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Programação não Linear no Ensino Secundário

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Academic year: 2021

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(1)

Universidade de Tr´

as-os-Montes e Alto Douro

Programa¸c˜

ao N˜

ao Linear

no

Ensino Secund´

ario

Dissertac¸˜ao de Mestrado em Ensino da Matem´atica

Catarina Meireles Rodrigues Ribeiro Gon¸calves

(2)

Este trabalho foi expressamente elaborado com vista `a obten¸c˜ao do grau de mestre em Ensino da Matem´atica de acordo com o disposto no decreto-lei 216/92 de 13 de Outubro.

A orienta¸c˜ao deste trabalho foi levado a cabo pelo Professor Jo˜ao Lu´ıs Hon´orio Matias.

(3)

Aos meus Pais, `

A minha Irm˜a, e Ao Dani...

(4)

Gostaria de agradecer:

Ao Professor Doutor Jo˜ao Lu´ıs Hon´orio Matias, meu ori-entador, por todas as sugest˜oes, cr´ıticas pertinentes e ensi-namentos ministrados, pela disponibilidade, apoio e incentivo que sempre me manifestou durante todo este per´ıodo;

Aos meus pais, irm˜a e namorado pelo seu imenso est´ımulo, for¸ca, apoio, por toda a sua paciˆencia e por sempre acredita-rem em mim;

`

A Professora e Colega, Rute Bar˜ao, pela ajuda e disponibili-dade que manifestou;

A todos o meu

(5)

Resumo

O trabalho que se apresenta, intitulado Programa¸c˜ao N˜ao Linear no Ensino Secund´ario, foi realizado no ˆambito do Mestrado de Ensino de Matem´atica, da Universidade de Tr´as-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

O que se pretende com este trabalho, ´e estudar uma poss´ıvel forma de alargar o horizonte matem´atico dos alunos do Ensino Secund´ario, atrav´es da introdu¸c˜ao do tema Programa¸c˜ao N˜ao Linear no seu curriculum. Uma vez que o tema da Programa¸c˜ao Linear ´e j´a um dos assuntos inseridos nos Programas Oficiais do Ensino Secund´ario, pretende-se assim, inves-tigar e reflectir de que forma os seus conte´udos podem ser aproveitados e utilizados para introduzir o novo tema.

Desta forma, o presente trabalho encontra-se dividido em cinco partes fundamentais, a saber: Programa¸c˜ao Linear no Ensino Secund´ario; Problemas de Optimiza¸c˜ao N˜ao Lineares; M´etodos de Pesquisa Directa; Sugest˜ao de Apresenta¸c˜ao do Tema ”Programa¸c˜ao N˜ao Linear No Ensino Secund´ario”; Conclus˜oes e Trabalho Futuro.

Come¸cou por se elaborar uma pesquisa sobre os Programas Oficiais do Ensino Secund´ario que visou fazer um levantamento sobre os conte´udos que j´a s˜ao abordados e que poderiam servir de base `a inser¸c˜ao do tema da Programa¸c˜ao N˜ao Linear.

Ap´os a devida justifica¸c˜ao do tema a este n´ıvel de ensino, elaborou-se uma caracteriza¸c˜ao pormenorizada dos Problemas de Optimiza¸c˜ao N˜ao Lineares, a qual, devido `a vastid˜ao do tema e aos conhecimentos adquiridos pelos alunos, foi limitada a problemas n˜ao lineares sem restri¸c˜oes.

Os M´etodos de Pesquisa Directa apresentados bem como a sua caracteriza¸c˜ao, descri¸c˜ao e condi¸c˜oes de aplicabilidade a determinadas situa¸c˜oes foram, para o caso de fun¸c˜oes unidi-mensionais, os m´etodos da Sec¸c˜ao Dourada e o de Davies, Swann e Campey (DSC), e para o caso de fun¸c˜oes multidimensionais os m´etodos de Nelder-Mead, de Powell e de Pesquisa

(6)

Resumo vi em Padr˜ao. A apresenta¸c˜ao dos algoritmos dos diferentes m´etodos bem como da sua repre-senta¸c˜ao recorrendo a fluxogramas, pretendeu ser um meio facilitador da compreens˜ao do funcionamento dos diferentes m´etodos.

Na sugest˜ao de apresenta¸c˜ao do tema da Programa¸c˜ao N˜ao Linear para um poss´ıvel manual escolar para alunos do Ensino Secund´ario, come¸cou-se por introduzir o tema as-sim como os conceitos com ele relacionados, passando para a explica¸c˜ao dos m´etodos da Sec¸c˜ao Dourada, de DSC e de Nelder-Mead com exemplos ilustrativos e elucidativos destes conceitos. ´E tamb´em realizada a exemplifica¸c˜ao da sua aplica¸c˜ao em diferentes fun¸c˜oes e apresentada uma ficha de trabalho para que os alunos possam verificar a aplicabilidade dos novos conte´udos e para que possam testar os conhecimentos adquiridos.

Palavras-chave: Programa¸c˜ao N˜ao Linear, Optimiza¸c˜ao, M´etodos de Pesquisa Directa, Ensino da Programa¸c˜ao N˜ao Linear.

(7)

Abstract

The following research entitled, Non Linear Programation on Secondary Education, was done for the Master Degree in Mathematics Teaching, in University of Tr´as-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

The aim of the research was to study the possibility of widening the mathematical pers-pective of pupils in Secondary Education through the introduction of the subject Nonlinear Programation in their curriculum. Since the subject of Linear Programation is already in the Official Programs of Secondary School Education, the intention was to study and reflect upon the way knowledge can be used to introduce the new subject.

Therefore, the present work is divided into five chapters: Linear Programming in Se-condary Education; Non Linear Optimisation Problems; Direct Search Methods; A Possible Way to Present the Subject ”Nonlinear Programming In Secondary School Education”; Con-clusions and Future Work.

The starting point was a study about the Official Programs of Secondary Education, which aim was to collect the subjects taught and which could be useful to introduce the theme of Nonlinear Programation.

After justifying the theme at this teaching level, a detailed description of Non-Linear Optimisation was produced, limited to non-linear problems without constrains due to the extension of the theme and the knowledge acquired by pupils.

Direct Search Methods figured, their description and applicability conditions were in some specific situations were, in case of unidimensional functions, the Golden Section (GS) and the Davies, Swann and Campey (DSC) methods, and in case of multidimensional functions, the Nelder-Mead (NM), the Powell and the Pattern Search methods. The presentation of the algorithms of different methods and their illustration by flow charts, was meant to be a way of simplifying understanding and their functioning.

(8)

Abstract viii In the chapter ”Nonlinear Programming In Secondary School Education”, we started to introduce the subject and the concepts related were introduced, followed by the explanation of GS, DSC and NM methods with some examples. An exemplification of their application in different function and inserted a worksheet with the purpose of verifying the acquisition of new concepts and test the knowledge acquired.

Keywords: Nonlinear Programming, Optimisation, Direct Search Methods, Education of Nonlinear Programming.

(9)

´Indice

Resumo . . . v

Abstract . . . vii

´Indice de Tabelas . . . xi

´Indice de Figuras . . . xii

1 Introdu¸c˜ao 1 1.1 Finalidade do estudo . . . 1

1.2 Pertinˆencia do estudo . . . 2

1.3 Organiza¸c˜ao do estudo . . . 3

2 Programa¸c˜ao Linear no Ensino Secund´ario 5 2.1 As Indica¸c˜oes dos Programas Oficiais . . . 5

2.2 A Introdu¸c˜ao da Programa¸c˜ao N˜ao Linear no Ensino Secund´ario . . . 7

3 Problemas de Optimiza¸c˜ao N˜ao Lineares 11 3.1 Caracteriza¸c˜ao . . . 11

3.2 Condi¸c˜oes de existˆencia de um m´ınimo . . . 14

3.3 Problemas de optimiza¸c˜ao sem restri¸c˜oes . . . 16

3.3.1 Caso unidimensional . . . 16

3.3.2 Caso multidimensional . . . 18

3.4 Optimiza¸c˜ao N˜ao Linear . . . 20

4 M´etodos de Pesquisa Directa 22 4.1 Introdu¸c˜ao . . . 22

4.2 Pesquisa Unidimensional . . . 24

4.2.1 Pesquisa de Davies, Swann e Campey . . . 24

4.2.2 M´etodo da Sec¸c˜ao Dourada . . . 27 ix

(10)

´Indice x

4.3 Pesquisa Multidimensional . . . 30

4.3.1 M´etodo de Nelder-Mead . . . 31

4.3.2 Um Algoritmo de Nelder-Mead . . . 32

4.3.3 M´etodo de Powell . . . 36

4.3.4 M´etodo de Pesquisa em Padr˜ao . . . 39

Algoritmo do M´etodo de Pesquisa em Padr˜ao . . . 40

5 Sugest˜ao de Apresenta¸c˜ao do Tema ”Programa¸c˜ao N˜ao Linear No Ensino Secund´ario” 43 5.1 Introdu¸c˜ao `a Programa¸c˜ao N˜ao Linear . . . 43

5.2 Os Conceitos . . . 44

5.3 Os M´etodos . . . 45

5.3.1 M´etodo de DSC . . . 45

5.3.2 M´etodo da Sec¸c˜ao Dourada . . . 47

5.3.3 M´etodo de Nelder-Mead . . . 51

6 Conclus˜oes e Trabalho Futuro 54 6.1 Conclus˜oes . . . 54

6.2 Trabalho Futuro . . . 57

Bibliografia 58 A Algoritmos 61 A.1 Algoritmo de Davies, Swann e Campey . . . 61

Algoritmo de Davies, Swann e Campey . . . 61

A.2 Algoritmo da Sec¸c˜ao Dourada . . . 62

Algoritmo da Sec¸c˜ao Dourada . . . 62

A.3 Algoritmo de Nelder-Mead . . . 62

Algoritmo de Nelder-Mead . . . 62

A.4 Algoritmo de Powell (B´asico) . . . 63

A.5 Algoritmo de Pesquisa em Padr˜ao . . . 64

(11)

