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MÉTODOS ESTATÍSTICOS

No documento IVANA KARINA CAVALCANTE DE OLIVEIRA (páginas 45-75)

4.8 Análise dos dados e métodos estatísticos

4.8.2 MÉTODOS ESTATÍSTICOS

Para análise dos dados foram obtidas distribuições absolutas, percentuais, as medidas estatísticas: média e desvio padrão e o índice de kappa para avaliar o grau de coincidência entre os momentos para cada avaliação e entre as avaliações para cada momento (Técnicas de estatística descritiva) e foram utilizados os testes t-Student pareado, teste de Mc-Nemar, F (ANOVA) para medidas repetidas e obtido um intervalo para o kappa com 95,0% de confiança (Técnicas de estatística inferencial). Através do teste para a verificação de que o kappa populacional é nulo.

SOBRE O KAPPA

O índice Kappa é uma medida que varia entre -1 e + 1 e quando igual a unidade indica perfeita concordância entre as avaliações; um Índice igual a zero equivale a classificação aleatória ou independência entre os exames; quanto mais próximo de 1 mais coincidente são as avaliações e quanto mais próximo de –1, menos coincidente, sendo que este índice é igual a –1,00 se nenhuma avaliação for coincidente.

Uma escala sugerida para se interpretar os escores de Kappa é a seguinte: < 0,20 Pobre 0,21-0,40 Fraca; 0,41-0,60 Moderada; 0,61-0,80 Boa; 0,81-0,99 Ótima; 1,00 Perfeita.

O nível de significância utilizado nas decisões dos testes

estatísticos foi de 5%. Os dados foram digitados através na planilha

Excel e o “software” utilizado para a obtenção dos cálculos estatísticos

foi o SAS na versão 8,0 para microcomputador.

5 RESULTADOS

Na Tabela 1 apresentam-se os resultados das avaliações da odontometria e obturação por momento. Desta tabela destaca-se que: na odontometria a maioria das distâncias foi aquém do ápice, sendo que em cada um dos momentos a maior freqüência correspondeu à imagem aquém do ápice ou forame apical maior que 0,5 até 1,0 mm (A-II), com percentuais que variaram de 26,8% (3o momento) a 28,8% (primeiro momento); no primeiro momento de verificação o menor percentual (6,8%) aquém do ápice ou forame apical correspondeu àquele maior que 1,0 até 1,5 mm, ou seja, em A-III, e os seguintes maiores percentuais variaram de 11,6% (A) a 16,4% (A-IV); no segundo momento de verificação o menor percentual aquém do ápice ou forame apical foi maior que 1,5 até 2,0 mm, ou seja, em A-IV (8,4%), e os seguintes maiores percentuais variaram de 11,6% (A e A-V) a 17,2% (A-I); já no terceiro momento de verificação o menor percentual (11,6%) correspondeu à medida igual a zero (A), e os percentuais seguintes ao maior variaram de 12,0% (A-III e A-V) a 18,8% (A-I); o percentual de medidas coincidentes com o ápice (iguais a zero) foi 11,6% em cada momento.

Na radiografia de obturação, a maioria das medidas foi aquém do ápice em cada um dos momentos; o maior percentual variou de 33,6% (1o momento) a 40,4% (2o momento), correspondendo às medidas maiores que 0,5 até 1,0 mm (A-II); o segundo maior percentual em cada momento correspondeu à imagem aquém do ápice ou forame apical, maior que 0 até 0,5 mm (A-I), com percentuais de 21,6% (2o momento) a 22% (1o e 3o momentos); já com relação aos menores percentuais aquém ápice ou forame apical, estes variaram de 2,4% (2o momento) a 4,8% (3o momento), com medidas maiores que 2,0mm (A-V).

Tabela 1 - Avaliação dos momentos segundo a avaliação e a categoria.

