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“Mãos que falam”: um estudo das práticas de leitura na escola estadual Dom Carlos Coelho

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA GOVERNO DO ESTADO DA PARÍBA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃOEM FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INTERDISCIPLINARES.. IVANISE MADEIRO MARINHO DE SIQUEIRA. “MÃOS QUE FALAM”: UM ESTUDO DAS PRÁTICAS DE LEITURA NA ESCOLA ESTADUAL DOM CARLOS COELHO.. Orientadora: Prof Dra. Jussara Natália Moreira Bélens. João Pessoa- PB 2014. 1.

(2) IVANISE MADEIRO MARINHO DE SIQUEIRA. “MÃOS QUE FALAM”: UM ESTUDO DAS PRÁTICAS DE LEITURA NA ESCOLA ESTADUAL DOM CARLOS COELHO.. Monografia apresentada ao curso de Especialização em Fundamentos da Educação: Práticas Pedagógicas Interdisciplinares da Universidade Estadual da Paraíba, em convênio com a Secretaria da Educação do Estado da Paraíba, em cumprimento à exigência para obtenção do grau de especialista.. Orientadora: Profª. Dr.ª Jussara Natália Moreira Bélens. João Pessoa- PB 2014. 2.

(3) 3.

(4) 4.

(5) AGRADECIMENTOS. Aos meus filhos Ítalo, Ioná e Iasmim, pelo companheirismo, aos meus pais: José de Sousa Marinho (em memória) e Josefa Madeiro Marinho pela força e por acreditar em mim. À Universidade da Paraíba, que nos ofereceu o curso, fazendo com que nos aperfeiçoássemos cada vez mais. À orientadora pelo apoio e colaboração na conclusão do curso. Aos Professores do curso que deram uma contribuição importante para mais uma etapa na minha vida. Aos Funcionários da Universidade Estadual da Paraíba - UEPB que colaboraram, dentro de suas funções, para o bom funcionamento do estabelecimento de ensino. Aos colegas pelo incentivo e apoio.. 5.

(6) “A estrutura da língua que uma pessoa fala influencia a maneira com que esta pessoa percebe o universo.” -Lev Vygotsky-. 6.

(7) Resumo Este estudo objetiva analisar as práticas pedagógicas de leitura, da professora de Língua Portuguesa Antonieta de Sousa Pessoa da turma do segundo ano do Ensino Fundamental I da Escola Estadual Dom Carlos Coelho, João Pessoa- PB, no Projeto de Leitura e Escrita “Mãos que Falam”, realizado na referida instituição de ensino no ano de 2013. Procuramos apresentar, no decorrer deste trabalho, algumas dificuldades encontradas pela professora e pelos(as) alunos(as), assim como as descobertas feitas durante o processo. Tendo como finalidade registrar no âmbito acadêmico científico as práticas escolares de professoras da educação básica, na constante busca pela construção do hábito da leitura e o desenvolvimento da escrita por parte dos alunos. Nesse sentido, o estudo foi realizado por meio da metodologia qualitativa, um caminho investigativo que possibilitou-nos nos aproximarmos dos sujeitos pesquisados e que por meio da técnica da entrevista capturamos os sentimentos e as percepções dos alunos e da professora a respeito do projeto. Foram entrevistadas duas alunas. Esse processo, que tem grande importância no meio social, tanto nos primeiros passos de uma pessoa que entra na leitura, quanto no decorrer desse aprendizado, pois o mesmo evolui a cada dia, acrescentando novos pontos, tanto em forma de leitura quanto em forma de crescimento intelectual. Pois, ampliada a prática de leitura dos alunos, possibilita a construção de novos conhecimentos, no sentido de saberem distinguir a leitura da escrita, compreendendo também, que a escrita é a maneira de fixar o que foi lido, ou seja, tanto a leitura quanto a recitação são um convite para explorar o mundo da ficção e a riqueza da linguagem literária oral e escrita. Palavras chaves: Leitura. Prática. Cotidiano escolar.. 7.

(8) Abstract The subject of this study is to analyse the pedagogical practices of reading, by the Portuguese language teacher Antonieta de Sousa Pessoa, of the course of the year of elementary school in the state school Dom Carlos Coelho, João Pessoa- PB, in the reading and writing project “Mãos que Falam”, carried out in the mentioned educational institution in 2013. We present, in this paper, some difficulties encountered by the teacher and by (the) student (s), as well as the discoveries made during the process. For purposes of registering in the scientific academic field school practices of teachers of basic education, in the constant search for building the habit of reading and the development of writing by students. In this sense, the study was conducted through qualitative methodology, an investigative path that allowed us to approach the subjects studied and that through the interview technique captured the feelings and perceptions of the students and the teacher about the project. Two students were interviewed. This process has great importance in the social environment, both in the early stages of a person who enters the reading, and also during this learning, because it evolves every day, adding new points, both in the form of reading and intellectual growth. Therefore extended the practice of students' reading, allows the construction of new knowledge, in the sense of knowing how to distinguish reading from writing, realizing also that writing is a way to focus on what has been read, ie both reading and recitation are an invitation to explore the world of fiction and wealth of oral and written literary language. Keywords: Reading. Practice. Daily School.. 8.

(9) SUMÁRIO ·. INTRODUÇÃO. 09. •. 1 CAPÍTULO I - LEITURA: UMA DISCUSSÃO APROXIMADA. 13. •. 1.1 Leitura, uma discussão inicial.. 13. •. 1.2 Nos rastros da leitura, um começo sem fim.. 17. •. 1.3 A leitura sob o olhar dos PCNs.. 20. •. 1.4 A leitura nos passos da LDB.. 22. 2 CAPÍTULO II- OS MEANDROS DA PESQUISA. 24. • •. 2.1 Uma trajetória de pesquisa, a metodologia qualitativa como caminho. 24. •. 2.2 A entrevista como ferramenta de pesquisa.. 25. •. 2.3 Descobrindo o Projeto “Mãos que falam”. 27. •. 2.4 Os sujeitos Pesquisados. 30. •. 3 CAPÍTULO III- PRÁTICAS DE LEITURA E OS ANDARILHOS QUE FALAM 32. •. 3.1 A Leitura como Prática Pedagógica.. 32. •. 3.2 O Projeto “Mãos que Falam” e as práticas de leitura.. 34. •. 3.3 O Cantinho da Leitura.. 39. •. 3.4 Oficinas de Leitura e o Projeto “Mãos que falam”. 41. •. 3.5 Marcas das “Mãos que falam”. 43. •. CONSIDERAÇÕES FINAIS. 47. •. REFERÊNCIAS. 49. •. APÊNDICES. 51. •. ANEXOS. 67 9.

(10) INTRODUÇÃO. É preciso compreender à criança que a leitura é o mais movimentado, o mais variado, o mais engraçado dos mundos. Alceu Amoroso Lima.. A presente monografia objetiva analisar as Práticas da Professora de Língua Portuguesa da turma do segundo ano, do Ensino Fundamental I da Escola Estadual Dom Carlos Coelho, João Pessoa- PB, no Projeto de Leitura e Escrita “Mãos que Falam”, realizado, no ano de 2013. O referido projeto teve a finalidade de possibilitar aos alunos o despertar do gosto pela leitura, incentivando-os a descoberta do mundo através e por meio do mundo das palavras, que alargam o olhar e ampliam o potencial cognitivo, cultural dos sujeitos sociais. “O Projeto de Leitura e Escrita Mãos que Falam” foi criado em um cenário educacional onde existia predominantemente o modelo tradicional de alfabetização nas séries iniciais, consistindo em metodologias que fixavam o professor como detentor de conhecimentos que repassavam de maneira incipiente para os alunos, conteúdos programáticos oficialmente exigidos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, (PCNs, 1998). O projeto aqui estudado surgiu devido haver na escola investigada muitos professores que eram meros transmissores de conhecimentos, que não compreendiam as dificuldades dos alunos concernentes a leitura e a escrita. Essas. 10.