´Indice de Tabelas

3.1 Caracter´ısticas da fun¸c˜ao objectivo . . . 13

3.2 Caracter´ısticas das restri¸c˜oes . . . 14

4.1 Exemplo de aplica¸c˜ao do algoritmo de DSC(x0 = 1, δ = 0.1) . . . . 26

4.2 Exemplo de aplica¸c˜ao do algoritmo de DSC(x0 = 2.4, δ = 0.01) . . . . 26

4.3 Exemplo de aplica¸c˜ao do algoritmo de DSC(x0 = 2.4, δ = −0.01) . . . . 27

(12)

´Indice de Figuras

3.1 Representa¸c˜ao de um m´ınimo e de um m´aximo de uma fun¸c˜ao . . . 12

3.2 Tipos de minimizantes para o caso unidimensional . . . 15

4.1 Fluxograma do algoritmo de Davies-Swann-Campey . . . 25

4.2 Esbo¸co do gr´afico de f (x) = (x − 2)2 . . . . 26

4.3 Raz˜ao de Ouro . . . 28

4.4 Escolha do sub-intervalo que cont´em o m´ınimo . . . 29

4.5 Fluxograma do m´etodo da sec¸c˜ao dourada . . . 30

4.6 Simplex original e outros pontos auxiliares . . . 35

4.7 Fluxograma do algoritmo de Nelder Mead . . . 36

4.8 Evolu¸c˜ao do m´etodo de Powell . . . 38

4.9 Fluxograma do algoritmo de Powell (B´asico) . . . 38

4.10 Evolu¸c˜ao do m´otodo de Pesquisa em Padr˜ao . . . 41

5.1 Representa¸c˜ao gr´afica de uma fun¸c˜ao c´ubica . . . 46

5.2 Aplica¸c˜ao do m´etodo de DSC . . . 46

5.3 Aplica¸c˜ao do m´etodo da Sec¸c˜ao Dourada . . . 48

5.4 Ficha de Aplica¸c˜ao dos M´etodos de DSC e Sec¸c˜ao Dourada (p´ag.1) . . . 49

5.5 Ficha de Aplica¸c˜ao dos M´etodos de DSC e Sec¸c˜ao Dourada (p´ag.2) . . . 50

5.6 Parabol´oide El´ıptico . . . 52

5.7 Curvas de N´ıvel de f (x, y) = 4 × (x − 5)2 + (y − 6)2 . . . . 53

5.8 Representa¸c˜ao do comportamento do Algoritmo de Neldel-Mead . . . 53

(13)

Cap´ıtulo 1

Introdu¸c˜

ao

Neste Cap´ıtulo ´e feita a introdu¸c˜ao deste trabalho, descrevendo-se os objectivos, bem como a estrutura do mesmo.

1.1

Finalidade do estudo

O interesse neste estudo surgiu duma alian¸ca entre a paix˜ao pelo Ensino e pela Ma-tem´atica. De facto a ideia de que existe uma separa¸c˜ao entre a Matem´atica que ´e leccio-nada aos nossos alunos e aquela que se ”utiliza”a um n´ıvel superior, funcionou como uma motiva¸c˜ao para o desenvolvimento deste trabalho. Tal havia j´a ocorrido no trabalho de Semin´ario inserido na parte curricular do Mestrado em Ensino da Matem´atica, no qual se elaborou um estudo sobre ”Introdu¸c˜ao `a Geometria Fractal”, tendo sido apresentada uma proposta de utiliza¸c˜ao da Matem´atica numa forma mais avan¸cada para introduzir, de uma forma mais apelativa e atraente, as Sucess˜oes e os conceitos a elas ligados.

Desta forma, tentando novamente estabelecer uma liga¸c˜ao entre conceitos e m´etodos que exigem todo o rigor matem´atico e a capacidade de abstrac¸c˜ao de alunos com idades compre-endidas entre os 15 e os 18 anos, e tendo em conta a constante actualiza¸c˜ao dos programas oficiais do ensino secund´ario, surgiu o trabalho que se apresenta intitulado: Programa¸c˜ao

N˜ao Linear no Ensino Secund´ario.

O desenvolvimento deste trabalho efectuou-se em duas fases que n˜ao podem ser delimita-das. Foi feito um levantamento sobre os conte´udos abordados nos actuais programas oficiais do ensino secund´ario, com o objectivo de estudar a viabilidade da introdu¸c˜ao do novo tema

Programa¸c˜ao N˜ao Linear. Sendo j´a a Programa¸c˜ao Linear um conte´udo program´atico do

En-sino Secund´ario, procedeu-se a um levantamento bibliogr´afico e a um estudo alargado sobre o tema da Programa¸c˜ao N˜ao Linear bem como `a melhor forma de fazer a sua apresenta¸c˜ao.

(14)

1. Introdu¸c˜ao 2 Para esta investiga¸c˜ao foram delineados os seguintes objectivos:

1. Apresentar uma proposta de inser¸c˜ao do tema Programa¸c˜ao N˜ao Linear no Programa Oficial do Ensino Secund´ario.

2. Motivar os alunos para uma visualiza¸c˜ao matem´atica da realidade atrav´es do estudo de problemas de optimiza¸c˜ao, fazendo-os sentir a limita¸c˜ao das fun¸c˜oes lineares para a sua tradu¸c˜ao.

3. Verificar em que medida as novas tecnologias possibilitam, a alunos do Ensino Se-cund´ario, o contacto com temas que exigem maior capacidade de abstrac¸c˜ao, possibi-litando quer a consolida¸c˜ao de competˆencias quer um alargamento do seu racioc´ınio l´ogico-dedutivo.

1.2

Pertinˆ

encia do estudo

As transforma¸c˜oes das quais a sociedade ´e alvo permanente, fazem com que surja uma nova vis˜ao da Matem´atica e se actualize a consciˆencia da sua importˆancia na vida dos cidad˜aos. As novas orienta¸c˜oes sobre o que deve ser e no que se deve focar o ensino da Matem´atica, aliados ao modo como se processa a aprendizagem, v˜ao suscitando cada vez mais interesse, nomeadamente das entidades nacionais respons´aveis pelo emanar das directrizes para a lecciona¸c˜ao dos conte´udos, determinando a insatisfa¸c˜ao e o questionar dos temas abordados, ao mesmo tempo que se v˜ao colocando novos desafios.

Descobrir o que o aluno pensa e os processos complexos de pensamento que desenvol-veu perante uma dada situa¸c˜ao problem´atica, o desenvolvimento das novas tecnologias que fazem com que as t´ecnicas de c´alculo assumam menor importˆancia e significado, o desejo de desenvolver no aluno a capacidade de enfrentar novas situa¸c˜oes, a capacidade de inves-tiga¸c˜ao, explora¸c˜ao, comunica¸c˜ao de ideias matem´aticas e o estabelecimento de rela¸c˜oes da Matem´atica com a realidade, s˜ao consideradas como indispens´aveis numa educa¸c˜ao para a Matem´atica e para a vida, fazendo com que nos apercebamos da necessidade de actualiza¸c˜ao dos conte´udos abordados ao momento.

`

A medida que se alarga o campo de observa¸c˜ao dos nossos alunos, queremos que eles se apercebam que as ferramentas matem´aticas das quais s˜ao j´a conhecedores, v˜ao-se tornando

(15)

1. Introdu¸c˜ao 3 insuficientes para elaborar modelos explicativos de determinados fen´omenos do quotidiano. A insatisfa¸c˜ao ´e uma semente que deve ser colocada em cada aluno para que o ”porquˆe”passe a fazer parte do seu vocabul´ario incutindo-lhes a pr´atica da investiga¸c˜ao e a consciencializa¸c˜ao de que h´a sempre mais a aprender.

A constante mudan¸ca e actualiza¸c˜ao dos curr´ıculos program´aticos do ensino em Portugal foi um dos principais impulsos para o desenvolvimento deste trabalho. A pertinˆencia e a utilidade de conte´udos matem´aticos como a programa¸c˜ao linear, fizeram j´a com que estes fossem inclu´ıdos nos programas oficiais do ensino secund´ario.

A jornada escolar dos nossos alunos, est´a cada vez mais associada `as novas tecnologias, nas quais o computador desempenha um papel fundamental, nomeadamente com a utiliza¸c˜ao de folhas de c´alculo nas quais permitem, por exemplo, realizar experiˆencias ou estudar sistemas complexos de outro modo n˜ao poss´ıvel. O instrumento ”computador”, desempenha um papel cada vez mais relevante e impulsionador do desenvolvimento das ciˆencias permitindo simular cen´arios virtuais ou leis de natureza essencialmente algor´ıtmicas. No campo do ensino, o seu uso simplifica, muitas vezes, processos que realizados de outra forma seriam morosos e desencorajariam grande parte dos alunos. Tendo em conta este facto, e dele tentando tirar vantagem, surge o principal objectivo deste trabalho que ´e mostrar que, com conceitos b´asicos que se leccionam actualmente, poder´a ser introduzido um outro tema, o da Programa¸c˜ao N˜ao

Linear.

1.3

Organiza¸c˜

ao do estudo

Ap´os este cap´ıtulo o trabalho apresentado foi estruturado em cinco partes principais. As-sim, no Cap´ıtulo 2 apresenta-se o que actualmente ´e leccionado no ensino secund´ario sobre Programa¸c˜ao Linear. Num primeiro ponto, s˜ao abordadas as indica¸c˜oes dos Programas Ofi-ciais, onde s˜ao descritos os conte´udos ligados `a Programa¸c˜ao Linear bem como os diferentes momentos do ensino secund´ario em que s˜ao ministrados. Num segundo ponto, ´e descrita a pertinˆencia do tema da Programa¸c˜ao N˜ao Linear e a importˆancia da sua introdu¸c˜ao no en-sino secund´ario. ´E ainda realizada uma s´ıntese dos m´etodos de pesquisa directa escolhidos e que ser˜ao abordados com profundidade neste trabalho que, tendo em conta uma perspectiva construtiva da aprendizagem s˜ao: o M´etodo da Sec¸c˜ao Dourada (SD), o M´etodo de Davies,

(16)

1. Introdu¸c˜ao 4 Swann e Campey (DSC), o M´etodo de Powell, e o M´etodo de Nelder-Mead, sendo os ´ultimos dois usados no caso de fun¸c˜oes multidimensionais.

