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1. Metodologia

1.1 métodos

O enquadramento teórico que atrás apresentámos permitiu tomar consciência da problemática em estudo e tornou-se facilitador para o desenvolvimento empírico da presente investigação. Neste capítulo iremos descrever o material e os métodos, ou seja, o percurso da nossa investigação: as questões de investigação e os objectivos, o tipo de estudo, as variáveis, a população e amostra, os instrumentos e os procedimentos. Nos capítulos seguintes apresentaremos os resultados, a análise e interpretação dos dados colhidos e terminamos com as conclusões

1.1 métodos

A satisfação com o curso e com o exercício de funções e a satisfação profissional dos enfermeiros em geral, assume-se como um indicador potenciador da qualidade dos cuidados prestados aos doentes e família. Por conseguinte, a avaliação daqueles aspetos permite identificar fatores potenciadores de uma maior satisfação e desenvolver um bom ambiente na prática e bem-estar dos enfermeiros.

O quadro concetual realizado na fundamentação teórica deste trabalho fundamenta a pertinência da realização do presente estudo sobre a satisfação dos enfermeiros Especialistas em Enfermagem Médico-Cirúrgica com o curso, com a atividade enquanto especialistas/especializados e com a satisfação profissional. Neste sentido, interrogamo-nos se os enfermeiros especialistas em Enfermagem Médico-Cirúrgica a exercerem funções em várias instituições se encontram satisfeitos.

Tendo em conta o preconizado pelo Regulamento n.º 429/2018, de 16 de julho de 2018, a respeito das competências específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica, mais concretamente no seu artigo 2.º é preceituado que este profissional “a) Cuida da pessoa e família/cuidadores a vivenciar processos médicos e/ou cirúrgicos complexos, decorrentes de doença aguda ou crónica; b) Otimiza o ambiente e os processos terapêuticos na pessoa e família/cuidadores a vivenciar processos médicos e/ou cirúrgicos complexos, decorrentes de doença aguda ou crónica” (p. 19359). Como tal, é fundamental que estejam reunidas todas as condições para que este profissional de saúde sinta satisfação em relação às funções que desempenha. Procurar-se conhecer o nível de satisfação profissional dos enfermeiros especialistas em Enfermagem Médico-Cirúrgica poderá ser um método para identificação de problemas e/ou de oportunidades de melhoria

O interesse pela satisfação profissional dos enfermeiros especialistas em Enfermagem Médico-Cirúrgica, sob o ponto de vista motivacional, alicerça-se “no facto de a enfermagem ser uma classe profissional que lida com pessoas mais ou menos vulneráveis, com forte componente de interação humana, encontrando-se de forma implícita ou explicitamente associada ao desempenho assistencial, que se espera que seja de excelência” (Correia, 2016, p. 32). Importa ainda referir, de acordo com a mesma autora, que as instituições de saúde contam com colaboradores mais satisfeitos e que estes sejam produtivos. Assim sendo, assume-se o pressuposto de que a satisfação dos enfermeiros especialistas em Enfermagem Médico-Cirúrgica constituiu-se como um indicador relevante na qualidade dos serviços/cuidados prestados à pessoa em situação crítica e seus familiares.

Com esta questão geral de partida surgiram outras questões às quais procuraremos dar resposta:

- Qual a satisfação dos enfermeiros no exercício de funções de especialista/especializado em Enfermagem Médico-Cirúrgica?

- Qual a satisfação com o curso de especialização em Enfermagem Médico- Cirúrgica?

- Qual a satisfação profissional no trabalho dos enfermeiros especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica?

- Que variáveis de caracterização sociodemográfica e profissional interferem na satisfação dos enfermeiros Enfermagem Médico-Cirúrgica?

- Quais as razões que levaram à escolha do curso de Enfermagem Médico- Cirúrgica?

Com base nas questões enunciadas, elaboraram-se os seguintes objetivos:

- Avaliar o nível de satisfação dos enfermeiros no exercício de funções de especialistas em Enfermagem Médico-Cirúrgica;

- Avaliar a satisfação com o curso de especialização em Enfermagem Médico- Cirúrgica;

- Avaliar a satisfação profissional dos enfermeiros especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica;

- Relacionar as caraterísticas sociodemográficas e profissionais dos enfermeiros especialistas em Enfermagem Médico-Cirúrgica com a satisfação no exercício de funções de especialista, com a satisfação com o curso e com a satisfação profissional no trabalho;

- Identificar as razões da escolha da especialidade de Enfermagem Médico-Cirúrgica. Para a consecução das questões e objetivos de investigação formulados, optou-se por um tipo de investigação que tem as caraterísticas de um estudo descritivo, analítico, exploratório do tipo quantitativo, pois é baseado em resultados numéricos, suscetíveis de serem generalizados a outras populações (Coutinho, 2014), não experimental, na medida em que as variáveis de interesse do estudo são observadas ou mensuradas como ocorrem naturalmente. Dá-se como exemplo as pesquisas em que os próprios participantes respondem a questionários ou escalas sobre os seus comportamentos (Fortin, Côté & Filion, 2009). É também descritivo e correlacional uma vez que procura estudar o modo como as variáveis independentes (variáveis sociodemográficas e profissionais) influenciam a satisfação dos enfermeiros especialistas em Enfermagem Médico-Cirúrgica com o curso satisfação enquanto enfermeiro especialista e satisfação profissional.

Num trabalho científico é fundamental a identificação e operacionalização identificar das variáveis e a previsão do estabelecimento de relações que podem existir entre elas.

As variáveis dependentes no presente estudo são a satisfação dos enfermeiros especialistas em Enfermagem Médico-Cirúrgica com o curso de especialização, com as funções de especialista e a satisfação profissional.

As variáveis independentes são aglomeradas em dois grupos: as sociodemográficas (género, idade, estado civil) e as profissionais (categoria profissional, tempo de experiência profissional, de exercício na carreira, na categoria, tempo de especialidade, instituição onde tirou a especialidade, instituição e serviço onde desempenha funções, o desempenhar funções de especialista, carga horária semanal, acumulação de funções, exercer funções de gestão ou chefia no serviço, gostar da profissão que exerce). Estas variáveis servem para caracterizar a amostra e avaliar a sua interferência na variável dependente.

Nesta perspetiva e tendo em conta as considerações metodológicas adotadas para este estudo, elaborou-se uma representação esquemática, que procura dar a conhecer o tipo de relação que se pretende estabelecer entre as variáveis (cf. Figura 4).

Figura 4 – Representação esquemática da relação prevista entre as variáveis estudadas

1.4 População e amostra