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11 maio 2006 - monitora

1)A sua formação circense anterior interferiu na monitoria?

A bagagem de ter estudado quatro anos em uma escola de circo interferiu na minha monitoria de forma positiva e negativa. Interferiu positivamente porque eu já dominava um repertório de movimentos e exercícios para ensinar, sabia como segurar ou proteger outras pessoas enquanto elas executavam um exercício, e tinha familiaridade com os aparelhos de acrobacia aérea. Outra coisa imprescindível é a importância da segurança no circo, isso eu já sabia de cor. Mas meu conhecimento também me atrapalhou um pouco. Às vezes, por falta de experiência em ensinar, ficava afobada em passar muita coisa aos alunos ao invés de reforçar o que eles já tinham aprendido. A repetição é importante aqui em vários sentidos: fortalecer o corpo do aluno, corrigir e limpar o movimento, familiarizar-se com o aparelho (trapézio ou tecido), experimentar o movimento na cena (já que era uma matéria de circo dada para alunos-atores). Essa tranqüilidade fui aprendendo com a professora Maria Clara durante o percurso, já que fui sua monitora por três semestres seguidos.

2) O circo ajuda ou atrapalha na construção da cena teatral?

Antes de mais nada, o circo funciona, na minha opinião, como uma espécie de treinamento para o ator. Os grandes mestres do teatro, como Stanislavski, Meyerhold, Grotowski, já destacavam a importância da preparação física do ator, alguns deles até utilizaram as próprias técnicas circenses para este fim. Para mim, o circo deixa o corpo mais “pronto” para o jogo, mais desperto, mais flexível, mais forte e com um maior repertório de ações. O mesmo acontece na via contrária: o teatro também auxilia na construção de um número circense. Ajuda na construção da sua cena como um todo (atuação figurino, trilha sonora), para que o trabalho deste artista não fique restrito apenas ao virtuosismo técnico. Para mim, o circo também é uma arte da cena. Por isso a importância de sua presença em um curso de Artes Cênicas.

APÊNDICE C

Depoimentos e avaliações dos alunos do Curso de Graduação em Artes Cênicas (EBA/UFMG)

2º semestre de 2003

Não quero dizer que para se utilizar do circo um ator tenha que ser capaz de jogar sete bolinhas para cima ou se tornar um grande trapezista. Mas o mínimo ele terá que dominar se quiser utilizar-se dessa linguagem. Mariana Rabelo (monitora)

Oferecemos algumas ferramentas para serem aprendidas e depois, transformadas em linguagem teatral. Lou Mafra (monitora)

1º semestre de 2004

Mesmo constatando a necessidade de um maior tempo-aula para a devida assimilação de algumas técnicas, pude identificar muitas limitações, mas principalmente muitas habilidades latentes e, de certa forma, que me geraram prazer em praticá-las. [...] Através das técnicas circenses, a pessoa passa a entrar em contato imediato com o equilíbrio, a precisão, objetividade, força e, acima de tudo, com a consciência do movimento corporal. Assim como o artista de circo, o ator também deve ter plena consciência da sua função cênica. [...] O ator pode utilizar de três coisas importantes que se aprende ao começar a praticar as técnicas circenses: equilíbrio, força e qualidade de movimento. [...] O circo proporciona a resistência física, consciência corporal e a concentração ao ator, além do controle, da qualidade e da percepção. Bruno Cardoso Aquino de Almeida.

Considero as técnicas circenses uma alternativa de trabalhar o corpo do ator, abrangendo tanto o corpo físico quanto o corpo expressivo. Os exercícios do circo proporcionam para o ator trabalhar diferentes funções cênicas, dentre elas: equilíbrio, força e flexibilidade muscular e expansão do movimento. [...] pode-se analisar os exercícios circenses como meios para se chegar a uma finalidade: a interpretação teatral. Daniela Bastos.

A partir da experimentação é possível trabalhar a cena nos seus aspectos de fluência, ritmo, dramaturgia. Raquel Brant.

