Capítulo III- PRÁTICAS DE LEITURA E OS ANDARILHOS QUE FALAM
3.2 O projeto de Leitura e Escrita “Mãos que Falam” e as práticas de leitura
Falar de Práticas é falar do que acontece no dia a dia escolar, dentro da
sala de aula, é ter uma visão voltada para a arte de criar, inovar e despertar o interesse,
tanto no professor, que na perspectiva de apresentar uma proposta que vá de encontro
com a “arte do fazer” dos educandos, objetivando com as práticas alcançar o saber,
compreendendo e desenvolvendo corretamente suas próprias idéias, quanto no aluno
que é ator principal nesse processo de leitura, escrita, cultura e, de forma geral, no
desenvolvimento da sociedade, como nos diz Michel de Certeau: “Para que haja cultura,
não basta ser autor de práticas sociais, é preciso que essas práticas tenham um
significado.” (Certeau, 1994, p.142)
Nessa perspctiva, o pensamento da Professora do 2º Ano da Escola
Estadual de Ensino Fundamental Dom Carlos Coelho, Antonieta de Sousa Pessoa
desenvolvendo o projeto de Leitura e Escrita “Mãos que Falam”, visou integrar as
social, através de atividades didáticas estimulando e explorando a leitura e escrita de
diferentes gêneros textuais.
Para iniciarmos o “Projeto Leitura e Escrita, Mãos que Falam” realizado
na Escola Estadual de Ensino Fundamental I, Dom Carlos Coelho no ano de 2013, foi
feita a apresentação do Projeto, onde a professora Antonieta de Sousa Pessoa fez a
explanação do Tema do Projeto a trabalhar: Projeto de “Leitura e Escrita Mãos que
Falam”, falando da importância da leitura e que as mãos, como membros do corpo,
auxiliam neste processo parra manusear os livros e tudo o que for ser utilizado para a
leitura. O material e os objetos utilizados na sala de aula para a execução do projeto
com os alunos do 2º ano, sujeitos principais dos estudos, foram de tamanha importância,
pois contribuíram para o aperfeiçoamento e melhoramento da leitura e da escrita.
Como narrado pela professora Antonieta de Souza Pessoa (2014):
A questão da leitura dentro do processo de Aprendizagem, começa pela alfabetização, onde a criança, através das gravuras, histórias, contos literários, etc., inicia suas descobertas. A partir dessas reflexões teóricas e observações, dentro do cotidiano escolar, sobre como se dá o processo de leitura e escrita na escola. Vejo que é necessário que o professor busque meios para tornar a leitura e escrita, mais prazerosa, atrativa, desejada e realizada para que cada aluno alcance o objetivo final: tornar-se leitor e escritor ativo” (PESSOA, 20/01/2014)
Mediante o que nos revela a professora em relação ao processo de
Aprendizagem a começar pela alfabetização e o que foi desenvolvido dentro do Projeto
de Leitura e Escrita com o objetivo de aproximar às crianças do universo da escrita para
que possam observar a beleza das imagens e ilustrações, e que construam o hábito de
ouvir e sentir prazer nas situações que envolvam leitura, incentivando assim, a formação
Ao percebermos a importância da prática da leitura, como ferramenta
imprescindível para a formação de leitores competentes, abrindo novos horizontes para
a vida social de cada indivíduo, é notável que as diferentes práticas pedagógicas de
incentivo à leitura nas séries iniciais são necessárias. Nesse sentido, apresentamos o
Projeto de Leitura e Escrita “Mãos que Falam” criado pela professora Antonieta de
Sousa Pessoa na turma do 2º ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental Dom
Carlos Coelho, na cidade de João Pessoa-PB, no ano de 2013, como uma prática
pedagógica que auxiliou na construção do gosto pela leitura por parte dos seu alunos.
Segundo Certeau, existem aspectos que caracterizam o cotidiano em relação as práticas
escolares, sobre o que se ensina a cada dia. Como em uma citação:
O primeiro refere-se a sua capacidade de se maravilhar e confiar na inteligência e na inventividade do mais fraco, em face de uma convicção ética e política, alimentada por uma sencibilidade estética. O segundo destaca o seu rigor conceitual e a sua crítica exigente e lúcida que tem como fonte a sua relação sobre a história, a sua formação filosófica, o seu interesse pela epistemologia. Em terceiro, o seu compromisso em narrar práticas comuns.” Michel de Certeau, (2007, p.115-128)
De acordo com o esposto, podemos relacionar às práticas desenvolvidas
pela professora Antonieta de Sousa Pessoa no projeto de Leitura e Escrita “Mãos que
Falam”, considerando as práticas como formas de estimular e possibilitar a vivência dos
alunos atravéas de atividades lúdicas, textos, palavras e letras com seus significados e
como fonte de informações, envolvendo o meio social cultural e político dentro de um
contexto curricular que desenvolva a capacidade de se formar epistemologicamente.
Tendo em vista que as práticas e dinamicidade desenvolvidas pela professora com o
objetivo de criar nos alunos o gosto e o prazer de ler.
