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Para a característica massa de 1000 grãos, a média geral entre as progênies de nabo forrageiro, cultivar CATI AL 1000, foram de 8 e 9,4 g com valores variando de 3,35 a 13,51 g, e 7,44 a 11,64 g, respectivamente, para as progênies de meios irmãos, dos ciclos de seleção I e II, indicando uma diminuição da variabilidade genética entre as progênies do ciclo II em relação ao ciclo I, confirmado pelos resultados observados no quadrado médio de tratamentos, das análises de variância em delineamento látice e blocos ao acaso (Tabelas 11 e 13). Essa tendência foi observada em trabalhos similares de melhoramento (CARVALHO et al., 2000b; CARVALHO et al.,1998; CARVALHO et al.,1995, 1994; PATERNIANI, 1968). Segundo Ramalho (1977), explica que a diminuição da variabilidade genética como decorrente da utilização máxima da variabilidade livre no ciclo original, que corresponde à segregação entre blocos gênicos, e que, a partir do primeiro ciclo é utilizada a variabilidade genética latente, gradativamente, através da permuta genética.

Em comparação com Ramalho, Calegari et al. (1993) relataram a massa de 1000 grãos de nabo forrageiro, variando entre 6 a 14 g, sendo em média 11 g, nas condições de cultivo do município de Londrina – PR. O valor médio observado, para o caráter massa de 1000 grãos, nas progênies de meios irmãos de nabo forrageiro, cultivar CATI AL 1000, avaliado em dois ciclos seleção, em locais diferentes, foi menor do que os observados por Calegari et al. (1993), podendo estar relacionado as diferentes condições ambientais apresentadas nos municípios de São Manuel – SP e Botucatu – SP em comparação ao município de Londrina - PR, sendo estas: temperatura, fotoperíodo, altitude, tipo de solo. A disponibilidade de água vista isoladamente, não explica essa diferença, pois na avaliação das progênies do segundo ciclo de seleção houve irrigação artificial, e mesmo assim, os valores foram inferiores aos divulgados pelos autores citados anteriormente.

Na Tabela 11 estão apresentados os quadrados médios da análise de variância, em delineamento látice, para a massa de 1000 grãos, com suas respectivas significâncias pelo teste F.

Apesar da diminuição da variabilidade genética entre as progênies selecionadas para o segundo ciclo de seleção, observa-se pelo quadrado médio da análise de variância de progênies de meios irmãos, que houve diferença entre os tratamentos, ao nível de

significância de 1% de probabilidade, pelo teste F, estimando a continuidade na obtenção de ganhos em ciclos de seleção subsequentes para esta característica (Tabelas 11 e 13).

Tabela 11. Quadrados médios da análise de variância e respectivas significâncias pelo teste F, dos ciclos de seleção I e II, das progênies de meios irmãos de nabo forrageiro cultivar CATI AL 1000, para característica massa de 1000 grãos (São Manuel – SP, 2004, e Botucatu – SP, 2006). FV GL QM (I) QM (II) Repetição 2 --- --- Bloco \ Repetição 27 --- --- Progênies 99 4,38** 1,87** Resíduo 171 2,01 0,81 CV (%) 17,78 9,65

** significativo a 1%, pelo teste F (I) ciclo I, (II) ciclo II

O coeficiente de variação experimental foi de 17,78 e 9,65 %, para os ciclos de seleção I e II respectivamente, classificados como de média e boa precisão experimental (GOMES, 2000).

Tabela 12. Quadrados médios da análise de variância e respectivas significâncias pelo teste F, do ensaio de competição entre tratamentos (ciclos I e II, população original e duas testemunhas comerciais (cultivar CATI AL 1000 e MS), para característica massa de 1000 grãos (Botucatu – SP, 2007).

FV GL QM

Blocos 5 ---

Progênies 4 0,012*

Resíduo 20 0,005

CV (%) 14,72 * significativo a 5%, pelo teste F

Na Tabela 12 foram descritos os quadrados médios de tratamentos, erro efetivo, e coeficentes de variação experimental, da análise de variância, para o ensaio de competição entre as populações resultantes dos ciclos de seleção, população original, e duas testemunhas comerciais. Observando a tabela, nota-se que os tratamentos apresentaram diferenças, detectado pelo teste F, a 5% de probabilidade, com média geral de 5 g, amplitude de variação de 4,6 a 5,7 g, sendo 5,7 g o valor médio da população original, 5,1 g a população referente ao ciclo de seleção I, e 4,6 g a população referente ao ciclo de seleção II.