Momentos

Avaliação/Categoria 1a verificação 2a verificação 3a verificação

N % N % N %

Odontometria

A 29 11,6 29 11,6 29 11,6

A-I 40 16,0 43 17,2 47 18,8

A-III 17 6,8 41 16,4 30 12,0 A-IV 41 16,4 21 8,4 31 12,4 A-V 35 14,0 29 11,6 30 12,0 B-I 5 2,0 6 2,4 8 3,2 B-II 6 2,4 6 2,4 4 1,6 B-III 1 0,4 4 1,6 2 0,8 B-IV 4 1,6 - - 2 0,8 B-V - - - - - - TOTAL 250 100,0 250 100,0 250 100,0 Obturação A 31 12,4 31 12,4 31 12,4 A-I 55 22,0 54 21,6 55 22,0 A-II 84 33,6 101 40,4 96 38,4 A-III 40 16,0 35 14,0 37 14,8 A-IV 22 8,8 17 6,8 18 7,2 A-V 12 4,8 6 2,4 7 2,8 B-I 2 0,8 1 0,4 2 0,8 B-II 1 0,4 3 1,2 1 0,4 B-III 1 0,4 2 0,8 3 1,2 B-IV 2 0,8 - - - - B-V - - - - TOTAL 250 100,0 250 100,0 250 100,0 A: imagem coincidente com o vértice radiográfico/forame apical (igual a 0);

A-I: imagem aquém do ápice ou forame apical, maior que 0 até 0,5 mm; A-II: imagem aquém do ápice ou forame apical maior que 0,5 até 1,0 mm; A-III: imagem aquém do ápice ou forame apical maior que 1,0 até 1,5 mm; A-IV: imagem aquém do ápice ou forame apical maior que 1,5 até 2,0 mm; A-V: imagem aquém do ápice ou forame apical maior que 2,0 mm;

B-I: imagem além do ápice ou forame apical maior que 0 até 0,5 mm; B-II: imagem além do ápice ou forame apical maior que 0,5 até 1,0 mm; B-III: imagem além do ápice ou forame apical maior que 1,0 até 1,5 mm; B-IV: imagem além do ápice ou forame apical maior que 1,5 até 2,0 mm; B-V: imagem além do ápice ou forame apical maior que 2,0 mm.

0 5 10 15 20 25 30 35

A A-I A-II A-III A-IV A-V B-I B-II B-III B-IV B-V

P e rc e n tu a l Fev/2005 Fev/2006 Ago/2006

Gráfico 1 - Percentuais das categorias segundo o momento na odontometria.

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

A A-I A-II A-III A-IV A-V B-I B-II B-III B-IV B-V

P e rc e n tu a l Fev/2005 Fev/2006 Ago/2006

Gráfico 2 - Percentuais das categorias segundo o momento na obturação.

Os Gráficos 3 a 5 mostram que cada momento de avaliação a maior freqüência correspondeu à imagem aquém do ápice ou forame apical maior que 0,5 até 1,0 mm (A-II), sendo que o percentual da obturação foi mais elevado do que o percentual da odontometria.

0 5 10 15 20 25 30 35 40

A A-I A-II A-III A-IV A-V B-I B-II B-III B-IV B-V

P e rc e n tu a l Avaliação inicial Avaliação final 1o momento 2o momento 3o momento Odontometria Obturação Odontometria Obturação 1o momento 2o momento 3o momento

Gráfico 3 - Percentuais das categorias segundo o primeiro momento de verificação. 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

A A-I A-II A-III A-IV A-V B-I B-II B-III B-IV B-V

P e rc e n tu a l Avaliação inicial Avaliação final

Gráfico 4 - Percentuais das categorias de acordo com o segundo momento de verificação.

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

A A-I A-II A-III A-IV A-V B-I B-II B-III B-IV B-V

P e rc e n tu a l Avaliação inicial Avaliação final

Gráfico 5 - Percentuais das categorias segundo o terceiro momento de verificação.

Na Tabela 2 apresentam-se os resultados da coincidência entre os pares de momentos em cada uma das avaliações. Desta tabela destaca-se que: os percentuais de coincidências entre os momentos variaram, na odontometria, de 73,2% a 78,8% e, na obturação, de 71,2% a 77,6%, e os valores de kappa variaram de 0,68 a 0,75 na odontometria e de 0,62 a 0,71 na obturação, indicando uma boa concordância. Pelos valores dos intervalos de confiança para o kappa rejeita-se a hipótese de kappa populacional nulo (p < 0,05) desde que o valor zero não foi incluído em nenhum dos intervalos obtidos, sendo a maior concordância entre o 1o e o 2o momentos das avaliações, tanto na etapa de odontometria (78,8%) como na etapa de obturação (77,6%).

