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EtOH 279c 323b EtOAc 961d 1967c Hx 2780h 3144e,f UE EtOH-H2O 59a 314b EtOH 1104e 2044c EtOAc 1502f 2954e Hx 3000h 2915d,e BHT(3) - 261

ESC SC-CO2: extração com dióxido de carbono supercrítico; EtOH: etanol; UE:

extração assistida por ultrassom; MAC: maceração; EtOH-H2O: mistura etanol e

água (1:1, v/v); Hx: hexano; EtOAc: acetato de etila.

(1)

Concentração necessária para obter 50 % de atividade antioxidante; (2) Letras iguais indicam que não há diferença significativa (p < 0,05) entre os valores de

cada coluna (resultados de semente e torta analisados separadamente); (3) Benelli et al. (2010).

Com os dados obtidos para os extratos supercríticos, pode-se observar que o aumento da pressão em condição isotérmica parece influenciar positivamente a capacidade antioxidante medida pelo método DPPH, apesar de todos os valores de EC50 terem sido bastante elevados. Quando os valores de EC50 são relacionados com a temperatura, mantendo a pressão constante, não é encontrada uma tendência definida para aumento ou redução desses valores. Este comportamento pode estar relacionado aos diferentes compostos extraídos em cada uma das condições experimentais, fazendo com que, também, ocorram variações no potencial antioxidante. Estes resultados indicam que mudanças na pressão e na temperatura e, consequentemente, na da densidade do fluido supercrítico, alteram a concentração dos compostos extraídos e com atividade antioxidante presentes nos extratos de semente de maracujá e em seu resíduo. Como não houve tendência de diminuição da atividade antioxidante com o aumento da temperatura, pode ser um indício de que os compostos responsáveis pela atividade antioxidante não sofrem degradação térmica a 50 °C (HU; HU; XU, 2005).

Para a semente, o EC50 do extrato de MAC/EtOH-H2O, 265 µg/mL, foi significativamente menor que os demais extratos, com capacidade antioxidante equivalente a do BHT (261 µg/mL). Os extratos de UE/EtOH-H2O e MAC/EtOH (314 e 323 µg/mL, respectivamente) ainda poderiam ser considerados como antioxidantes potenciais. Pereira (2011) relatou um valor de EC50 de 1,520 mg/mL para o óleo de semente de maracujá comercial, enquanto Ferreira et al. (2011) reportaram valores maiores para os óleos de semente de maracujá refinado, bruto (prensagem a frio) e obtido por Soxhlet com éter de petróleo - 5,74, 7,12 e 16,84 mg/mL, respectivamente. Assim, os valores de EC50 dos extratos mais oleosos, ou seja, obtidos por solventes de menor polaridade como CO2 e Hx, estão de acordo com os dados apresentados por esses autores, com a mesma ordem de grandeza.

Para a torta, o desempenho significativamente melhor foi do extrato obtido por UE/EtOH-H2O, 59 µg/mL, sendo potencialmente um antioxidante bastante superior ao BHT (261 µg/mL). Porém, os extratos resultantes da maceração com a mistura EtOH-H2O e com EtOH puro, também apresentaram valores de EC50, 242 e 279 µg/mL, respectivamente, semelhantes ao BHT. O melhor desempenho dos extratos de torta em relação aos de semente pode estar relacionado com

a possibilidade de os compostos antioxidantes estarem mais acessíveis aos solventes devido à menor quantidade de óleo na matriz vegetal; e/ou ainda pelo fato de os extratos de semente apresentarem uma maior proporção de compostos lipídicos estando os compostos com atividade antioxidante menos concentrados.

5.6. Capacidade antioxidante pelo sistema β-caroteno/ácido linoleico No método de descoloração do sistema β-caroteno/ácido linoleico, o β-caroteno sofre descoloração na ausência de um composto antioxidante, o que resulta na redução da leitura espectrofotométrica da absorbância da solução, num dado tempo de reação. Isso ocorre devido à formação de radicais livres a partir da oxidação do β-caroteno e do ácido linoleico. A Tabela 12 apresenta os valores obtidos para o método de descoloração do sistema β-caroteno/ácido linoleico, expressos em percentual de atividade antioxidante (% AA) após 120 minutos de reação, para os extratos de ambas as matérias-primas e para o BHT.

Entre os extratos de semente, o de UE/EtOH-H2O apresentou o melhor resultado de %AA (72,3 ± 0,9 %), porém sem diferença significativa para os de MAC/EtOH-H2O (67,9 ± 0,9 %), MAC/EtOH (64,9 ± 0,7 %), ESC/150 bar/40 °C (62 ± 4 %) e UE/EtOAc (61 ± 2 %).

A maior atividade antioxidante entre os extratos de torta foi o da extração UE/EtOAc (92 ± 8 %), porém semelhante estatisticamente aos de UE/EtOH-H2O (89,3 ± 0,9 %), MAC/EtOH-H2O (84,1 ± 0,2 %), UE/EtOH (83 ± 2 %) e ESC/300 bar/40 °C (79 ± 6 %).

Como o método de descoloração do sistema β-caroteno/ácido linoleico é mais indicado para avaliar a atividade antioxidante de frações lipídicas, facilmente extraídas por solventes de menor polaridade como CO2 e hexano, esperava-se melhor desempenho de seus extratos que apresentaram valores de %AA bastante baixos, com exceção dos extratos supercríticos de semente obtido a 150 bar/40 °C e de torta da condição 300 bar/40 °C, com valores de 62 ± 4 e 79 ± 6 %, respectivamente, semelhantes estatisticamente aos extratos de melhores resultados mencionados. Isso pode indicar que, no caso das matérias- primas estudadas, a atividade antioxidante não estaria relacionada à fração lipídica. Inferência corroborada pelo estudo de Oliveira et al. (2009) com o resíduo industrial de maracujá abrangendo sementes e casca juntos, em que o extrato obtido por Soxhlet com hexano não apresentou atividade antioxidante avaliada pelos métodos DPPH• e de sequestro do radical anion superóxido (O•2-), enquanto o extrato metanólico do resíduo desengordurado teve atividade.

