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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.9 Métodos de custeio

O método de custeio é a maneira de identificar e definir como será possível a apuração do custo unitário dos produtos e serviços finais do processo, (PADOVEZE, 2003).

A seguir são apresentadas as principais características e vantagens de utilização dos métodos de custeio, dando ênfase especial aos sistemas de custeio por absorção e custeio variável ou direto que é o que se aplica a propriedade objeto deste estudo.

2.9.1 Custeio por absorção

O método de Custeio por Absorção é a técnica mais utilizada pelas empresas, por ser um método mais simples de se utilizar, e por estar totalmente relacionado com o os princípios contábeis geralmente aceitos, além de ser o método adotado pela legislação comercial e fiscal, (PADOVEZE, 2003).

Custeio por absorção para Martins (1998, p. 41) “consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos.”

De acordo com Crepaldi (1999, p.148) “nesse método de custeio, todos os custos de produção são apropriados aos produtos. Os custos de produção podem ser apropriados diretamente, como é o caso do material direto e mão-de-obra direta, ou indiretamente, como é o caso dos custos indiretos de fabricação.”

Esse método de custeio atente aos princípios fundamentais de contabilidade do regime de competência e a confrontação de receitas e despesas, pois apenas são considerados os custos de produção referente aos produtos realmente vendidos em determinado período, (CREPALDI, 1999).

O método de custeio por absorção transmite a idéia de que:

[...] após a apuração do custo unitário dos produtos e serviços com os custos diretos e variáveis, há a necessidade de que os produtos e serviços também “absorvam” os demais custos indiretos, para que se tenha uma idéia do custo unitário total, ou seja, um valor de custo unitário com todos os custos apropriados aos produtos e serviços, (PADOVEZE, 2003, p.79).

A utilização do método de custeio por absorção é admitido pelo Imposto de Renda e ainda atende as exigências da contabilidade financeira para a avaliação dos estoques, podendo também suas informações pode ser utilizadas para fins gerenciais, pois demonstra os indicies de liquidez mais real. O seu uso também tem vantagens e desvantagens.

Para Vieira (2004, p. 3) Entre as vantagens do custeio por absorção destacam-se:

a) Atende à legislação fiscal e deve ser usado quando a empresa busca o uso do sistema de custos integrado à Contabilidade;

b) Permite a apuração do custo por centro de custos, visto que sua aplicação exige a organização contábil nesse sentido; tal recurso, quando os custos forem alocados aos departamentos de forma adequada, possibilita o acompanhamento do desempenho de cada área;

c) Ao absorver todos os custos de produção, permite a apuração do custo total de cada produto.

As principais desvantagens segundo a mesma autora são:

- Poderá elevar artificialmente os custos de alguns produtos; - Não evidencia a capacidade ociosa da entidade;

- Os critérios de rateios são sempre arbitrários, portanto nem sempre justos. Conforme wernke (2001) “a fixação de preços com base nas informações prestadas pelo custeio por absorção, poderá apresentar os seguintes problemas básicos: - Fixação de preços com base em custos globais, considerados, aqueles de caráter fixo que, por sua vez, sofrem variações em termos de sua expressão unitária, dependendo do volume de produção no período contábil objeto de apuração;

- Fixação de preços sem um conhecimento real da margem de contribuição mais efetiva de cada produto vendido;

Fixação de preços de forma menos eficiente, em termos de identificação do mix mais adequado de produção e vendas, para fins de otimização do resultado global;

- Controle de custos fixos em nível de produto específico, através da utilização de critérios de rateio, sem maior expressão para fins de controle gerencial;

- Aplicação de conceitos de custo médio ponderado de materiais e produtos distorcendo uma apuração mais precisa de custos e resultados, quando registrados altos índices de inflação.

2.9.2 Método de custeio variável ou direto

Segundo Martins (1998, p.216), “No custeio variável ou direto, só são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os custos fixos separados e considerados como despesas do período, indo diretamente para o resultado; para os estoques só vão, como conseqüência, custos variáveis”.

No custeio variável ou direto, apenas os custos variáveis são relacionados aos produtos, sendo os custos fixos considerados como custeio do período, (BORNIA, 2002, p.55).

Conforme Medeiros (1997, p. 83) custeio direto ou variável “fundamenta-se na separação e identificação dos Custos Variáveis e dos Custos Fixos, isto é, nos que oscilam na proporção do Volume de Produção e Vendas e que se mantêm estáveis perante esse mesmo volume, dentre certos limites.”

Segundo o mesmo autor, o custeio direto depende de um bom sistema contábil, para que possa haver um registro correto dos gastos, dos custos variáveis e os fixos da produção, dando assim mais confiabilidade no resultado do custo por unidade.

Conforme Crepaldi (1999, p. 151), nesse método de custeio, os custos fixos tem o mesmo tratamento das despesas, pois são consideradas despesas do período independentemente de os produtos terem ou não sido vendidos.

Sendo os custos fixos inalteráveis com o volume de produção, o valor dos mesmos é distribuído a cada produto utilizando o critério de rateio. Para isso é levando em consideração o volume de produção de cada produto. Dessa maneira, qualquer decisão a base de rateio, levar em consideração o volume de produção, pois o custo de um produto pode variar em função da variação da quantidade produzida de outro produto (CREPALDI, 1999). Ou seja, o custo fixo dentro do custeio variável é distribuído a cada produto de acordo com seu volume de produção, se determinado produto não for produzido ou ter menor quantidade, esse valor será agregado aos demais.

Esse tipo de custeio não atende os princípios fundamentais de contabilidade de competência e confrontação, por isso não é aceito pelas autoridades fiscais, sendo a sua

utilização limitada a controles internos feitos pela contabilidade, sendo de grande auxílio na tomada de decisão e para fins gerenciais (CREPALDI, 1999).

De acordo com Padoveze (2003, p. 313), “esse tipo de critério de custo direto/variável é coerente com a análise custo/volume/lucro, ao determinar, na formação do preço de venda, a margem de contribuição de cada produto. Cientificamente, é o mais recomendado”.

A utilização desse método de custeio na agropecuária traz alguns pontos positivos, conforme Crepaldi (2005, p.234).

- Os custos dos produtos agropecuários podem ser comprados em bases unitárias, independentemente do volume se produção.

- Facilita o tempo e o trabalho despendidos tornando mais pratica a apuração e apresentação das informações.

- Melhor controle dos custos fixos, por se apresentarem separadamente nas demonstrações.

- Facilita a elaboração e controle de orçamentos e determinação e controle de padrões.

- Fornece mais instrumentos de controle gerencial.

O método custeio variável ou direto tem vários pontos positivos, mas não e aceito no Brasil, pois não atende as necessidades do Fisco então ele e usado só para análise gerencial.

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