Tabela 2 - Coincidência entre os momentos para cada avaliação.

Coincidência

Avaliação/Momento N % (1) Kappa (IC a 95%) (1) Odontometria

Odontometria Obturação

Odontometria Obturação

1o momento x 2o momento 197 78,8 0,75 (0,70 a 0,80) 1o momento x 3o momento 187 74,8 0,70 (0,64 a 0,76) 2o momento x 3o momento 183 73,2 0,68 (0,63 a 0,73)  Obturação 1o momento x 2o momento 194 77,6 0,71 (0,66 a 0,76) 1o momento x 3o momento 184 73,6 0,66 (0,60 a 0,72) 2o momento x 3o momento 178 71,2 0,62 (0,56 a 0,68)

(1): Com base em 250 avaliações realizadas.

A Tabela 3 analisa para cada momento o grau de coincidência entre as duas avaliações para cada um dos momentos. Os resultados da coincidência observada e dos valores do kappa (valores inferiores a 0,20) mostram baixos valores de coincidência entre as duas avaliações para cada um dos momentos.

Tabela 3 - Coincidência entre as avaliações (odontometria x obturação) para cada um dos momentos.

Coincidência

Momentos Observada Kappa (IC a 95%) (1) N % (1)

1a verificação 65 26,0 0,10 (0,05 a 0,15)

2a verificação 69 27,6 0,10 (0,05 a 0,15)

3a verificação 50 20,0 0,01 (-0,05 a 0,07)

(1): Com base em 250 avaliações realizadas.

Na Tabela 4 apresenta-se as médias das medidas em cada um dos momentos e cada uma das avaliações, sendo que a elaboração desta tabela as medidas além do ápice radicular foram consideradas com valores negativos. Desta tabela observa-se que: em cada avaliação a média foi mais elevada no primeiro momento de verificação e foi aproximada nos outros dois momentos; em cada momento a média das medidas foi menos elevada na etapa de obturação do que na etapa de odontometria. Através de testes estatísticos comprovaram-se diferenças significantes entre os momentos e pelos testes de comparações pareadas de Bonferroni comprovaram-se diferenças significantes do primeiro momento de verificação para cada um dos outros dois momentos conforme

indicam as letras distintas entre parêntesis; em cada momento comprova-se diferença significante entre as duas avaliações ao nível de 5,0 (p < 0,05).

Tabela 4 - Média e desvio padrão dos momentos segundo a avaliação.

Momentos

Avaliação 1a verificação 2a verificação 3a verificação Valor p

Média (DP) Média (DP) Média (DP)

Odontometria 1,15 (1,12) (A) 1,06 (1,00) (B) 1,08 (1,03) (B) p(1) < 0,001*

Obturação 0,98 (0,81) (A) 0,91 (0,71) (B) 0,92 (0,74) (B) p(1) < 0,001*

Valor p p(2) = 0,017* p(2) = 0,019* p(2) = 0,023* (*): Diferença significante a 5,0%.

(1): Através do teste F (ANOVA para dados pareados). (2): Através do teste t-Student pareado.

Obs: Se todas as letras entre parêntesis são distintas existe diferença significante entre os momentos correspondentes através do teste de Bonferroni.

Na Tabela 5 analisam-se os resultados considerando-se cada medida como adequada (de 0,1 a 1,0 mm aquém, ou então 0,5 e 1,0 mm aquém) ou inadequada. Desta tabela destaca-se que o percentual de medidas certas na etapa de odontometria foi bastante aproximado entre os momentos (variou de 44,8% a 45,6%) e na etapa de obturação variou de 55,6% (no primeiro momento de verificação) a 62,0% (no segundo momento de verificação); em cada um dos momentos o percentual de avaliação de medições adequadas foi mais elevada na obturação do que na odontometria, sendo que a maior diferença ocorreu no segundo momento de verificação. Através dos testes Mc-Nemar não se comprova diferenças significantes entre os pares de momentos da odontometria (p > 0,05) e comprovam-se diferenças entre os pares de momentos na obturação. Diferenças significantes entre as avaliações também foram observadas entre as duas avaliações para cada um dos momentos.