(11) dificuldades eram oriundas de distintos problemas, desde a ausência da família no processo escolar dos filhos, até fatores de ordem econômica, social e cultural, que afetavam diretamente a vida escolar dos estudantes. Diferente destes limites apresentados pelos professores da Escola Estadual Dom Carlos Coelho, João Pessoa- PB, a prática escolar de educadores comprometidos com a educação, possibilita a criança a ver o mundo por uma ótica diferente da que ela vive em casa. O professor deve, portanto, interferir no desenvolvimento escolar da criança de maneira que ela sinta-se participante e efetiva deste processo. Além de ser um mediador na construção do conhecimento dos educandos, e consequentemente do despertar destes para a leitura como ferramenta indispensável para a vida social. Foi constatada também, uma escassez do hábito de leitura e escrita por parte dos educandos da turma do segundo ano do Ensino Fundamental I da Escola Estadual de Ensino Fundamental I Dom Carlos Coelho, como também, descobrimos que muitos alunos não receberam dos pais a colaboração, devido muitos não serem alfabetizados, não havendo uma satisfatória participação das famílias na educação escolar dos educandos. Outro problema também dentro deste contexto, que são razões subsequentes, tais como, alunos que não vivem com os pais, dentre outras razões existentes. A ausência do hábito de leitura por parte dos alunos da turma do segundo ano da escola aqui estudada se confronta com a presente perspectiva cultural e histórica, dentro e fora da escola, do discurso de valorização da leitura. Uma constante de que a importância de leitura da palavra escrita para a educação formal é inegável. Afinal, é através dela que se fundamenta todo o processo educacional, desde os primeiros anos. 11.

(12) escolares. Desde que os alunos ingressam na escola, todos (pais, escola, sociedade) esperam que ele “aprenda a ler”. Contudo, aprender a ler, no entanto, muitas vezes, nas séries iniciais é sinônimo de “decodificar a palavra escrita”. Diante a realidade observada, o projeto de “Leitura e Escrita Mãos que Falam”, contribuiu para a inserção dos alunos em práticas de Leitura e Escrita de modo significativo, fomentando a formação de leitores. O projeto em pauta foi colocado em prática no dia 18 de abril até o dia 27 de setembro de 2013 na Escola Estadual de Ensino Fundamental I Dom Carlos Coelho, Bancários, João Pessoa-PB. Escolher este tema como objeto de estudo foi muito fácil, visto que para mim é necessário que todo educador seja instruído para o que há de melhor a fazer para despertar no aluno o gosto pela leitura e através da curiosidade e motivação, poder proporcionar, cada vez mais, aos alunos o desejo e o querer saber mais. Acreditamos que a leitura prazerosa pode proporcionar aos alunos o interesse e a vontade de imaginar, criar e agir de forma consciente e solidária dentro da realidade em que vive. A escolha desse objeto de estudo se deu também porque desejávamos estudar mais amiúde o tema da leitura, pois percebemos que a leitura pode possibilitar ao educando a viagem pelo universo da fantasia e do conhecimento literário adquirido através das histórias, contos, etc. O processo do despertar das crianças pela leitura deve ser iniciado muito cedo, o que comumente não ocorre, sendo fundamental que o professor compreenda em geral o porquê dos alunos não gostarem de ler, e interessarem-se por este hábito. Procurar descobrir o que poderá ser feito para despertar nesses alunos o interesse e o prazer pela leitura, fazendo-os acreditar que é possível e que são capazes, até de transformar a leitura em brincadeira. 12.

(13) Assim, o presente trabalho monográfico encontra-se organizado em três capítulos, a saber; No primeiro capítulo, abordamos o conceito de leitura, à luz de autores como Emília Ferreira (2012), Paulo Freire (1921) e a leitura sob o olhar dos PCNs (2000) e da LDB ( 1996). No segundo capítulo, discutimos sobre os meandros da pesquisa trafegados por meio da metodologia qualitativa, utilizando a técnica da entrevista como ferramenta para a compreensão das subjetividades dos sujeitos pesquisados. No terceiro capítulo abordamos as narrativas de alunos e professores, as práticas de leitura no cotidiano escolar discutindo os temas: a leitura como prática pedagógica no Projeto de Leitura e Escrita “Mãos que Falam” na Escola Estadual de Ensino Fundamental I Dom Carlos Coelho.. 13.

(14) •. Capítulo I- LEITURA: UMA DISCUSSÃO APROXIMADA. “É necessário ter uma sociedade leitora para que a criança se faça leitora.” Bartolomeu Campos de Queirós. 1.1 Leitura: uma discussão inicial O processo de leitura e escrita não é tão antigo quanto à linguagem oral, é relativamente novo e está constantemente em melhorias e mudanças. Uma pessoa desenvolve o habito da leitura e da escrita com o tempo, e com o mesmo vai aprimorando e aprendendo cada vez mais. Aprender a ler e a escrever não são um aprendizado que acontecem sem motivações. Leitura e escrita se dão no decorrer do tempo, nas leituras e escritas diárias. É um costume que faz parte do cotidiano e que a cada dia pode-se ter novas descobertas. Como refletido por Emília Ferreira (2012): Nós não somos igualmente alfabetizados para qualquer situação de uso da língua escrita. Temos mais facilidade para ler determinados textos e evitamos outros. O conceito também muda de acordo com as épocas, as culturas e a chegada da tecnologia (FERREIRA , 2012, p. 46).. A prática da leitura vai muito além que papel e caneta. Saber o que está lendo, ler e conseguir interpretar o escrito é conseguir expor de forma clara o que se deseja. Ambas, leitura e escrita, precisam de amadurecimento, conhecimento do assunto, desejo do indivíduo para novas descobertas por meio do mundo escrito, hábito.. Na concepção de Naspolini (1996): 14.

(15) Ler é o processo de construir um significado a partir do texto lido, isso se torna possível pela interação entre os elementos textuais e os conhecimentos dos leitores. Quanto maior for à concordância entre eles, maior a probabilidade de êxito na leitura (NASPOLINI, 1996, p.25). De acordo com a concepção de Naspolini (1996), as escolas tem um papel fundamental na educação, pois devem apresentar ao aluno que o que se aprende ali é apenas o inicio de uma vida dentro da Leitura e da Escrita, que a relação entre educadores e educandos é fundamental para que se processe uma educação pautada no envolvimento destes sujeitos na superação das dificuldades e na construção de novos conhecimentos. O importante no desenvolvimento constante da educação e da formação de professores, é que eles plantam a semente do gosto pela leitura e a partir de então, os educandos poderão fazer brotar a semente e desfrutar de um crescimento gradativo dentro da Leitura e da Escrita, lendo cada vez mais e com isso escrevendo melhor. Um se completa com o outro. Pois, na concepção de Inês Sim-Sim (2002): Ensinar a ler eficazmente implica possuir um nível elevado de conhecimento da língua em que se ensina a ler, no nosso caso do português, uma sólida compreensão dos conceitos que subjaze ao desenvolvimento de competências que resultam de processos de aquisição natural e espontânea, como são a compreensão e a expressão oral, e dos processos e estratégias pedagógicos que devem informar a aprendizagem de competências secundárias, como são a leitura e a expressão escrita (INÊS, 2002, p.52).. A leitura é uma ferramenta que devemos ter sempre, para ampliarmos a nossa visão sobre o mundo em nossa volta e possamos chamar de mundo, esse vasto. 15.

(16) espaço onde existe uma sociedade e meios para que a mesma se desenvolva de todas as formas possíveis e necessárias. A leitura faz com que cada vez mais o indivíduo se relacione e interaja ao meio ao qual pertence. Ela pode ser feita por meio de diversas fontes como: livros, jornais, revistas, meio eletrônicos e outros muitos que podem se utilizar de símbolos reconhecíveis para um determinado grupo, povo, nação. Tendo em vista isso, é preciso que existam meios facilitadores do conhecimento. O professor deve fazer parte desse meio que facilitará a compreensão dos alunos, juntamente com os pais que também deverão ter uma instrução para fazer o mesmo, pois deve existir uma pesquisa sobre o assunto para que a leitura e a escrita se desenvolvam constantemente. Escola deve possibilitar ao aluno o desejo de ler desde as séries iniciais, com o auxílio dos pais no processo de ensino aprendizagem para despertar o gosto dos alunos pela Leitura e consequentemente da Escrita. Pois, no mundo globalizado em que vivemos é necessário que haja uma compreensão ampliada por parte dos indivíduos na sociedade onde os mesmos encontram-se incluídos. Uma problemática apontada nesta monograma que foi encontrada na sala do 2º ano do Ensino Fundamental I foi a falta do hábito de leitura por parte dos educandos e, segundo a professora Antonieta Pessoa que ao observar descobriu o problema aqui levantado, resolvendo assim, desenvolver o “Projeto de Leitura e Escrita “Mãos que Falam”. A professora Antonieta Pessoa criou o projeto como uma estratégia pedagógica para que a escola trabalhasse a leitura dentro e fora da sala de aula, utilizando os recursos disponíveis como: livros paradidáticos, revistas, jornais. 16.

