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Segundo Gatti (2003, apud TEODORA) a pesquisa vai desde uma busca de informações e localização de textos em materiais impressos e ele- trônicos, até o uso de sofisticação metodológica e de teoria de ponta para abrir caminhos novos no conhecimento existente. Bufrem e Prates acres- centam que “o inventário das atividades de pesquisa científica de qualquer campo do conhecimento implica, necessariamente, uma seleção criterio- sa, diante da grande circulação de mensagens e de informações registradas (...)” (p. 9, 2005).

Nesse sentido, a busca pelos dados da produção de conhecimento na área de tecnologia social ocorreu apenas através de pesquisas on-line, procedimento denominado de infometria [1] (BUFREM; PRATES, p. 10, 2005), o qual permite trabalhar com consideráveis volumes de dados. A pesquisa estruturou-se em oito aspectos: grupos e linhas de pesquisa do CNPQ; banco de teses da capes; programas de pós-graduação; portal de periódicos da capes; portal Web Qualis; Rede de Tecnologia Social – RTS; Instituto de Tecnologia Social – ITS e Observatório do Movimento pela Tecnologia Social na América Latina. Assim, conforme reiteram Bufrem e Prates:

As atividades de identificação, análise e mapeamento dos termos representativos da prática de mensuração registra- da na literatura visam a esclarecer implicações semânticas, apoiar pesquisadores no desenvolvimento de novas atividades científicas e também proporcionar um elen- co de possibilidades de aplicação de instrumentos na mensuração da informação (grifo nosso, p. 10, 2005). Para obter informações sobre grupos e linhas de pesquisa, foi utilizado o diretório de grupos do CNPq [2] (http://dgp.cnpq.br/bus- caoperacional/), que contém informações sobre os grupos de pesquisa em atividade no país. As informações contidas nesse banco de dados se referem aos recursos humanos que compõem os grupos (pesquisadores, estudantes e técnicos), às especialidades do conhecimento, às linhas de pesquisa, à região de atuação, às instituições educacionais e ao tempo de criação dos grupos.

Para identificar as produções acadêmicas em nível de Pós-Graduação Stricto Sensu utilizamos o portal do banco de teses das CAPES [3] (http:// www.capes.gov.br/servicos/banco-de-teses). A ferramenta permite a pes- quisa por autor, título e palavras-chave e tem como objetivos facilitar o acesso a informações sobre teses e dissertações defendidas junto a pro- gramas de pós-graduação do país. Nesse sentido, fizemos uma busca exata

1 Segundo as autoras, “termos alternativos, tais como infometria, informetria, cientometria e webometria, entre outros presentes na relação paradigmática que os abrange, representam práticas de mensuração da informação da ciência, ou de suas representações em modalidade convencional ou na Web, definindo com mais especificidade o universo quantificável a que se referem” (BUFREM; PRATES, p. 10, 2005). 2 Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.

pela expressão “tecnologia social” e o sistema retornou 71 produções aca- dêmicas, entre teses e dissertações.

Quanto aos dados relativos aos programas de pós-graduação, não identificamos nenhum com vinculação direta à temática estudada. A par- tir das produções encontradas no banco de teses da CAPES, visitamos o portal dos cursos recomendados e reconhecidos pela CAPES (http:// www.capes.gov.br/cursos-recomendados) para identificar quais progra- mas apresentam direcionamento direto à tecnologia social. A partir dessa busca, construímos uma tabela por região, instituição, programa e número de produções relacionadas à tecnologia social.

Em relação aos periódicos que abordam a temática, fizemos uma busca como usuário comum ao portal de periódicos da CAPES (http:// www.periodicos.capes.gov.br/) para identificar o número de artigos pro- duzidos e constatamos a existência de 97 itens, entre artigos, resenhas e atas de congresso. No portal Web Qualis (http://qualis.capes.gov.br/web- qualis/principal.seam) encontramos apenas um periódico com qualis B5. Além dessas bases, buscamos informações em sites de instituições de fomento à produção científica na área de tecnologia social. Dentre eles destacamos: a Rede de Tecnologia Social – RTS o Instituto de Tecnologia Social – ITS e o Observatório do Movimento pela Tecnologia Social na América Latina. Observamos um grande interesse em contribuir com a consolidação de atividades que possibilitem o desenvolvimento de pes- quisas e implementação de tecnologias sociais.

