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Este estudo é uma pesquisa de natureza descritiva e comparativa, que apresenta um delineamento metodológico transversal. Descritiva, porque somente observou, registrou, descreveu e analisou os fatos ou fenômenos sem manipulá-los, realizando um estudo em determinado espaço- tempo. Comparativa, porque verificou as diferenças entre as posições de jogo dos jovens futebolistas (Gil, 2002) e transversal, porque as variáveis foram analisadas em apenas um momento, sendo este o início do período competitivo.

3.2. CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS DO ESTUDO

Os sujeitos do estudo foram selecionados de forma não-probabilística (acidental), sendo jovens futebolistas do sexo masculino, na faixa etária de 10 a 20 anos, saudáveis clinicamente, que fazem treinamentos e pertencentes a um Clube Profissional de Futebol da 1º divisão do Campeonato Brasileiro, localizado na cidade de São Paulo-SP. Todos os futebolistas estavam iniciando suas competições organizadas pela Federação Paulista de Futebol (FPF), das suas respectivas categorias, na temporada de 2015. A tabela 2 mostra o número de sujeitos selecionados em função da sua categoria de idade.

Tabela 2 – Número de sujeitos selecionados para o estudo.

Categorias n Sub-11 17 Sub-13 21 Sub-14 27 Sub-15 28 Sub-17 38 Sub-20 36 Total 167

Todavia, é importante destacar que somente foram incluídos no estudo os sujeitos que apresentaram: a) o termo liberatório da comissão técnica e da diretoria do clube (ver anexo 3), b) o termo de consentimento para realização das avaliações assinado por seus responsáveis legais (ver anexos 1 e 2).

3.3. QUESTÕES ÉTICAS DO ESTUDO

Quanto às questões éticas, o projeto foi submetido para avaliação do comitê ético de pesquisa da universidade vinculado à pesquisa, o qual teve os requisitos mínimos de protocolo de pesquisa (visão ética), fundamentado na resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde,

contendo detalhes suficientes em todos os itens que correspondam ao tipo de pesquisa que foi desenvolvida (Comitê de Ética - Número do Parecer: 834.602).

Todos os responsáveis legais pelos futebolistas envolvidos com o projeto assinaram o termo de consentimento sobre a pesquisa. Este termo de consentimento continha informações sobre: os riscos e benefícios da pesquisa, a justificativa e os objetivos da pesquisa, descrição dos procedimentos a que o sujeito foi submetido, a garantia de receber resposta a qualquer pergunta e esclarecimento a qualquer dúvida acerca de assuntos relacionados com a pesquisa, o sigilo e o caráter confidencial das informações, zelando pela privacidade do sujeito e garantindo que sua identificação não seria exposta nas conclusões ou publicações.

3.4. LOCAL DA COLETA DAS MEDIDAS

As coletas de dados das medidas de composição corporal, de densidade mineral óssea e de maturação somática foram realizadas nas dependências do Centro de Treinamentos da equipe profissional da equipe participante.

A equipe de avaliação foi distribuída da seguinte forma:

- Densidade Mineral Óssea, Maturação Somática e Composição Corporal (Antropometria e DXA): participaram dois avaliadores, um para realizar a medida e o outro anotando os resultados.

3.5. TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS Idade Decimal

A idade decimal foi obtida a partir de uma planilha construída utilizando os procedimentos sugeridos por Blanco e Landaeta (1988). Utilizou-se a data da avaliação do sujeito (dia, mês e ano) e a data de nascimento (dia, mês e ano). Esses valores foram levados para uma tabela onde se identificou os valores para cada data, e procedeu os mencionados valores para finalmente obter a idade decimal.

Densidade Mineral Óssea

Para mensurar a Densidade Mineral Óssea (DMO, g/cm2) utilizou-se uso da Absortometria de Raio-X de Dupla Energia - DXA (GE Healthcare Lunar, Madison, WI, EUA) e o software Encore™ 2011, versão 13,6, mediante escaneamento do corpo inteiro. Os valores foram calculados do corpo inteiro. É importante destacar que o equipamento foi calibrado diariamente antes do início das avaliações. Para o procedimento, os voluntários se posicionaram em decúbito dorsal, utilizando o mínimo de roupa sobre a mesa do equipamento, sendo, em seguida, cuidadosamente posicionados de forma que ficassem totalmente centralizados em relação às laterais da mesa. Foi solicitado ainda que os avaliados removessem todos os objetos de metais e permanecessem imóveis durante toda a avaliação. A duração de cada avaliação foi de aproximadamente 7 minutos. Todas as avaliações

foram realizadas pelo mesmo técnico. Após análise de toda a área corporal, o DXA possibilitou a determinação da DMO e dos tecidos.

Composição Corporal

Já a composição corporal, foi verificada utilizando duas técnicas distintas, sendo a primeira técnica a Absortometria de Raio-X de Dupla Energia (DXA), utilizando os mesmos procedimentos da mensuração da DMO, onde, os tecidos foram fracionados em Massa de Gordura (MG), Massa Livre de Gordura (MLG) e Percentual de Gordura (%G). Dessa forma, além de o equipamento fornecer valores de MLG, MG e %G do corpo inteiro, foi possível também identificar valores de MLG, MG e %G para as seguintes regiões corporais: membros superiores (braços direito e esquerdo), membros inferiores (pernas direita e esquerda), cabeça e tronco. Para verificar a capacidade de reprodutibilidade (teste e pré-teste), a avaliação do DXA foi repetida em 10 jogadores de futebol. A medida intra-avaliador de erro técnico foi inferior a 1,5%.