Tabela 5 - Avaliação dos resultados segundo o momento e a avaliação.

Momentos

Avaliação Resultado 1a verificação 2a verificação 3a verificação Valor de p N % N % N % Odontometria Adequada 112 44,8 114 45,6 114 45,6 p1 = 0,727 Inadequada 138 55,2 136 54,4 136 54,4 p2= 0,727 p3= 1.000 TOTAL 250 100,0 250 100,0 250 100,0 Obturação Adequada 139 55,6 155 62,0 151 60,4 p1 < 0,001* Inadequada 111 44,4 95 38,0 99 39,6 p2 < 0,001* p3= 0,017* TOTAL 250 100,0 250 100,0 250 100,0 Valor de p p4 = 0,012* p4 < 0,001* p4 = 0,001*

p1 = Teste Mc-Nemar entre o primeiro e o segundo momentos de verificação. p2 = Teste Mc-Nemar entre o primeiro e o terceiro momentos de verificação. p3 = Teste Mc-Nemar entre o segundo e o terceiro momentos de verificação. p4 = Teste Mc-Nemar entre as avaliações para cada um dos momentos.

Com a concordância intra-examinador foi verificado que houve uma melhor coincidência entre as etapas de odontometria e obturação do canal radicular no segundo momento de verificação de suas medidas. Sendo assim, a análise estatística realizada a seguir foi apenas a deste momento, com o objetivo de se verificar a coincidência entre as medidas lineares das radiografias das fases de odontometria e obturação dos tratamentos endodônticos.

O anexo IV exibe as medidas encontradas e a sua respectiva classificação no segundo momento de verificação. As medidas que apresentam a letra ”a” à sua direita, significa medidas além do ápice radicular/forame apical.

O resultado das avaliações da odontometria e obturação do segundo momento de verificação, acima citado, encontra-se nas Tabelas 1 e 6. Desta tabela destaca-se que: a maioria das distâncias foi aquém do ápice, sendo que a maior freqüência em cada avaliação correspondeu à imagem aquém do ápice ou forame apical maior que 0,5 a 1,0 mm (A-II), com percentuais de 40,4% na obturação e 28,4% na odontometria, seguido de 0,5 mm (A-I) com 21,6% na obturação e 17,2% na odontometria e maior do que 1,0 a 1,5 mm (A-III) com 16,4% na odontometria e 14,0% na obturação. O Gráfico 6 e a Tabela 6 exibem os dados citados acima, ou seja, apenas as medidas do momento

selecionado. Observa-se ainda que em nenhuma etapa houve medidas correspondentes às categorias B-IV e B-V na classificação utilizada neste momento de verificação.

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

A A-I A-II A-III A-IV A-V B-I B-II B-III

Odontometria Raio-X final

Gráfico 6 - Percentuais das categorias segundo a avaliação.

Tabela 6 - Avaliação do momento de verificação selecionado, ou seja, do segundo momento de verificação.

Avaliação

Categoria Odontometria Obturação

N % N % A 29 11,6 31 12,4 A-I 43 17,2 54 21,6 A-II 71 28,4 101 40,4 A-III 41 16,4 35 14,0 A-IV 21 8,4 17 6,8 A-V 29 11,6 6 2,4 B-I 6 2,4 1 0,4 Odontometria Obturação

B-II 6 2,4 3 1,2

B-III 4 1,6 2 0,8

TOTAL 250 100,0 250 100,0

Na Tabela 7 apresentam-se as médias das medidas em cada uma das avaliações. Desta tabela observa-se que a média foi mais elevada na odontometria do que na avaliação da obturação (1,06 mm x 0,91 mm) e através do teste estatístico comprova-se diferença significante entre as duas avaliações ao nível de significância (p < 0,05).

Tabela 7 - Média e desvio padrão do momento selecionado segundo a avaliação.