2.1 GRUPOS DE PESQUISA DO CNPQ

A pesquisa sobre grupos de pesquisa foi realizada na plataforma dos Diretórios de Grupos de Pesquisa no Brasil, a qual possibilita buscas tex- tuais de grupos certificados na base, naquele momento do recolhimento dos dados. A exploração dos dados se deu no período de 01/11/2013 a 16/11/2013 e retornou um pequeno número de grupos e linhas de pes- quisa, conforme mostra a tabela 1 e 2 respectivamente.

Tabela 1 – Grupos de pesquisa.

Nome do grupo formaçãoAno de Nome da IES Região Estado de IESTipo

Tecnologia Social 2008 Universidade do Estado do Rio de

Janeiro – UERJ Sudeste RJ Pública Tecnologia Social e

Assistiva – TESA 2012

Universidade Federal do Pampa

– UNIPAMPA Sul RS Pública

Tecnologia Social e

Cooperativismo 2013 Instituto Federal de Brasília – IFB Centro-Oeste DF Pública Tecnologia Social, Inovação e Desenvolvimento 2011 Centro Universitário La Salle – Canoas – UNILASALLE Sul RS Privada Tecnologias Sociais 2009 Instituto de Tecnologia do

Paraná – TECPAR Sul PR Pública

Trabalho, Educação e Tecnologia Social 2011 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná – IFPR Sul PR Pública Trabalho, Tecnologia Social e Desenvolvimento da Amazônia

2004 Universidade Federal do Pará

– UFPA Norte PA Pública

Fonte: Elaboração dos autores a partir do site do Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil (http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/).

O estudo mostra que os poucos grupos de pesquisas estão con- centrado no Sul, com distribuição nas demais regiões, exceto o Nordeste. Convém ainda observar que a maioria dos grupos está vinculada a insti- tuições públicas confirmando a tendência da falta de institucionalização da pesquisa em instituições privadas. Percebemos que o grupo de pesqui- sa mais antigo é o grupo Trabalho, Tecnologia Social e Desenvolvimento da Amazônia da Universidade Federal do Pará – UFPA, registrado no diretó- rio do CNPq em 2004.

2.1.1 LINHAS DE PESQUISA

A investigação encontrou sete grupos de pesquisa e destes, apenas um, apresenta linha de pesquisa específica sobre tecnologia social, confor- me mostra a tabela 2. Essa constatação pode ser compreendida pelo fato de a tecnologia social poder ser desenvolvida a partir de qualquer área de conhecimento, desde que haja uma preocupação em estender esse conhe- cimento às comunidades e contribuir com o desenvolvimento local. As linhas de pesquisas apontam uma preocupação com as tecnologias assis- tivas, desenvolvimento regional, cooperativismo, desenvolvimento rural e fortalecimento da economia solidária.

Tabela 2 – Linhas de pesquisa.

Linhas de pesquisa Nome do Grupo IES

Responsabilidade Social

Tecnologia Social Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ Tecnologia Social – Da globalização

como visão única ao território pluralista Acessibilidade e Inclusão Digital

Tecnologia Social e Assistiva – TESA

Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA Recursos de Tecnologia Assistiva

Sistemas Eletro/Mecânicos

Construção alternativa de habitações de

forma cooperativa Tecnologia Social e Cooperativismo Instituto Federal de Brasília – IFB Estratégias regionais e desenvolvimento

sustentável Tecnologia Social, Inovação e Desenvolvimento

Centro Universitário La Salle – Canoas – UNILASALLE Memória e Gestão Cultural

Biossistemas Integrados na Bovinocultura Tecnologias Sociais Instituto de Tecnologia do Paraná – TECPAR Biossistemas Integrados na Suinocultura

Neociclagem – Separação de embala- gens laminadas

Prensa Manual de Baixo Custo

Educação Profissional Trabalho, Educação e Tecnologia Social Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná – IFPR Políticas Públicas

Linhas de pesquisa Nome do Grupo IES

Desenvolvimento Regional, Local e Sustentável na Amazônia Trabalho, Tecnologia Social e Desenvolvimento da Amazônia Universidade Federal do Pará – UFPA Cooperativismo e desenvolvimento rural

Desenvolvimento Territorial e Inclusão Produtiva

Economia Solidária e Tecnologia Social Mercado de Trabalho na Região Metropolitana de Belém Serviço Social do Trabalho

Terra, Trabalho e Desenvolvimento Sócioambiental na Amazônia Trabalho e organização social na Amazônia

Fonte: Elaboração dos autores a partir do site do Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil (http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/).