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investimen-tos iniciais em infra-estrutura de coleta. A operação desses sistemas requer, entretanto, adequada organização de serviços de limpeza de fossas, remoção e destino fi nal do lodo produzido.

viços relacionados à gestão de resíduos sólidos. Qualifi car e quan-tifi car a geração do lixo doméstico e dos demais resíduos sólidos no presente e projetar sua evolução no tempo é indispensável para prever a necessidade, identifi car e localizar as áreas necessárias para o processamento e a destinação dos diversos tipos de resíduos, na perspectiva da implementação da gestão integrada e diferenciada dos resíduos sólidos urbanos, com vistas a maximizar a reutilização e a reciclagem e a assegurar a disposição fi nal adequada, promovendo a inclusão social e econômica dos catadores.*

Assim procedendo na execução do Plano Diretor, busca-se equa-cionar de modo satisfatório um dos elementos-chave de interface entre a gestão de resíduos sólidos e o planejamento do uso do solo é a defi nição das áreas a destinadas à implantação de aterros sanitá-rios ou de resíduos especiais, de instalações para a seleção e triagem com vista à reciclagem em galpões para o trabalho de catadores, por exemplo, ou ainda para o tratamento de resíduos como composta-gem, no caso de resíduos predominantemente orgânicos. A adequa-da defi nição dessas áreas levará em conta as restrições ambientais e as resistências que virão das populações de seu entorno, e deverá ser acompanhada por medidas de natureza legal e urbanística; devem-se prever os instrumentos de fi scalização que evitem que essas áreas e de suas proximidades sejam ocupadas por usos incompatíveis.

O processo de seleção de áreas para novas instalações não poderá ignorar a necessidade de recuperar ambientalmente as áreas em utilização. Sempre que for possível, é recomendável considerar a implantação do aterro sanitário na área onde se localiza o lixão, de modo a propiciar que seja aproveitada, em paralelo com a recupera-ção ambiental.

* Sobre estes temas, recomenda-se consultar www.lixoecidadania.org.br, o sítio do Fórum Nacional Lixo e Cidadania que disponibiliza informa-ções qualifi cadas sobre a gestão integrada e diferenciada de resíduos

Instrumentos regulamentares, econômicos, de informação e outros

O Estatuto da Cidade defi ne e estabelece instrumentos importan-tes e inovadores com elevado potencial para o aprimoramento da gestão urbana, para a preservação ambiental e a redução de riscos à saúde e de naturais em contexto urbano, incluídas a preservação de áreas de mananciais, a redução de impactos da urbanização sobre meios receptores e o controle da ocupação de áreas de risco geotéc-nico e de inundação.

São exemplos os instrumentos que promovem a densifi cação de áreas com adequada infra-estrutura urbana e menos susceptíveis a danos ambientais ou a riscos naturais, procurando controlar a excessiva expansão urbana e a pressão sobre áreas de proteção am-biental. Os instrumentos de regularização fundiária, presentes na lei, contribuem para a urbanização de favelas, podendo melhorar as condições sanitárias dessas ocupações de baixa renda; reduzir riscos naturais e impactos sobre o meio ambiente. Outros instrumentos como o direito de preempção, as operações urbanas consorciadas e a transferência do direito de construir, e, podem ser empregados pela administração pública municipal com base em objetivos de proteção e valorização ambientais.

O adequado emprego dos instrumentos previstos no Estatuto das Cidades, como os acima mencionados, requer a disponibilidade de informações e de indicadores que sirvam de base à elaboração de políticas e à defi nição de diretrizes para o desenvolvimento urbano.

Instrumentos e recursos de informação que combinam sistemas de informação geográfi ca com dados cadastrais sobre sistemas de saneamento, indicadores de qualidade dos serviços de saneamento, dados provenientes de monitoramento hidrológico e de qualidade de água nos meios receptores, informações sobre uso do solo e ten-dências de expansão urbana, resultados de estudos de identifi cação de áreas de risco de inundação e de risco geológico, entre outras informações, são importantes para o planejamento urbano e para a gestão das cidades.

Com essas informações, torna-se possível, no Plano Diretor, procurar orientar o desenvolvimento urbano para áreas que ofereçam meno-res riscos naturais e que sejam ambientalmente menos sensíveis aos impactos da urbanização, restringindo a ocupação em áreas de risco ou áreas estratégicas como reservas de recursos naturais ou por seu valor ambiental e ecológico. A implantação de infra-estrutura viária e de saneamento, entre outras ações estruturantes, pode ser, assim, adotada como um dos instrumentos para a orientação do desenvol-vimento urbano, promovendo o aumento da densidade de ocupação onde essa for mais adequada.

No mesmo sentido, com base nesse tipo de informação, podem-se adotar medidas como a realocação de populações ocupando zonas de risco, combinadas com restrições legais, regulamentares, fi scali-zação, ações educativas e destinação adequada dessas áreas: áreas verdes, áreas de lazer, terrenos de esporte, visando evitar que essas e outras áreas de risco sejam ocupadas ou reocupadas, no futuro.

Outras medidas de base regulamentar com potencial para contribuir para reduzir riscos naturais são, por exemplo:

• Identifi car e zonear áreas inundáveis, segundo diferentes níveis de risco de inundação;

• Identifi car e zonear áreas de risco geológico;

• Defi nir áreas com restrição de impermeabilização de solos, de forma a não agravar o risco de inundações e orientar a implantação de medidas locais de controle de escoamentos, como as soluções compensatórias anteriormente descritas;

• Identifi car e restringir a ocupação de áreas úmidas que têm papel signifi cativo para reduzir escoamentos e controlar a poluição de origem pluvial;

• Defi nir reservas fundiárias destinadas à implantação de instalações para a coleta e o eventual armazenamento de águas pluviais, tendo em vista o controle de cheias;

• Identifi car e preservar zonas que exercem papel de armaze-namento e amortecimento de cheias, quando da ocorrência de eventos raros;

• Controlar intervenções em cursos d’água e na planície de inundação que possam contribuir para aumentar o risco de inundação ou agravar suas conseqüências.

Algumas cidades têm adotado o conceito de vazão de restrição como instrumento regulamentar para evitar o aumento do risco de inun-dação e garantir o funcionamento adequado de estruturas de drena-gem pré-existentes. Nesse caso, novos empreendimentos urbanos são obrigados a respeitar uma vazão limite superior de lançamento no sistema de drenagem pré-existente ou, sendo o caso, nos meios receptores, deixando-se ao empreendedor a liberdade para defi nir seu projeto de urbanização e os meios que utilizará para não ultra-passar a referida vazão de restrição estabelecida prioritariamente. A vazão de restrição é defi nida com base em critérios distintos, como:

vazão natural da área em foco, estimada para um dado tempo de retorno, ou a máxima capacidade de drenagem da infra-estrutura pré-existente a jusante da área a ser urbanizada.

O emprego de instrumentos econômicos como a cobrança pela alte-ração de regime hídrico e pela gealte-ração de poluição difusa associada à urbanização, na forma, por exemplo, de uma taxa de drenagem pluvial, apresenta potencial para a recuperação de investimentos, a melhoria dos serviços de manutenção e a orientação da ocupação urbana no sentido de reduzir fatores externos negativos da urbani-zação sobre o meio ambiente.

Avaliar percepção de risco natural e formas de organização social para enfrentar situações de crise durante eventos catastrófi cos são elementos importantes para subsidiar a escolha de alternativas de redução de riscos. São também relevantes para conceber e implantar planos de contingência e de gestão de crise.