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CAPÍTULO III A RECRIAÇÃO AFETIVA DO NORDESTE E ESTRATÉGIAS DE

2. Maria de Fátima Pereira Souza

Natural de Fortaleza, Ceará, 54 anos. Divorciada, tem cinco filhos. Saiu do Nordeste em 1979, fugindo de um casamento problemático. Migrou, inicialmente, para São Paulo, lá ficou por dois anos, conheceu um rapaz e se casou. Ao visitar a família do marido, em Ituiutaba, resolveu conhecer Uberlândia. Segundo suas próprias palavras, ao vê-la foi “amor à primeira vista”. Assim, resolveu, em 1981, residir em Uberlândia. Hoje é aposentada e proprietária do restaurante típico nordestino “Mandacaru”, além de vender em feiras livres da cidade a tapioca nordestina. Entrevista concedida em 01 de junho de 2008.

3 – Maria de Lourdes Araújo Silva

Natural de Currais Novos, Rio Grande do Norte. Tem 67 anos, casada com Severino Ramos Silva. Teve quatro filhos e sete netos nascidos em Uberlândia.

Chegou no ano de 1946 com a mãe e os irmão atrás do pai que já estava morando aqui por dois anos. O pai, veio em busca de trabalho, pois ouvia, em Currais Novos, que Uberlândia tinha muito emprego, fartura e era fácil de ganhar dinheiro. Hoje, após viver mais de 60 anos em Uberlândia, considera-se mineira. Ou melhor, ela se considera “uma brasileira, nascida no Nordeste e criada em Minas”. Além de ajudar a criar sobrinhos e netos, viaja para o Nordeste a passeio e para matar a saudade de parentes que ainda vivem por lá. Entrevista concedida em 15 de junho de 2008.

4 - Maria Ivonete Santos Silva

Natural de Aracajú, Sergipe, 52 anos, casada com Alcides Melo da Silva. Chegou em Uberlândia em 1983 acompanhando o marido. Tem um filho de quatorze anos, nascido em Uberlândia. Fez Graduação em Letras pela Universidade Federal de Sergipe (1983), Mestrado em Literatura pela Universidade de Brasília (1988) e Doutorado em Teoria Literária pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1997). Em 2006, concluiu o Pós-Doutorado também na área de Teoria Literária, junto ao Programa de Estudos Literários - POSLIT/UFMG. Atualmente é professora no Instituto de Letras da Universidade Federal de Uberlândia.Foi entrevistada em 17 de maio de 2008.

5 - Marta Messias da Cruz Oliveira

Natural de Angical, Bahia. Tem 32 anos, solteira. Saiu da Bahia após a morte da mãe. Foi, inicialmente, morar com irmão em São Paulo em 2003. Em 2008, foi convidada pela irmã para morar em Uberlândia. Mudou-se para Uberlândia em busca de trabalho. Aqui ela conseguiu um emprego de serviços gerais (diarista). Mas em suas palavras, “por não ter estudo, os empregos que consegue pagam muito pouco”. Desiludida com a falta de “boas” oportunidades

de trabalho, Marta nos confidencia pretender em breve voltar novamente para Bahia. Entrevista concedida em 04 de outubro de 2008.

6 – Severino Ramos da Silva

Natural de Ouro Branco, Rio Grande do Norte, tem 72 anos. Casado com Maria de Lourdes Araújo Silva. Chegou a Uberlândia em 1956 para encontrar um irmão e trabalho. Trabalhou durante vários anos como motorista de taxi e depois de caminhão. Hoje é aposentado e ajuda na criação dos netos e sobrinhos. Tem vontade de voltar a morar no Nordeste, mas como a esposa não concorda, continua morando aqui, todavia, sempre que pode, viaja para o Nordeste para matar a saudade dos familiares. Entrevista concedida em 15 de junho de 2008.

7 - Vamberto Figueiredo

Natural de Lagoa de Dentro, Paraíba. Tem 35 anos. Casado com Raquel Figueiredo Tem duas filhas, de seis e doze anos, a mais velha nascida em Lagoa de Dentro e a caçula, em Uberlândia. É controlador de vôo no aeroporto de Uberlândia. Na Paraíba trabalhava na lavoura, no roçado. Saiu do Nordeste em 1994. É o atual Presidente da ANUDI, (Associação dos Nordestinos em Uberlândia). Entrevista concedida em outubro de 2008.

8 – Wilton da Silva Oliveira

Natural de Barra do Corda, Maranhão. Tem 29 anos, casado com a uberlandense Gisele Chagas Arduini Oliveira. Migrou para Uberlândia em 2001, para morar com os irmãos que já viviam aqui, após a morte de sua mãe. Trabalha como auxiliar de empresas na madeireira cujo proprietário é seu irmão. Atualmente, faz curso preparatório para prestar vestibular na área de Veterinária. Diz que se considera nordestino mesmo depois de absorver vários costumes

mineiros, pois como ele mesmo disse, “a cabeça nunca vai deixar de ser chata mesmo”. Entrevista concedida em 22 de maio de 2008.

APÊNDICES

A – Questionário com os universitários

Preencha, por favor, as respostas. Não é necessário se identificar. Sexo___________Idade_________________

Curso:_______________________________________

Local de nascimento:______________________________________ 1)Você tem contato com migrantes nordestinos na cidade de Uberlândia? ( ) sim( )não( ) raramente

2)Seus contatos com nordestinos acontecem: ( ) na família( ) no trabalho( ) na escola

(outros)______________________________________________________

3)O que geralmente você ouve falar a respeito dos nordestinos? Desses comentários, o que você concorda e o que você discorda, por quê?

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 4)Qual a sua opinião a respeito do nordestino que mora em Uberlândia? _____________________________________________________________ _____________________________________________________________

5) Na sua opinião, em qual segmento da sociedade a participação dos nordestinos na formação da cidade de Uberlândia seria mais significativa? _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ ___________________________________________________________Uberlân dia, ______ de __________________ 2008

B – Roteiro das entrevistas com os nordestinos.

1) De que lugar do Nordeste você veio e quais as características dessa região?

2) O que levou você a sair de sua terra natal e em que ano isso aconteceu? 3) Uberlândia foi a primeira cidade para onde veio?

4) Qual a sua profissão? Ela é a mesma de quando morava no Nordeste? 5) Você ainda se sente nordestino depois de tantos anos morando em Uberlândia? Por quê?

6) Nas comemorações familiares, ou no dia a dia você e sua família mantêm as tradições nordestinas? Quais?

7) Quais as maiores dificuldades sofridas ao deixar sua terra natal?

8) Em Uberlândia existe algum local no qual os nordestinos podem se reunir para matar a saudade do lugar de onde veio? Quais?

9) Você já sofreu preconceito por ser nordestino pelos uberlandenses? Em caso positivo, como isso aconteceu e como você reagiu?