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M´etodo de Pesquisa em Padr˜ao

4.3 Pesquisa Multidimensional

4.3.4 M´etodo de Pesquisa em Padr˜ao

Desde a sua introdu¸c˜ao em 1961 [10], os m´etodos de pesquisa em padr˜ao (do inglˆes

pattern search) formam um grupo aut´onomo de m´etodos de pesquisa directa, que mantˆem a

sua popularidade devido `a sua simplicidade e ao facto de funcionarem bem com uma grande variedade de problemas ([15], [26]).

Torczon [27] produziu resultados relativos `a convergˆencia de m´etodos de pesquisa em padr˜ao, apenas aplic´aveis a certas classes em que os v´ertices do poliedro se mantˆem sobre uma rede de pontos. Os resultados v˜ao no sentido da convergˆencia para um ponto de estacionaridade quando aplicado a problemas suaves de dimens˜ao n. Lewis e Torczon em [14], utilizam o m´etodo de pesquisa em padr˜ao para a resolu¸c˜ao de problemas com restri¸c˜oes com fun¸c˜oes de penalidade e vari´aveis de folga.

O que distingue os m´etodos de pesquisa em padr˜ao dos outros de pesquisa directa ´e que fazem a pesquisa ao longo de um padr˜ao de pontos que ´e independente do problema a tratar. De uma maneira geral os m´etodos de pesquisa em padr˜ao progridem, efectuando uma sequˆencia de movimentos explorat´orios em cada itera¸c˜ao, antes de aceitar o novo ponto do processo iterativo. Estes movimentos podem ser vistos como uma tentativa de encontrar um novo ponto, xk+1 = xk+ sk, que origina uma redu¸c˜ao no valor da fun¸c˜ao objectivo. A

diferen¸ca b´asica entre m´etodos deste tipo, reside no padr˜ao adoptado para os movimentos explorat´orios, caracterizadas pelas direc¸c˜oes de procura ξk utilizadas.

O outro aspecto que caracteriza este m´etodo ´e o comprimento do passo, δk, que influencia

directamente o deslocamento, sk (sk = δkξk), assim como a forma da sua actualiza¸c˜ao.

Genericamente, ap´os a inicia¸c˜ao com um valor predefinido, este mant´em-se sempre que se verificar uma redu¸c˜ao do valor da fun¸c˜ao. Caso contr´ario, δk ´e reduzido, utilizando-se um

factor positivo, menor que a unidade. O valor de δk pode ser diferente para cada elemento

do vector se a ordem de grandeza entre os elementos de x assim o justificar.

O algoritmo gen´erico de pesquisa em padr˜ao ´e ent˜ao baseado nos passos a seguir descritos. Dada uma aproxima¸c˜ao inicial `a solu¸c˜ao, x0, um conjunto inicial de direc¸c˜oes de pesquisa

linearmente independentes, ξ1, ξ2, . . . , ξn, denotado por D0 (normalmente utilizam-se os vec-

4. M´etodos de Pesquisa Directa 40 Para k = 0, 1, 2, . . .

1. Determinar o passo sk = δkξk fazendo um movimento explorat´orio que depende de

(δk, Dk);

2. Se f (xk+ δkξk) < f (xk) ent˜ao xk+1 = xk+ δkξk;

Sen˜ao xk+1 = xk;

3. Actualizar os elementos δk e Dk.

O passo sk deve verificar as seguintes condi¸c˜oes:

i) ser um elemento do tipo δkDk;

ii) originar f (xk+ sk) < f (xk) ou ent˜ao sk = 0.

Na actualiza¸c˜ao de δk e Dk existe alguma flexibilidade. H´a casos em que D = Dk, para

todo o k e outros em que as altera¸c˜oes dependem do passo sk [27]. De qualquer forma as

condi¸c˜oes impostas devem manter a estrutura da rede definida pelo padr˜ao. A actualiza¸c˜ao de δk deve manter a estrutura alg´ebrica dos poss´ıveis iterandos. A estrat´egia mais comum

consiste em reduzir para metade quando o passo n˜ao ´e aceite e manter ou duplicar o valor quando o passo ´e bem sucedido. Para uma explica¸c˜ao mais detalhada aconselham-se as referˆencias [15] e [27].

Para estabelecer a convergˆencia, Torczon [27] imp˜oe restri¸c˜oes adicionais no conjunto das direc¸c˜oes de pesquisa, nos procedimentos para o c´alculo dos movimento explorat´orio e para a actualiza¸c˜ao do comprimento do passo, fora j´a do contexto deste trabalho.

Algoritmo do M´etodo de Pesquisa em Padr˜ao

O algoritmo de pesquisa em padr˜ao utilizado neste trabalho ´e uma adapta¸c˜ao de algu- mas das suas variantes, nomeadamente nas direc¸c˜oes de procura escolhidas, ξk, tendo sido

adoptadas as dos eixos coordenados.

Nestas condi¸c˜oes, partindo de um ponto dado ou previamente calculado, xa, determina-

se um novo ponto, ao longo da primeira direc¸c˜ao de pesquisa, no sentido positivo, a uma distˆancia proporcional `a componente de xa e ao comprimento do passo δk. Se se verificar

4. M´etodos de Pesquisa Directa 41 uma redu¸c˜ao no valor da fun¸c˜ao, o novo ponto ´e aceite e determina-se um novo ponto a uma distˆancia de xa dupla da anterior no mesmo sentido. Se n˜ao existir uma melhoria (redu¸c˜ao)

do valor da fun¸c˜ao, neste ´ultimo ponto, aceita-se o anterior. Se porventura nem mesmo esse originar uma melhor aproxima¸c˜ao ao m´ınimo, repete-se a pesquisa no sentido oposto. O ´ultimo ponto aceite, que dever´a ter o menor valor da fun¸c˜ao objectivo, ser´a o ponto de partida para a pesquisa ao longo da pr´oxima direc¸c˜ao, repetindo-se o processo anteriormente descrito, at´e explorar as n direc¸c˜oes.

