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2.3 Serviços de Emergência

2.3.1 Serviços de Emergência na Etapa Agrícola na Agroindústria Canavieira

2.3.1.2 Manutenção Emergencial em Campo

A Manutenção Emergencial em Campo na etapa agrícola da agroindústria canavieira acontece nos equipamentos utilizados nas atividades realizadas em campo, como plantio, colheita, preparo de solo e transporte. A manutenção nessa empresa atende todos os equipamentos próprios e alugados que incluem caminhões, carros, caminhões pipa, comboios, tratores, caminhonetes, unidades de carga, carregadeiras tratorizadas, colhedoras e plantadoras. Além disso, realiza alguns tipos de serviços de manutenção no sistema de irrigação. No caso das atividades terceirizadas, a responsabilidade é do proprietário do equipamento e, devido a esse fato, não serão analisadas as atividades de manutenção de equipamentos de terceiros. Na Figura 3, as áreas na cor roxa são destinadas à empresa terceirizada.

De maneira geral, as empresas contam com oficinas e estruturas de campo para realizar a manutenção nos equipamentos. Nas oficinas, a quantidade de mecânicos disponível é variável de acordo com o turno e com a dificuldade de contratação de mão de obra especializada por cada empresa. Geralmente, a maior disponibilidade de mecânicos na oficina acontece durante o dia. Já as estruturas de campo geralmente trabalham com a mesma quantidade de mecânicos nos três turnos.

A manutenção agrícola na empresa estudada conta com 6 caminhões oficina (sendo cinco próprios e um alugado) para realizar o atendimento em campo. De acordo com especialistas da empresa, é necessário a aquisição ou aluguel de outro caminhão oficina, com urgência, devido ao volume de atendimentos apresentados em função da expansão da safra 2012. Os resultados obtidos, para esse sistema no Capítulo 5, através dos modelos hipercubo e de simulação, também confirmam a necessidade de disponibilizar outro caminhão oficina.

Além da estrutura de campo, a empresa conta com a oficina para atender serviços que necessitam de melhor estrutura para serem realizados, e com um ponto de apoio da oficina localizado próximo à usina. Esse ponto de apoio é utilizado devido à dificuldade de acesso a oficina em função da falta de estradas. A oficina localiza-se a 20 km da usina (Figura 3), numa estrutura pré-existente em uma das fazendas da empresa. A empresa pretende futuramente deslocar toda a estrutura de oficina para uma área próxima da usina.

Em função da distância entre as fazendas e da necessidade de veículo para realizar o transporte de equipamentos (caminhão prancha), o deslocamento de equipamentos do campo para a oficina são evitados como política da empresa, ou seja, somente são deslocados equipamentos quando não é possível realizar a manutenção em campo.

Os caminhões oficina permanecem fixos nas fazendas onde estão localizadas as frentes de colheita e de plantio, durante certos intervalos de tempo. Dos seis caminhões oficina disponíveis, quatro deles são alocados a cada uma das frentes de colheita e o quinto à frente de plantio. Esses caminhões oficina não atendem chamadas em outras áreas fora da fazenda onde ele está alocado e todas as frentes de colheita e plantio contam com um caminhão oficina. Assim, os caminhões oficina atendem exclusivamente as frentes as quais estão alocados e não se deslocam para outras fazendas.

Os demais equipamentos não contam com caminhões oficina dedicados. Nesses equipamentos, quando a manutenção é necessária, uma equipe de manutenção se desloca da oficina até o local onde o chamado aconteceu. Para isso, é utilizado o sexto caminhão oficina que fica localizado na oficina, quando não está ocupado. Esses atendimentos são evitados e acontecem principalmente quando acontece a quebra do equipamento em campo. Esse sexto caminhão oficina também é utilizado para atendimento

backup nas fazendas que contam com os outros caminhões oficina. Nesse caso, o servidor é enviado quando o caminhão oficina da fazenda (servidor preferencial) está ocupado.

As atividades de manutenção são diferenciadas de acordo com o tipo de equipamento. As colhedoras sempre têm prioridade em relação aos demais equipamentos, ou seja, quando ocorre disputa por servidores (equipes de manutenção) entre colhedoras e outros

equipamentos, os servidores são sempre alocados à colhedora. Assim, são utilizados duas classes de chamados: colhedoras e demais equipamentos.

