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M5.2 DESENHO DO PROCESSO DE FORMAÇÃO APRENDIZAGEM

Organização e planeamento da formação (presencial e/ou a distância)

O Planeamento da formação depende em grande medida da forma de como ocorre a organização da formação. Embora os programas e conteúdos da formação possam ser semelhantes é na fase de planeamento que se engendram também as estratégias de operacionalização da formação.

Aqui verificam-se acentuadas diferenças que devemos analisar especialmente do ponto de vista da introdução, existindo cada vez mais um maior avanço da chamada formação “e-learning”.

E-learning é uma forma de organização de ensino a distância que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos

didáticos sistematicamente organizados, apresentados em

diferentes suportes tecnológicos de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados através da internet.

Alguns termos, apesar de apresentarem uma certa diferença conceptual, na prática são utilizados como sinónimos de e-learning: “web training”, “web education”, formação à distância via internet, ensino controlado por tecnologia, ensino dirigido por computador.

O Desafio do Planeamento na Formação Presencial vs. Formação à Distância

Quer na formação presencial, quer na formação á distância, quanto maior for a interactividade, maior será a qualidade da aprendizagem. O grande desafio do formador será o planeamento das diferentes estratégias de construção e da intensidade da aplicação recursos tecnológicos e de multimédia para o enriquecimento da aprendizagem.

Em vez de considerar o e-learning como um instrumental tecnológico com aplicabilidade pedagógica, devemos considerar que esta forma de organização não consiste apenas na simples disponibilização de recursos (ainda que estruturados, planeados, organizados…) pela internet ou videoconferência, mas como uma forma de organização autónoma (e-learning) e/ou complementar (b-learning) que permite a criação de hábitos de aprendizagem distintos daqueles incentivados pela formação estritamente presencial, principalmente no que diz respeito ao autodidactismo (auto-formação).

A forte contribuição do e-learning para a mudança deste paradigma baseia-se na constatação de que a internet exige cada vez mais uma maior envolvência e iniciativa por parte do formando. No sistema presencial continua a ser possível verificar com alguma facilidade, exemplos de experiências em que o formando se apresenta com alguma passividade em relação à condução do processo ensino-aprendizagem.

Num programa de e-learning, o mais importante, segundo Marc Rosenberg, autor do livro "E-learning: strategies for delivering

knowledge in digital age", é a qualidade dos conteúdos e o incentivo ao desenvolvimento de uma cultura de aprendizagem permanente.

Os programas de e-learning permitem uma aprendizagem mais rápida e eficiente do que o ensino tradicional pelo facto do formando poder avançar no conteúdo de acordo com o seu próprio ritmo. o formando pode, com uma maior liberdade estruturar o seu próprio tempo. Alguns especialistas acreditam que os programas de cursos através de e-learning são melhor elaborados, do ponto de vista da agilidade, do que os tradicionais.

Diversas relações estão presentes nos programas de formação à distância e com elas todas as dificuldades oriundas do processo interactivo. As principais formas de interacção são entre o formador/tutor e formando, formando e material pedagógico, formando e outros formandos, formandos e comunidade de especialistas. Considerando-se que o processo de e-learning se realiza entre humanos, a interactividade, que deve ser considerada através das mediações pedagógicas, passa a exercer um papel crítico na aprendizagem efectiva.

Os cursos de e-learning não podem ser meras adaptações dos conteúdos ministrados em cursos presenciais. Textos demasiados longos devem ser transformados em diversas unidades de menor conteúdo, de forma a atender aos diferentes estilos de aprendizagem. O feedback dos formandos é nesta situação um importante instrumento para auxiliar na formatação dos cursos e para ir de encontro às verdadeiras necessidades dos indivíduos.

Vantagens do e-learning:

- Rápida actualização dos conteúdos.

- Personalização dos conteúdos transmitidos. - Facilidade de acesso e flexibilidade de horários.

- O ritmo de aprendizagem pode ser definido pelo próprio utilizador/formando.

- Disponibilidade permanente dos conteúdos da formação. - Custos menores quando comparados à formação convencional.

- Redução do tempo necessário para o formando.

- Possibilidade de formação de um grande número de pessoas ao mesmo tempo.

- Diversificação da oferta de cursos.

Desvantagens do e-learning:

 A tecnofobia ainda está presente em significativa parcela da população.

 Exigência de maior disciplina e auto-organização por parte dos formandos.

 A criação e preparação do curso on-line é, geralmente, mais demorada.

 O custo de implementação da estrutura para o programa de e-learning é alto.

velocidade de transmissão de imagens e vídeos.

 Limitações no desenvolvimento da socialização do formando.

Caracterização do grupo de formação

O perfil, o nível e as necessidades do público-alvo devem de servir como ponto de orientação a elaboração dos programas, estejamos a falar de programas de formação presencial, à distância ou mistos. A pesquisa a respeito das características e das necessidades do público-alvo do curso fornecerá elementos que orientarão o planeamento do processo ensino-aprendizagem.

Um maior ou menos conhecimento acerca dos contextos de partida dos formandos pode depender da maior ou menor qualidade da intervenção formativa. Tal significa que, quem forma deverá apresentar uma solução formativa ajustada às necessidades dos seus destinatários – o que implica considerar, não apenas as competências profissionais a desenvolver com a formação, mas também, os objectivos e/ou metas a alcançar com a mobilização posterior dessas competências.

Tido como uma das mais almejadas conquistas possíveis na relação ensino-aprendizagem, o autodidactismo passa a ser o elemento chave dos programas de e-learning. Levando isto em conta, o planeamento dos programas de e-learning deve considerar, não só as características do público-alvo, mas também a forma com que este público adquire conhecimentos e desenvolve hábitos e atitudes de estudo e aprendizagem.

Para promover e incentivar o autodidactismo, os conteúdos dos programas de e-learning devem considerar, à semelhança dos percursos de formação ditos tradicionais, os conhecimentos anteriores do aluno e a sua experiência pessoal. Além disto, estes programas devem conter análises e sínteses, aplicabilidade dos conceitos, elementos motivadores e contextualização com os factos.

Análise de necessidades de competências profissionais e de caracterização do contexto profissional dos destinatários

Os planos de formação devem ser elaborados em função dos défices das competências necessárias às organizações e às categorias profissionais. Assim, o levantamento de necessidades de formação, constitui a primeira fase do ciclo de formação e determina todas as fases subsequentes do processo.

A preparação da formação tem o seu início ainda nos contextos reais de trabalho e não apenas imediatamente antes da execução das acções de formação (tal não inviabiliza a realização de avaliações de natureza diagnóstica, pelo formador, já no decorrer da formação, que visem aferir, com maior pormenor, o grau de domínio de saberes/competências demonstrado por cada um dos participantes na formação).

Há uma grande diversidade de meios e instrumentos que podem ser usados (análise curricular, observação do desempenho, sondagens por questionário, entrevistas, discussão de grupo, documentos, registos internos…)

A construção e/ou adaptação de instrumentos de diagnóstico de necessidades exige um processo de reflexão em torno de várias alternativas possíveis. O recurso aos instrumentos ditos

convencionais, tais como o inquérito por questionário, surge no topo da lista dos instrumentos mais utilizados por parte das entidades formadoras. O desafio que aqui se coloca é a possibilidade de se explorarem outras alternativas possíveis, igualmente válidas e, eventualmente, mais adequadas por parte de quem é chamado a participar na avaliação da formação (observações, entrevistas, discussões de grupo, etc.).

Elementos-chave para a análise de