A segunda técnica de análise da composição corporal foi o método antropométrico, onde este utilizou as sugestões da “international working group of kineanthropometry” descrita por Ross e Marfell-Jones (1991). As variáveis mensuradas foram as seguintes:

• Massa corporal (kg): utilizou-se uma balança digital Seca 220® com uma precisão de (0,1kg) e com uma escala de (0 a 150 kg).

• Estatura (cm): foi medida através de um estadiômetro de alumínio Seca 220® com uma precisão de 0,1cm e com uma escala de (0 a 2,50m).

• Altura tronco-cefálica: utilizou-se um banco de 50cm de altura e um estadiômetro de (0 a 2,50m) com uma precisão de 0,1cm.

• Dobras cutâneas (mm): foram mensuradas as dobras tricipital, subescapular, bicipital, supra ilíaca, abdominal, da coxa e da panturrilha através de um compasso Lange que exerce uma pressão constante de (10gr/mm2).

• Circunferência de braço (cm): utilizou-se uma fita métrica inelástica Otto Bock Medical com precisão de 0,1cm, contornando o braço do sujeito na altura do ponto médio de forma que a fita ficasse aderida à pele, mas sem pressionar os tecidos moles. A medida foi feita com o sujeito em pé, com o braço elevado à altura do ombro, com o cotovelo estendido, palma da mão voltada para cima e o músculo relaxado.

• Diâmetro do úmero (cm): fez-se uso de um paquímetro Sanny de alumínio de 15cm. A medida foi realizada com o sujeito em pé, com o cotovelo e ombro em flexão a 90 graus. As hastes do paquímetro ficaram a 45 graus em relação à articulação do cotovelo. O avaliador posicionou-se à frente do sujeito, e delimitou o diâmetro bi-epicondilar (diâmetro do úmero) com auxilio dos dedos médios enquanto os indicadores controlavam as hastes do paquímetro.

• Tamanho do pé (cm): fez-se uso de um paquímetro Sanny de alumínio de 54cm. A medida foi realizada com o sujeito sentado com os joelhos em flexão a 90 graus. A medida foi realizada através da maior distância entre as extremidades do pé (calcâneo até a falange distal do dedo mais longo do sujeito).

Todas as medidas antropométricas foram realizadas duas vezes. O Erro Técnico de Medida oscilou entre 2 e 3%. A capacidade de reprodutibilidade foi de r = 0,95 a 0,98.

Maturação

A maturação biológica foi determinada pela maturação somática através do pico de velocidade de crescimento (PVC).

• Pico de velocidade do crescimento (PVC): Foi determinada a partir das interações entre medidas somáticas como a altura tronco-cefálica, estatura, comprimento das pernas e a idade. Para predizer o PVC foi utilizado o modelo de regressão múltipla de Mirwald et al. (2002). A classificação foi definida em oito níveis (-4 a 3 anos). A equação do PVC pode ser observada na Revisão de Literatura do presente trabalho, bem como, sua classificação que se apresenta no quadro 1.

3.6. O TRATAMENTO ESTATÍSTICO DO ESTUDO Estudo 1

No estudo 1 foi feita a análise de distribuição normal da amostra foi aplicado o teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov. Todas as variáveis mostraram um padrão satisfatório. Para a análise descritiva do estudo foi utilizada a média aritmética (X) e desvio padrão (DP). E para verificação das diferenças entre as posições dos jogadores foi utilizada a análise de variância Anova

one-way e em seguida foi realizada a análise post-hoc de Tukey para as comparações múltiplas das

médias dos diferentes grupos. As diferenças entre goleiros e jogadores de campo de futebol foram verificadas usando o teste t para amostras independentes.

A análise de regressão por etapas (simples e múltiplas) foi utilizada para avaliar a combinação de variáveis antropométricas que ajudaram a prever a porcentagem de gordura pelo DXA. O fator de inflação de variância (FIV) foi utilizado para selecionar as equações, identificando R2, erro padrão da estimativa (EPE) e multicolinearidade. As equações foram selecionadas através da identificação de R2, EPE e multicolinearidade por meio do fator de inflação variância (FIV).

Anteriormente, o coeficiente de Pearson foi utilizado para avaliar a relação entre as variáveis preditoras e a variável dependente (porcentagem de gordura pelo método DXA). Em todos os casos, a probabilidade de p<0,001 foi adotada. Toda a análise estatística foi concluída em planilhas do Excel e usando o software SPSS 18.0 (SPSS Inc., Chicago, IL, EUA).

Estudo 2

No estudo 2 os dados passaram pelo teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov. As variáveis de estudo foram caracterizadas utilizando a estatística descritiva de média aritmética (X) e desvio padrão (DP). As diferenças entre ambos grupos se verificaram por meio do test t para amostras independentes. As relações entre variáveis se obtiveram através do coeficiente de correlação de Pearson. Para desenvolver as equações de regressão utilizou-se a análise de regressão múltipla. As equações foram analisadas por meio de R2, Erro Padrão de Estimação (EPE) e por meio do Fator de Inflação da Variação (FIV). Utilizou-se a plotagem de Bland, Altman (1986) para verificar a concordância entre os valores da referência (DXA) com as equações desenvolvidas. Anova one-way foi utilizada e o teste de especificidade de Tukey para determinar as diferenças entre as médias dos três modelos preditivos. O nível de significância adotado foi de p<0,001. Os cálculos foram efetuados em planilhas de Excel, e no software SPSS 18.0.

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