Já se sabe que o segredo da alfabetização é a leitura. Alfabetizar é, na sua essência ensinar alguém a ler, ou seja, decifrar a escrita. Escrever é uma decorrência desse conhecimento, e não o inverso. Na prática escolar, parte-se sempre do pressuposto de que o aluno já sabe decifrar
a escrita, por isso o termo “leitura” adquiriu outro sentido. Trata-se então da leitura para conhecer um texto escrito. Na alfabetização a leitura, é o objetivo maior a ser atingido. Os próprios textos escritos são, na maioria das vezes, pretexto para trabalhar a leitura como decifração. (CAGLIARI, 1998, p. 312)
A metodologia utilizada pelos professores no cotidiano da sala de aula
deve ser bem elaborada, possibilitando ao aluno uma aprendizagem dinâmica e
prazerosa. Vale sabermos qual é o verdadeiro lugar da escola nesse processo de ensino-
aprendizagem, para encontrarmos soluções para esse tipo de problemática, atendendo as
necessidades e contribuindo para uma educação criativa, dinâmica, que envolve de
maneira interessante a relação entre currículo e didática.
A professora desenvolvia as aulas com dedicação e com segurança,
aprensentando o tema da aula, conversava, incentivava para leitura de imagens,
distribuia fichas, apresentava textos para leitura silenciosa ou coletiva, lia com boa
entonação para manter a curiosidade, a atenção e o suspense.
Segundo a Professora Drª Lucília Regina de Sousa Machado, (Revista
Brasileira da Educação), “há nela uma preocupação em relação ao conteúdo e ao
método de “ensino”. (REGINA) Ou seja, o professor deve planejar e desenvolver
estratégias que aumentem os conhecimentos dos alunos, afim de que eles possam ser
capazes de conhecer a importância, de criar ideias, hipóteses, e crenças em relação a sua
realidade e/ou em meio ao mundo que vive.
“Devido a falta da prática de leitura e escrita dentro das famílias com os alunos,
aumenta a dificuldade na sala de aula.” (PESSOA). Daí a necessidade de, de acordo
com os PCNs:
Trabalhar a diversidade de gêneros textuais com a finalidade de formar leitores e produtores de textos, que são suportes para o professor orientando no processo de ensino-aprendizagem, de maneira
satisfatória, onde a prática é realizada de forma a valorizar a linguagem oral, a linguagem escrita, a leitura e a produção de textos de forma contextualizada. (PCNs) (2001,p.55).
Ou seja, as práticas desenvolvidas pela professora Antonieta de Sousa Pessoa, no projeto de Leitura e Escrita “Mãos que Falam”, abriram novos caminhos, e proporcionaram aos educandos, novas experiências e novos conhecimentos que enriquecerão as suas vidas.
Visto que, para a LDB (Lei das Diretrizes e Bases) da LDB:
O trabalho escolar é enfim, uma organização que visa está sempre ampliando e melhorando a qualidade de ensino nas áreas de conhecimento afim de que o aluno possa através dos conteúdos inseridos superar todas as adversidades que diante das situações vividas na escola e no mundo com as divergências e os conflitos estejam aprendendo a lidar com esses desafios.” (LDB) Lei 9394 art. 1º e 2
De acordo com as orientações dos PCNs, em relação à Leitura e a Escrita
“o Professor deve de acordo com os recursos disponíveis para desenvolvimento das
competências e habilidades dos conteúdos a serem oferecidos aos alunos” como cita a
Professora Antonieta Pessoa (2014):
Preparar, e programar as aulas, utilizar recursos disponíveis para atingir os objetivos propostos. Pois é de tamanha relevância a Leitura e a Escrita, propondo uma reflexão e interpretação sobre os assuntos tematizados nas disciplinas estudadas. De forma objetiva, propondo situação que envolvam leitura e produção de textos, embasados na troca de saberes no processo de ensino-aprendizagem, procurando adaptar os assuntos propostos com a realidade dos alunos para que haja maior interação no processo de ensino aprendizagem, onde os alunos possam expressar suas opiniões no vocabulário ampliado e nas indagações de forma ativa e participativa (PESSOA, 20/01/2014).
Os alunos demonstram os saberes produzidos expressando em forma de produções textuais, encenações, discursões e até mesmo nos pontos de vista. Tendo como base a socialização como um todo na prática em aula. Percebo de forma dinâmica, onde os educandos vivenciam uma prática embasada na valorização dos conhecimentos e saberes que cada um traz consigo, diante de sua realidade. Dessa forma planejo as aulas de acordo com a realidade e a necessidade dos alunos para maior aproveitamento no processo de ensino aprendizagem ( PESSOA, 20/01/2014,)
Com base nessa informação, vimos que o projeto contribuiu de forma
satisfatória para o desenvolvimento das aulas e do projeto de Leitura e Escrita,
trabalhado de maneira interdisciplinar, ampliando assim a prática efetiva da leitura e
escrita em diversos aspectos, trabalhados com tamanha relevância para que possamos
cada vez mais aprimorar o prazer pela leitura.