No Cap´ıtulo 3, s˜ao apresentados os Problemas de Optimiza¸c˜ao N˜ao Lineares. Num primeiro ponto, ´e feita a sua caracteriza¸c˜ao e descri¸c˜ao das designa¸c˜oes e termos que lhes est˜ao associados. Neste ponto ´e descrito o objectivo da optimiza¸c˜ao e os seus diversos tipos de problemas, assim como a sua utilidade em diversos dom´ınios tais como a Engenharia, a Economia ou a Medicina. S˜ao ainda enunciadas as condi¸c˜oes necess´arias e suficientes para a existˆencia de um m´ınimo, para fun¸c˜oes uni e multidimensionais. Por ´ultimo ´e apresentada a

Programa¸c˜ao N˜ao Linear, dos quais ser˜ao abordados apenas problemas sem restri¸c˜oes, por

se tratar de um trabalho de apresenta¸c˜ao do temas com vista a ser inserido no curr´ıculo do ensino secund´ario.

No quarto Cap´ıtulo ´e feita a descri¸c˜ao dos m´etodos de pesquisa directa utilizados, para o caso unidimensional, onde se inserem os m´etodos de pesquisa de Davies, Swann e Campey e o da Sec¸c˜ao Dourada, e para o caso multidimensional, os m´etodos de Nelder-Mead, o de Powell e o m´etodo de Pesquisa em Padr˜ao. S˜ao tamb´em descritos os algoritmos de cada um dos m´etodos. Esta descri¸c˜ao ´e dirigida a dois tipos de ”p´ublico”: aos detentores de um saber cient´ıfico caracter´ıstico da Matem´atica e `aqueles que, embora n˜ao o possuam, poder˜ao tomar conhecimento de como opera cada algoritmo. Os algoritmos propriamente ditos podem ser encontrados no Anexo A.

O Cap´ıtulo 5 foi reservado para a apresenta¸c˜ao de uma proposta do tema Programa¸c˜ao

N˜ao Linear no Ensino Secund´ario, num poss´ıvel manual escolar direccionado a alunos deste

n´ıvel de ensino. Nesta parte do trabalho, pretende-se dar a conhecer o tema, apresentando os conceitos a ele ligados, as descri¸c˜oes dos m´etodos de pesquisa directa seleccionados para serem leccionados, assim como, uma ficha de trabalho onde poder˜ao ser praticados e aplicados os conhecimentos adquiridos.

No final deste trabalho est˜ao reunidas as conclus˜oes que se obtiveram da elabora¸c˜ao do mesmo. De acordo com os objectivos definidos, foi deixada uma reflex˜ao sobre o desenrolar do trabalho e da escolha de determinados caminhos na sua execu¸c˜ao. Foi tamb´em deixada uma proposta de encaminhamento para um trabalho futuro que venha no seu seguimento.

(17)

Cap´ıtulo 2

Programa¸c˜

ao Linear no Ensino

Secund´

ario

Neste cap´ıtulo ´e apresentado o que nos programas oficiais do Ensino Secund´ario se encontra relativamente ao tema da Pro-grama¸c˜ao Linear e de que forma ´e que tais conte´udos poder˜ao ser ”aproveitados”para leccionar um novo tema, o da Programa¸c˜ao

N˜ao Linear.

Apresenta-se tamb´em um parecer que pretende ser justificativo para a inser¸c˜ao do tema da Programa¸c˜ao N˜ao Linear no curr´ıculo escolar dos alunos do Ensino Secund´ario.

2.1

As Indica¸c˜

oes dos Programas Oficiais

A constante evolu¸c˜ao dos programas oficiais do ensino, e em particular do ensino se-cund´ario, faz com que deixem de ser enfatizados determinados temas e, por outro lado, cres¸ca a importˆancia de outros. Isto acontece nos programas de Matem´atica, nomeada-mente, e verifica-se com o tema da Programa¸c˜ao Linear, em concreto.

A estima¸c˜ao e o c´alculo de extremos de fun¸c˜oes sobre os gr´aficos e as tabelas das mesmas, s˜ao j´a uma forma de, logo no 10o ano, os estudantes lidarem com problemas de optimiza¸c˜ao.

No 11o ano faz-se uma primeira referˆencia `a programa¸c˜ao linear utilizando conceitos

aprendidos no 10o ano e que poder˜ao vir a ser aprofundados. Este dom´ınio est´a inserido no

Tema I - Geometria no Plano e no Espa¸co II e a justifica¸c˜ao para a sua inser¸c˜ao no Ensino secund´ario ´e a de que ”A programa¸c˜ao linear vai permitir ao estudante aplicar na

resolu¸c˜ao de problemas de extrema simplicidade e utilidade (e que se apresentam hoje no dom´ınio da Economia) conceitos apreendidos no 10o e ampliados no 11o ”[21, p´ag.4].

´

E tamb´em a este n´ıvel de ensino que ´e introduzido o c´alculo diferencial e a taxa de varia¸c˜ao m´edia pretendendo-se ”... que os estudantes recordem propriedades das fun¸c˜oes

(18)

2. Programa¸c˜ao Linear no Ensino Secund´ario 6

e aprendam intuitivamente o conceito de taxa de varia¸c˜ao de preferˆencia num contexto de modela¸c˜ao matem´atica”[21, p´ag.5].

Dando continuidade aos conte´udos ministrados no 11o ano, o tema II do programa oficial

continua a abordar o c´alculo diferencial [22, p´ag.4]. S˜ao tamb´em introduzidos os problemas de optimiza¸c˜ao que, ”... devem ser escolhidos de modo a que um estudante trabalhe de uma

forma t˜ao completa quanto poss´ıvel a modela¸c˜ao. ´E uma boa oportunidade para discutir com os estudantes o processo de modela¸c˜ao matem´atica e a sua importˆancia no mundo actual ”[22,

p´ag.6].

No programa oficial de 11o ou 12o de Matem´atica B s˜ao introduzidos movimentos n˜ao

lineares, taxa de varia¸c˜ao e fun¸c˜oes racionais. ”A no¸c˜ao de fun¸c˜ao atravessa o curr´ıculo

de Matem´atica e permite estabelecer liga¸c˜ao entre v´arios conte´udos (Aritm´etica e Fun¸c˜oes, ´

Algebra e Fun¸c˜oes, Geometria e Fun¸c˜oes, Estat´ıstica, Probabilidades e Fun¸c˜oes.) A tec-nologia propicia boas abordagens para resolver problemas e influencia o tipo de quest˜oes a investigar. Os estudantes usam calculadoras gr´aficas para apoiar as resolu¸c˜oes e as suas investiga¸c˜oes mas poder˜ao, sempre que poss´ıvel, recorrer tamb´em aos computadores, utilizar folhas de c´alculo, programas de gr´aficos ou de geometria dinˆamica. O recurso `a tecnologia torna poss´ıvel a investiga¸c˜ao e a conjectura sobre um maior n´umero de exemplos”[23, p´ag.3].

No tema IV, Problemas de Optimiza¸c˜ao, fazem parte do programa aplica¸c˜oes das taxas de varia¸c˜ao bem como a programa¸c˜ao linear, como ferramenta de planeamento e gest˜ao.

Situa¸c˜oes realistas simples, com constrangimentos de produ¸c˜ao ou outros que podem ser modelados por inequa¸c˜oes lineares servem para delimitar um pol´ıgono convexo que d´a informa¸c˜ao completa sobre as quantidades poss´ıveis para cada produto.

Os conte´udos matem´aticos utilizados s˜ao simples e acess´ıveis e as representa¸c˜oes gr´aficas apuradas (dom´ınios planos) e tabelas, s˜ao bons instrumentos que ajudam a interpretar a si-tua¸c˜ao, as condi¸c˜oes impostas a uma produ¸c˜ao ou uma cadeia de produ¸c˜ao, armazenamento, distribui¸c˜ao, etc..

Os problemas colocados apresentam os constrangimentos caracter´ısticos de cada situa¸c˜ao e um objectivo (m´aximo ou m´ınimo de uma fun¸c˜ao) a ser alcan¸cado com o maior ˆexito nas condi¸c˜oes existentes. Pretende-se familiarizar os estudantes com situa¸c˜oes de gest˜ao e desenvolver competˆencias para tomar boas decis˜oes em termos de planeamento (da produ¸c˜ao, por exemplo) que podem ter a ver com maximizar lucros, minimizar custos ou consumos,

(19)

2. Programa¸c˜ao Linear no Ensino Secund´ario 7 etc.

Na aula de Matem´atica poder-se-˜ao tratar problemas simples com caracter´ısticas idˆenticas. Assim cada exemplo tratar´a de maximizar ou minimizar uma determinada quantidade (fun¸c˜ao objectivo) tendo em conta certas limita¸c˜oes ou constrangimentos (restri¸c˜oes do problema).

Se houver tempo, os estudantes podem mesmo ser colocados perante a necessidade de tomar decis˜oes sobre novos procedimentos que alterem as condi¸c˜oes de fabrico (o pol´ıgono das restri¸c˜oes) de modo a responder a novos desafios ou a obter melhorias, com vantagem sobre o peso dos investimentos, nos m´aximos ou m´ınimos da fun¸c˜ao objectivo. No fundo, trata-se de colocar aos estudantes situa¸c˜oes de trabalho em que seja marcante a utilidade do planeamento e ben´efica a colabora¸c˜ao da matem´atica na tomada de boas decis˜oes em situa¸c˜oes da vida real. Pretende-se que os estudantes sejam capazes de:

- Reconhecer que diferentes situa¸c˜oes podem ser descritas pelo mesmo modelo Ma-tem´atico;

- Resolver num´erica e graficamente problemas simples de programa¸c˜ao linear;

- Reconhecer o contributo da matem´atica para a tomada de decis˜oes, assim como as suas limita¸c˜oes.[24, p´ag.6-8].

Nos manuais escolares consultados, nomeadamente [2], [8] e [9], s˜ao encontradas diferentes abordagens, com mais ou menos pormenor, do tema Programa¸c˜ao Linear.