(17) A ideia do Projeto de Leitura e Escrita “Mãos que Falam”, é que os educandos manuseassem essas ferramentas e as levassem para casa ou que fossem utilizados na biblioteca da escola. Afim de incentivar e apoiar o educando para o mundo da leitura, fazendo com que descobrissem novos caminhos e novos saberes para que eles levassem para a vida. Que eles tivessem acesso da melhor forma possível a diversos textos e construíssem o prazer pela leitura, melhorando a cada dia a sua prática como também alargassem seus conhecimentos dentro do universo da leitura. Pois, segundo Freire (1921): O ato de ler se deu na sua experiência existencial, primeiro a leitura do mundo que se movia; depois a leitura da palavra que nem sempre, ao longo da escolarização foi a leitura da palavra, do mundo (...). As primeiras leituras, os textos, as palavras, as letras, daquele contexto cuja concepção experimentava e quanto mais fazia mais aumentava a capacidade de perceber se encarnavam numa serie de coisas, objetos, sinais (...) (FREIRE, 1921).. Pois, o mundo sempre fez e faz surgir entre as pessoas à busca pela comunicação, a busca por forma de expressão. Isso é a linguagem, a forma que buscamos para nos expressar. A linguagem pode ser verbal, podendo se fazer uma analogia ao verbo, portanto é aquela que usamos para nos expressar falando ou escrevendo, usando de sentido e coerência. Temos também a linguagem não verbal, que vem a ser aquela que utilizamos por meios de gestos, formas, de signos visuais, como: placas, figuras, gestos, objetos, cores. Como Paulo Freire (1921) mencionou em seu texto sobre a Importância do Ato de Ler, é fato que a linguagem do mundo se traduz nesse instante com a mesclagem da linguagem verbal, em forma de diálogo que é tida desde o inicio da vida de qualquer pessoa, e também da linguagem não verbal, que é notada pelos olhos a todos os momentos. 17.

(18) Com isso, é notória que a linguagem não está só na escrita, mas sim, em todos os ambientes, com todas as pessoas. Mas depende de cada uma dessas pessoas aprofundar, aprender, aumentar esse ambiente, para que se construa cada vez mais e de uma forma melhor, o hábito, o gosto pela leitura, e pela escrita. De forma que se aprenda a conviver nesse mundo, onde o ambiente intelectual está aumentando cada vez mais e oferecendo a quem se dispõe a participar dele, construindo novos caminhos, ampliando os horizontes.. 1.2 Nos rastros da leitura, um começo sem fim No processo de Leitura e Escrita, quando iniciado na infância dentro do contexto escolar, é importante aproximar as crianças desse universo para que elas possam observar a beleza das imagens e das ilustrações e também para que construam o hábito de ouvir e sentir o prazer nas situações que envolvam leitura. Dessa forma, a família deveria ser o primeiro instrumento a iniciar as crianças no meio dos livros, pois a infância é o momento em que deve ocorrer à formação de leitores, despertando o senso crítico de cada um, abrindo possibilidades para a interpretação de textos diversos. Pois, através do contato constante com os livros, as crianças desenvolveriam o prazer pela leitura, à responsabilidade e o cuidado com matérias individuais e coletivas, a partir do gosto pelo que se tem em mãos, ampliando o vocabulário e o contato com textos diversificados. É importante que a sociedade se mantenha aberta para acolher a quem se dispõe, fazer parte desse mundo paralelo, que se inclui perfeitamente no meio em que vivemos. Uma vez que a leitura é a base para a escrita como a para a leitura do mundo, porque o contato da criança desde seus primeiros anos de vida com os livros 18.

(19) dinamizaria o seu processo de socialização e o aumento da prática oral, frutos do mundo intelectual. “A leitura é o meio mais eficiente de enriquecimento e desenvolvimento da personalidade, é um passaporte para a vida e para a sociedade” (ÁVILA, 1971, 12).. De acordo com o pensamento supracitado e levando em consideração a realidade na qual vivemos, o mundo faz um convite a cada um de nós e em especial a quem entra no inicio da vida no processo de leitura, socializando-se desde cedo com o mundo dos livros, crescendo no meio que pertencem. É necessário que sejam criadas metodologias que fomentem formas e instrumentos, oficinas e/ou qualquer tipo de inclusão, que chamem e prendam a atenção dos leitores, para que se sintam convidados e acolhidos a entrar no mundo da Leitura e, além disso, permanecer nesse universo encantador que só tem a oferecer benefícios e a acrescentar cada vez mais pontos positivos e em especial o seu intelecto, para que sejam criados mais leitores que compreendam a importância da Leitura para suas vidas. Portanto, é aconselhável que aumente o incentivo à Leitura como também à escrita. Desde a produção de frases no inicio do processo da aprendizagem até à produção de textos e redações, fazendo com que crie o gosto pela escrita, e assim, se consiga aumentar o número de crianças, de adolescentes e de adultos que leiam e escrevam cada vez mais e melhor. Como salientado na citação a seguir: A fim de contribuir para enriquecer as experiências dos alunos com relação à aprendizagem da linguagem oral e da linguagem escrita, o professor pode criar em sua sala uma ambiente alfabetizador, onde o uso da escrita e da leitura aconteça em situações reais, dando oportunidade aos alunos de participar (PASSOS & SILVA, 2006, p. 12 e 13).. Desse modo, a busca por um bom ambiente de trabalho e de estudo onde o aluno se sinta acolhido, é um ponto que deve ser bem pensado e posto em prática 19.

(20) pelos educadores. Pois é a partir do ambiente em que o professor se encontra que poderá despertar nos educandos o interesse ou não pelo desenvolvimento constante da Leitura e da Escrita. A forma como os educadores se portam e repassam conhecimento é de suma importância. Ou seja, a relação entre educadores e educandos, compartilhando afetos e distribuindo um sentimento de confiança e cumplicidade em um ambiente escolar leve e descontraído, sem formas negativas e densas de trabalho, é de fundamental importância na descoberta de novos leitores. Quando os educadores criam em suas salas de aula um ambiente com livros diversos e materiais ilustrados, varias fontes de conhecimento para serem manuseados pelos educandos no transcorrer do trabalho pedagógico, produzem um efeito em que os educandos sejam movidos a adentrarem no mundo das letras e das palavras escritas. Tudo isso, tanto o ambiente de trabalho quanto o bom relacionamento entre educadores e educandos, fazem parte de uma metodologia pedagógica dinâmica, viva e relacionada à realidade dos sujeitos envolvidos no processo de ensinoaprendizagem. Facilita a construção do gosto dos jovens estudantes pela educação no geral, em particular pela leitura e escrita. Um crescimento individual e coletivo de novos leitores e pesquisadores, como o desenvolvimento continuo dos conhecimentos adquiridos ao longo da vida estudantil e além dela. A partir desta reflexão interessamonos por saber como a leitura é discutida pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), tendo em vista que estes ainda existem, mesmo que dispersos nos planejamentos escolares, devem ser observados e mencionados em trabalhamos como o que nos propomos.. 20.

