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Radiologia como auxiliar na avaliação de sucesso e insucesso do tratamento endodôntico

No documento IVANA KARINA CAVALCANTE DE OLIVEIRA (páginas 33-36)

Sewell, Fenyo-Pereira, Lage-Marques et al. (1999) realizaram um estudo com a finalidade de avaliar a utilização das radiografias panorâmicas e periapicais em pacientes que se encontravam em tratamento nas clínicas da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, com pelo menos um dente submetido à terapia endodôntica. A análise foi realizada através de negatoscópio e lupa de 4 aumentos, por 3 examinadores, utilizando-se os seguintes critérios durante a interpretação das radiografias: 1. Presença de rarefação óssea periapical; 2. Tipo de material obturador utilizado no canal radicular; 3. Tipo se material restaurador empregado; 4. Qualidade do tratamento endodôntico no que se refere ao limite longitudinal da obturação, a adaptação do material obturador às paredes por toda a extensão do canal e o contraste radiográfico do preenchimento; 5. Qualidade do preenchimento da câmara pulpar (restauração dental) e canal radicular referente à justaposição do material de preenchimento à obturação do canal e à justaposição do retentor intra-radicular ao remanescente da obturação do canal. Para isso, foram realizadas radiografias de 200 pacientes, equivalentes a 565 dentes analisados, sendo 237 dentes anteriores e 328 posteriores. Os resultados mostraram que a radiografia periapical define melhor a presença de rarefação óssea periapical difusa, obturação do canal radicular com guta-percha, tratamento endodôntico inadequado, justaposição do material restaurador inadequada para a região anterior e a presença de restauração metálica fundida na região posterior. Para os demais itens avaliados, os resultados da análise estatística não foram significantes. Com relação à concordância de diagnósticos entre os examinadores, existiu uma diferença significativa tanto para a região anterior como para a posterior, a radiografia periapical demonstrou ser superior à panorâmica. Além disso, os autores afirmam que critérios para a interpretação de radiografias devem ser estabelecidos, uma vez que diversos fatores podem

contribuir para aumentar as variações de opiniões dos examinadores durante a avaliação radiográfica.

Embora existam tantas variáveis que interferem na interpretação,

conferindo um caráter subjetivo à análise, o exame radiográfico é o método de

escolha no estudo dos resultados e do padrão técnico de um tratamento

endodôntico. A forma mais comum de se medir a confiabilidade de uma medida é

verificar sua reprodutibilidade, ou seja, tomar diferentes medições repetidas e avaliar

o grau de concordância entre elas. Essa concordância pode ser estabelecida a partir

da comparação de medidas obtidas pelo mesmo examinador (concordância intra-

examinador) ou por diferentes examinadores (concordância inter-examinadores)

(LELES, 2001).

Para Ferreira (2004), tal observação fornece subsídios para que outros trabalhos venham sendo desenvolvidos para avaliar as diferenças inter e intra-observadores nos exames de radiografias de tratamentos endodônticos, pois o exame das radiografias odontológicas envolve diversas possibilidades de interpretações erradas sobre as suas informações. Quando vários observadores estão envolvidos, as diferenças inter-observadores irão ocorrer; já a utilização de um só examinador normalmente oferece um risco de erro considerável. Em adição às variações inter-examinadores, um examinador individual pode contradizer os seus próprios achados no momento do re-exame.

Ogata, Loffredo, Kuga et al. (2005) realizaram um trabalho com o objetivo de comparar a eficácia de três condições de interpretação radiográfica em odontometria e avaliar a concordância intra-observador. Trinta radiografias periapicais de incisivos central e lateral superiores, de arquivos, foram medidas em mm da extremidade da lima ao ápice radiográfico, com a utilização de um paquímetro digital. Foram feitas três medidas em cada radiografia e em seguida foi calculada a média. Após 12 dias, as medidas foram repetidas. As condições experimentais de interpretação radiográfica foram: 1) Visual (negatoscópio sem máscara e sem magnificação); 2) Magnificação (negatoscópio com lente de aumento de 2,5 X e com máscara); e 3) Bloqueador (bloqueador de luz e lente de aumento de 1,75 X). O resultado não mostrou diferenças significantes entre as duas sessões de observação, métodos de interpretação ou interação entre as sessões de interpretação e método (p>0,05). A medida intra-observador foi 0,02 mm para os métodos Visual e Magnificação e 0,01 mm para o Bloqueador. Assim, os autores concluíram que parece não haver qualquer vantagem realizar medidas da distância entre o ápice radicular e o extremo da lima endodôntica em dentes incisivos superiores utilizando máscara ou magnificação da imagem.

O endodontista passou, ao longo dos anos, a ser conceituado pela imagem radiográfica das suas obturações. Não se sabe como foram executados todos os passos do tratamento endodôntico e por isso a sua imagem final, expressa pela obturação na radiografia periapical, tem sido o único meio para determinar a qualidade do tratamento. Assim, a obturação tornou-se a estética do endodontista. Em virtude disso, não é difícil entender porque esta etapa do tratamento endodôntico tem sido motivo de grande ansiedade no momento da sua execução e porque tem gerado o surgimento de inúmeras técnicas com esta finalidade (SOUZA, 2006).

Para Medeiros, Habitante, Zöllner et al. (2007), o dentista que se propõe a executar um tratamento de canal radicular, seja especialista ou não, deve possuir conhecimentos próprios de intervenção, além de possuir uma bagagem cognitiva das matérias básicas. Para os autores, faz parte do saber, o qual é adquirido na formação do profissional, não só o domínio de interpretação radiográfica, mas também, principalmente, a capacidade de aplicação das técnicas radiográficas.

3 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Avaliar a relação entre as radiografias de comprimento de trabalho (odontometria) e

de obturação final do canal radicular dos tratamentos endodônticos realizados na

Clínica de Endodontia da Graduação da Faculdade de Odontologia de Pernambuco.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Verificar as medidas lineares obtidas durante as etapas de odontometria e de

obturação final dos tratamentos endodônticos;

 Verificar a coincidência entre as medidas lineares da odontometria e

obturação final dos tratamentos endodônticos;

 Verificar a concordância intra-examinador entre as medidas lineares da

odontometria e obturação final dos tratamentos endodônticos.

4 METODOLOGIA

No documento IVANA KARINA CAVALCANTE DE OLIVEIRA (páginas 33-36)

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