Em cada caminhão oficina são alocados dois mecânicos em cada um dos três turnos, peças e equipamentos para realizar a manutenção. Os mecânicos do caminhão oficina que ficam em campo realizam também a manutenção preventiva dos equipamentos, mas sempre deixam um mecânico disponível para realizar manutenções corretivas, caso elas sejam necessárias.

Alguns tipos de manutenção são realizados no próprio local pelo mecânico do caminhão, ou por uma equipe de manutenção que é deslocada da oficina. Em outros casos, os equipamentos são levados para a oficina e podem ainda esperar por manutenção externa. Essa manutenção pode ser do fabricante para os equipamentos em garantia (menor parte) e serviços específicos como, por exemplo, reparos em ar condicionados. Esses chamados não foram utilizados nessa análise por não se tratar de manutenção emergencial em campo e não utilizarem os caminhões oficina para o atendimento.

Quando é necessária manutenção em campo, a oficina é avisada através da portaria que recebe essas informações por meio de ligações via rádio ou celular. A portaria da oficina abre as Ordens de Serviço (OS). Nesse momento, é informado qual equipamento necessita reparo e o tipo de manutenção necessária. Essas informações são particularmente importantes quando o caminhão oficina se desloca até o local do chamado, pois este pode levar, por exemplo, as peças que são necessárias no reparo. Esse procedimento é realizado quando o atendimento é realizado pelo caminhão que está localizado na fazenda, ou quando é necessário o deslocamento do caminhão da oficina. Quando o reparo é concluído, a portaria da oficina também é avisada e esta providencia o fechamento da OS. Além desses chamados, a portaria também abre as OS para os equipamentos que chegam diretamente à oficina. Todos esses chamados também são registrados no sistema PIMS.

O controle das atividades realizadas pelos mecânicos em cada turno, o apontamento mecânico, é realizado em papel no caso dos atendimentos em campo e, posteriormente, esses apontamentos são encaminhados para a portaria da oficina onde são pós-processados em lotes e inseridos no sistema PIMS. A empresa ainda não conta com sistema remoto que possibilite aos mecânicos inserir essas informações em campo. Já nas atividades realizadas na oficina, os próprios mecânicos lançam os seus apontamentos no sistema. Em função disso, foram observadas algumas discrepâncias entre os dados do apontamento mecânico e abertura e fechamento de ordem. Em alguns casos, decidiu-se assim

excluir alguns dados do apontamento mecânico que visivelmente não condiziam com a realidade.

Deve-se considerar que nessa empresa todas as frentes de colheita e plantio são mecanizadas e contam com caminhão oficina. Isso representa a realidade observada nas empresas visitadas. Entretanto, outras empresas que ainda utilizam a colheita e plantio manual não alocam caminhões oficinas a essas frentes, sendo necessário o deslocamento de tais caminhões geralmente da oficina para atendimento dos equipamentos.

No sistema de manutenção em campo, a configuração dos servidores (caminhões oficina) em períodos de safra e entressafra é bastante diferente. Na entressafra, todos os caminhões oficina permanecem na oficina e na safra apenas um se localiza na oficina e os demais são distribuídos nas frentes de colheita. Além da questão da localização, os serviços realizados na safra e entressafra são bem diferentes. Na entressafra são realizados serviços preventivos, visando prolongar a vida útil dos equipamentos e aumentar a sua disponibilidade durante a safra. Esses serviços são realizados nesse período, pois a maioria dos equipamentos não está sendo utilizado pela usina.

As frentes de colheita e plantio são definidas no planejamento de safra e depende de vários fatores. De acordo com esse planejamento, as frentes se deslocam quando acaba ou pelo menos interrompe a colheita ou plantio em determinada fazenda. Essa mudança é muito frequente nas frentes de colheita e bem menos no plantio, pois a colheita envolve variáveis como maturação e variedade da cana e necessidades da usina.

Essas mudanças nas frentes levam à mudança na localização dos servidores alocados às frentes de colheita e plantio (caminhões oficinas). Assim, para analisar a configuração dos serviços de manutenção, é necessário dividir o período de safra em subperíodos, onde os servidores permanecem nas mesmas localizações. Essas subdivisões estão vinculadas às mudanças de localização das frentes de colheita e plantio.