(21) 1.3 A leitura sob o olhar dos PCNs Os Parâmetros Curriculares Nacionais, PCNs, (1998), documento oficial, criado pelo Governo Federal no ano de 1961 para dar suporte para professores e especialistas da educação, orientando-os a como trabalharem de maneira prática e dinâmica a questão da Leitura e Escrita, registram o seguinte: Escola deve viabilizar o acesso do aluno ao mundo dos textos que circulam na sociedade e ensinar a manejá-los com eficácia. Esses documentos mencionam ainda entre seus objetivos, a competência literária que se deve explorar e estimular nos alunos, decorrente de uma visão dos textos em geral com modelo de produção. Concebendo o texto literário como patrimônio cultural, situação privilegiada para o exercício imaginário humano, reserva-lhe lugar nas atividades didáticas de leitura e escrita de textos. Nessa perspectiva, a literatura integrada às práticas de leitura e produção de textos e ao lado de textos não literários de todo tipo: receitas, bilhetes, convites, histórias em quadrinhos, reportagens jornalísticas e etc. (Parâmetros Curriculares Nacionais,. 1998).. Há também para os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais, 2000) o que é tratado com relação à Leitura no Ensino Fundamental 1. Onde existe uma grande importância dos parametros, com o Processo de Ensino Aprendizagem no que diz respeito à Leitura. Em relação às orientações dos PCNs, vemos que os professores devem se tornar cada vez mais capazes de compreender os pressupostos básicos dos (PCNs), como também perceber a importância da leitura para o desenvolvimento das crianças, para a aprendizagem da própria leitura e para a produção de texto. Pois, a leitura possibilita ao aluno a segurança que através da participação, ele aprende a comunicar-se, a informar-se e ainda a defender suas próprias ideias, expondo e indagando pontos dentro da construção de novos saberes que estão sendo, uma visão ampla produzida com responsabilidade. Para. servirem. como. base. no. desenvolvimento. da. leitura. e. consequentemente da escrita, os PCNs garantem um bom desenvolvimento dos leitores 21.

(22) com relação ao exercício da formação da cidadania, capacitando-os a enfrentar os desafios advindos a vida. Os PCNs (2000) propõem para os alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental a construção de conhecimentos por meio do desenvolvimento da prática de leitura. Nesse sentido, tem-se como ponto de partida a metodologia dos professores que deve possibilitar a formação de leitores, visto que a leitura é uma atividade indispensável para a formação do indivíduo, e tem como fonte de informação toda uma base para a construção cultural das pessoas. Como salientado na citação a seguir: A Leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção de significados do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o leitor, de tudo o que se sabe sobre a língua: características do gênero, do portador, do sistema de escrita: decodificando-a letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica necessariamente, compreensão na qual os sentidos começam a ser construídos antes da leitura propriamente dita. Qualquer leitor experiente que consegue analisar sua própria leitura constatará que a decodificação é apenas um dos procedimentos que utiliza quando lê: a leitura fluente envolve uma série de outras estratégias como seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível rapidez e proficiência (PCNs, 1998,p. 41).. Nesse sentido, quem conseguir, dentre vários tipos de textos, escolher, ler e compreender, será considerado um bom leitor, ou seja, um leitor competente. Uma vez que o hábito de ler dá ao indivíduo o direito de escolher, indagar e construir sua própria identidade. A leitura traz várias intenções para que ele possa tirar proveito deste ato linguístico como: Comparar ou reformular sua hipóteses desenvolvendo habilidades de interação social. Ter momentos de convivência onde se expresse o contato entre crianças e livros. Adentrar no mundo onde exista uma cultura que se utilize a leitura. Reconhecer que a leitura é a porta aberta para o mundo (BRASIL, 1997, p.65).. 22.

(23) Segundo Brasil (1997), a prática de ler tem como objetivo formar um bom leitor, com competência e capacidade de buscar e tentar descobrir o novo, analisando suas próprias leituras para conseguir entender tudo o que lê. Para o autor, para se alcançar um bom desenvolvimento na leitura é preciso levar em consideração algumas condições:. A escola dispor de uma biblioteca estruturada. Acervo de livros de classe e outros materiais de leitura. Organização de momentos de leitura. Planejamentos de atividades diárias envolvendo a leitura. Oportunizar aos alunos a escolha de suas leituras. Possibilitar aos alunos o empréstimo de livros da escola. Construir na escola uma política de formação de leitores nos quais todos possam contribuir com sugestões (BRASIL, 1997, p.65 ).. De acordo com o autor supracitado é importante que o professor planeje suas aulas baseadas nessas sugestões, que servirão como referência para a descoberta de novas ideias a fim de desenvolver um bom trabalho em relação à leitura. Pois,. faz-se. necessário também que na sala de aula seja desenvolvida diariamente a leitura colaborativa, coletiva, projetos de leitura, leitura feita pelo professor. Enfim, “uma prática intensa de leitura na escola, é, sobretudo necessário, porque ler ensina a ler e a escrever” (BRASIL, 1997,p.65). Mas, como a Lei de diretrizes e Bases da Educação (LDB) compreende a leitura nas séries iniciais? Vejamos as seguir no próximo tópico. 1.4 A leitura nos passos da LDB. A LDB Nº 9394, em se artigo 1º e 2º, mostra que a referida lei tem como objetivo orientar o processo da educação escolar, a fim de introduzir o indivíduo no mundo do trabalho e à prática social, abrangendo os processos formativos que se desenvolvem na família, no trabalho, na convivência humana, nas escolas, nos movimentos sociais e nas manifestações culturais.. 23.

(24) Segundo a LDB Nº 9394, em se artigo 1º e 2º a Educação, deve ser desenvolvida em vários lugares, e o papel da escola é de incentivar e preparar o indivíduo para o processo de construção do currículo baseando-se no desenvolvimento de todo processo de aprendizagem que ele tem percorrido, suas competências e habilidades que lhes são atribuídas e que servirão para sociedade, para a tecnologia e para o trabalho. Ainda na visão da LDB N° 9394 em se artigo 1º e 2º, o trabalho escolar é enfim uma organização que visa está sempre ampliando e melhorando a qualidade do ensino nas áreas do conhecimento, afim de que o aluno possa através dos conteúdos ensinados superar todas as adversidades que diante das situações vividas na escola e no mundo, como as divergências e os conflitos estejam aprendendo como lidar com esses desafios, pois, as transformações ocorridas nos obrigam a correr contra o tempo, numa perspectiva de resolver os conflitos em meio às diferenças existentes como raça, religião, cultura, idades e outros. De acordo com a LDB, somos instruídos a trabalhar juntos e a transformar tudo dentro da prática pedagógica, objetivando desenvolver o potencial de todos os sujeitos envolvidos no processo educativo (educadores e educandos), formando-se como cidadãos críticos, conhecedores de seus direitos e deveres, preparados assim para a vida. A leitura desperta reflexões, gera uma interação e aumenta o crescimento intelectual da pessoa. Por isso, é importante o habito de leitura no dia a dia escolar, onde o professor seja o instrumento que viabilizará a construção de novos saberes e novos conhecimentos, tanto na sala de aula como fora dela, fazendo com que cada um possa ser capaz de dominar suas leituras, lendo, interpretando e produzindo textos de diferentes gêneros.. 24.

(25) Assim, abordamos a leitura a partir de diferentes olhares teóricos que nos movimentaram para a reflexão das práticas de leitura possibilitadas pela professora Antonieta de Sousa Pessoa da turma do 2º ano do Ensino Fundamental I da Escola Estadual de Ensino Fundamental I na cidade de João Pessoa –PB. A seguir, no segundo capítulo, discutiremos os caminhos metodológicos e as estratégias utilizadas para a realização deste trabalho.. Capítulo II - OS MEANDROS DA PESQUISA. “O importante é motivar a criança para a aventura de ler.” Ziraldo. 2.1 Uma trajetória de pesquisa: a metodologia qualitativa como caminho Para a realização deste trabalho, realizamos leituras bibliográficas dos autores Vygosky (1979), Jean Foucambert (1994), Paulo Freire (1921), além de consultarmos os PCNs (1997/1998/2000), e a LDB nº 9394 art. 1º e 2º, para discutirmos o conceito de leitura, além de referências para abordarmos o conceito de prática. Algumas dificuldades surgiram ao longo do caminho como: quais os grupos deveriam ser entrevistados, o seu lugar social, buscando a sua delimitação no amplo cenário investigativo. Nesse sentido, fizemos uso da metodologia qualitativa como caminho investigativo, pois a mesma nos possibilitou aproximarmos dos sujeitos envolvidos no processo.. 25.