2.2

A Introdu¸c˜

ao da Programa¸c˜

ao N˜

ao Linear no

En-sino Secund´

ario

Como justificar a inser¸c˜ao do tema no curr´ıculo de aprendizagens dos nossos alunos? Para que o processo educativo se revele frut´ıfero, o qual pretende ser gradual e progressivo, deve ainda ser tido em conta que a capacidade de aquisi¸c˜ao e assimila¸c˜ao de conhecimen-tos/conte´udos por parte de alunos mais jovens ´e muito vasta, sendo ainda maior quando impulsionada por uma motiva¸c˜ao adequada, preferencialmente participativa e construtiva, onde o aluno desempenha um papel activo na constru¸c˜ao do seu pr´oprio conhecimento.

A actual estrutura¸c˜ao dos Programas Oficiais do Ensino Secund´ario faz com que, logo a partir do 10o ano, os alunos comecem a conviver com o estudo das fun¸c˜oes fazendo estima¸c˜ao

(20)

2. Programa¸c˜ao Linear no Ensino Secund´ario 8 e c´alculo de extremos sobre as mesmas. Esta forma de trabalhar com problemas de opti-miza¸c˜ao ´e ainda muito embrion´aria, pois este estudo ´e feito sem o recurso a ferramentas que lhes permitam ”rentabilizar”o seu trabalho, nomeadamente o recurso `as derivadas de uma fun¸c˜ao, conceito que ´e apenas introduzido no 11o ano.

De facto, o conhecimento da derivada de uma fun¸c˜ao n˜ao vai facilitar, inevitavelmente, o trabalho com todo o tipo de fun¸c˜ao. Na realidade existem diversos tipos de fun¸c˜oes em problemas de optimiza¸c˜ao nos quais, devido `a especificidade das express˜oes envolvidas, o recurso ao c´alculo anal´ıtico das suas derivadas tornaria o problema intermin´avel, ou insol´uvel, quer em termos de tempo quer em esfor¸co computacional realizado, e sem qualquer n´ıvel de praticidade. Refira-se o caso de fun¸c˜oes descont´ınuas, ou n˜ao deriv´aveis, ou ainda aquelas em que o c´alculo da derivada ou derivadas, viria a aumentar a complexidade e o esfor¸co necess´arios. ´E, desta forma, relevante a utiliza¸c˜ao de problemas de optimiza¸c˜ao sem que se fa¸ca uso das derivadas das fun¸c˜oes envolvidas.

Os m´etodos de pesquisa directa, n˜ao recorrem ao c´alculo das derivadas para localizarem o extremo da fun¸c˜ao. Nalguns casos nem necess´ario ´e a verifica¸c˜ao da sua continuidade.

Assim, sabendo que os conceitos b´asicos ligados `a optimiza¸c˜ao s˜ao j´a leccionados e co-nhecidos pelos alunos ao n´ıvel do 10o ano, nomeadamente conceitos como os de m´ınimo,

m´aximo, maximizante, minimizante, extremo ou fun¸c˜ao objectivo, poder˜ao ser aproveitados para introduzir um novo tema no primeiro ano de ensino secund´ario: o tema da Programa¸c˜ao N˜ao Linear. Devido `a vastid˜ao do tema e aos conhecimentos dos alunos, limitar-nos-emos aos problemas de optimiza¸c˜ao n˜ao linear sem restri¸c˜oes.

A introdu¸c˜ao deste tema permitir´a aos alunos alargar o dom´ınio de observa¸c˜ao e de aplicabilidade da Matem´atica na vida pr´atica, bem como alargar o conceito de fun¸c˜ao per-cebendo a sua importˆancia no estudo de diversas situa¸c˜oes quotidianas, nomeadamente o de fun¸c˜oes de v´arias vari´aveis, isto ´e, dot´a-los de algum ”poder”que lhes confira autonomia de trabalho num campo mais diversificado de situa¸c˜oes.

Tudo isto poder´a ser efectuado de acordo com as orienta¸c˜oes pedag´ogicas, onde se refere o facto de ser fundamental a cria¸c˜ao de ambientes de trabalho com condi¸c˜oes ideais para que os alunos possam formular hip´oteses, conjecturar e experimentar adquirindo, com a experiˆencia maior esp´ırito cr´ıtico e auto-confian¸ca.

(21)

ma-2. Programa¸c˜ao Linear no Ensino Secund´ario 9 tem´aticas as quais se iniciam com a escolha de um problema real, seguindo-se a formula¸c˜ao de hip´oteses sobre ele. Ap´os a tradu¸c˜ao do problema real por um modelo matem´atico, ´e necess´ario tentar resolvˆe-lo utilizando as t´ecnicas matem´aticas dispon´ıveis. Uma vez encon-trada a solu¸c˜ao, tem de ser implementada e comparada com a realidade para testar o seu ajustamento. Poder-se-´a ainda proceder `a elabora¸c˜ao de um relat´orio onde constem as prin-cipais conclus˜oes explicativas da situa¸c˜ao e que sirvam, entre outras, para prever, conjecturar ou decidir em rela¸c˜ao aos elementos intervenientes.

Desta forma, ser´a proporcionado aos alunos um primeiro contacto e um breve aprofunda-mento a este novo tema pertinente e actual, contribuindo assim para o desenvolviaprofunda-mento do racioc´ınio matem´atico, interligando conhecimentos em muitas actividades de investiga¸c˜ao, poss´ıveis de serem desenvolvidas, neste grau de ensino. As actividades j´a referidas, bem como outras que possam ser planeadas, de forma individual e colectiva, quer sejam a resolu¸c˜ao de fichas, pequenos relat´orios, monografias..., contribuir˜ao para estimular a comunica¸c˜ao matem´atica, fundamental na forma¸c˜ao de estudantes.

As calculadoras e computadores, poder˜ao e dever˜ao funcionar como auxiliares educativos, bem como outros recursos tecnol´ogicos, pelas suas potencialidades de explora¸c˜ao e pesquisa, recupera¸c˜ao e desenvolvimento.

A par´abola ou mesmo uma fun¸c˜ao c´ubica, quando utilizadas para definirem dom´ınios planos, tema leccionado no 10o ano de escolaridade, podem ser uma boa ferramenta

intro-dut´oria do tema da programa¸c˜ao n˜ao linear, uma vez que analiticamente s˜ao descritas por express˜oes n˜ao lineares.

Para a apresenta¸c˜ao do tema da programa¸c˜ao n˜ao linear, e ap´os um estudo aprofundado, foram escolhidos quatro m´etodos de pesquisa directa, subdivididos em dois grupos: os que fazem uma procura unidimensional como o M´etodo da Sec¸c˜ao Dourada (SD) e o M´etodo de Davies, Swann e Campey (DSC), e os que fazem conjuga¸c˜ao de direcc¸c˜oes de modo a chegar mais rapidamente `a solu¸c˜ao pretendida como o M´etodo de Powell e o M´etodo de Nelder-Mead, estes no caso espec´ıfico de fun¸c˜oes de v´arias vari´aveis.

Para uma aquisi¸c˜ao de conhecimento progressiva e construtiva, come¸camos pela apre-senta¸c˜ao dos m´etodos de DSC e SD em IR, no estudo e determina¸c˜ao de extremos da fun¸c˜ao n˜ao linear. Seguidamente passaremos para IRn, onde utilizaremos o m´etodo de Powell para

(22)

2. Programa¸c˜ao Linear no Ensino Secund´ario 10 mesmo atrav´es do m´etodo de Nelder-Mead.

Nunca ser´a demasiado referir que, apenas ser˜ao abordados problemas n˜ao lineares, sem restri¸c˜oes, tendo em aten¸c˜ao o car´acter introdut´orio deste trabalho, entre outros aspectos.

(23)

Cap´ıtulo 3

Problemas de Optimiza¸c˜

ao N˜

ao

Lineares

Neste cap´ıtulo ´e feita uma apresenta¸c˜ao das caracter´ısticas dos problemas de Optimiza¸c˜ao N˜ao Lineares, em que consistem e das suas propriedades, quer para o caso de fun¸c˜oes unidimensionais quer para o caso de fun¸c˜oes multidimensionais.

Devido `a vastid˜ao do tema, ao objectivo deste trabalho e ao seu p´ublico alvo, apenas se apresentam problemas n˜ao lineares sem restri¸c˜oes.

3.1

Caracteriza¸c˜

ao

Um problema de optimiza¸c˜ao ´e caracterizado por um conjunto de vari´aveis independentes ou parˆametros, onde se incluem muitas vezes condi¸c˜oes ou restri¸c˜oes que definem valores aceit´aveis das vari´aveis. Uma outra componente essencial de um problema de optimiza¸c˜ao ´e uma fun¸c˜ao, chamada fun¸c˜ao objectivo. A solu¸c˜ao de um problema de optimiza¸c˜ao ´e um conjunto de valores permitidos para as vari´aveis, e para os quais a fun¸c˜ao objectivo assume um valor ”´optimo”. Em Matem´atica, optimiza¸c˜ao envolve normalmente maximizar ou minimizar. Problemas de diversas ´areas como a Engenharia, a Economia, a Medicina ou a Estat´ıstica, podem ser colocados em termos de optimiza¸c˜ao. Modelos matem´aticos s˜ao muita vezes desenvolvidos com o objectivo de analisar e compreender fen´omenos complexos. A optimiza¸c˜ao ´e muito usada para determinar a forma e as caracter´ısticas do modelo que mais se aproximam da realidade, ou do problema em quest˜ao.

Ao longo deste trabalho ser˜ao estudados problemas de minimiza¸c˜ao, o que faz com que se torne essencial definir uma forma geral para este tipo de problema. Em termos matem´aticos, poder-se-´a definir um problema de minimiza¸c˜ao da seguinte forma:

(24)

3. Problemas de Optimiza¸c˜ao N˜ao Lineares 12 minimizar x∈IRn f (x) sujeito a ci(x) = 0, i = 1, 2, . . . , q ci(x) ≥ 0, i = q + 1, . . . , t, (3.1)

onde a fun¸c˜ao objectivo, f , ´e uma fun¸c˜ao real de vari´aveis reais x = (x1, x2, ..., xn)T, sujeitas

`as condi¸c˜oes reais, ci(x) = 0 que representam restri¸c˜oes de igualdade para i = 1, 2, ..., q, e

ci(x) ≥ 0 que representam as desigualdades para i = q + 1, ..., t.

