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1.3 B ACIA DO RIO I POJUCA E SUA LOCALIZAÇÃO

1.3.3 Massas de Ar do Nordeste

Massa Equatorial atlântica (Ea): forma-se graças à convergência dos ventos alísios boreais e austrais, os quais se transformam em movimentos convectivos ascensionais por causa do efeito térmico.

A turbulência atmosférica ocorre quando se dá o encontro do ar equatorial com o ar tépido, no hemisfério de verão.

A zona limítrofe da massa Ea, formada por sucessão de descontinuidades e de setores de baixas pressões sem ventos (doldruns), é chamada de Convergência Intertropical (CIT). “A

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manifestada pelo deslocamento anual, para o Norte e para o Sul do equador geográfico, da faixa das chuvas equatoriais” (ANDRADE; LINS, 2001, p. 7).

Massa Equatorial continental (Ec): forma-se na hiléia amazônica, numa região de altas temperaturas (médias anuais entre 24 e 25° C) e bastante umidade (umidade relativa entre 85 a 95%). “A floresta equatorial amazônica comporta-se, com efeito, à maneira dum vasto mar

interior graças aos consideráveis suprimentos de vapor d’água que comunica à camada geográfica da troposfera por evapotranspiração” (ANDRADE; LINS, 2001, p. 7).

Nos anos em que a massa Ec obtém maior energia, pode provocar chuvas de verão em quase todo o país até o paralelo 27°S, com exceção da Costa Oriental.

Massa Tépida Calaariana (Tk) e massa Tépida atlântica (Ta): são originadas no centro semi-permanente de altas pressões do Atlântico Sul. O ar é tépido e límpido porque a umidade relativa mantém-se abaixo do ponto de orvalho, mesmo à temperatura de resfriamento adiabático, o que favorece à estabilidade de sua estrutura vertical.

A Tk e a Ta, ao se deslocarem advectivamente, começam a se diferenciar. Os alísios austrais, ventos de SE-E, quando tocam a faixa litorânea do Nordeste, são provenientes da Tk. O ar da Ta toca a costa brasileira com direções variando de NE (no verão) e N-NO (no inverno), esta última quando a célula de ar se dilata na área de origem.

Os ventos da Ta são conhecidos também como alísios de retorno, pois se direcionam em sentido oposto aos ventos da Tk, os alísios propriamente ditos.

Massa Polar atlântica (Pa): tem sua formação próximo à Antártica, abaixo dos 40° S. É um ar frio e nevoento, que desenvolve vigorosa energia ao esbarrar com o ar tépido da Ta, originando a Frente Polar Atlântica (FPA).

A FPA avança pelo Brasil, vinda do Sul, em duas direções:

a) direção continental, interior, podendo avançar até o equador, provocando o fenômeno das ‘friagens’ na região amazônica;

b) direção marítima, ou costeira, atingindo a costa oriental do Nordeste, adentrando pelos vales dos grandes rios.

Segundo Lins (1989, p. 53), a posição do Agreste pernambucano em baixas latitudes, recebendo muita insolação, e o relevo com predominância de altitudes modestas, abaixo dos 700m, faz com que as temperaturas médias anuais mantenham-se sempre altas, contrastando com a pluviosidade, cujas médias anuais variam entre 500mm e 1.300mm (Mapa 07).

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Ela assegura que as massas de ar Pa, Ta, Tk e Ec, junto à Convergência Intertropical, são os principais sistemas meteorológicos que atingem o Agreste pernambucano, responsáveis pelas chuvas de outono-inverno e de verão-outono (Mapa 09).

a) chuvas de outono-inverno – são frontológicas, motivadas pela FPA e por interferência das Ondas de Leste. Segundo ela, as ondas de leste “são ondulações que

ocorrem no seio da massa de ar tépida Kalaariana”;

b) chuvas de verão-outono – são convectivas, ocasionadas pela Convergência Intertropical (CIT) e pela massa Equatorial continental (Ec).

Relembrando Andrade; Lins, Lins (1989, p. 55) reafirma que a Ec é responsável pela influência meteorológica em toda área de clima semi-árido no Estado de Pernambuco.

As áreas que dispõem de maior pluviosidade anual no Agreste pernambucano referem- se às superfícies de cimeira, terrenos com altitudes um pouco elevadas, conhecidas como brejos de exposição aos ventos alísios de SE, ou brejos de altitude.

Pernambuco (1998) enumera os seguintes sistemas meteorológicos que atuam neste Estado: Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), frentes frias vindas do Sul, ondas de leste, ciclones da atmosfera superior, brisas terrestres e marítimas, e oscilações de 30-60 dias.

As brisas terrestres e marítimas atuam no litoral e Zona da Mata durante todo o ano, provocando chuvas fracas a moderadas. As oscilações de 30-60 dias ainda não têm sua atuação conhecida sobre o Nordeste brasileiro. Por isso, descartamos as brisas, por não atuarem no Agreste, e as oscilações por não dispormos de dados mais assegurados.

Para a área em estudo, a sub-bacia Caruaru, interessam-nos:

1 – Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) – é a CIT (Convergência Intertropical) anteriormente discutida, formada pela confluência dos alísios de NE (provenientes do Hemisfério Norte) e de SE (do Hemisfério Sul). “A ZCIT é o principal sistema de produção

de chuvas no Sertão e Agreste de Pernambuco e atua sobre todo o Estado durante os meses de fevereiro a maio” (PERNAMBUCO, 1998). Dispõe de movimento ascendente do ar com

alto teor de vapor d’água;

2 – Frentes frias: são as responsáveis em segundo lugar, pelas chuvas no Nordeste, atuando mais no litoral oriental. Sua ação é diferenciada nos seguintes períodos:

a) de novembro a fevereiro atuam no extremo oeste do Estado; b) de maio a agosto, na porção leste do Agreste;

3 – Ondas de leste: são pequenas perturbações que ocorrem nos ventos alísios provenientes da Tk e que atuam de leste para oeste, podendo adentrar até 300km na região Nordeste. Dependem da temperatura da superfície atlântica e agem de maio a agosto. Mesmo

sendo perturbações consideradas de pequena intensidade, nalgumas épocas podem agir com maior energia, podendo produzir chuvas intensas e inundações.

4 – Ciclones da atmosfera superior: também conhecidos como Vórtices Ciclônicos da Atmosfera Superior (VCAS), esses remoinhos ocorrem por causa da circulação geral da atmosfera, da Alta da Bolívia, da posição da Zona de Convergência do Atlântico Sul e da penetração de frentes frias vindas do Sul. Podem atingir todo o Estado, tanto produzindo chuvas intensas como secas. Sua duração varia de 5 a 20 dias e age principalmente nos meses de novembro a fevereiro.

Normalmente, os climas do Estado de Pernambuco são apresentados como o indicado no mapa abaixo.