(26) De acordo com Arilda Schmidt Godoy (1995) “[...] Não é possível compreender o comportamento humano sem a compreensão do quadro referencial (estrutura) dentro do qual os indivíduos interpretam seus pensamentos, sentimentos e ações.” (SCHMIDT, 1995, p.03). Pois, quando pesquisas são realizadas, já se tem a noção de algo sobre a mesma, nunca é a fonte, mas sim a busca por outro entendimento sobre o assunto, o objeto pesquisado. Muitas vezes é dada ênfase total a pesquisa, com sua finalidade, de acordo com o que se busca e não ao processo que permitiu chegar a tais conclusões, esse processo, esse trajeto feito na pesquisa, foi de suma importância tanto quanto o texto que elaborado no fim do processo a que se inicie uma pesquisa que deve ser feita com muita atenção, levando-se em conta que o objeto, ou a área a ser estudado deve ser bem traçado ou delimitado, visto que pesquisar é olhar de maneira diferente determinada coisa, afim de ver o que muitos ainda não conseguiram ver, “olhar com um olhar crítico”, e de acordo com profundidade das abordagens, a disposição das pessoas entrevistadas e muitos outros fatores que podem abrir os horizontes para a pesquisadora. 2.2 A entrevista como ferramenta de pesquisa O uso de entrevistas em pesquisas qualitativas não é obrigatório, porém é muito requisitado, pois, embora entrevistados não respondam todas as perguntas realizadas pela pesquisadora, as narrativas são de considerável importância. Mesmo que os relatos tenham sido selecionados pelos entrevistados, narrando apenas o que eles consideram como importantes, são expressões dos sentimentos, das ideias, e marcas da realidade vivida por eles. Há três tipos de entrevistas, segundo Manzini (2004):. 26.

(27) A estruturada, a Semiestruturada e a não-estruturada. A Entrevista Estruturada é aquela que possui perguntas fechadas sem apresentar flexibilidade em seu conteúdo. A Semiestruturada é aquela que contém um roteiro previamente elaborado, e normalmente com questões abertas. A Não-estruturada é aquela que oferece liberdade na criação de perguntas e na intervenção da fala do entrevistado. A entrevista semiestruturada, aquela que é guiada pelo roteiro de questões, é um dos modelos mais utilizados, pois permite uma organização e uma ampliação do questionário de acordo com as respostas que vão sendo obtidas ( MANZINI, 2004, p. 4).. A partir do momento que a entrevista acaba, a pesquisadora se coloca a disposição para esclarecer, receber sugestões e tirar dúvidas, como também, para agradecer o recebimento das informações coletadas a partir das mesmas entrevistas realizadas. A realização de pesquisas que, a primeira vista, parece um procedimento fácil, requer um planejamento, uma habilidade, principalmente no momento da coleta, da transcrição e da análise dos dados, e no preparo teórico. Pode ser feito além de entrevistas de formas escritas ou pelo uso de gravadores de voz, o uso também, de filmagens, pois são métodos que auxiliam a pesquisadora a aprimorar seu processo de pesquisa. Como cita Arilda Schmidt Godoy (1995): A palavra escrita ocupa lugar de destaque nessa abordagem, desempenhando um papel fundamental tanto no processo de obtenção de dados quanto na disseminação dos resultados. Rejeitando a expressão quantitativa, numérica, os dados coletados, aparecem sob a forma de transcrições de entrevistas, anotações de campo, fotografias, videoteipes, desenhos e vários tipos de documentos. Visando a compreensão ampla do fenômeno que está sendo estudado, considera que todos os dados da realidade são importantes e devem ser examinados (SCHMIDT, 1995, p. 58).. Desta forma, podemos notar que há diversos métodos que podem ser utilizados para a coleta de dados em pesquisas qualitativas. Como é notório que o uso de entrevistas é uma das opções mais frequentes, porém é necessário que, ao utilizarmos 27.

(28) desse meio, tomemos os devidos cuidados para que a coleta de dados seja feita da melhor forma possível. Visando assim a busca por um trabalho organizado, bem preparado e com fontes seguras e bem transmitidas a pesquisadora, que por sua vez, deve ter uma preparação adequada para a feitura desse processo. Entrevistar não é tarefa fácil, as perguntas prontas e esquemas feitos anteriormente podem até parecer válidos, mas é na prática que absorvemos conhecimento, apenas através dos erros e acertos é que se podemos aperfeiçoar técnicas e maneiras para pesquisar. É necessário atenção não só no que é falado, mas também nos gestos, nos sinais que o entrevistado transmite, pois podem falar muito, por vezes mais do que o esperado! É importante salientar que livros e manuais podem ajudar bastante iniciantes, como tal postura dele ou não ser adotada, qual pergunta pode incitar em erro e assim por diante. No processo da pesquisa, tudo foi observado, local, a forma de abordagem, a relação do entrevistado com a entrevistadora. Tudo que interfere e influi para os dados obtidos. Então, é fácil concluirmos que entrevistas feitas na própria escola onde se trabalha ou em casa, tem grande possibilidade de alcançar o que se deseja, por não haver, ou haverem em menor escala distrações, barulhos e etc. 2.3 Descobrindo o projeto “ Mãos que falam” No decorrer desta pesquisa surgiram questões que foram se encaixando no decorrer do processo de reflexão e de construção teórica, além da questão central lançada ao longo deste transcurso apresentada da seguinte maneira: O início do Projeto de “Leitura e Escrita Mãos que Falam”, teve início no dia 18 de abril de 20013, Dia Nacional do Livro Infantil, na Turma do 2º Ano do Ensino Fundamental. da Escola Estadual Dom Carlos Coelho na cidade de João Pessoa- PB. 28.

(29) A abertura do projeto foi realizada pela professora Antonieta de Sousa Pessoa e a Coordenadora dos Primeiros Saberes Fátima Solange Umeozulo, que contribuíu consideravelmente na execução deste projeto, apoiando e incentivando a professora Antonieta de Sousa Pessoa e os alunos da sala do 2º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Dom Carlos Coelho com várias atividades realizadas como: dramatização da História de Chapeuzinho Vermelho, onde a professora caracterizou-se de acordo com a personagem. Teatro de Fantoches com a história citada. Exposição dos crachás com os respectivos nomes dos alunos. Exposição de livros paradidáticos. Durante as atividades, os alunos participaram de forma afetiva das apresentações, contribuindo, significativamente no processo de Leitura. Foi trabalhado também, de forma coerente, a valorização da leitura em suas vidas, mostrando que a leitura é o caminho mais certo para se buscar o enriquecimento e o desenvolvimento da personalidade e do caráter. É enfim o passaporte para a vida e para a sociedade, onde os indivíduos buscam aprimorar seus conhecimentos dentro do processo de aprendizagem. Na execução do projeto, foram utilizados como recursos pedagógicos, os jogos oferecidos pelo Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PENAC), que teve muito sucesso em sala, onde coletivamente foram trabalhados de forma a incentivar o processo de leitura, com o rodízio de livros em sala de aula, oferecidos aos alunos para levarem para casa, onde, juntamente com a família, fariam suas leituras. A partir desta dinâmica foi detectado então que muitas famílias não tinham uma base de leitura e escrita, para compartilhar com os seus filhos. Dificultando assim, a parceria que deveria existir entre escola e família, para melhor desenvolvimento do processo educacional das crianças. Mesmo assim, houve incentivo. 29.

