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CAPÍTULO 5 AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO

5.4. AVALIAÇÃO DO SISTEMA: MEIO RECETOR

5.4.1. M1 Meio Hídrico

Destino dos efluentes líquidos (AR tratada), a análise destes meios revelam muitos dos problemas decorrentes da fase de tratamento.

Nos quadros C.1 e C.2 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente do meio recetor: Meio Hídrico.

M1.1 Rio

Os principais problemas aqui identificados estão relacionados com a existência de espécies de fauna e flora sensíveis a poluentes, a proximidade a zonas balneares e de atividades de recreio, existência de

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pontos de captação de água bruta para abastecimento público a jusante, a existência de pontos de captação de água para rega e a proximidade a pontos de pesca ou de reserva de vida aquícola.

Adicionalmente é necessário considerar os perigos da variação sazonal de caudal do rio, quer em situações de seca, quer de cheias.

M1.2 Oceano

Os principais problemas aqui identificados são a existência de fauna e flora sensíveis a poluentes, a proximidade a zonas balneares e de atividades de recreio e a proximidade a pontos de pesca ou de reserva de vida aquícola.

É necessário considerar o efeito das marés e a localização dos pontos de descarga (situados junto à costa ou ao largo).

5.4.2.

M2 Solo

Destino das lamas tratadas, resultantes do tratamento de AR, para vários fins, alguns dos problemas aqui identificados podem revelar algumas deficiências do tratamento das lamas.

No quadro C.3 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente do meio recetor: Solo.

M2.1 Solo

Os principais problemas a considerar são a utilização das lamas como fertilizantes para a agricultura, a existência de águas subterrâneas e a proximidade a meios hídricos.

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5.5. MONITORIZAÇÃO OPERACIONAL

Seguindo a metodologia adotada no PSA transposta no capítulo anterior para os sistemas de

saneamento é necessário proceder à monitorização dos pontos de controlo críticos identificados até ao momento.

Dado o caráter geral desta dissertação, que avalia todos os SS existentes, não é possível proceder à monitorização nos pontos intermédios dos sistemas de saneamento, pois os limites críticos a definir em cada um destes pontos depende das características quer da AR a tratar, quer das especificidades de cada um dos sistemas em particular. No entanto é possível definir os LC no final do tratamento, imediatamente antes da libertação da água tratada no meio recetor, através dos VLE impostos pela legislação em vigor.

Apesar de não ser o ponto ideal para uma análise preventiva, por ser feita no final do tratamento, e, sendo essa mais eficaz nos PCC intermédios, servirá como exemplo de aplicação da metodologia adotada para a monitorização operacional.

Será então apresentado o esquema do quadro para a monitorização operacional correspondente à descarga do efluente tratado, atendendo aos VLE impostos pela legislação em vigor. Este ponto corresponde nas tabelas de avaliação e gestão de riscos ao PCC44.

No Quadro D.1 do anexo apresenta-se o esquema do quadro para a monitorização operacional, no ponto de descarga no meio recetor, quando este é um rio (PCC44).

5.5. PLANOS DE GESTÃO

Finalmente, compilando todo o trabalho executado, cria-se um plano de gestão (neste caso de rotina) para cada um dos PCC identificados, que resumem toda a informação necessária para uma abordagem preventiva à ocorrência de um evento perigoso.

Estes planos devem estar deviamente identificados, acessíveis em qualquer momento e devem ser do conhecimento de todos os responsáveis e intervenientes no sistema de saneamento. É também

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necessário que estejam em constante atualização para que possam ser melhorados a cada nova ocorrência.

Como a monitorização operacional faz parte dos planos de gestão, será apenas apresentado um exemplo de aplicação correspondente ao PCC44 (no qual foi feito o quadro de monotorização operacional).

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CONCLUSÕES

A avaliação e gestão de riscos em sistemas de saneamento revelou-se, como esperado, uma ferramenta essencial para uma futura conceção de um plano de segurança de saneamento. Ao mesmo tempo, provou-se que os sistemas de saneamento são estruturas de grande complexidade e envergadura, propícias à ocorrência de eventos perigosos devido à natureza da água residual que transportam e à sua interligação com o meio ambiente.

A adoção das políticas preventivas exploradas neste documento e o conhecimento destas por parte das entidades gestoras e reguladoras dos sistemas de saneamento, permitem uma ação mais rápida e eficaz sobre os efeitos causados por cada um destes eventos perigosos, quer no meio ambiente, quer na saúde pública.

As medidas de monitorização e a existência de planos de ação pré-concebidos revelaram-se de extrema importância para uma intervenção precoce na resolução de problemas no saneamento.

Pretende-se que a implementação deste trabalho na conceção de um plano de segurança para saneamento, e, que uma posterior aplicação aos sistemas existentes espalhados por todo o mundo, possibilitem a proteção de todo o meio ambiente e da água em particular pois este é o recurso mais importante e valioso que a humanidade dispõem.

Perspetivas futuras

O primeiro objetivo a realizar na continuidade deste trabalho é a elaboração de um Plano de Segurança para Saneamento como até então tem vindo a ser referido.

No entanto para a elaboração desse plano é necessário a implementação dos pontos estudados nesta dissertação a um caso prático (aplicação a um sistema de saneamento de um aglomerado urbano existente) e a sua posterior validação para que esteja em constante atualização. Assim é garantida a produção de um documento de qualidade e adequado a cada caso específico.

Finalmente pretende-se garantir a aplicabilidade dos PSS a todos os sistemas existentes para que sejam cada vez mais eficientes e seguros.

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