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O experimento foi conduzido de agosto de 2014 a janeiro de 2015 na área do Grupo de Estudos em Forragicultura (GEFOR), situado na Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias - Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ) – Campus de Macaíba da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, em Macaíba – RN. A área experimental apresenta como coordenadas geográficas, latitude 5° 53' 35.12" Sul

e longitude 35° 21' 47.03" Oeste.

A área experimental foi de 825 m² (15 m x 55 m), dividida em quatro blocos com seis parcelas cada; as parcelas possuíam área total de 12 m² (4 m x 3 m), das quais desprezou-se 30 cm das bordaduras de cada parcela, restando 8,16 m² de área útil. O espaçamento entre parcelas foi de 1 m e entre blocos de 2 m.

O solo foi classificado originalmente como Neossolo Quartzarênico de onde foram coletadas amostras do solo em 20 pontos da área experimental em profundidade de 0-20 cm, das quais após homogeneizadas, foi retirada amostra composta com as seguintes características química: pH em H2O: 5,88; 10,60 g.dm-3 de M.O; 4,00 mg dm- 3 de P; 96 mg dm-3 de K; 0,74 cmol

c dm-3 de Ca2+; 0,25 cmolc dm-3 de Mg2+; 0,0 cmolc

dm-3 de Al+3; 1,21 cmolc dm-3 de H+Al; 35 mg dm-3 de Na+; 10,86 mg dm-3 de Fe2+;

0,95 mg dm-3 de Zn2+; 0,13 mg dm-3 de Cu2+ e 3,86 mg dm-3 de Mn.

Foram aplicados 2 t ha-1 de calcário dolomítico (PRNT 45 %) em toda área experimental, distribuído a lanço uma semana antes da aplicação das doses de biofertilizante e adubação mineral, com o intuito de elevar o pH para 6,5 e os teores de cálcio e magnésio do solo próximo aos requerimentos médios da pastagem (RIBEIRO et al, 1999).

O pasto utilizado foi o Panicum maximum cv. Massai, estabelecido no primeiro semestre de 2011 por método de semeadura convencional em linhas, adubado com superfosfato simples e pastejada por ovinos desde então.

O biofertilizante foi obtido de Biodigestor Sertanejo (MATOS e FARIAS JÚNIOR, 2011), implantado no setor de suinocultura da Escola Agrícola de Jundiaí, Macaíba – RN. A matéria prima utilizada para alimentar o biodigestor foi esterco suíno e cavacos de madeira utilizada na cobertura do piso das matrizes no período de

aleitamento. Tal resíduo foi armazenado em caixa de fibra de vidro com capacidade de 1000 L; logo após, o biofertilizante foi homogeneizado para coleta de amostra e realização da seguinte análise. A composição química do biofertilizante foi: 7,28 g kg-1 de N; 5,90 g kg-1 de P; 1,36 g kg-1 de K; 9,36 g kg-1 de Ca2+; 2,18 g kg-1 de Mg2+; 52 g kg-1 de Na+; 117 mg kg-1 de Zn2+; 75 mg kg-1 de Cu2+; 363 mg kg-1 de Fe2+ e 62 mg kg-1 de Mn.

Os tratamentos utilizados foram doses crescentes de biofertilizante, calculadas conforme sua composição mineral, levando-se em consideração o nitrogênio como nutriente em maior teor. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso com seis tratamentos e quatro repetições, sendo os tratamentos doses de 0; 10; 20; 30 e 40 t ha-1 de biofertilizante e um tratamento adicional, utilizando apenas adubação mineral com nitrogênio e fósforo (NP).

As quantidades dos principais macronutrientes essenciais adicionadas ao solo em cada tratamento pela aplicação das doses de biofertilizante estão descritas na Tabela 1. Para adubação mineral (NP) utilizou-se as recomendações de acordo com Ribeiro et al. (1999), considerando a análise química das amostras de solo utilizadas para caracterização da área experimental.

Realizou-se corte de uniformização do capim-massai a 15 cm do solo, em agosto de 2014.