(30) dos mesmos, e mediante os resultados, ficaram maravilhados com o nível de evolução da aprendizagem no decorrer do projeto, ministrado em sala de aula. A partir deste primeiro momento, toda semana era lido um livro em sala de aula e realizadas atividades interdisciplinares que auxiliaram na construção de bloquinhos de leitura, juntamente com o envelope, onde foram carimbadas as mãos dos alunos, com tintura a dedo, assinando seu primeiro nome. Foi de tamanha relevância, para os alunos, receberem o envelope com seu bloquinho de leitura, contendo suas atividades, referentes ao projeto. A culminância do Projeto de “Leitura e Escrita Mãos que Falam”, foi realizado no dia 27 de setembro do ano de 2013. Contando com a presença dos alunos, funcionários e alguns familiares que vieram prestigiar as crianças. Neste evento, o espaço da Leitura foi organizado com uma mesa, contendo jogos de leitura livros e bloquinhos das atividades realizados na sala de aula. Foi entregue aos alunos crachás com seus nomes. Eles receberam livros paradidáticos, para incentivar cada vez mais o hábito da leitura em suas vidas. O momento mais descontraído foi no momento da organização de uma fila para assinar seus nomes no caderninho do autógrafo, onde todos assinaram com muita satisfação e alegria. Segundo a Professora Antonieta Pessoa: Mediante o projeto executado em sala, notou-se de forma afetiva o interesse, a participação e a evolução no processo da leitura e escrita dos educandos, onde a interação, os valores e até mesmo a prática da leitura e escrita tornou-se presente de forma positiva no processo de ensino-aprendizagem. Esse despertar pela leitura e escrita, deve ser aliado com incentivo por parte da escola, da família e educadores, estimulando-os cada vez mais a vivenciar de forma eficaz a prática da leitura, bem como a sua participação como cidadão ativo e crítico da sociedade ao qual está inserido (PESSOA, 20/01/2014).. 30.

(31) 2.4 Os sujeitos pesquisados Na execução do Projeto de Leitura e Escrita “Mãos que Falam”, participaram vinte e um alunos, entre 07 e 08 anos de idade, sendo, 10 meninos e 11 meninas, com comportamentos denominados de “normais” para a sua idade e demonstrando uma aceitação, sendo dispostos a participarem ativamente das leituras e das atividades de escrita. Foi entrevistada a professora Antonieta de Sousa Pessoa, com 36 anos de idade, tendo a mesma contribuído de forma positiva para a realização da pesquisa, onde se mostrou satisfeita com o processo, aceitando e disponibilizando da melhor forma para a coleta dos dados. Tanto a professora, quanto os alunos que participaram desta entrevista, fizeram de boa vontade. A entrevista com a Professora Antonieta de Sousa Pessoa foi realizada dia 21 de janeiro de 2014, com a aluna Caylane Cardoso da Silva, no dia 18 de fevereiro de 2014, e com a aluna Josefa Lívia Lima da Silva, no dia 19 de fevereiro de 2014. De acordo com os resultados obtidos, tivemos uma boa experiência com o processo, coletando os dados da melhor forma possível e com total desempenho para que tudo ocorresse como o esperado. Partindo da observação sobre o hábito de leitura na turma do 2º ano do Ensino Fundamental I da escola Estadual Dom Carlos Coelho, tendo como objetivo analisar as práticas de leitura realizadas pela professora no “Projeto de Leitura e Escrita Mãos que Falam”, percebemos que a professora Antonieta Pessoa ensinou leitura por meio de. 31.

(32) várias estratégias pedagógica1s que incentivaram os alunos a gostarem de ler e a terem acesso a diversos gêneros textuais, redefinindo assim, práticas pedagógicas tradicionais, estabelecidas pelos professores desta escola. Práticas que conheceremos um pouco mais no capítulo seguinte.. 1. Em lugar de estratégia, utilizaremos o conceito de práticas para abordarmos as diferentes maneiras utilizadas pela professora Antonieta Pessoa da turma do 2º ano do Ensino Fundamental I da Escola Estadual Dom Carlos Coelhona cidade de João Pessoa- PB.. 32.

(33) Capítulo III- PRÁTICAS DE LEITURA E OS ANDARILHOS QUE FALAM. “Onde quer que haja mulheres e homens, há sempre o que fazer, há sempre o que ensinar, há sempre o que aprender.” - Paulo Freire 3.1 A leitura como prática pedagógica. De acordo com Paulo Freire (1921), a escola deve desenvolver estratégias pedagógicas para que a leitura seja uma prioridade no cotidiano escolar, principalmente a partir das séries iniciais, envolvendo os pais nesse ambiente educativo. Pois, com a ajuda dos mesmos, o despertar dos educandos para o mundo da leitura se realizará com melhor desenvoltura e com bons resultados com relação às atividades passadas para casa, assim como na escolha dos os livros paradidáticos. Para Freire (1921), a leitura é necessária como forma de melhor instrumentar-se e ter condições de entender determinada situação, pois ler não se trata de cansaço, de desistência e pressa para acabar de ler um livro, por exemplo. Indica-se o contrário, a insistência, a busca pela descoberta. Para isso exige do leitor, paciência e um bom hábito de leitura, sem se preocupar com o número e páginas contidas no livro. .A Escola em seu amplo papel de ensinar ao aluno, a ler e a escrever, ainda lhe é atribuída o papel de construir e formar cidadãos para a vida, mesmo diante dos inúmeros problemas que enfrentam, como em relação, à aprendizagem, quando o aluno não tem um acompanhamento familiar que lhe garanta um suporte, tanto afetivo,. 33.

(34) quanto escolar. Muitas vezes, eles vem de famílias sem nenhuma formação educacional, dificultando assim, o desenvolvimento da aprendizagem. O objetivo de todos educadores deve ser uma educação pautada no envolvimento de todos os sujeitos participes do processo escolar, devendo ser tratada com uma atenção especial. Os educadores devem levar em consideração desde a forma como o assunto é apresentado a turma, usando de técnicas e meios distintos que valorizem a aprendizagem, e chame à atenção de quem aprende, quanto concentrando a finalidade do que, e o que se busca, após todo o processo. Este deve ser um esforço continuado dos mediadores da educação para que se incentive os educandos estudantes à prática da leitura e da escrita. Os alunos desenvolveram as atividades propostas de forma dinâmica, demonstrando compreenção e aceitação, envolvendo a leitura ou escrita, construindo o hábito de ouvir e o prazer que os envolviam nas determinadas situações. Essa prática pedagógica foi vivenciada de maneira também dinâmica, onde os educandos compartilhavam conhecimentos e saberes que cada um trazia das diversas realidades. As aulas eram planejadas de acordo com as múltiplas experiências dos alunos, havendo assim maior aproveitamento por parte deste, no processo ensino aprendizagem dentro do projeto de Leitura e Escrita “Mãos que Falam”. O planejamento do Projeto de Leitura e Escrita “Mãos que Falam” se deu em consonância com o Projeto Político Pedagógico (PPP) da Escola Estadual de Ensino Fundamental Dom Carlos Coelho, às diretrizes e orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais, (PCNs) bem como os avanços tecnológicos, científicos e culturais da sociedade, contemporânea, para atender os interesses e as necessidades dos educandos. 34.

(35) Um dos aspectos importantes do projeto foi a busca da professora Antonieta Pessoa pela prática de Leitura e Escrita dos alunos. Outro fator também importante, que percebemos no projeto, é que quem está disposto a ensinar a ler deve ter também o hábito de ler, podendo assim, está compartilhando esse costume adquirido ao longo dos anos com os outros, no caso da sala de aula com os alunos. Dessa forma, foi visto que a Professora Antonieta Pessoa aumentou o seu leque de leitura, o nível de conhecimento. Lendo cada vez mais, adquirindo um gosto maior pela leitura e escrita, e passando da melhor forma as experiências para os alunos.. 3.2 O projeto de Leitura e Escrita “Mãos que Falam” e as práticas de leitura Falar de Práticas é falar do que acontece no dia a dia escolar, dentro da sala de aula, é ter uma visão voltada para a arte de criar, inovar e despertar o interesse, tanto no professor, que na perspectiva de apresentar uma proposta que vá de encontro com a “arte do fazer” dos educandos, objetivando com as práticas alcançar o saber, compreendendo e desenvolvendo corretamente suas próprias idéias, quanto no aluno que é ator principal nesse processo de leitura, escrita, cultura e, de forma geral, no desenvolvimento da sociedade, como nos diz Michel de Certeau: “Para que haja cultura, não basta ser autor de práticas sociais, é preciso que essas práticas tenham um significado.” (Certeau, 1994, p.142) Nessa perspctiva, o pensamento da Professora do 2º Ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental Dom Carlos Coelho, Antonieta de Sousa Pessoa desenvolvendo o projeto de Leitura e Escrita “Mãos que Falam”, visou integrar as práticas de Leitura para introduzir o aluno dentro de um contexto literário, cultural e. 35.