Ainda que não se domine a técnica como um nato artista de circo, o importante é realçar essa mescla (circo e teatro) e atingir os objetivos da mesma. Ampliar o espaço do circo através do teatro e realçar o teatro seja em estrutura ou cenário, seja na composição de personagens. [...] Abraçando a terminologia acrobática, levar às extremidades todos os diálogos assim possíveis, para que ambos, teatro e circo, possam falar mais alto. Larissa Lamas Pucci.

2º semestre de 2004

No circo e no teatro a arte se inscreve no corpo. No circo, a pessoa se especializa em uma determinada habilidade corporal. No teatro, o ator usa seu corpo para transmitir uma emoção, uma sensação, um estado. Os movimentos do circo podem ser utilizados como estímulos para a criação de partituras físicas.

No circo, trabalha-se a relação do corpo com um equipamento. Os deslocamentos e as quedas realizadas no trapézio e no tecido exigem o conhecimento exato do tamanho de seu braço, sua força, o local onde se põe a mão no tecido, tamanho do tecido. No teatro, temos que aprender a usar objetos como se fossem extensões do nosso corpo. Os adereços, figurinos, cenários e objetos cênicos devem estar em contato íntimo com o ator, apoiando-o, desafiando-o e estimulando a criação.

As novas relações com o espaço podem trazer bons estímulos para a criação teatral. Desenvolver isso através do trapézio torna o aprendizado mais prazeroso.

Observando a luta do circo contra preconceitos sociais, crises financeiras e a falta de apoio político, creio que o fato de estudá-lo hoje dentro de uma universidade pública e significativa no contexto brasileiro acaba sendo uma vitória. Somos os aplausos à iniciativa da professora que nos possibilitou esta oportunidade, torcendo para que outras gerações de alunos das Artes Cênicas também possam usufruir deste contato com o circo. Júnia Rocha Bessa

A técnica circense necessita do desenvolvimento da atenção, percepção do próprio corpo e do corpo do outro, noção de espaço, de tempo, cuidados com a segurança (tanto em relação aos aparelhos quanto em relação aos colegas), preparo corporal (que envolve alongamento e resistência física), entre outros... Anna Beatriz Ferreira Andrade.

É necessário que se tenha resistência física, bom alongamento e o corpo em estado de alerta para que o jogo cênico possa fluir com espontaneidade. [...] Esse corpo que o circo modela, seria o corpo ideal que o ator precisa, tanto para a composição de espetáculos, quanto para treinamentos livres. Afinal, este corpo está latente, em prontidão. Angie Mendonça.

1º semestre de 2005

Circo é para se fazer das 08h às 12h, de segunda à sexta. [...] Aqui dá para se passar um pouco de técnica e se apropriar dela. [...] O circo se vê do começo ao fim o que se conseguiu, noção dá para fingir. No teatro não, é juízo de valor. [...] Capacidade de saber o que fazer com o que se tem de novo e se apropriar dele. Lou Mafra (monitora).

Fiz um número de caras e bocas. A proposta aconteceu desta vez (de cenas). Estou menos Kamikase. Marina Viana Pereira

APÊNDICE D Ilustrações de Rodapé

Figura 18 – Petit Volant (rodapé p. 23)

APÊNDICE E Créditos das fotos

Figura 1 – página 91 – Maria Clara Lemos Figura 2 – página 100 - Maria Clara Lemos Figura 3 – página 102 - Maria Clara Lemos Figura 4 a e b– página 106 – Bernardo Zama Figura 5 – página 118 - Bernardo Zama Figura 6 – página 118 - Yesser Kaad Figura 7 – página 118 - Yesser Kaad

Figura 8 – página 119 - Maria Clara Lemos Figura 9 – Página 121 – (de a até i) Yesser Kaad Figura 10 – página 126 – Maria Clara Lemos Figura 11 – página 133 – Bernardo Zama Figura 12 – página 133 - Bernardo Zama Figura 13 – página 149 - Maria Clara Lemos Figura 14 – página 149 - Yesser Kaad

Figura 15 – página 149 - Maria Clara Lemos Figura 16 – página 151 - Maria Clara Lemos Figura 17 – página 152 - Maria Clara Lemos Figura 18 – página 169 - Maria Clara Lemos Figura 19– página 169 – Caio Machado Figura 20 – página 170 – Giuliana Danza

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