato de este tipo de estrutura ser muito semelhante ao modo das pessoas falarem sobre como resolvem seus problemas, ou seja, ao fato de parecer natural ao ser humano, usar esta forma para raciocinar e decidir [67].

Os sistemas de produção são constituídos de um conjunto de regras que reúnem condições e ações [69]. A condição é constituída por um padrão que determina a aplicabilidade da regra, enquanto a ação indica o que será realizado quando a regra for aplicada [48].

Um sistema de produção poderá ser formado por uma ou mais bases de regras, separadas segundo as conveniências de processamento. Complementa, ainda, o sistema de produção, uma estratégia de controle, e estabelece as prioridades em que as regras serão aplicadas, bem como critérios de desempate quando houver mais regras candidatas à aplicação a um só tempo. Este último aspecto denomina-se resolução de conflitos [48].

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