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Capítulo III- PRÁTICAS DE LEITURA E OS ANDARILHOS QUE FALAM

3.5 Marcas das “Mãos que Falam”

O que mais marcou durante o Projeto foram as apresentações dos

textos e as histórias dramatizadas como a de Chapeuzinho Vermelho e outras, a

entrevista feita pelos alunos da sala após uma história inventada por uma aluna, as festas

com as comidas típicas e a construção dos crachás.

Essas práticas, foram criando nos alunos o hábito e o prazer de ler, pois

através da vivência, cada um descobria em si próprio, a capacidade de superar o medo e

Os prazeres vivenciados na sala proporcionados pelo Projeto de Leitura e

Escrita “Mãos que Falam” foram, segundo duas alunas:

O respeito, a obediência, as boas maneiras, os livros que a tia

deu de presente e os que ela emprestou para levar pra casa para

fazer a leitura. Isso foi muito bom porque aumentou em nós a

vontade ler e perdemos o medo de ler na frente dos colegas.

(SILVA, DANTAS,18-19/02/2014).

As aulas foram boas, muito boas, divertidas e proveitosas.

As dificuldades encontradas foram quando fomos ler um livro completo, não tínhamos

costume. O mais difícil foi mudar de professora quando as aulas começaram.

A solução para superar as dificuldades foi prestar mais atenção nas aulas,

ter calma, paciência quando for ler e procurar entender as história, olhar o livro antes de

ler e se não gostar escolher outro. Começar a ler e mostrar que sabe.

O Projeto contribuiu muito para melhorar a leitura e posso comprovar, lendo

frases, textos e produzindo textos.

Em consonância com a LDB (Lei das Diretrizes e Bases) nº 9394 art. 1º e 2º,

que visa orientar e introduzir o aluno no mundo do trabalho e a prática social.

A Educação deve ser desenvolvida em vários lugares, e o papel da escola é de

incentivar e preparar o aluno individualmente para o processo de construção do

currículo baseado no processo de aprendizagem que tem percorrido.

De acordo com o Manual do Professor, em NOVO Eu gosto de Célia

Passos e Zeneide Silva (2006). A leitura diária do professor deve ter um lugar de

destaque entre as demais atividades planejadas para esse fim. É importante que o

professor organize o espaço para a leitura de forma atraente e aconchegante, com tapete

e almofadas, por exemplo, para que os alunos se sintam convidados a partilhar da

atividade. Esse momento também pode acontecer à sombra de uma árvore e, por que

não, na própria biblioteca da escola.

Quando o professor lê um livro para seus alunos, é importante que

explane com eles todos os elementos do livro, com capa, contracapa, informações sobre

autor, ilustrador, editora, ano e número de edição, dedicatória, índice e prefácio (quando

estes aparecem). Todas essas informações vão fazendo com que os alunos se

familiarizem e se situem em relação ao contexto de leitura.

A escolha dos livros, a leitura prévia deles, e a própria organização do

espaço, além do interesse demonstrado pelo professor no momento da leitura,

constituem-se em elementos que despertam o aluno para a importância dessa atividade,

ensinam procedimentos e estratégias de leitura e também o comportamento de um leitor,

proporcionando a aprendizagem por meio de momentos de prazer e entretenimento.

O professor pode organizar um cartaz para registrar com os alunos os

livros que são lidos na sala.

De acordo com as autoras, e em relação ao Projeto de Leitura e Escrita

“Mãos que Falam”, que teve como objetivo desenvolver ou, criar o hábito de leitura nos

alunos, a forma de lançar mão de algumas estratégias servirão para enriquecer ainda

mais o desenvolvimento da leitura, como por exemplo: pedir que os alunos antecipem o

personagem, criando uma certa curiosidade em relação ao que está lendo. Favorecer aos

alunos um momento de conversa que compartilhem o que foi produzido, desenvolvendo

com isso o diálogo e a socialização de cada um, preparando desde já os mesmos para o

convívio social.

"... A minha contribuição foi encontrar uma explicação

segundo a qual, por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que

olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa" .

Considerações finais

Aprender a ler e escrever abre ao educando novas portas para uma visão

diferente do mundo, novas oportunidades de compreensão e interação. Foi o que

constatamos com o estudo deste trabalho que num discurso de valorização da Leitura e

da Escrita, vimos a importância da leitura da palavra escrita para a educação formal,

considerada indispensável para todo processo educacional, desde os primeiros anos de

escolaridade, havendo para tanto a junção (pais, escola, sociedade). Uma poderosa

ferramenta para os caminhos do saber.

O projeto de Leitura e Escrita Mãos que falam, na Escola Dom Carlos

Coelho, na cidade de João Pessoa, contribuiu para a inserção dos alunos da turma do 2

ano do ensino fundamental I na prática de leitura e escrita de modo significativo. Esse

trabalho realizado pela professora Antonieta Pessoa fomentou a formação de leitores,

pois os educandos encontraram na sala de aula um ambiente que garantisse o contato

dos estudantes com diferentes tipos de leitura: livros, jornais, receitas, revistas,

panfletos, cartazes, além de muitos outros.

Pois, o mundo escrito oferece várias fontes de acesso à leitura, postos

diante dos nossos olhos, incentivando-nos a ser-mos leitores de verdade e até

navegantes como ocorre nos dias atuais pelos meios eletrônicos que nos possibilitam

outros meios de leitura.

Com o desenvolvimento da tecnologia, através dos e-mails, blogs, sites e

MSN nos comunicamos com maior rapidez e eficiência, podendo dificultar cada vez

mais o contato das crianças e dos adolescentes com os livros. Passar a gostar de ler ou

detestar leitura tem a ver com as práticas de leitura possibilitadas na família e no

variada, mas do querer, do desejo de desbravar o que ainda está oculto. Ir além do

imaginário, do fictício e passar à, através do conhecimento adquirido, a ser capaz de ler,

de interpretar e de produzir com clareza e compreensão o mundo das palavras. Uma vez

que quando um aluno ler, escreve e tem acesso as ferramentas da palavra escrita, ele

adquire os requisitos necessários para ter sucesso em qualquer discurso, interpretando e

desenvolvendo capacidades e competências, de contar, recontar criar ou até mesmo

recriar, numa perspectiva crítica, as informações que assimilou. Assim sendo, o

educando ficará apto a construir novos conhecimentos dentro do processo de leitura e

escrita, buscando inserir-se no universo da leitura, possibilitando a exposição de suas

ideias e críticas, tornando-se ativos e participativo no processo de Ensino

Aprendizagem.

Assim, a professora Antonieta Pessoa por meio das práticas de leitura

propiciadas no projeto “Mãos que Falam” contribuiu para a ressignificação da relação

dos seus alunos com a leitura, alterando consequente a escrita. Uma experiência

significativa no tocante às múltiplas maneiras envolventes de relações entre os alunos e

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ANEXO I

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