Avaliação Média Desvio padrão

Odontometria 1,06 1,00

Obturação 0,91 0,71

Valor p p(1) = 0,019* (*): Diferença significante a 5,0%.

(1): Através do teste t-Student pareado.

A Tabela 8 mostra que, das 250 radiografias verificadas em cada etapa do tratamento endodôntico, apenas 69 (27,6%) foram coincidentes entre ambas as etapas. A tabela mostra ainda que não houve coincidência entre as duas etapas em medidas além do vértice radiográfico / forame apical enquadradas em B-I, B-II, B-III, B-IV ou B-V, apresentando coincidência apenas em A da classificação de Strindberg (1956), modificada para execução da presente pesquisa.

Tabela 8 - Medidas coincidentes em ambas as etapas do tratamento endodôntico.

Coincidência % entre as Categoria Odontometria x Obturação amostras

N % A 2 3,0 0,8 A-I 15 21,7 6,0 A-II 36 52,2 14,4 A-III 9 13,0 3,6 A-IV 3 4,3 1,2 A-V 4 5,8 1,6 TOTAL 69 100,0 27,6

Na Tabela 9 observa-se todos os resultados obtidos no momento selecionado, sendo estes coincidentes ou não. Observa-se, em destaque, os resultados coincidentes em ambas as etapas, com uma ressalva (*) em A-V, pois este apresentou coincidência apenas em valores e em apenas 1 caso. Entretanto, pela classificação, houve coincidência. Desta forma, será considerado como coincidente, visto que o estudo é considerando a classificação de Strindberg (1956), modificada.

Tabela 9 - Avaliação dos resultados na odontometria e na obturação no segundo momento de verificação.

Resultados na odontometria

Resultados A A-I A-II A-III A-IV A-V B-I B-II B-III TOTAL obturação A 2 8 10 5 2 1 - 1 - 29 A-I 10 15 13 3 1 - 1 - - 43 A-II 6 16 36 9 2 1 - 1 - 71 A-III 3 4 20 9 3 - - 1 - 41 A-IV 3 5 8 2 3 - - - - 21 A-V 3 3 8 5 6 4* - - - 29 B-I 1 2 2 - - - - 1 6 B-II 2 - 3 1 - - - - - 6 B-III 1 1 1 1 - - - - 4 TOTAL 31 54 101 35 17 6 1 3 1 250

Na tabela 10 analisam-se os resultados considerando-se cada medida como adequada (A-I e A-II), inadequada aquém (A-III a A-V) e inadequada além (A, B-I a B-V). Desta tabela destaca- se que em cada avaliação o maior percentual correspondeu ao resultado certo (medidas consideradas adequadas), entretanto este percentual foi mais elevado na avaliação da obturação do que na odontometria, sendo de 62,0% e 45,6%, respectivamente. Já o contrário ocorreu com os resultados errados que teve percentual mais elevado na odontometria do que na obturação, sendo inadequados aquém com percentual de 36,4% e 23,2%, e inadequados além, com percentuais de 18,0% e 14,8%, respectivamente; comprova-se diferença significante entre as duas avaliações. Na mesma tabela observa-se ainda que 114 radiografias tiveram suas medidas consideradas adequadas no momento da odontometria e 155 no momento da obturação.

Tabela 10 - Avaliação dos resultados segundo a avaliação.

Avaliação

Resultado Odontometria Obturação Valor de p

N % N % Inadequado (Aquém) 91 36,4 58 23,2 Adequado 114 45,6 155 62,0 p (1) < 0,001* Inadequado (Além) 45 18,0 37 14,8 TOTAL 250 100,0 250 100,0 (1): Teste Mc-Nemar-Bower entre as duas avaliações.

A Tabela 11 mostra a distribuição dos resultados na classificação estudada, onde observa-se que, na odontometria, 37,8% estavam enquadradas na categoria A-I, enquanto 62,2% pertenciam à categoria A-II; já na obturação, 34,8% enquadrava-se em A-I e 65,2% encontrava-se em A-II.

Tabela 11 - Distribuição das medidas consideradas adequadas na classificação de Strindberg modificada e seus percentuais.