Antes de se descrever este algoritmo pormenorizadamente falta mencionar um outro pro- cedimento tamb´em implementado, utilizado originalmente no m´etodo de pesquisa de Hooke e Jeeves, descrito por exemplo em [27], e que procura explorar a informa¸c˜ao obtida durante as itera¸c˜oes anteriores. Se na itera¸c˜ao anterior existiu uma redu¸c˜ao no valor da fun¸c˜ao ob- jectivo, ent˜ao a itera¸c˜ao actual deve iniciar a sua pesquisa direccional n˜ao imediatamente pelo padr˜ao adoptado, como antes foi descrito, mas pela direc¸c˜ao ξa= xk− xk−1 que ´e consi-

derada uma direc¸c˜ao promissora. Assim, novos pontos ser˜ao calculados e o respectivo valor da fun¸c˜ao objectivo analisado, podendo assim ser obtido algum progresso logo `a partida. ´E claro que esta implementa¸c˜ao s´o faz sentido depois de j´a ter sido realizada alguma itera¸c˜ao com sucesso, isto ´e, uma itera¸c˜ao onde se verifique uma redu¸c˜ao na fun¸c˜ao objectivo, com

xk 6= xk−1.

Para melhor compreens˜ao do m´etodo de Pesquisa em Padr˜ao ´e apresentado o respectivo algoritmo em A.5. Na Figura 4.10 ´e representado a evolu¸c˜ao do referido algoritmo, utilizando- se o problema j´a ilustrado na Figura 4.8.

4. M´etodos de Pesquisa Directa 42 O processo terminar´a, tal como os m´etodos anteriores, quando se atingir um n´umero m´aximo de itera¸c˜oes ou outro crit´erio de paragem a adoptar.

Cap´ıtulo 5

Sugest˜ao de Apresenta¸c˜ao do Tema

”Programa¸c˜ao N˜ao Linear No Ensino

Secund´ario”

Neste cap´ıtulo ´e feita uma sugest˜ao de apresenta¸c˜ao do tema da

Programa¸c˜ao N˜ao Linear para um poss´ıvel manual escolar para

alunos do Ensino Secund´ario. Come¸ca-se por introduzir o tema e os conceitos com ele relacionados, passando depois para a ex- plica¸c˜ao dos m´etodos da Sec¸c˜ao Dourada, de DSC e de Nelder- Mead. ´E tamb´em realizada a exemplifica¸c˜ao da sua aplica¸c˜ao a diferentes fun¸c˜oes e apresentada uma ficha de trabalho para teste de conhecimentos adquiridos.

5.1

Introdu¸c˜ao `a Programa¸c˜ao N˜ao Linear

A programa¸c˜ao linear tem por objectivo principal, determinar os m´aximos ou os m´ınimos de um problema linear. No seguimento do mesmo objectivo, a Programa¸c˜ao N˜ao Linear ´e um ramo da Matem´atica que estuda formas de resolver problemas de optimiza¸c˜ao cujas express˜oes matem´aticas envolvidas s˜ao n˜ao lineares.

A programa¸c˜ao linear e n˜ao linear fazem parte de um campo vasto da Matem´atica cuja importˆancia tem crescido nos ´ultimos anos e que se pode classificar com o nome abrangente de ”optimiza¸c˜ao”.

Tal como a programa¸c˜ao linear, tamb´em a Programa¸c˜ao N˜ao Linear ´e um ”instru- mento”matem´atico que permite encontrar a melhor solu¸c˜ao para um certo tipo de pro- blemas. Do ponto de vista da sua utiliza¸c˜ao, podemos dizer que se refere a um conjunto de m´etodos e algoritmos cuja aplica¸c˜ao ´e t˜ao vasta e diversificada, como por exemplo, de sistemas econ´omicos, industriais, militares, etc., cuja estrutura possa ser definida matema- ticamente. A palavra programa¸c˜ao, pressup˜oe o planeamento de actividades ou tarefas e o

5. Sugest˜ao de Apresenta¸c˜ao do Tema ”Programa¸c˜ao N˜ao Linear No Ensino

Secund´ario” 44

adjectivo linear, associado `a palavra n˜ao, refere-se `a legitimidade da tradu¸c˜ao das condi¸c˜oes ou rela¸c˜oes entre as vari´aveis do problema em equa¸c˜oes, inequa¸c˜oes e outras express˜oes n˜ao lineares.

Ao conceber um modelo matem´atico n˜ao linear para um problema devemos considerar as seguintes fases:

- Verifica¸c˜ao, no contexto do problema, da legitimidade do uso de inequa¸c˜oes ou equa¸c˜oes n˜ao lineares.

- Identifica¸c˜ao das vari´aveis de decis˜ao. - Identifica¸c˜ao da fun¸c˜ao objectivo. - Identifica¸c˜ao das restri¸c˜oes.

- Formula¸c˜ao matem´atica do problema.

Depois de se ter obtido a formula¸c˜ao matem´atica, ´e ent˜ao poss´ıvel resolver o problema de optimiza¸c˜ao. A diversidade de vari´aveis que na maioria das vezes envolvem associados a uma grande quantidade de c´alculos envolvidos, fazem com que o computador seja um recurso fundamental para a maioria dos problemas.

Face ao n´ıvel de ensino onde se pretende inserir o tema, vamos limitar o campo de estudo a problemas n˜ao lineares sem restri¸c˜oes.

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