Existem tamb´em problemas com apenas alguns dos tipos de restri¸c˜oes referidos e ainda problemas sem qualquer tipo de restri¸c˜ao, assumindo neste caso a forma:

minimizar

x∈IRn f (x) (3.2)

Sendo o problema formulado em (3.1) um problema de minimiza¸c˜ao, esta formula¸c˜ao n˜ao ´e restritiva pois qualquer problema de optimiza¸c˜ao pode ser colocado nesta forma. Em particular, um problema de maximiza¸c˜ao pode ser resolvido com a implementa¸c˜ao de um m´etodo que calcule m´ınimos de fun¸c˜oes uma vez que

max f (x) = −min[−f (x)]

e o valor de x, onde f atinge o seu m´aximo ´e o mesmo onde −f atinge o seu m´ınimo.

Figura 3.1: Representa¸c˜ao de um m´ınimo e de um m´aximo de uma fun¸c˜ao

Ao ponto x∗chama-se maximizante ou minimizante consoante a formula¸c˜ao do problema.

Um ponto x que verifica as fun¸c˜oes de restri¸c˜ao do problema, chama-se ponto admiss´ıvel. Ao conjunto de todos os pontos admiss´ıveis chama-se regi˜ao admiss´ıvel podendo ser repre-sentado por

C = {x ∈ IRn : c

(25)

3. Problemas de Optimiza¸c˜ao N˜ao Lineares 13 Apesar da grande maioria dos problemas de optimiza¸c˜ao poderem ser expressos na forma (3.1), a existˆencia de uma forma padr˜ao e de toda generalidade que ela possa representar, n˜ao significa que as diferen¸cas dos diversos problemas possam ser ignoradas. Quando um problema nos ´e apresentado, ´e normalmente vantajoso determinar as caracter´ısticas especiais que v˜ao permitir uma resolu¸c˜ao mais eficiente do mesmo. Por exemplo, poder´a ser poss´ıvel omitir testes para situa¸c˜oes que n˜ao ocorram, ou evitar recalcular quantidades que n˜ao variam. Sabendo que a classifica¸c˜ao ideal por categorias ou classes n˜ao existe, ou pelo menos n˜ao ser´a exacta para todas as circunstˆancias, ser´a, todavia, conveniente classificar os problemas de optimiza¸c˜ao de uma maneira n˜ao muito r´ıgida mas rigorosa, sem cair em exageros de considerar cada problema como ´unico ou como uma classe separada. A distin¸c˜ao mais ´obvia entre problemas de optimiza¸c˜ao envolve as poss´ıveis varia¸c˜oes nas caracter´ısticas matem´aticas da fun¸c˜ao objectivo e das restri¸c˜oes do problema. Por exemplo, estas poder˜ao nalguns casos, possuir sucessivas derivadas cont´ınuas em todo o seu dom´ınio, ou por outro lado serem descont´ınuas; o problema de optimiza¸c˜ao poder´a possuir uma forma simples com as suas propriedades matem´aticas bem compreendidas, ou pelo contr´ario, o seu c´alculo computacional envolver e necessitar da solu¸c˜ao de v´arios e complexos subproblemas.

As tabelas 3.1 e 3.2 indicam uma classifica¸c˜ao t´ıpica de problemas de optimiza¸c˜ao baseada na natureza matem´atica das express˜oes e para os quais existem algoritmos espec´ıficos.

Propriedades de f (x) Fun¸c˜ao unidimensional Fun¸c˜ao linear

Soma de quadrados de fun¸c˜oes lineares Fun¸c˜ao quadr´atica

Soma de quadrados de fun¸c˜oes n˜ao lineares Fun¸c˜ao diferenci´avel n˜ao linear

Fun¸c˜ao n˜ao linear definida por ramos Fun¸c˜ao descont´ınua n˜ao linear

Tabela 3.1: Caracter´ısticas da fun¸c˜ao objectivo

Outros factores podem tamb´em ser usados para distinguir problemas de optimiza¸c˜ao. A dimens˜ao do problema ´e um desses factores, podendo ser usado para distinguir problemas de optimiza¸c˜ao, e afecta tanto o armazenamento como o esfor¸co computacional necess´ario

(26)

3. Problemas de Optimiza¸c˜ao N˜ao Lineares 14 Propriedades de ci(x)

Sem restri¸c˜oes Limites simples Fun¸c˜oes lineares Fun¸c˜oes n˜ao lineares

Fun¸c˜oes lineares definidas por ramos Fun¸c˜oes diferenci´aveis n˜ao lineares Fun¸c˜oes n˜ao lineares definidas por ramos Fun¸c˜oes descont´ınuas n˜ao lineares

Tabela 3.2: Caracter´ısticas das restri¸c˜oes

para obter a solu¸c˜ao, fazendo com que t´ecnicas eficientes para um problema com poucas vari´aveis, n˜ao se adeq´uem a problemas com centenas ou milhares de vari´aveis. Embora a defini¸c˜ao de ”dimens˜ao do problema”n˜ao seja absoluta e n˜ao esteja convencionado a partir de que n´umero de vari´areis o problema ´e considerado de grande dimens˜ao, a adequa¸c˜ao dos m´etodos est´a tamb´em dependente do tipo de sistema computacional a utilizar.

´

E ainda de salientar que a aplica¸c˜ao dos diferentes m´etodos de optimiza¸c˜ao pode exigir requisitos especiais sem os quais a obten¸c˜ao da solu¸c˜ao n˜ao ser´a poss´ıvel. Neste trabalho ser˜ao apenas utilizados e descritos, alguns m´etodos de pesquisa directa ou seja, m´etodos que n˜ao recorrem `a informa¸c˜ao proveniente das derivadas das fun¸c˜oes envolvidas, directa ou indirectamente.

3.2

Condi¸c˜

oes de existˆ

encia de um m´ınimo

O principal objectivo em optimiza¸c˜ao ´e a determina¸c˜ao do vector x∗ onde a fun¸c˜ao

objectivo f atinge o seu valor m´ınimo. Ser´a ent˜ao conveniente definir os v´arios tipos de m´ınimo que poder˜ao ocorrer.

Defini¸c˜ao 3.1. Ao conjunto de todos os pontos do hiperplano situados a uma distˆancia

inferior a δ de um ponto dado a , chama-se bola aberta de centro em a e raio δ , representando-se por B(a, δ).

Defini¸c˜ao 3.2. Seja f : IRn −→ IR uma fun¸c˜ao dada e D um subconjunto de IRn. Diz-se que x∗ ´e um minimizante local forte sobre D se e s´o se existe ε > 0 tal que B(x, ε) ⊂ D

e

(27)

3. Problemas de Optimiza¸c˜ao N˜ao Lineares 15 Defini¸c˜ao 3.3. Seja f : IRn −→ IR uma fun¸c˜ao dada e D um subconjunto de IRn. Diz-se

que x∗ ´e um minimizante local fraco sobre D se e s´o se existe ε > 0 tal que B(x, ε) ⊂ D

e

f (x∗) ≤ f (x), ∀x ∈ B(x∗, ε).

Virtualmente, com a utiliza¸c˜ao de m´etodos num´ericos para resolu¸c˜ao de problemas de minimiza¸c˜ao, obtˆem-se estimativas de m´ınimos locais. Contudo muitas vezes s˜ao necess´arios m´ınimos globais de uma fun¸c˜ao, sobre um determinado conjunto, assim:

Defini¸c˜ao 3.4. Seja f : IRn −→ IR uma fun¸c˜ao dada e D um subconjunto de IRn. Diz-se que x∗ ´e um minimizante global forte sobre D se e s´o se

f (x∗) < f (x), ∀x ∈ D com x 6= x.

Se o problema abordado possuir restri¸c˜oes, as defini¸c˜oes anteriores poder˜ao ainda ser v´alidas, bastando para tal, exigir que x∗ seja um ponto admiss´ıvel do problema, e do mesmo

modo, que B(x∗, ε) e D sejam conjuntos de pontos admiss´ıveis do problema, por outras

palavras, que x∗, B(x, ε) e D pertencem e estejam contidos na regi˜ao admiss´ıvel.

De uma maneira geral, para a grande maioria dos problemas de optimiza¸c˜ao, n˜ao ´e poss´ıvel determinar um m´ınimo global. Por´em este facto raramente ´e um impedimento para a obten¸c˜ao de uma solu¸c˜ao satisfat´oria de problemas pr´aticos. Na Figura 3.2 apresentam-se alguns dos tipos de minimizantes referidos anteriormente, para o caso unidimensional.

Figura 3.2: Tipos de minimizantes para o caso unidimensional

Para o caso geral de problemas n˜ao lineares sem restri¸c˜oes, poder˜ao n˜ao existir estes tipos de m´ınimos. Por exemplo, se considerarmos a fun¸c˜ao f (x) = x3, esta n˜ao ´e inferiormente

(28)

3. Problemas de Optimiza¸c˜ao N˜ao Lineares 16 limitada. E mesmo em casos em que a fun¸c˜ao ´e inferiormente limitada, como ´e o caso da fun¸c˜ao f (x) = ex, o seu m´ınimo encontra-se no infinito.

O interesse na abordagem das condi¸c˜oes de optimalidade surge por se pretender verificar se um determinado ponto ´e ´optimo, e porque as propriedades de um ponto ´optimo poder˜ao sugerir algoritmos para obter uma solu¸c˜ao. Para tal, as defini¸c˜oes dos diferentes tipos de m´ınimos atr´as descritas, n˜ao s˜ao satisfat´orios. Se fossem usadas para verificar a optimalidade, seria necess´ario avaliar f para um conjunto infinito de pontos admiss´ıveis, numa vizinhan¸ca de qualquer poss´ıvel solu¸c˜ao, dando origem a um inaceit´avel esfor¸co computacional.

