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Para a característica, teor de óleo no grão, a média geral entre as progênies do cultivar CATI AL 1000, de nabo forrageiro, no primeiro ciclo de seleção foi de 34,48 %, com teores variando de 27 a 41,7 % Para o segundo ciclo de seleção, a média observada entre as progênies foi de 37 %, com valores variando entre 32 e 41 %. Pelas amplitudes de variação encontradas entre as progênies de ambos os ciclos de seleção, para característica avaliada, pode-se estimar a existência de variabilidade genética.

Na Tabela 19 são apresentados os quadrados médios da análise de variância, em delineamento látice, para a característica teor de óleo contido no grão, com suas respectivas significâncias pelo teste F.

Tabela 19. Quadrados médios da análise de variância e respectivas significâncias pelo teste F, dos ciclos de seleção 1 e 2, das progênies de nabo forrageiro cultivar CATI AL 1000, para característica teor de óleo (São Manuel – SP, 2004, e Botucatu – SP, 2006). FV GL QM (I) QM (II) Repetição 2 --- --- Bloco \ Repetição 27 --- --- Progênies 99 22,11** 11,17** Resíduo 171 12,65 7,16 Média (%) 34,5 37,00 CV (%) 10,65 7,22

** significativo a 1%, pelo teste F (I) ciclo I, (II) ciclo II

Observando a Tabela 19, pode-se concluir que há diferença entre as progênies de meios irmãos, para a característica teor de óleo contido no grão, confirmado pelo teste F, a 1% de probabilidade, indicando haver variabilidade genética entre as progênies, para essa característica.

Outra conclusão que deve ser citada, observando os quadrados médios de tratamentos, nos dois ciclos de seleção, descritos nas Tabelas 19 e 21, é a diminuição da variabilidade genética entre as progênies do segundo ciclo de seleção, em relação ao primeiro

ciclo de seleção. Esta diminuição na variabilidade genética após o primeiro ciclo de seleção é esperada, e explicada por Paterniani (1968), Ramalho (1977), Carvalho et al (2000b).

O coeficiente de variação experimental da análise de variância entre as progênies de meios irmãos foi de 10,6 e 7,22 %, para os ciclos de seleção I e II respectivamente, sendo considerada de boa precisão experimental, Gomes (2000).

Na Tabela 20, são apresentados os quadrados médios da análise de variância do ensaio de competição em blocos ao acaso, entre a população original, dois ciclos de seleção, e duas testemunhas comerciais, cultivar CATI AL 1000, e MS.

Tabela 20. Quadrados médios da análise de variância e respectivas significâncias pelo teste F, do ensaio de competição entre tratamentos (ciclos I e II, população original e duas testemunhas comerciais), para característica teor de óleo (Botucatu – SP, 2007). FV GL QM Repetição 5 --- Progênies 4 25,41ns Resíduo 20 19,89 Média 26,5 CV (%) 16,83 ns

significativo a 1%, pelo teste F

O valor observado para teor de óleo na população original foi de 29%, para os ciclos de seleção I e II, foi 25,5, e 25,6 % respectivamente, e para as testemunhas comerciais, cultivar CATI AL 1000, e população coletada nos campos de produção de Chapadão do Sul – MS, foi respectivamente 28 e 24 %.

O quadrado médio de tratamentos da análise de variância apresentado na Tabela 20, não foi significativo, indicando ausência de variabilidade genética entre os ciclos de seleção, população original e testemunhas comerciais, para característica avaliada. Este resultado deve ser melhor averiguado, repetindo esse ensaio de competição, em vários locais e anos, para uma confirmação desses resultados. Devido ao estresse hídrico que as populações selecionadas sofreram, o potencial genético pode ter sido inibido, não permitindo a visualização das diferenças, para a característica teor de óleo no grão, pois mesmo sob estresse hídrico, as demais características coadjuvantes avaliadas, obtiveram ganhos genéticos

indiretos, positivos e negativos, em resposta a seleção da característica produtividade de grãos, podendo a característica teor de óleo no grão ter sido a mais afetada.

Os valores observados, no ensaio de competição entre as populações selecionadas, população original e testemunhas, para todas as características, apresentaram-se muito baixos, provavelmente relacionado ao efeito do estresse hídrico que as populações foram submetidas, mas esses valores baixos não interferem nas conclusões pertinentes defendidas por este trabalho de pesquisa, pois os valores absolutos não são o fator fundamental para a avaliação do método empregado, ou das características avaliadas, e sim o comportamento diferenciado entre as populações avaliadas nesse ensaio, pois todos os fatores adversos em que os tratamentos foram submetidos, foram igualmente para todos.