Avaliação

Categoria Odontometria Obturação

N % N %

A-I 43 37,8 54 34,8

A-II 71 62,2 101 65,2

TOTAL 114 100,0 155 100,0

Observa-se que 114 medidas foram consideradas adequadas durante a odontometria. Deste total, 37,8% estavam enquadradas na categoria A-I, enquanto 62,2% pertenciam à categoria A- II, segundo a classificação de Strindberg modificada para execução desta pesquisa.

O Gráfico 7 exibe a distribuição das medidas consideradas adequadas na odontometria com relação às medidas obtidas na obturação, e observa-se que 70% (n=80) dessas radiografias

mantiveram suas medidas e que 30% (n=34) obtiveram medidas consideradas inadequadas na radiografia de obturação.

Gráfico 7 - Distribuição das medidas consideradas adequadas com relação ao resultado da obturação.

Ainda com relação às medidas consideradas adequadas nas radiografias de odontometria e coincidentes com as radiografias de obturação, a Tabela 12 mostra que 63,8% mantiveram as mesmas medidas nas radiografias de obturação, ou seja, as mesmas foram coincidentes, sendo 18,8% enquadradas em A-I e 45,0% enquadradas em A-II. A tabela mostra ainda que 36,2% medidas consideradas adequadas nas radiografias de odontometria foram também consideradas adequadas nas radiografias de obturação, entretanto, sem coincidirem em ambas as etapas. Deste modo, observa-se que apenas 32% de um total de 114 tratamentos endodônticos obtiveram coincidências consideradas corretas durante suas etapas de odontometria e obturação.

Tabela 12 - Medidas consideradas adequadas em ambas as etapas de verificação.

Avaliação Total Odontometria Obturação N % A-I A-I 15 18,8 A-II A-II 36 45,0 A-I A-II 13 16,2 A-II A-I 16 20,0 TOTAL 80 100,0

A Tabela 13 mostra, discriminadamente, que, dos tratamentos com medidas consideradas adequadas na etapa de odontometria e inadequadas na etapa de obturação, 53,0%

Odontometria e obturação consideradas adequadas

Odontometria considerada adequada e obturação considerada inadequada

perderam o comprimento para um valor além, ou seja, passaram a se enquadrar nas categorias A, B- I, B-II ou B-III na classificação estudada e que 47,0% perderam o comprimento para um valor aquém, ou seja, passaram a se enquadrar em A-III, A-IV ou A-V, na mesma classificação.

Tabela 13 - Distribuição e percentual das medidas consideradas adequadas na odontometria e consideradas inadequadas na obturação.

Resultado Obturação

Resultados Odontometria TOTAL

A-I A-II N % N % N % Aquém A-III 3 9,0 9 26,0 16 47,0 A-IV 1 3,0 3 9,0 Além A 10 29,4 6 17,6 18 53,0 B-I 1 3,0 1 3,0 TOTAL 34 100

Quanto às medidas consideradas adequadas durante a fase de obturação (n=155), observa-se que houve um acréscimo de 36% (n=41) com relação às medidas verificadas durante a odontometria. Como visto na tabela 14, 80 destas medidas foram coincidentes na odontometria; deste modo 75 tiveram um valor considerado inadequado na odontometria, tendo, desta vez, recuperado o mesmo para um valor considerado adequado. Assim, a Tabela 14 mostra que, das medidas consideradas adequadas no momento da obturação, 64,0% tiveram um valor considerado inadequado na odontometria, tendo, assim, recuperado o comprimento de trabalho, sendo distribuídos em A-I (n=12) e A-II (n=36). Estes obtiveram, na odontometria, um valor aquém daqueles considerados adequados (ou seja, encontravam-se em A-III, A-IV ou A-V). Por sua vez, 36,0% das medidas consideradas adequadas na obturação, tiveram, na odontometria, um valor além daqueles considerados adequados (ou seja, enquadradas em A, B-I, B-II ou B-III), tendo recuperado o comprimento de trabalho na radiografia de obturação, sendo 11 em A-I e 16 em A-II.

Tabela 14 - Distribuição e percentual das medidas consideradas inadequadas na odontometria e consideradas adequadas na obturação.