Por tal raz˜ao, s˜ao apresentados de seguida, condi¸c˜oes necess´arias e suficientes de existˆencia de m´ınimos, ultrapassando assim os problemas antes definidos. Conv´em, no entanto, ressal-var tais condi¸c˜oes, apesar da sua ineg´avel utilidade, da´ı a sua inclus˜ao neste trabalho, n˜ao ser˜ao utilizadas, uma vez que apenas ser˜ao objecto de estudo e implementa¸c˜ao nos m´etodos e algoritmos, sem recurso `a utiliza¸c˜ao de derivadas, directa ou indirectamente.

3.3

Problemas de optimiza¸c˜

ao sem restri¸c˜

oes

3.3.1

Caso unidimensional

O problema mais simples que se pode considerar em optimiza¸c˜ao ´e o da minimiza¸c˜ao sem restri¸c˜oes de uma fun¸c˜ao, f , unidimensional, ou seja da forma do problema considerado em (3.1) tomando n = 1:

minimizar

x∈IR f (x)

Embora se venham a utilizar posteriormente t´ecnicas de pesquisa directa sem qualquer recurso a c´alculo de derivadas, n˜ao se dever˜ao excluir outras propriedades das fun¸c˜oes do problema a minimizar. Se essas propriedades s˜ao, por exemplo, a continuidade e diferenci-abilidade, ent˜ao poder˜ao ser utilizadas na constru¸c˜ao, melhoria ou percep¸c˜ao de algoritmos para a determina¸c˜ao do ´optimo e para permitir definir condi¸c˜oes necess´arias e suficientes, para identificar o(s) ponto(s) ´optimo(s), como ser´a agora o caso.

(29)

3. Problemas de Optimiza¸c˜ao N˜ao Lineares 17 Admitindo, que f ´e de classe C2, e que existe um minimizante local de f num ponto

finito, x∗, ent˜ao as duas condi¸c˜oes seguintes ter˜ao de ser verificadas.

Condi¸c˜oes necess´arias para a

existˆencia de um m´ınimo de uma fun¸c˜ao unidimensional

f0(x) = 0 (3.4)

f00(x) ≥ 0 (3.5)

A condi¸c˜ao (3.4) ´e conhecida por condi¸c˜ao de primeira ordem, podendo ser provada por absurdo, veja-se em [16, p´ag.9]. Genericamente, poder-se-´a afirmar que a referida condi¸c˜ao define os pontos de estacionaridade da fun¸c˜ao f .

A condi¸c˜ao (3.4) define os pontos estacion´arios da fun¸c˜ao f .

Se um ponto ´e minimizante de uma fun¸c˜ao continuamente diferenci´avel, ent˜ao ele ´e ponto de estacionaridade dessa fun¸c˜ao. O rec´ıproco n˜ao ´e no entanto verdade, pois um ponto pode ser ponto de estacionaridade e n˜ao ser um minimizante. Um maximizante local, por exem-plo, tamb´em tem primeira derivada nula. Mesmo n˜ao sendo maximizante ou minimizante, existem outros pontos que anulam a primeira derivada e que se chamam pontos de inflex˜ao de f (x), como ´e o caso da fun¸c˜ao f (x) = x3, em que na origem n˜ao possui maximizante nem

minimizante e no entanto f0(0) = 0.

A segunda condi¸c˜ao apresentada, (3.5), diz-se condi¸c˜ao de segunda ordem, e pode ser tamb´em demonstrada por absurdo, veja-se em [16, p´ag.9].

As condi¸c˜oes necess´arias (3.4) e (3.5) s˜ao muito utilizadas para mostrar que um dado ponto n˜ao ´e um minimizante, contudo, seria ´util determinar condi¸c˜oes suficientes que garan-tissem que um certo ponto ´e minimizante.

Condi¸c˜oes suficientes para a

existˆencia de um m´ınimo de uma fun¸c˜ao unidimensional

f0(x) = 0 (3.6)

f00(x∗) > 0 (3.7)

A condi¸c˜ao (3.6) j´a foi indicada uma vez que ´e uma das condi¸c˜oes necess´arias para a existˆencia de m´ınimo, condi¸c˜ao (3.4). Se (3.7) se verificar, uma vez que se admite a

(30)

3. Problemas de Optimiza¸c˜ao N˜ao Lineares 18 continuidade de f00, f00(x + h) ser´a estritamente positiva para todo o |h| suficientemente

pequeno.

Escolhendo |h| correctamente, e atendendo ao desenvolvimento em s´erie de Taylor de

f (x∗+ h) em torno de x, at´e ordem dois, ou seja,

f (x∗+ h) = f (x∗) + f0(x∗)h +1 2f

00(x+ θh2) (3.8)

para algum θ ∈ [0, 1]. Por (3.6) f0(x) anula-se, vindo

f (x∗+ h) = f (x) + f00(x+ θh2

) (3.9)

ou seja f (x∗) + h) > f (x) pois f00(x+ θh > 0 e atendendo `a defini¸c˜ao (3.2) de m´ınimo

local, est´a provado, uma vez que f (x∗, h) > f (x).

3.3.2

Caso multidimensional

Nesta sec¸c˜ao, consideremos um problema de minimiza¸c˜ao sem restri¸c˜oes para o caso de uma fun¸c˜ao objectivo multidimensional, ou seja, um problema da forma:

minimizar

x∈IRn f (x) (3.10)

Admitindo que f (x) ´a continuamente diferenci´avel, a derivada parcial de f (x) em ordem a xi(i = 1, 2, ..., n) representa-se por:

∂f (x) ∂xi

Ao vector que possui como componentes as n derivadas parciais da fun¸c˜ao f (x), chama-mos vector gradiente de f , e representa-se por g(x) ou ∇f (x),

g(x) = µ ∂f (x) ∂x1 ,∂f (x) ∂x2 , ...,∂f (x) ∂xnT (3.11) De modo semelhante, as segundas derivadas parciais s˜ao representadas por:

2f ∂xi∂xj para i 6= j e 2f ∂x2 i para i = j

(31)

3. Problemas de Optimiza¸c˜ao N˜ao Lineares 19 Obtemos assim n2 derivadas parciais, n2+n

2 derivadas parciais distintas, formando com

elas uma matriz quadrada, sim´etrica e de ordem n, conhecida por matriz Hessiana de f (x), representada por ∇2f (x) ou G(x), G(x) =             2f ∂x2 1 2f ∂x1∂x2 . . . 2f ∂x1∂xn 2f ∂x2∂x1 2f ∂x2 2 . . . 2f ∂x2∂xn ... ... . .. ... 2f ∂xn∂x1 2f ∂xn∂x2 . . . 2f ∂x2 n             . (3.12)

Quando a matriz Hessiana da fun¸c˜ao f (x) for constante, a fun¸c˜ao objectivo f (x) ´e quadr´atica. De facto, se as segundas derivadas s˜ao constantes, integrando duas vezes G, obt´em-se uma express˜ao quadr´atica , da forma:

f (x) = 1

2x

TGx + cTx + b

com c ∈ IRn e b ∈ IR.

Comecemos agora por apresentar as condi¸c˜oes necess´arias para a existˆencia de m´ınimo, tal como foi feito para o caso de fun¸c˜oes unidimensionais.

Condi¸c˜oes necess´arias para a

existˆencia de um m´ınimo de uma fun¸c˜ao multidimensional

kg(x∗)k = 0 e (3.13)

G(x∗)´e semi-definida positiva (3.14)

A condi¸c˜ao (3.13) verifica-se tamb´em para os pontos x∗ onde a fun¸c˜ao objectivo atinge

um m´aximo. `A semelhan¸ca do caso unidimensional, se existir um ponto x∗, para o qual o

vector gradiente de f (x) se anula n˜ao sendo m´aximo ou m´ınimo, ent˜ao ele ´e denominado ponto de descanso ou ponto de sela.

(32)

3. Problemas de Optimiza¸c˜ao N˜ao Lineares 20 Condi¸c˜oes suficientes para a

existˆencia de um m´ınimo de uma fun¸c˜ao unidimensional

kg(x∗)k = 0 e (3.15)

G(x∗)´e definida positiva (3.16)

As demonstra¸c˜oes das condi¸c˜oes anteriores podem ser encontradas por exemplo em [1] ou [19].

3.4

Optimiza¸c˜

ao N˜

ao Linear

Tendo em conta a forma geral apresentada em 3.1, se alguma das fun¸c˜oes envolvidas no problema for n˜ao linear nas vari´aveis, ent˜ao estaremos perante um problema conhecido por

problema de optimiza¸c˜ao n˜ao linear.

Restri¸c˜oes em parˆametros ou nas vari´aveis independentes, podem fazer com que estas assumam apenas um n´umero finito de valores, como por exemplo em problemas de op-timiza¸c˜ao discreta. Outras caracter´ısticas e propriedades dos problemas de opop-timiza¸c˜ao, como por exemplo a sua dimens˜ao, v˜ao influenciar a respectiva resolu¸c˜ao do problema Neste ´ultimo caso as dificuldades surgem quando a dimens˜ao do problema ultrapassa a capacidade do sistema de c´alculo, ou seja, a quantidade de dados e parˆametros ´e t˜ao extensa que a mem´oria de funcionamento do sistema de c´alculo poder´a ser insuficiente.

De um modo geral, um aumento do n´umero de vari´aveis em problemas semelhantes, poder´a aumentar significativamente a complexidade e dificuldade.

Outro aspecto a ter em conta ´e a forma das restri¸c˜oes, forma esta que ter´a uma enorme influˆencia na complexidade do problema de optimiza¸c˜ao. Normalmente existe um aumento muito pequeno, na dificuldade de obten¸c˜ao de solu¸c˜ao, quando se passa de um problema sem restri¸c˜oes para outro com restri¸c˜oes do tipo limites simples nas vari´aveis. Da mesma forma, a generalidade dos problemas com restri¸c˜oes lineares nas vari´aveis s˜ao mais dif´ıceis de resolver do que aqueles que s´o possuem restri¸c˜oes do tipo limites simples, e a presen¸ca de restri¸c˜oes n˜ao lineares aumenta a dificuldade de obten¸c˜ao da solu¸c˜ao.

