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Mapa estratégico e painel de desempenho do modelo BSC-Lab

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.2 Proposição de modelo de gestão estratégica adaptado do BSC aplicado às infraestruturas de Pesquisa dos IFs

4.2.6 Mapa estratégico e painel de desempenho do modelo BSC-Lab

Para melhor compreensão do modelo, a figura 8 mostra o mapa estratégico com a relação de causa e efeito entre as perspectivas. Kaplan e Norton (2004) comentam que o mapa estratégico serve para melhorar a visualização dos objetivos estratégicos da instituição e as relações de causalidade existentes entre as perspectivas.

Han e Zhong (2015) analisaram 15 mapas estratégicos de universidades americanas visando estabelecer uma análise comparativa em termos de conteúdo, expressão e forma. Para os autores, a inclusão do mapa estratégico no modelo BSC tem se mostrado bastante útil e inovadora não somente para as empresas, mas também para instituições educacionais, uma vez que a fácil visualização da estratégia possibilita a melhoria dos processos e dos resultados esperados, dando eficiência e eficácia ao modelo.

A partir das perspectivas e dos objetivos estratégicos traçados, foi elaborado o mapa estratégico para o modelo BSC-Lab, buscando não apenas as relações de causa e efeito, mas também o foco na geração de propriedade intelectual, conforme pode ser visto na figura 7.

Figura 7 - O mapa estratégico do modelo BSC-Lab

O primeiro passo para que os laboratórios de pesquisa dos IFs trabalhem dentro de uma perspectiva de geração de propriedade intelectual e, consequentemente contribuam para a formação de uma institucional inovadora, é a mudança na forma como lidam com as suas finanças. De maneira prática, os coordenadores dos laboratórios de pesquisa entenderão que os recursos financeiros para financiamento de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) não poderão ficar restritos ao orçamento das instituições às quais pertencem, sendo necessária a busca por outras fontes, notadamente de empresas e de outras agências públicas de financiamento. Além disso, a modernização dos equipamentos disponíveis na infraestrutura de pesquisa também deve ser priorizada. Dentro desse modelo, a perspectiva inicial leva à seguinte, e assim por diante.

Com mais recursos financeiros disponíveis, o coordenador do laboratório poderá financiar a ida de alunos, bolsistas e pesquisadores a eventos de propriedade intelectual com o objetivo de incentivar uma cultura organizacional inovadora. Internamente, o coordenador poderá estimular a execução de palestras ou aulas, inclusive em parceria com outros pesquisadores ou membros do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) do IF ao qual faz parte. Além disso, a ênfase em pesquisa aplicada deve fazer parte da agenda dos laboratórios, tendo em vista a vocação institucional dos IFs. Essas ações ajudarão a criar uma atmosfera favorável à geração de propriedade intelectual.

Uma vez ambientados, motivados e focados em propriedade intelectual, a equipe do laboratório de pesquisa precisará de capacitação. Obviamente que a área técnica de conhecimento específico do laboratório (química, alimentos, construção, etc) já faz parte da

expertise do coordenador e de sua equipe, razão pela qual o presente modelo não propõe

qualquer alteração. A capacitação que sugere a perspectiva Ensino e Aprendizagem diz respeito à formação e internacionalização de recursos humanos em competências e saberes na área de propriedade intelectual, uma vez que, na perspectiva empresarial, a proteção da inovação é tão importante quanto gerá-la. Espera-se, ainda, que essas ações possibilitem a retenção de talentos e a geração de novos doutores em atuação nos laboratórios, o que formará um círculo virtuoso de ensino-aprendizagem-inovação.

O efeito subsequente esperado é uma maior cooperação com as empresas, inclusive com transferência de tecnologia. No presente modelo, a geração de propriedade intelectual é gerada prioritariamente em parceria com as empresas, ao contrário do que costumeiramente é visto atualmente, onde as patentes são geradas nas instituições de pesquisa e depois negociadas no mercado, resultando em muitas inovações sem uso na economia. O objetivo é que os laboratórios de pesquisa dos IFs descubram as demandas tecnológicas em parceria com as

empresas e desenvolvam e protejam conjuntamente as inovações. Como expressão máxima da união entre os IFs e as empresas, espera-se que sejam criadas start-ups e spin-offs.

Em seu ponto máximo, o modelo apresenta a perspectiva da Propriedade Intelectual. Essa perspectiva encontra-se no topo para enfatizar o foco que os laboratórios devem ter em todos os seus trabalhos e também por ser o efeito último esperado das demais perspectivas. Essa ênfase busca trilhar as infraestruturas de pesquisa para o cumprimento da missão dos IFs. Espera-se resultados tanto na área acadêmica, como publicação de artigos de alto impacto, quanto na área tecnológica, como registro de softwares, patentes e outras proteções de propriedade intelectual, sempre em parceria com empresas e outras instituições.

A fim de auxiliar na gestão estratégica dos laboratórios, os coordenadores poderão utilizar o painel de desempenho para acompanhar o desenvolvimento de suas ações. Sugere-se que para cada indicador seja estabelecido um alvo, conforme exemplo sugerido no quadro 8. O painel servirá para avaliar o desempenho das medidas propostas e para nortear os envolvidos em cada processo de trabalho. Como ilustração, Kaplan e Norton (1997) sugerem que o painel de indicadores é como o painel de bordo de um avião, onde os pilotos têm informações vitais para o sucesso da viagem, como nível de combustível, velocidade do ar, altitude, dentre outros.

Quadro 8 – Exemplo de painel de medição de desempenho e acompanhamento das ações

Perspectiva Objetivos estratégicos Indicadores Alvos (metas) Execução Ações Responsável Cooperação e Transferência de Tecnologia Realizar eventos em conjunto com o setor produtivo Nº de eventos realizados em parceria com empresas Realizar dois eventos por ano 1. Listar empresas com potencial de cooperação; 2. Realizar visitas técnicas na(s) empresa(s) listadas; 3. Planejamento do evento; 4. Execução do evento (equipes). Nome do responsável

Fonte: Autoria própria, adaptado de Kaplan e Norton (1997).