(36) social, através de atividades didáticas estimulando e explorando a leitura e escrita de diferentes gêneros textuais. Para iniciarmos o “Projeto Leitura e Escrita, Mãos que Falam” realizado na Escola Estadual de Ensino Fundamental I, Dom Carlos Coelho no ano de 2013, foi feita a apresentação do Projeto, onde a professora Antonieta de Sousa Pessoa. fez a. explanação do Tema do Projeto a trabalhar: Projeto de “Leitura e Escrita Mãos que Falam”, falando da importância da leitura e que as mãos, como membros do corpo, auxiliam neste processo parra manusear os livros e tudo o que for ser utilizado para a leitura. O material e os objetos utilizados na sala de aula para a execução do projeto com os alunos do 2º ano, sujeitos principais dos estudos, foram de tamanha importância, pois contribuíram para o aperfeiçoamento e melhoramento da leitura e da escrita. Como narrado pela professora Antonieta de Souza Pessoa (2014): A questão da leitura dentro do processo de Aprendizagem, começa pela alfabetização, onde a criança, através das gravuras, histórias, contos literários, etc., inicia suas descobertas. A partir dessas reflexões teóricas e observações, dentro do cotidiano escolar, sobre como se dá o processo de leitura e escrita na escola. Vejo que é necessário que o professor busque meios para tornar a leitura e escrita, mais prazerosa, atrativa, desejada e realizada para que cada aluno alcance o objetivo final: tornar-se leitor e escritor ativo” (PESSOA, 20/01/2014). Mediante o que nos revela a professora em relação ao processo de Aprendizagem a começar pela alfabetização e o que foi desenvolvido dentro do Projeto de Leitura e Escrita com o objetivo de aproximar às crianças do universo da escrita para que possam observar a beleza das imagens e ilustrações, e que construam o hábito de ouvir e sentir prazer nas situações que envolvam leitura, incentivando assim, a formação de leitores.. 36.

(37) Ao percebermos a importância da prática da leitura, como ferramenta imprescindível para a formação de leitores competentes, abrindo novos horizontes para a vida social de cada indivíduo, é notável que as diferentes práticas pedagógicas de incentivo à leitura nas séries iniciais são necessárias. Nesse sentido, apresentamos o Projeto de Leitura e Escrita “Mãos que Falam” criado pela professora Antonieta de Sousa Pessoa na turma do 2º ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental Dom Carlos Coelho, na cidade de João Pessoa-PB, no ano de 2013, como uma prática pedagógica que auxiliou na construção do gosto pela leitura por parte dos seu alunos. Segundo Certeau, existem aspectos que caracterizam o cotidiano em relação as práticas escolares, sobre o que se ensina a cada dia. Como em uma citação: O primeiro refere-se a sua capacidade de se maravilhar e confiar na inteligência e na inventividade do mais fraco, em face de uma convicção ética e política, alimentada por uma sencibilidade estética. O segundo destaca o seu rigor conceitual e a sua crítica exigente e lúcida que tem como fonte a sua relação sobre a história, a sua formação filosófica, o seu interesse pela epistemologia. Em terceiro, o seu compromisso em narrar práticas comuns.” Michel de Certeau, (2007, p.115-128). De acordo com o esposto, podemos relacionar às práticas desenvolvidas pela professora Antonieta de Sousa Pessoa no projeto de Leitura e Escrita “Mãos que Falam”, considerando as práticas como formas de estimular e possibilitar a vivência dos alunos atravéas de atividades lúdicas, textos, palavras e letras com seus significados e como fonte de informações, envolvendo o meio social cultural e político dentro de um contexto curricular que desenvolva a capacidade de se formar epistemologicamente. Tendo em vista que as práticas e dinamicidade desenvolvidas pela professora com o objetivo de criar nos alunos o gosto e o prazer de ler. Já se sabe que o segredo da alfabetização é a leitura. Alfabetizar é, na sua essência ensinar alguém a ler, ou seja, decifrar a escrita. Escrever é uma decorrência desse conhecimento, e não o inverso. Na prática escolar, parte-se sempre do pressuposto de que o aluno já sabe decifrar. 37.

(38) a escrita, por isso o termo “leitura” adquiriu outro sentido. Trata-se então da leitura para conhecer um texto escrito. Na alfabetização a leitura, é o objetivo maior a ser atingido. Os próprios textos escritos são, na maioria das vezes, pretexto para trabalhar a leitura como decifração. (CAGLIARI, 1998, p. 312). A metodologia utilizada pelos professores no cotidiano da sala de aula deve ser bem elaborada, possibilitando ao aluno uma aprendizagem dinâmica e prazerosa. Vale sabermos qual é o verdadeiro lugar da escola nesse processo de ensinoaprendizagem, para encontrarmos soluções para esse tipo de problemática, atendendo as necessidades e contribuindo para uma educação criativa, dinâmica, que envolve de maneira interessante a relação entre currículo e didática. A professora desenvolvia as aulas com dedicação e com segurança, aprensentando o tema da aula, conversava, incentivava para leitura de imagens, distribuia fichas, apresentava textos para leitura silenciosa ou coletiva, lia com boa entonação para manter a curiosidade, a atenção e o suspense. Segundo a Professora Drª Lucília Regina de Sousa Machado, (Revista Brasileira da Educação), “há nela uma preocupação em relação ao conteúdo e ao método de “ensino”. (REGINA) Ou seja, o professor deve planejar e desenvolver estratégias que aumentem os conhecimentos dos alunos, afim de que eles possam ser capazes de conhecer a importância, de criar ideias, hipóteses, e crenças em relação a sua realidade e/ou em meio ao mundo que vive. “Devido a falta da prática de leitura e escrita dentro das famílias com os alunos, aumenta a dificuldade na sala de aula.” (PESSOA). Daí a necessidade de, de acordo com os PCNs: Trabalhar a diversidade de gêneros textuais com a finalidade de formar leitores e produtores de textos, que são suportes para o professor orientando no processo de ensino-aprendizagem, de maneira 38.

(39) satisfatória, onde a prática é realizada de forma a valorizar a linguagem oral, a linguagem escrita, a leitura e a produção de textos de forma contextualizada. (PCNs) (2001,p.55).. Ou seja, as práticas desenvolvidas pela professora Antonieta de Sousa Pessoa, no projeto de Leitura e Escrita “Mãos que Falam”, abriram novos caminhos, e proporcionaram aos educandos, novas experiências e novos conhecimentos que enriquecerão as suas vidas.. Visto que, para a LDB (Lei das Diretrizes e Bases) da LDB: O trabalho escolar é enfim, uma organização que visa está sempre ampliando e melhorando a qualidade de ensino nas áreas de conhecimento afim de que o aluno possa através dos conteúdos inseridos superar todas as adversidades que diante das situações vividas na escola e no mundo com as divergências e os conflitos estejam aprendendo a lidar com esses desafios.” (LDB) Lei 9394 art. 1º e 2. De acordo com as orientações dos PCNs, em relação à Leitura e a Escrita “o Professor deve de acordo com os recursos disponíveis para desenvolvimento das competências e habilidades dos conteúdos a serem oferecidos aos alunos” como cita a Professora Antonieta Pessoa (2014): Preparar, e programar as aulas, utilizar recursos disponíveis para atingir os objetivos propostos. Pois é de tamanha relevância a Leitura e a Escrita, propondo uma reflexão e interpretação sobre os assuntos tematizados nas disciplinas estudadas. De forma objetiva, propondo situação que envolvam leitura e produção de textos, embasados na troca de saberes no processo de ensino-aprendizagem, procurando adaptar os assuntos propostos com a realidade dos alunos para que haja maior interação no processo de ensino aprendizagem, onde os alunos possam expressar suas opiniões no vocabulário ampliado e nas indagações de forma ativa e participativa (PESSOA, 20/01/2014).. Também em outro momento, quando fala que:. 39.