Devido à baixa eficiência do experimento avaliado em delineamento látice, os parâmetros genéticos foram obtidos da análise de variância, em blocos ao acaso, conforme apresentado na Tabela 13.

Tabela 13. Quadrados médios da análise de variância e respectivas significâncias pelo teste F, dos ciclos de seleção I e II, das progênies de meios irmãos de nabo forrageiro cultivar CATI AL 1000, para característica massa de 1000 grãos (São Manuel – SP, 2004, e Botucatu – SP, 2006). FV GL QM (I) QM (II) Blocos 2 ---- ---- Progênies 99 5,30** 2,02* Resíduo 198 2,28 0,82 Média (gramas) 8 9,4 CV (%) 19 9,7

*,** significativo pelo teste F, a 5% e 1%, respectivamente; (I) ciclo I, (II) ciclo II

As estimativas de parâmetros genéticos para característica massa de 1000 grãos estão apresentadas na Tabela 26 (pág.58).

6.3.1 Ganho genético para massa de 1000 grãos

Conforme se observa na Tabela 14, a massa de 1000 grãos teve um ganho genético total de -1,06 g após os dois ciclos de seleção, com uma perda maior no primeiro ciclo de seleção, 55,66%, e no segundo uma perda menor, de 44,34%. Esses percentuais correspondem a perda total, e as perdas por ciclo, em relação à média da população 1, apresentando os seguintes valores -10,28 e -8,19%, respectivamente aos ciclos I e II. A maior perda no ciclo de seleção I é evidenciada com os resultados de Ramalho (1977).

Na Tabela 14 são apresentados os valores médios, e ganho genético para a característica massa de 1000 grãos, da população original e dos ciclos de seleção I e II.

Na Figura 2 é apresentada a curva de regressão quadrática, mostrando o comportamento da massa de 1000 grãos em resposta a seleção efetuada.

Tabela 14. Estimativa do ganho genético comparando a população original (0) e os ciclos de seleção I e II de progênies de meios irmãos de nabo forrageiro, cultivar CATI AL 1000, para a característica massa de 1000 grãos, selecionadas nas safras de 2004 e 2006, realizados em São Manuel – SP e Botucatu – SP, respectivamente, em função da equação de regressão, y = 0,06x2 - 0,77x + 6,45, com R2 = 1.

Ganho Genético População Valores médios (g) Por ciclo (g) % (em relação a média do ciclo 1) % (em relação a perda total) Original 5,74 - - - Ciclo I 5,15 -0,59 -10,28 55,66 Ciclo II 4,68 -0,47 -8,19 44,34 Total -1,06

Para a característica massa de 1000 grãos o modelo quadrático da regressão foi o que melhor se ajustou aos resultados observados para característica, nas populações selecionadas para produtividade de grãos.

Figura 2. Curva de regressão quadrática da massa de 1000 grãos de nabo forrageiro, cultivar CATI AL 1000, em função de ciclos de seleção em Botucatu – SP, 2007.

A partir da equação ajustada y = 0,06x2 + 0,77x + 6,45, obteve-se a estimativa do ganho genético por ciclo de seleção, mostrado na Tabela 14, cujo ganho total foi negativo, -1,06 g, e o ganho genético, por ciclo, em percentual, com base no valor médio da população original, foi -10,28%, na população do ciclo I, e de -8,19%, na população do ciclo II. O ganho genético total foi de -18,47%.

Essa tendência de ganhos genéticos negativos, demonstrado pela curva de regressão para a característica massa de 1000 grãos, é explicada pela correlação negativa existente entre produtividade de grãos e peso de grãos. Verificada em trabalhos, como o de Yokomizo et al. (2000), com soja. Antunes et al (1998), com feijão. No entanto, Amorim et al. (2008), em trabalho com girassol, observou resultado diverso, com correlação positiva.

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