A diferenciabilidade ´e, provavelmente, a propriedade mais importante de um problema no que diz respeito `a facilidade de optimiza¸c˜ao, importˆancia que se revela na aplica¸c˜ao de algoritmos baseados na informa¸c˜ao relativa ao valor da fun¸c˜ao e das suas derivadas,

(33)

3. Problemas de Optimiza¸c˜ao N˜ao Lineares 21 permitindo deduzir o comportamento da mesma. Se as fun¸c˜oes do problema s˜ao duas vezes continuamente diferenci´aveis (o que admitiremos salvo excep¸c˜oes devidamente indicadas), aumenta a eficiˆencia de um algoritmo para localizar a solu¸c˜ao, quando comparada com os casos em que as fun¸c˜oes de problemas s˜ao n˜ao diferenci´aveis.

A maioria do software de optimiza¸c˜ao ´e, desta forma, concebido para resolver problemas cujas fun¸c˜oes sejam continuamente diferenci´aveis, podendo ser seleccionados diferentes algo-ritmos, dependendo da informa¸c˜ao dispon´ıvel relativa `as derivadas ou do custo relativo de c´alculo de certas quantidade, por exemplo. Os algoritmos tendem a ficar mais eficiente e robustos, quanto mais informa¸c˜ao lhes ´e fornecida.

As condi¸c˜oes de optimalidade s˜ao outra raz˜ao pelo interesse na diferenciabilidade de um problema de optimiza¸c˜ao. Para se poder verificar se um determinado ponto ´e ´optimo, as defini¸c˜oes 3.2 e 3.3 de minimizantes locais forte e fracos n˜ao s˜ao satisfat´orias, pois seria ne-cess´ario avaliar a fun¸c˜ao objectivo num n´umero infinito de poss´ıveis pontos, numa vizinhan¸ca de qualquer solu¸c˜ao proposta. Ainda que esse processo fosse levado a cabo por poderosas m´aquinas digitais, apenas uma finita quantidade de pontos seria considerada e com esfor¸co computacional totalmente inaceit´avel. Todavia, se a fun¸c˜ao objectivo e as restri¸c˜oes do pro-blema tiverem algumas propriedades de suavidade, ´e poss´ıvel utilizar outro crit´erio, mais pr´atico, de condi¸c˜oes que caracterizam um m´ınimo, nomeadamente utilizando as condi¸c˜oes (3.6) e (3.7) ou (3.15) e (3.16) ou equivalentes.

Rematando o que se tem vindo a descrever, os problemas de optimiza¸c˜ao caracterizam-se pelo tipo de fun¸c˜ao objectivo e pelas caracter´ısticas das restri¸c˜oes que lhe est˜ao associadas, podendo estas ser do tipo linear ou n˜ao linear e, cada uma delas ainda ser subdividida em restri¸c˜oes de igualdade e restri¸c˜oes de desigualdade. Uma vez que este trabalho est´a a ser desenvolvido com vista a apresentar um projecto de introdu¸c˜ao da programa¸c˜ao n˜ao linear no ensino secund´ario, ser˜ao apenas abordados com mais profundidade os problemas de opti-miza¸c˜ao n˜ao linear sem restri¸c˜oes, recorrendo a m´etodos de pesquisa directa, atendendo ao grau de ensino a que se destina e aos conhecimentos cient´ıficos j´a adquiridos pelos estudantes.

(34)

Cap´ıtulo 4

etodos de Pesquisa Directa

Neste cap´ıtulo s˜ao apresentados alguns M´etodos de Pesquisa Directa e feita a sua caracteriza¸c˜ao, descri¸c˜ao e condi¸c˜oes de aplica¸c˜ao a determinadas situa¸c˜oes. Para o caso de fun¸c˜oes unidimensionais s˜ao distinguidos o m´etodo da Sec¸c˜ao Dourada e o m´etodo de Davies, Swann e Campey (DSC). Para o caso de fun¸c˜oes multidimensionais distinguem-se, neste trabalho os m´etodos de Nelder-Mead, de Powell e de Pesquisa em Padr˜ao. Como meio de facilitar a compreens˜ao do funcionamento dos di-ferentes m´etodos, ser˜ao apresentados os algoritmos bem como a sua representa¸c˜ao por meio de fluxogramas.

4.1

Introdu¸c˜

ao

Para muitas fun¸c˜oes que resultam de aplica¸c˜oes da optimiza¸c˜ao, industriais, econ´omicas, cient´ıficas e outras, ´e muito dif´ıcil, sen˜ao mesmo imposs´ıvel calcular analiticamente as de-rivadas. Em muitas situa¸c˜oes da via real surgem problemas cujo processo de optimiza¸c˜ao, j´a de si complicado, possui limita¸c˜oes, nomeadamente, a sua formula¸c˜ao matem´atica dema-siado complexa, ou a falta dela. S˜ao exemplos desta ´ultima situa¸c˜ao, os casos em que os dados do problema s˜ao fornecidos por uma tabela de valores ou est˜ao relacionados com a medi¸c˜ao de alguma grandeza f´ısica, n˜ao havendo nenhum modelo matem´atico. Ainda que a fun¸c˜ao que se pretende optimizar seja definida por uma f´ormula matem´atica, as suas deri-vadas podem ser desconhecidas, ou mesmo inexistentes, em todo o dom´ınio de interesse ou em pontos chave desse dom´ınio, situa¸c˜oes estas que ocorrem muito mais frequentemente em problemas pr´aticos de optimiza¸c˜ao do que se possa pensar. Torna-se, desta forma, essencial utilizar m´etodos de optimiza¸c˜ao em que o c´alculo das derivadas ou mesmo a verifica¸c˜ao da sua existˆencia n˜ao seja necess´ario.

Para problemas de minimiza¸c˜ao n˜ao lineares, existem duas grandes classes de m´etodos: os m´etodos dos gradientes e os m´etodos de pesquisa directa. Normalmente aplic´aveis a fun¸c˜oes

(35)

4. M´etodos de Pesquisa Directa 23 cont´ınuas, os primeiros aproximam a fun¸c˜ao f por outra fun¸c˜ao mais simples, que ser´a pos-teriormente analisada para se determinar o seu m´ınimo. As fun¸c˜oes de aproxima¸c˜ao s˜ao, em geral, polinomiais de grau baixo. Os m´etodos de procura directa partem de um intervalo que cont´em o m´ınimo ou de uma aproxima¸c˜ao inicial e tˆem como objectivo a sua determina¸c˜ao, calculando e comparando os valores de f em diversos pontos. A principal particularidade que distingue estes m´etodos dos restantes, reside no facto de estes poderem ser aplicados `a resolu¸c˜ao de qualquer problema, desde que a fun¸c˜ao objectivo seja unimodal num intervalo que cont´em o m´ınimo. Esta diferen¸ca b´asica pode parecer pouco importante mas por vezes ´e limitativa. Imagine-se o caso em que o problema possui uma fun¸c˜ao objectivo descont´ınua, com derivadas descont´ınuas, ou mesmo inexistentes, ou ainda, o caso em que a express˜ao da fun¸c˜ao ´e demasiado complexa e o c´alculo das derivadas parciais est´a fora de quest˜ao. O caso extremo ´e aquele em que a express˜ao da fun¸c˜ao objectivo n˜ao ´e conhecida, sendo os seus valores obtidos pela medi¸c˜ao de alguma grandeza f´ısica. Por exemplo o comprimento de uma pe¸ca produzida por uma m´aquina, que vˆe o seu produto influenciado por diversos factores vari´aveis, ´e uma quantidade que n˜ao ´e poss´ıvel derivar pela inexistˆencia do modelo matem´atico.

As t´ecnicas mais utilizadas na optimiza¸c˜ao de fun¸c˜oes sem restri¸c˜oes nas vari´aveis, tendo em conta apenas os valores da fun¸c˜ao objectivo, sem estimar nem utilizar os valores das suas derivadas, podem ser, de uma maneira geral, agrupadas em trˆes principais classes:

- aquelas que pesquisam ao longo de direc¸c˜oes e deslocamentos pr´e-definidos;

- aquelas que utilizam uma pesquisa unidimensional ao longo de direc¸c˜oes pr´e-definidas; - aquelas que utilizam um conjunto determinado de pontos, em cada itera¸c˜ao.

Em geral nos m´etodos de pesquisa directa, os iterandos s˜ao gerados, tendo como base apenas valores da fun¸c˜ao objectivo. Nestes m´etodos n˜ao se usam os valores da fun¸c˜ao para construir aproxima¸c˜oes ao vector dos gradientes nem sequer se usa o gradiente como direc¸c˜ao de pesquisa dos iterandos. Existem dois grandes grupos nos m´etodos de pesquisa directa: os que modificam as direc¸c˜oes de pesquisa no final de cada itera¸c˜ao e os que usam direc¸c˜oes fixas ao longo do processo iterativo. S˜ao exemplos dos primeiros o m´etodo de Nelder-Mead [18] e o de Powell [20] e da segunda classe, os mais conhecidos s˜ao o m´etodo de Hooke e Jeeves[10] e o de pesquisa em padr˜ao.

(36)

4. M´etodos de Pesquisa Directa 24 Comecemos por analisar o problema com a seguinte forma

minimizar

x∈IRn f (x) (4.1)

com f uma fun¸c˜ao gen´erica, da qual apenas se assume a continuidade numa vizinhan¸ca do minimizante, x∗.