O teor de óleo contido no grão de diferentes genótipos de girassol variou de 30 a 55%, segundo Camara e Heiffig (2001). Genótipos de canola variam de 40 a 46% (CANOLA, 1992). Genótipos de algodão podem variar de 16 a 20% de teor de óleo no grão e genótipos de soja de 18 a 20% (FARIA, 2001). A mamona da cv. AL Guarany 2002 apresentou teor variando de 41,59 a 43,38% (MYCZKOWSKI, 2003). Assim pode-se classificar o nabo forrageiro cultivar CATI AL 1000 como uma espécie oleaginosa, pois a média dos genótipos do presente trabalho foi de 34,48%, com progênies superiores apresentando 41,7% de teor de óleo no grão. Esses valores equiparam-se aos teores de óleo de híbridos de girassol, mamona, canola, e foram superiores aos contidos nos grãos de algodão e soja.

As estimativas de parâmetros genéticos foram obtidas a partir da análise de variância em blocos ao acaso, apresentada na Tabela 21.

Visualizando a Tabela 21, verificou-se na análise de variância, que o quadrado médio de tratamento para o segundo ciclo de seleção, não foi significativo, podendo ser interpretado como não havendo variabilidade genética entre os tratamentos, para a característica avaliada, contrariando o resultado observado na análise de variância realizada em delineamento látice, conforme os dados observados na Tabela 19.

Essa contradição deve-se ao fato do delineamento em látice, efetuar um controle ambiental local mais preciso, em relação ao delineamento blocos ao acaso, permitindo uma melhor visualização das diferenças entre os tratamentos.

Tabela 21. Quadrados médios da análise de variância e respectivas significâncias pelo teste F, dos ciclos de seleção 1 e 2, das progênies de nabo forrageiro cultivar CATI AL 1000, para característica teor de óleo (São Manuel – SP, 2004, e Botucatu – SP, 2006). FV GL QM (I) QM (II) Blocos 2 ---- ---- Progênies 99 27,50** 8,80ns Resíduo 198 17,45 8,69 Média (gramas) 34,5 37 CV (%) 12,11 7,97 ns,

** não significativo, e significativo a 1%, pelo teste F, respectivamente (1) ciclo I, (2) ciclo II

O controle local mais preciso, feito pela análise do experimento em delineamento látice, deve-se à diminuição dos fatores ambientais a qual os tratamentos são influenciados, com a estratificação dos blocos, onde os tratamentos são distribuídos, em blocos menores, com menos tratamentos, comparados em um ambiente mais homogêneo, incluindo mais uma nova fonte de variação (Bloco/Repetição) na análise de variância, que subtrai graus de liberdade do erro efetivo (resíduo), reduzindo o quadrado médio do erro efetivo (variação ambiental), fornecendo análises mais precisas.

6.5.1 Ganho genético para teor de óleo

Observando a Tabela 22, pode-se observar que a média das populações 1, 2, e 3 (população original, seleção ciclo I e seleção ciclo II), foram 29,33, 25,5, e 25,66 %, respectivamente, e o ganho genético total foi negativo, sendo -3,67 %. Comparando a característica teor de óleo no grão e produtividade de grãos, verificou-se um comportamento inverso, pois a seleção realizada para o aumento da produtividade de grãos ocasionou uma diminuição nos valores observados para a característica teor de óleo.

Na Tabela 22 são apresentados os valores médios, e ganho genético para a característica teor de óleo no grão, da população original e dos ciclos de seleção I e II.

Esse valor negativo para o ganho genético para o teor de óleo pode ser devido a uma correlação negativa entre as características avaliadas. Correlações negativas entre a produtividade de grãos e teor de óleo contido no grão foram observadas por Amorim et al., (2008), avaliando quatorze genótipos de girassol, observando correlações entre características e análise de trilha em girassol. Outros autores como Hladni et al., (2006) e Tyagi (1985), observaram o comportamento negativo, em correlações entre produtividade de grãos e teor de óleo no grão.

Tabela 22. Estimativa do ganho genético para dois ciclos de seleção de progênies de meios irmãos de nabo forrageiro, cultivar CATI AL 1000, para a característica teor de óleo (%), selecionadas nas safras de 2004 e 2006, realizados em São Manuel - S.P. e Botucatu - S.P., respectivamente, em função da equação de regressão, y = 1,995x2 – 5,825x + 29,33, com R2 = 1. Ganho Genético População Valores médios (%) Por ciclo (%) % (em relação a média do ciclo 1) % (em relação ao ganho total) População original 29,33 - - - Seleção ciclo I 25,5 -3,83 -13,06 104,35 Seleção ciclo II 25,66 0,16(-3,67) -12,51 100 Total -3,67

Na Figura 4 é apresentada a regressão linear, mostrando o comportamento do teor de óleo em resposta a seleção efetuada.

O modelo de regressão que melhor se ajusta aos resultados observados em dois ciclos de seleção para a característica teor de óleo no grão foi o modelo quadrático da regressão.

A partir da equação ajustada y = 1,995x2 + 5,825x + 29,33, obteve-se a estimativa do ganho genético por ciclo de seleção, mostrado na Tabela 22, para característica teor de óleo no grão.

Figura 4. Curva de regressão quadrática do teor de óleo dos grãos de nabo forrageiro em função de ciclos de seleção em Botucatu – SP, 2007.

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