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MÍNIMO DE IDADE

No documento Revista Completa (páginas 56-61)

ORIENTAÇÃO E CAPACIDADE FÍSICA

MÍNIMO DE IDADE

MENTAL TIPOS DE SERVIÇO

7 a 8 anos 8 a 9 anos 9 ar 10 anos 10 a 11 anos 11 a 12 anos 12 a 13 anos 13 a 14 anos

Embalagem de pequenas peças que não estejam facilmente sujeitas a danos, como por exemplo, caixas de pó de arroz.

Pequenas operações do tipo das de fabricação de lápis. Trabalhos grosseiros de costura, tais como pregar botões em cartões; cortar c colar caixas de cartolina; costura a barbante.

Marcar e conferir estoque; preparar algodão e lã para tecer; costurar vestuários.

Armar c revestir chapéus femininos.

Costurar etiquêtas com rapidez; trabalhos simples à má- quina; preparo de enfeites, para objetos de uso femi-

nino.

Ajustamento de partes que exijam algum raciocínio; cos- turar, debruar, c outras operações mais delicadas que se

podem fazer à máquina; quaisquer remates do ves- tuário.

FRYER (2) procurou estudar os limites de inteligência úteis às pro- fissões. Revendo os dados colhidos pelo Exército dos Estados Unidos, quando da aplicação de testes aos seus soldados, por ocasião da guerra, em 1917, preparou um teste para objetivos profissionais.

O quadro seguinte, por êle construído, dá o mínimo médio de pontos e dos limites dentro dos quais foram encontrados 50% dos trabalhadores de várias profissões.

(1) BURR, E., Mínimiim Inteligence Leveis of Acomplishment in Industry, Journal of Personal Research (1924) cit. p. Crane, G. W. Psychology Applied. (2) FRYER, D., Occupational Inlelligence Standards, School and Society, 1922, apud Crane.

Observando-se o quadro acima é licito supor, com Fryer, a exis- tência de certos limites entre os quais a inteligência se torna mais apro- priada para determinada profissão. Parece, de fato, que o trabalhador geralmente não fica satisfeito com a profissão que exerce, se a sua inteli- gência se afasta de determinados limites convenientes, quer para menos, quer para mais.

O conhecimento do nível de inteligência de uma pessoa será sempre elemento útil, não para apontar-lhe apenas uma ocupação, mas para indi- car-lhe um grupo de profissões, dentro de cujas atividades se sinta bem adaptado, quanto ao nível mental.

Encontram-se também diferenças de inteligência quando se obser- vam trabalhadores que pertencem a um mesmo grupo de profissões. Uma investigação de YOAKUM (3) revelou diferenças frisantes daquilo

(3) YOAKUM and YERKES, Army Mental Tests, apud Myers, G.E., Prin- cipies and Techniques of Vocational Guidance.

a que chamou "vivacidade mental", entre diversas categorias de ven- dedores. Foram eles separados em 4 grupos, a saber:

Grupo A: Vendedores de balcão, a varejo Grupo B: Vendedores de casas atacadistas Grupo C: Agentes de seguros

Grupo D: Vendedores para os quais se exija formação técnica, em

"college".

Submetidos a uma mesma prova mental, as médias de pontos obtidos foram as seguintes:

YOAKUM e YERKES construíram um gráfico com os dados obtidos de uma observação sôbre 18.423 trabalhadores diversos, dos quais eram conhecidos os pontos obtidos no "Army Test".

Foram fixados 7 grupos de inteligência que corresponderam à se- guinte classificação:

Gran de inteligência Pontos no " Army Test" A. Muito elevado 135 a 21.2 B. Superior 105 a 134 C+ Médio, forte ' 75 a 104 C. Médio 45 a 74 C— Médio, fraco 25 a 44 D. Inferior 15 a 24 D— Muito inferior 0 a 14 OBSERVAÇÕES NO BRASIL

Entre nós, as aplicações das provas de nível mental, que faz a Seção de Orientação e Seleção do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, para seleção de candidatos ao serviço público civil, tem mostrado grande concordância entre os habilitados no concurso e o simples resultado da prova mental.

Grupo A . . . 51 Grupo C . . . 112 Grupo B . . . 89 Grupo D . . . 159

Entre elas, citemos a referente a 1.372 candidatos submetidos à prova de inteligência para seleção de Escriturários e que revelou o seguinte:

a) 70 casos em 100, dos que se situaram no primeiro terço infe-

rior, na prova mental, conseguiram apenas obter notas baixas nas demais provas do concurso;

b) em conseqüência, nenhum dêsses candidatos conseguiu habili-

tação no concurso;

c) o resultado final do concurso, observados os 20 primeiros classi-

ficados, mostra que 19, ou 9 5 % dêles, haviam obtido pontos acima da média no teste de inteligência, sendo que destes, 12 (63%) pertenciam ao terço superior, pela classificação do nível mental.

Os resultados gerais dos testes têm demonstrado, igualmente, que os candidatos às diferentes carreiras do serviço público têm-se situado, para cada uma, dentro de níveis variáveis segundo as exigências respec- tivas, em relação à maioria dos candidatos.

Numerosas observações mostram também que, quando ingressa em determinada carreira, uma pessoa de nível mental muito acima do das exigências do serviço, ela experimenta, por outros concursos ou provas. passar para carreira mais elevada.

Justo é concluir-se, portanto, que, em qualquer orientação racional para o trabalho, ou para preparação profissional, a inteligência é fator que deve merecer atenção especial.

À vista das investigações já realizadas, parece ser a inteligência o atributo que com maiores probabilidades permite — senão encaminha- mento acertado para esta ou aquela profissão — ao menos a indicação

de grupos de profissões dentro das quais o orientando possa ficar bem colocado.

A escolha a ser feita então, nesse grupo, dependerá de aptidões específicas, de qualidades temperamentais, gostos e preferenciais.

Há dois pontos de vista legítimos e necessários na orientação, seja a orientação educacional seja a orientação profissional. O primeiro é global. Considera o indivíduo como ser humano, como personalidade total, que reage num ambiente total. O segundo é analítico. Cuida das características especiais do indivíduo e das condições do ambiente,

a levar em conta no trabalho de orientação.

Neste breve estudo, que trata especialmente das capacidades espe- cíficas, ou aptidões especiais, e o mercado de trabalho, teremos que considerar a orientação educacional do ponto de vista analítico. Isto não implica em diminuir a importância da consideração do indivíduo em tôdas as ramificações de seu "ego" e de seu ambiente. Ao contrário, esses pontos de vista são Complementares, e ambos, indispensáveis. A orientação educacional bem formulada não prescinde de um, nem de outro. Encara o indivíduo total numa situação total, mas também ana- lisa certas características pertinentes ao indivíduo e à situação na qual

êle viva. De suma importância entre estas características são as capa- cidades específicas do indivíduo, ou, no aspecto negativo, de suas "inca- pacidades", em face do mercado de trabalho em que tais atributos tenham possibilidade de exercer-se.

Vários estudos consideram compreensivamente o problema da orien- tação educacional em seus aspectos mais largos. A nós, caberá apenas indicar:

1, porque o orientador e o demais pessoal que se interesse pela orientação educacional têm que levar em consideração as capacidades específicas e o mercado do trabalho;

ADRIAN RONDILEAU

Da Divisão do Ensino Industrial, do Departamento Nacional de Educação.

No documento Revista Completa (páginas 56-61)