4.2

Pesquisa Unidimensional

4.2.1

Pesquisa de Davies, Swann e Campey

O m´etodo de DSC, deve o seu nome aos autores, e consiste num algoritmo de procura ao longo de uma direc¸c˜ao. Resumidamente pode-se explicar que partindo de uma estimativa

x de x∗, procura-se um escalar α, ao longo de uma direc¸c˜ao ξ previamente conhecida, que

minimiza localmente f (x + αξ), isto ´e, α = arg (min f (α)) ≡ arg (min f (x + αξ)). Com estas mudan¸cas de vari´avel alteramos o processo da procura do m´ınimo de um problema, `a procura do m´ınimo sobre uma ´unica direc¸c˜ao. Se no caso unidimensional, a direc¸c˜ao ´e ´unica, j´a tal n˜ao acontece num problema de n vari´eveis, em que o algoritmo teria de ser repetido no m´ınimo n vezes, uma vez sobre cada uma das n direc¸c˜oes que se adoptassem para a referida pesquisa. Em qualquer dos casos como se explicar´a posteriormente, tornar-se-´a porventura necess´ario, repetir todo o processo. O algoritmo de DSC baseia-se assim, para o c´alculo deste escalar, na compara¸c˜ao dos valores da fun¸c˜ao f (α), em determinados pontos obtidos a partir de uma aproxima¸c˜ao inicial de α e tendo como base um passo inicial

δ. Valores de espa¸camento m´ultiplos de δ, sendo cada um duplo ao anterior, v˜ao sendo

sucessivamente adicionados aos pontos calculados para obter novos pontos, sempre que a fun¸c˜ao estiver a diminuir. O processo p´ara quando for encontrado um ponto cujo valor da fun¸c˜ao seja superior ao valor da fun¸c˜ao no ponto anterior, estando o m´ınimo encaixado entre estes ´ultimos pontos. A procura pode tamb´em ser feita no sentido negativo, se a fun¸c˜ao for crescente `a direita no ponto inicial e decrescente `a sua esquerda, segundo a direc¸c˜ao e sentido de ξ. Em qualquer dos casos anteriores,os trˆes ´ultimos pontos de pesquisa definem dois intervalos que no seu todo contˆem o minimizante procurado.

Resumindo, come¸cando numa estimativa inicial, x0, do minimizante x∗, avan¸ca-se ou

(37)

4. M´etodos de Pesquisa Directa 25 nas condi¸c˜oes desejadas, isto ´e, que contenha o minimizante. Posteriormente pode-se voltar a aplicar o algoritmo de DSC, come¸cando agora com uma outra estimativa x obtida no intervalo anterior, e novo tamanho do passo, δ, menor que o anterior.

Assim, ap´os conhecida uma direc¸c˜ao de procura, escolhido um ponto de partida e o tamanho do passo a utilizar, o algoritmo vai calculando os valores da fun¸c˜ao nos novos pontos obtidos a partir dos pontos anteriores. Sempre que o valor da fun¸c˜ao no novo ponto obtido estiver a diminuir, a direc¸c˜ao (sentido)de procura do m´ınimo ´e mantida, e duplicado o valor do passo a utilizar no c´alculo do novo ponto. Se a dado momento o valor da fun¸c˜ao aumentar relactivamente ao ponto anterior, p´ara-se. O processo repetir-se-`a at´e que a amplitude do intervalo onde se encontra o m´ınimo seja t˜ao pequena quanto se queira.

A ´unica excep¸c˜ao, verifica-se na primeira itera¸c˜ao, em que se o valor da fun¸c˜ao aumentar aquando da progress˜ao no sentido positivo, far-se-´a a pesquisa no sentido contr´ario.

δ, α xj, ξj - -? k ← 1 α1← α α2← α + δ f1← f (α1) f2← f (α2) ? f1> f2 ¾ 6 ¾ ? α3← α + (2k+1− 1)δ f3← f (α3) ? f2> f3 ? α1← α2 α2← α3 f1← f2 f2← f3 k ← k + 1 ¾ 6 -? -? 6 -? α3← α2 α2← α1 f3← f2 f2← f1 α1← α − (2k− 1)δ f1← f (α1) ? f2> f1 -6 k ← k + 1 6 ¾ ¾ ? α2∈ [α1, α3] f2< f1,f2< f3

Figura 4.1: Fluxograma do algoritmo de Davies-Swann-Campey

Ap´os identifica¸c˜ao do intervalo que contenha o minimizante, poder-se-´a escolher um valor do seu interior, como a melhor estimativa obtida, servindo ainda como ponto de partida para uma nova aplica¸c˜ao do algoritmo. Nesta situa¸c˜ao poder-se-´a optar por simplesmente se escolher o ponto com menor valor da fun¸c˜ao, de entre os calculados, ou escolher entre este ´ultimo e o ponto m´edio do intervalo, segundo o mesmo crit´erio. Alguns autores utilizam uma outra abordagem que consiste em determinar o polin´omio de segundo grau, que interpola os ´ultimos pontos calculados, ap´os o que se calcula a abcissa do respectivo v´ertice, adoptando-a

(38)

4. M´etodos de Pesquisa Directa 26 como a estimativa procurada. Na Figura (4.1) ´e apresentado o algoritmo de DSC, sob uma forma gr´afica.

Consideremos o seguinte exemplo, de uma fun¸c˜ao quadr´atica, descrita analiticamente por: y = f (x) = (x − 2)2, cuja representa¸c˜ao gr´afica ´e apresentada na Figura 4.2.

Figura 4.2: Esbo¸co do gr´afico de f (x) = (x − 2)2

Embora saibamos que admite como m´ınimo global o ponto (2,0), considere-se a aplica¸c˜ao do m´etodo de DSC ao problema

min

x∈IR (x − 2)

2

(4.2) com a aproxima¸c˜ao inicial de x0 = 1 e tamanho do passo δ = 0, 1. Apresentam-se na

Tabela 4.1 os respectivos c´alculos.

i Deslocamento x f (x) 0 0 1 1 1 0,1 1,1 0,81 2 0,3 1,3 0,49 3 0,7 1,7 0,09 4 1,5 2,5 0,25

Tabela 4.1: Exemplo de aplica¸c˜ao do algoritmo de DSC(x0 = 1, δ = 0.1)

Pela an´alise dos valores, conclui-se que o minimizante estar´a entre 1, 3 e 2, 5 ou de outra forma x∗ ∈ [1, 3; 2, 5].

i Deslocamento x f (x)

0 0 2,4 0,16

1 0,01 2,41 0,1681

Tabela 4.2: Exemplo de aplica¸c˜ao do algoritmo de DSC(x0 = 2.4, δ = 0.01)

Para ilustrar completamente o algoritmo, imagine-se agora que, continuando a aplica¸c˜ao do mesmo, repetimos a metodologia para uma nova itera¸c˜ao, com x0 = 2, 4 e δ = 0, 01.

(39)

4. M´etodos de Pesquisa Directa 27 Obter-se-iam os resultados apresentados na Tabela 4.2, onde se constata um aumento do valor de f (x), logo no primeiro valor calculado. Tal facto, indica-nos que se ter´a de pesquisar no sentido contr´ario ao efectuado.

Este processo ´e ilustrado na Tabela 4.3, tendo sido utilizados deslocamentos negativos, por forma a se obter o pretendido, vindo x∗ ∈ [1, 77; 2, 25].

i Deslocamento x f (x) 0 0 2,4 0,16 1 -0,01 2,39 0,1521 2 -0,02 2,37 0,1369 3 -0,04 2,33 0,1089 4 -0,08 2,25 0,0625 5 -0,16 2,09 0,0081 6 -0,32 1,77 0,0520

Tabela 4.3: Exemplo de aplica¸c˜ao do algoritmo de DSC(x0 = 2.4, δ = −0.01)

Os valores iniciais foram escolhidos de forma intencional, de modo a evidenciar o com-portamento do algoritmo.

4.2.2

etodo da Sec¸c˜

ao Dourada

O algoritmo da sec¸c˜ao dourada tem como objectivo o refinamento de um intervalo que cont´em o m´ınimo de uma fun¸c˜ao unidimensional, ou segundo uma ´unica direc¸c˜ao.

A diferen¸ca principal relativamente ao algoritmo de DSC, reside nas condi¸c˜oes iniciais. No algoritmo anterior era indicada uma estimativa inicial, a partir da qual se procurava um intervalo que contivesse o m´ınimo a estimar.

O algoritmo da sec¸c˜ao dourada (SD), inicia-se com duas estimativas, os limites inferior e superior de um intervalo, suficientemente amplo, que contenha o m´ınimo pretendido. Nesse intervalo a fun¸c˜ao deve ser unimodal, isto ´e, possuir um ´unico m´ınimo, aquele que se pretende estimar. O esfor¸co ´e ent˜ao todo dirigido no sentido da diminui¸c˜ao da amplitude do intervalo, contendo sempre o m´ınimo, escolhendo novos limites, de tal forma que o novo intervalo esteja contido no anterior. O processo estar´a conclu´ıdo, quando se obtiver um intervalo cuja amplitude seja inferior a uma precis˜ao pr´e-definida. Este m´etodo, tem por base a raz˜ao de ouro, utilizada da forma a seguir descrita.

(40)

4. M´etodos de Pesquisa Directa 28 Imagine-se um ponto P , pertencente ao segmento de recta, [AB], ponto P esse, n˜ao coincidente com o ponto m´edio do segmento [AB]. Para facilitar, tome-se P mais pr´oximo de A do que de B.

Se o ponto considerado fosse Q, que est´a mais pr´oximo de B do que de A, o resultado seria o mesmo. Conv´em no entanto, referir que ambos os pontos, P e Q, s˜ao os ´unicos que verificam as propriedades a seguir apresentadas.

Admita-se que a raz˜ao entre os comprimentos dos segmentos [AB] e [PB] ´e igual `a raz˜ao entre os comprimentos de [PB] e [AP], e ´e constante, representada por τ , como ilustrado na Figura 4.3. t r -¾ ¾ s -A P Q B t s

=

sr

= τ

Figura 4.3: Raz˜ao de Ouro

Assim, AB P B = P B AP = τ (4.3) e como AB = AP + P B, vem AP + P B P B = τ, simplificando, tem-se AP P B + 1 = τ mas, por (4.3), AP P B = 1 τ

originando uma equa¸c˜ao polinomial do segundo grau, 1

τ + 1 = τ

cujas solu¸c˜oes s˜ao τ = 1+5 2 e τ =

1−√5 2 .

Ignorando a raiz negativa, a raz˜ao de ouro ´e dada por τ = 1+5 2 .

Imagem

Figura 3.1: Representa¸c˜ao de um m´ınimo e de um m´aximo de uma fun¸c˜ao
Tabela 3.1: Caracter´ısticas da fun¸c˜ao objectivo
Tabela 3.2: Caracter´ısticas das restri¸c˜oes
Figura 3.2: Tipos de minimizantes para o caso unidimensional
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Referências

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