Resultado odontometria

Resultados obturação TOTAL

A-I A-II

N % N % N %

Aquém

A-III 4 5,3 20 26,7

A-V 3 4 8 10,7 Além A 8 10,7 10 13,3 B-I 2 2,7 2 2,7 27 36,0 B-II - - 3 4,0 B-III 1 1,3 1 1,3 TOTAL 75 100

A Tabela 15 mostra que um total de 61 (24,4%) dos 250 tratamentos endodônticos avaliados apresentou medidas consideradas inadequadas em ambas as etapas. Destas, 29,5% foram coincidentes em ambas as etapas, sendo distribuídas em A (n=2), A-III (n=9), A-IV (n=3) e A-V (n=4), o que pode-se observar nas Tabelas 13 e 16; e em 70,5% não houve coincidência entre as fases de odontometria e obturação.

Tabela 15 - Medidas consideradas inadequadas em ambas as etapas.

Total

Resultado N %

Inadequadas coincidentes (odontometria = obturação)

18 29,5

Inadequadas não coincidentes (odontometria ≠ obturação)

43 70,5

Total 61 100

Tabela 16 - Distribuição das medidas consideradas inadequadas e coincidentes em ambas as etapas.

Classificação Odontometria = Obturação

N % A 2 11,1 AIII 9 50,0 AIV 3 16,7 AV 4 22,2 TOTAL 18 100

A Tabela 17 mostra a distribuição das medidas consideradas inadequadas e não coincidentes em ambas as etapas, onde observa-se que o maior percentual correspondeu às medidas aquém das consideradas adequadas na classificação estudada, sendo de 37,2%, seguido

de medidas aquém na odontometria e além na obturação (25,6%). Já as medidas além, em um mesmo tratamento, tanto na fase de odontometria como na obturação apresentou menor percentual, correspondente a 14,0%.

Tabela 17 - Distribuição das medidas consideradas inadequadas e não coincidentes.

Avaliação Total Odontometria Obturação N % Aquém Aquém 16 37,2 Aquém Além 11 25,6 Além Aquém 10 23,2 Além Além 6 14,0 TOTAL 43 100,0

A Tabela 18 exibe os resultados demonstrados nas tabelas 15, 16 e 17, das medidas consideradas erradas, de acordo com a classificação de Strindberg (1956), modificada para execução dessa pesquisa. Em destaque, observam-se as medidas consideradas inadequadas e coincidentes. Desta tabela destaca-se que: das 61 medidas avaliadas segundo a odontometria e a obturação observa-se que apenas 18 (29,5%) estavam adequadas e a maioria (70,5%) foram inadequadas, conforme resultados. O valor do Kappa foi igual a 0,11 (-0,04 a 0,22) o que indica uma baixa correlação.

Tabela 18 - Medidas consideradas inadequadas em ambas as etapas do tratamento endodôntico.

Resultados obturação Resultados

odontometria

A A-III A-IV A-V B-I B-II B-III TOTAL Kappa e IC 95%

A 2 3 3 3 1 2 1 15 0,11 (-0,04 a 0,22) A-III 5 9 2 5 - 1 1 23 A-IV 2 3 3 6 - - - 14 A-V 1 - - 4 - - - 5 B-II 1 1 - - - 2 B-III - 1 - - 1 - - 2 TOTAL 11 17 8 18 2 3 2 61

IVANA KARINA CAVALCANTE DE OLIVEIRA

ANÁLISE RADIOGRÁFICA COMPARATIVA DOS LIMITES APICAIS

RADICULARES ENTRE AS FASES DE ODONTOMETRIA E

OBTURAÇÃO FINAL DURANTE A TERAPÊUTICA ENDODÔNTICA

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de Pernambuco para obtenção do Título de Mestre em Odontologia, Área de Concentração em Endodontia

DATA DE APROVAÇÃO: 18/02/2008

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________ Prof. Dr. Roberto Alves dos Santos

Examinador – FOP/UPE

__________________________________________ Profa. Dra. Diana Santana de Albuquerque

Examinadora – FOP/UPE

__________________________________________ Profa. Dra. Kátia Simone Alves dos Santos

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No documento IVANA KARINA CAVALCANTE DE OLIVEIRA (páginas 45-75)

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