De um modo geral, os extratos de torta tendem a ser mais ativos contra a oxidação do β-caroteno e do ácido linoleico que os de semente. No entanto, todos os extratos apresentaram atividade antioxidante inferiores ao BHT (113 ± 7 %).

Tabela 12. Avaliação do potencial antioxidante dos extratos e do BHT através do método de descoloração do sistema β-caroteno/ácido linoléico, expressos através do percentual de atividade antioxidante (% AA), após 120 minutos de reação para 1667 μg extrato/mL.

Método de extração Parâmetros de processo Atividade Antioxidante (% AA após 120 min)(1) Torta Semente ESC SC-CO2 40 °C 150 bar 39 ± 8b 62 ± 4a,b 250 bar 4,4 ± 0,4e 5,8 ± 0,2d 300 bar 79 ± 6a 2,0 ± 0,2d 50 °C 150 bar 30 ± 6b,c 43 ± 13c 250 bar 5,7 ± 0,9e 4,7 ± 0,2d 300 bar 23 ± 8c,d 1,1 ± 0,2d ESC SC-CO2 + 5 % EtOH 40 °C 250 bar 6,55 ± 0,01e - 300 bar 5,1 ± 0,7e - Baixa pressão Solventes

MAC EtOH-H2O 84,1 ± 0,2a 67,9 ± 0,9a,b EtOH 43 ± 1b 64,9 ± 0,7a,b EtOAc 37,6 ± 0,7b 58 ± 2b Hx 7,6 ± 0,3e 2,5± 0,7d UE EtOH-H2O 89,3 ± 0,9a 72,3 ± 0,9a EtOH 83 ± 2a 31 ± 7c EtOAc 92 ± 8a 61 ± 2a,b Hx 15,6 ± 0,6d,e 12,8 ± 0,8d BHT(2) - 113 ± 7

ESC SC-CO2: extração com dióxido de carbono supercrítico; EtOH: etanol;

UE: extração assistida por ultrassom; MAC: maceração; EtOH-H2O: mistura

(1)

Letras iguais indicam que não há diferença significativa (p < 0,05) entre os valores de cada coluna (resultados de semente e torta analisados separadamente); (2) Benelli et al. (2010).

5.7. Capacidade antioxidante total pelo método ABTS

Esta análise teve o objetivo de verificar a capacidade dos extratos de semente e resíduo de semente de maracujá em sequestrar o radical cátion (ABTS·+), comparado a uma curva analítica de um padrão antioxidante (Trolox). A quantidade de moléculas de radicais ABTS+ consumida devido à reação com compostos antioxidantes é expressa em capacidade antioxidante em Trolox equivalentes (TEAC), ou seja, quanto maior concentração TEAC, mais antioxidante é a amostra analisada (CAMPOS; LISSI,1997; BORGES et al., 2011). Este método é uma excelente ferramenta para determinar a atividade antioxidante de compostos doadores de hidrogênio e de compostos terminadores de cadeias (RE et al., 1999).

A Tabela 13 apresenta os valores de capacidade antioxidante equivalente ao Trolox (TEAC) dos extratos de semente e torta de semente de maracujá avaliados em termos de poder de sequestro de radicais, de acordo com o método ABTS. Assim como observado nos resultados do método DPPH, as maiores capacidades antioxidantes foram detectadas nos extratos obtidos com EtOH-H2O para ambos os processos à baixa pressão e ambas as matérias-primas, sendo significativamente superiores a dos demais extratos. Os valores de TEAC dos ensaios com essa mistura de solventes para os extratos de torta foram iguais entre si (p < 0,05), 1260 ± 6 e 1259 ± 4 µM/g para MAC e UE, respectivamente. Enquanto, no caso da semente, o extrato obtido por MAC (509 ± 1 µM/g) foi significativamente melhor que o de UE (444 ± 7 µM/g).

Os resultados dos extratos obtidos com solventes de polaridade intermediária (EtOH e EtOAc) são condizentes com os reportados por Contreras-Calderón et al. (2011) cujos valores de TEAC foram de 131 ± 0,64 e 144 ± 1,88 µM/gmatéria-prima fresca para extratos de semente + polpa obtidos com uma mistura de metanol e água (1:1, v/v) de Passiflora

mollissima e Passiflora tarminiana, respectivamente. Porém as

diferenças de espécie, partes da frutas utilizadas e de processo impossibilitam uma comparação direta.

Tabela 13. Capacidade antioxidante determinada pelo método ABTS para os extratos de semente e torta de semente de maracujá.

Método de extração Parâmetros de processo ABTS (µM TEAC/gextrato)(1)(2) Torta Semente ESC SC-CO2 40 °C 150 bar 47 ± 7g,h,i 71 ± 1f,g 250 bar 77 ± 6f 9 ± 1j 300 bar 12 ± 4j 39 ± 1i 50 °C 150 bar 112 ± 3e 83 ± 1f 250 bar 58 ± 1g 54 ± 1g,h 300 bar 52 ± 1g,h 50 ± 12h ESC SC-CO2 + 5 % EtOH 40 °C 250 bar 29 ± 3i,j - 300 bar 40 ± 6h,i -

Baixa pressão Solventes

MAC