(40) Os alunos demonstram os saberes produzidos expressando em forma de produções textuais, encenações, discursões e até mesmo nos pontos de vista. Tendo como base a socialização como um todo na prática em aula. Percebo de forma dinâmica, onde os educandos vivenciam uma prática embasada na valorização dos conhecimentos e saberes que cada um traz consigo, diante de sua realidade. Dessa forma planejo as aulas de acordo com a realidade e a necessidade dos alunos para maior aproveitamento no processo de ensino aprendizagem ( PESSOA, 20/01/2014,). Com base nessa informação, vimos que o projeto contribuiu de forma satisfatória para o desenvolvimento das aulas e do projeto de Leitura e Escrita, trabalhado de maneira interdisciplinar, ampliando assim a prática efetiva da leitura e escrita em diversos aspectos, trabalhados com tamanha relevância para que possamos cada vez mais aprimorar o prazer pela leitura.. 3.3 O cantinho da leitura O cantinho da leitura foi criado pela professora Antonieta de Sousa Pessoa, com diferentes gêneros textuais, para incentivar a leitura, nele os alunos faziam suas escolhas e com prazer desenvolviam suas leituras em roda, individualmente ou coletivamente. A professora iniciava com uma conversa com as crianças fazendo uma atividade preparatória sobre a importância, o valor que tem a leitura para cada um. A leitura deve ser feita com cuidado e sensibilidade, observando os pequenos detalhes para novas descobertas. No Cantinho da Leitura, criado pela professora Antonieta e instalado na sala de aula do segundo ano, com o objetivo de nele serem expostos livros e textos de 40.

(41) diferentes gêneros para os alunos escolherem seus livros e livremente, fazerem suas leituras. A leitura de forma individual tem valor pedagógico tanto quanto a coletiva: A individual e silenciosa faz com que o aluno assimile bem o sentido, o significado do que leu. Mas, será produtivo também favorecer a leitura e a reflexão conjunta dos alunos, sobre suas próprias hipóteses acerca do funcionamento do processo de leitura com situações de produção colaborativa. Pois, compartilhar saberes e reflexões, possibilita que os alunos conceituem regras e se apropriem da leitura e da escrita com prazer, observando as regularidades existentes e envolvidas no sistema de pontuação e acentuação para melhor desenvolvimento e aproveitamento do aprendizado. Portanto, é necessário que haja uma investigação e reflexão sobre o processo de leitura, considerando os saberes, e os conhecimentos prévios do alunado sobre o que se ler. Para tanto, observar e fazer intervenções é o ideal, a fim de ajudar o aluno a identificar personagens e desvendar algo, ou descobrir informações implícitas no texto. Trabalhar a leitura como forma de intervenção faz a diferença. Após detectar o problema, várias ferramentas podem ser usadas como suporte. Experimentação, observação, construção de modelos, leitura de livros e textos diversos, entrevistas, etc. Tais ferramentas contribuirão no processo de desenvolvimento da leitura e escrita. O que vai tornar também interessante, vão ser as próprias intervenções. Então, organizar perguntas e desafiar todos de modo a impulsionar a participar respondendo oralmente, proporcionará a vivência harmoniosa entre os alunos. Durante a 41.

(42) atividade, o professor deve levar a sala a observar e pensar sobre as várias formas e fontes de leitura que são trabalhadas e que influem no processo de aprendizagem. Ao observarmos no ano de 2013, o Projeto de Leitura e Escrita “Mãos que Falam” pudemos notar que a cada passo das aulas de leitura, foi importante a socialização e divulgação dos trabalhos dos alunos, das atividades e das produções feitas por eles. As instruções dadas, também a turma, a pensar no que estava sendo trabalhado, a observar, buscar explicações e apresentar sugestões. Isso contribui para a percepção das singularidades dos estudantes que compreenderam questões do cotidiano e do mundo por meio da leitura.. 3.4 Oficinas de leitura e o projeto “mãos que Falam” Dentro do Projeto de Leitura e Escrita, “Mãos que Falam”, foram desenvolvidas Oficinas na referida sala, onde os alunos participaram ativamente juntamente com a Professora Antonieta de Sousa Pessoa, de Rodas de Leitura, Teatro de Fantoche, Recorte e Colagem, Paródia, Parlendas, Pintura Dirigida, Músicas e Jogos Pedagógicos orientados pelo Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa ( PNAIC). Essa prática foi de um enriquecimento muito gratificante onde os alunos demonstraram através das apresentações durante o Projeto e na Culminância, sem medo de falar e se apresentarem. Todas as oficinas foram apresentadas pelos alunos e pela professora na Culminância do Projeto. Demonstrando assim que a Escola precisa se empenhar cada vez mais em formar leitores capazes de contemplar a diversidade de diferentes gêneros textuais, dominar a leitura, saber interpretar. Os alunos vivenciaram o contato com vários tipos de livros e textos, participaram de oficinas de leitura com outras turmas, foram feitos desenhos 42.

(43) relacionados às histórias lidas que foram incorporadas aos materiais arquivados. Ao final das produções a turma expôs os seus trabalhos para a comunidade escolar. Ao fim do Projeto de Leitura e Escrita “Mãos que Falam”, os alunos tinham uma nova visão sobre a leitura, onde conheceram, experimentaram formas e maneiras prazerosas de ler. Dentro de tudo que foi visto sobre leitura e escrita, acredito que os métodos utilizados, foram específicos para que os alunos lessem e escrevessem de forma segura, pois, como cita a professora, “a linguagem oral existe desde o início da vida, porém, a linguagem escrita necessita de um aprendizado para que cada leitor possa e consiga transformar os símbolos, que são letras, em palavras, frases, textos... É um aprendizado constante”. Pessoa, Antonieta de Sousa (2014). Em nossa compreensão os professores, nesse momento, tem um papel fundamental com relação a esse processo, pois, é necessário que eles desenvolvam maneiras interessantes para que os alunos, agora leitores, possam aproveitar desse momento de aprendizagem e criem o hábito de ler, aprendendo paulatinamente a gostar do que se está aprendendo. Mas para possibilitar entre os alunos, o gosto pela leitura, os educadores devem ter uma preparação adequada para que possam compartilhar suas experiências e conhecimentos com os alunos. Assim, procedendo, professores - mediadores se afastam dos métodos arcaicos e das rotineiras estratégias conteudistas tradicionalmente trabalhadas. Então, a escola, tem que dar apoio e criar formas que dinamizem a coleta de dados, e ajudem o professor a fazer uma educação participativa, dinâmica e ligada a realidade social e cultural dos educandos. Que se desenvolva o ensino dado pelo. 43.

(44) professor fazendo com que os alunos leiam e, com isso, escrevam, produzindo textos de forma gradativa, melhorando assim a educação de toda a população. A aprendizagem da leitura é um processo complexo e requer do professor motivação, esforço, dedicação e prática. O aluno tem que querer e o professor tem que ensinar. É um processo contínuo que através do aprimoramento e do hábito os leitores podem transferir a prática em conhecimento. Há notícias que assustam, em relação ao baixo nível de leitura e que afetam de certa forma a sociedade, pelo fato de que a escola está preparando, formando indivíduos para cidadania, pois só através de decisões cabíveis aos governantes é que poderíamos solucionar tais problemas, oferecendo aos professores, formação dentro da área do processo de leitura que promovam ações e práticas interdisciplinares no processo ensino aprendizagem, para a construção de conhecimentos, construídos por práticas pedagógicas que ofereçam o crescimento e o aprofundamento do processo ensino aprendizagem.. 3.5 Marcas das “Mãos que Falam” O que mais marcou durante o Projeto foram as apresentações dos textos e as histórias dramatizadas como a de Chapeuzinho Vermelho e outras, a entrevista feita pelos alunos da sala após uma história inventada por uma aluna, as festas com as comidas típicas e a construção dos crachás. Essas práticas, foram criando nos alunos o hábito e o prazer de ler, pois através da vivência, cada um descobria em si próprio, a capacidade de superar o medo e ia de encontro ao novo.. 44.

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