As doses de biofertilizante foram aplicadas com auxílio de regador de 10 litros diluídas em água na proporção de 1:1 e fracionada em duas etapas, sendo os primeiros, 50 % aplicados após o corte de uniformização e os 50 % restantes logo após o primeiro corte. Como adubação mineral foram utilizados a uréia e superfosfato simples como fontes de N e P2O5, respectivamente (Tabela 1). A adubação mineral (NP) foi dividida

em duas aplicações, sendo aplicada a lanço seguindo a mesma ordem cronológica da adubação com biofertilizante.

Após a aplicação dos tratamentos foi realizada irrigação durante o período

experimental por meio de aspersão convencional, com lâmina bruta média d’água de 9,6

Tabela 1 – Tratamentos e estimativa de nutrientes adicionados ao solo pela aplicação de biofertilizante e da adubação mineral (NP).

As variáveis analisadas foram as seguintes: altura do pasto (AL), interceptação de luz (IL), índice de área foliar (IAF), clorofila total (CLO), produção de matéria seca (PMS), taxa de acúmulo de MS de forragem (TAF), acúmulo de folha (AFo), acúmulo de material morto (AMM) e acúmulo de invasoras (PIn) do pasto de capim-massai. A coleta de dados destas variáveis foram feitas a cada 60 dias durante seis meses, totalizando três coletas. Os dados foram obtidos da área útil de cada parcela (8,16 m²).

A altura do planto (AL) foi medido antes de cada corte, utilizando-se régua graduada em centímetros, sendo medidos dez pontos aleatórios por parcelas. A altura de cada ponto correspondeu à altura média da curvatura das folhas em torno da régua.

A medição da IL foi realizada imediatamente antes do corte. Utilizando-se o aparelho analisador de dossel – AccuPAR Linear PAR/LAI ceptometer, Model PAR – 80 (DECAGON Devices), com o qual foram realizadas cinco leituras acima do dossel forrageiro e cinco ao nível do solo por parcela, sempre no horário entre as 9:00 e as 14:00 h. Para obter-se o percentual de interceptação de luz pelo dossel (%IL) utilizou-se a seguinte formula: % IL = 100% - (solo / acima x 100). O IAF foi obtido por leitura direta no mesmo aparelho utilizado para IL e no mesmo ponto de amostragem.

As estimativas da CLO foram realizadas em cinco leituras em diferentes plantas dentro da mesma parcela, com clorofilômetro ClorofiLOG® modelo CFL 1030, o qual fornece estimativas dos teores de clorofila total (a+b), expressas em unidades chamadas Índice de Clorofila Falker (ICF). As leituras foram realizadas sempre na primeira folha

Tratamento e doses de biofertilizante (t ha-1) N P K Ca Mg Na kg ha-1 0 - - - - 10 75 61 14 96 22 5 20 150 122 28 193 45 11 30 225 182 42 289 67 16 40 300 243 56 386 90 21 NP 150 33 0 - - -

completamente expandida (do topo para a base do dossel) e exposta à radiação solar, no terço médio da lâmina foliar.

Para determinação das demais variáveis foi coletada toda forragem contida na área útil de cada parcela, cortada a 15 cm do nível do solo e pesadas individualmente para determinação do peso verde. Retirou-se uma sub-amostra (mínima de 300 g), para estimativa de matéria seca (MS) total, multiplicando o peso da matéria natural pelo percentual de matéria seca. Em seguida, no restante do material coletado, foi realizada separação botânica do capim-massai nas frações lâmina foliar, material morto e espécies indesejáveis. Após separação dos componentes morfológicos, os mesmos foram levados à estufa de ventilação forçada a 55 ºC por 72 horas; Em seguida foram pesados para estimar o peso seco de cada fração da amostra, a fim de estimar a porcentagem de matéria seca e cálculos de acúmulo de folha, material morto e espécies indesejáveis. A taxa de acúmulo diário de matéria seca foi obtida através da razão entre a produção total de matéria seca e o número de dias do período experimental.

Os dados foram submetidos à análise de variância e à comparação entre médias foram realizadas por meio de análise de regressão para as doses de biofertilizante e para equivalência com a adubação mineral utilizou-se o teste de Tukey adotando-se 5 % de nível de significância.

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